domingo, 3 de fevereiro de 2013



  

CANTIGA  EM TORNO DO GIRASSOL
Para PEDRO  SIMÕES NETO 

Com um girassol eu vim
Com um girassol eu vou
Na escuridão do tempo
Encontrar  o meu amor

Com um girassol eu vim
Com um girassol eu vou
Voando no infinito
Agora livre de toda dor

Com um girassol eu vim
Com um girassol eu vou
Em busca de Deus
E do seu filho Nosso Senhor

Com um girassol em vim
Com um girassol eu vou
Para Nova Jerusalém
Esperar  o meu amor

Que, com certeza,
Virá um dia
Morar  com o Criador
E nesta sinfonia

Haverá  tão-somente
Cantigas de amor!

Eduardo Gosson,
03.02.2013 
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 BALADA, ADÁGIO,  UMA PALAVRA: ADEUS
                   Ciro José Tavares
           
            Aqui, Pedro, as horas avançam lentamente.
            Enquanto eclipsados aguardamos teu sinal vindo do espaço,
            a bruma do rio  eleva-se à copa das árvores,
            penetra fria nas paredes e adormece nos telhados.
            Aqui, Pedro, os sons continuam arrebatadores.
            Enquanto crianças despertam sob sonatas de Bach,
            Maria ensaia uma suave canção,
            cujas palavras serão ouvidas apenas por ti e mais ninguém.
            Aqui, Pedro, as cores seguem nublando nosso olhar.
            Enquanto abaixo do Cristo Sobre o Oceano, de Dalí,
            a esposa bem amada, desfeita em sonhos,
 Andrômaca vendo o copo inerte de Heitor na poeira troiana.
Aqui, Pedro, o doloroso silêncio acontece de repente.
Enquanto tempestade de estrelas cadentes esperamos,
a frágil e doce irmã está debruçada na saudade,
misturando lágrimas de sangue  ao orvalho claro das manhãs.
Aqui, Pedro, somos tão somente suplicantes dos mistérios,
enquanto refletimos na certeza do nosso no reencontro,
um dia, do outro lado das estrelas. 


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