CANTIGA EM TORNO DO GIRASSOL
Para PEDRO SIMÕES NETO
Com um girassol eu vim
Com um girassol eu vou
Na escuridão do tempo
Encontrar o meu amor
Com um girassol eu vim
Com um girassol eu vou
Voando no infinito
Agora livre de toda dor
Com um girassol eu vim
Com um girassol eu vou
Em busca de Deus
E do seu filho Nosso Senhor
Com um girassol em vim
Com um girassol eu vou
Para Nova Jerusalém
Esperar o meu amor
Que, com certeza,
Virá um dia
Morar com o Criador
E nesta sinfonia
Haverá tão-somente
Cantigas de amor!
Eduardo Gosson,
03.02.2013
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BALADA, ADÁGIO, UMA PALAVRA: ADEUS
Ciro José Tavares
Aqui,
Pedro, as horas avançam lentamente.
Enquanto
eclipsados aguardamos teu sinal vindo do espaço,
a bruma
do rio eleva-se à copa das árvores,
penetra
fria nas paredes e adormece nos telhados.
Aqui,
Pedro, os sons continuam arrebatadores.
Enquanto
crianças despertam sob sonatas de Bach,
Maria
ensaia uma suave canção,
cujas
palavras serão ouvidas apenas por ti e mais ninguém.
Aqui, Pedro,
as cores seguem nublando nosso olhar.
Enquanto
abaixo do Cristo Sobre o Oceano, de Dalí,
a esposa
bem amada, desfeita em sonhos,
Andrômaca vendo o copo inerte de Heitor na
poeira troiana.
Aqui, Pedro, o doloroso
silêncio acontece de repente.
Enquanto tempestade de
estrelas cadentes esperamos,
a frágil e doce irmã está
debruçada na saudade,
misturando lágrimas de
sangue ao orvalho claro das manhãs.
Aqui, Pedro, somos tão
somente suplicantes dos mistérios,
enquanto refletimos na
certeza do nosso no reencontro,
um dia, do outro lado das
estrelas.
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