sábado, 8 de janeiro de 2011




NOVAS CARTAS DE COTOVELO 02(*)

Deu a louca no tempo - hoje 06 de janeiro, 49° aniversário do meu noivado. Já se vão três dias a menos no verão deste ano, castigado pela chuva intermitente, que não permite uma programação própria da época.
Ante à prisão involuntária concentro minha atenção na TV, rádio, livros e nas distrações caseiras de costume nas praias e, quando a chuva permite alguma trégua, a varanda enseja olhar a amplidão, com pouca esperança de estiagem completa.
Chamam-me a atenção os cajueiros, que se desfazem dos últimos frutos da safra, ainda bem formados e convidativos.
Aqui bem perto de mim, colados à cumieira da garagem, três deles desafiam a minha coragem. Mas, em que pese o incontrolável desejo de saboreá-los, os mais de 70 anos não conservam a força de arriscar uma excursão ao pé, mesmo sendo de fácil acesso.
À falta de um 'caridoso' que os retire no momento, desisto, vou comprá-los na feirinha de Cotovelo com total segurança. Enquanto isso, me deleito com as bicadas de alguns passarinhos que se aproveitam dos frutos ainda no pendente da gravidade.
Ontem eu vi um pássaro diferente, plumagem azul e corpo acinzentado, lindo até demais. Não consegui definir sua estirpe, mas lembrei-me do último livro de Assis Câmara, quando fala do beija-flor, que por coincidência continuam, já em muitas novas gerações, visitando o sagrado jardim da minha casa - uma apoteose:

Entreabertas pétalas, perfumando o cio,
Exalam sedução nas nas cores, na beleza,
Chamando ao ritual da polinização.

Um passarinho pressente o desafio
Que lhe desperta o instinto - sua natureza,
Ao sentir, desse néctar, cheiro e atração.

Vibrando, sem cessar, fiel adorador,
O colibri, o menor pássaro do mundo,
Faz pouso em pleno ar, em busca do prazer.

No excitante bailado, viril navegador
(noventa vezes bate as asas por segundo),
Vai deflorar, com beijos, o seu bem-querer.
E colhe o quanto pode, esse ágil sedutor,
Fiel ao seu destino de ser Beija-Flor!
(O voo do beija-flor)

Começo a gostar do veraneio, apesar da chuva e do excesso de veículos que trafegam em debalada carreira.
À tardinha o cheirinho do pão de Dona Léa, uma visita rápida ao explendor do mar e o retorno feliz à nossa casa, para dar continuidade à labuta do veraneio 2011, sonhando com próximos dias de sol.
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(*)CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES
escritor/veranista

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011


NOVAS CARTAS DE COTOVELO 01 (03/01/2011)
Carlos Roberto de Miranda Gomes - advogado/veranista

No ano que passou, no meu período de veraneio, resolvi matar o tempo escrevendo pequenas crônicas relatando os acontecimentos mais marcantes da aprazível praia de Cotovelo, sob a denominação de ‘Cartas de Cotovelo’ – algumas publicadas em jornais locais e em blogs, daí surgindo à idéia de criar o meu Blog do MIRANDA GOMES, o qual mantenho até agora (http://cmirandagomes.blogspot.com).
Pois bem, da adjetivação dada à praia, já não arrisco o ‘aprazível’, porquanto, agora, dominada por uma série de acontecimentos, dentre os quais – a desenfreada especulação imobiliária, em contraste com a não conclusão da rede coletora dos esgotos domiciliares, agravando a situação do lençol freático e a já precária infra-estrutura da limpeza pública; encontrei Cotovelo suja, poluída - a própria areia maculada em sua alvura pela falta de educação dos freqüentadores que por lá deixam latas e garrafas vazias de bebidas, bagaços de cocos verdes; restos de barracas do ‘réveillon’; sacos, lixo, podas, metralha.
Os restaurantes não se prepararam para ordenar um estacionamento adequado, daí o sacrifício dos moradores e veranistas que ficam tolhidos no direito de locomoção dos seus veículos.
Nos 21 anos que freqüento Cotovelo nunca havia experimentado engarrafamentos na ida e na volta, sem nenhum policial de trânsito, quanto neste início de veraneio.
Os preços desembestaram em todos os seus itens – até o cavaco chinês teve um aumento de 50%. Vivemos uma verdadeira anarquia, no mal sentido.
Vou esperar que desapareçam os excessos do Circo da Folia, cujos decibéis atentam para qualquer ouvido e incomodam quem vai descansar e buscar um pouco de paz.
Não foi um reencontro feliz, mas vou dar um tempo, pois ainda vivemos o, oba-oba, das posses da Presidenta e da Governadora, a arrumação da casa e as providências que permitam o deslocamento dos agentes policiais para o cumprimento do seu dever legal – segurança do povo.
Alô, alô Prefeitura de Parnamirim, não custa nada uma passadinha semanal em Cotovelo, para alentar os seus freqüentadores, principalmente aqueles que levam recursos para os cofres municipais. A propósito, até agora os carnês não foram entregues. Cuidado para não passarem do prazo de vencimento!

domingo, 2 de janeiro de 2011

AMIGOS,

ESTOU DE MUDANÇA PARA COTOVELO. BREVE RETORNAREI A MOVIMENTAR ESTE BLOG.

UM ABRAÇO DE ANO NOVO A TODOS.

CARLOS GOMES