sábado, 27 de novembro de 2010
DOCES CARTAS DE AMOR
Terminei a leitura das “Cartas para Mel”, obra escrita com o coração pelos seus pais Flávio Rezende & Andrea Browne, com depoimentos complementares de parentes e amigos.
O trabalho constitui um ensaio sociológico de uma família, com pitadas de filosofia de vida, calcada nos ensinamentos esotéricos ecumênicos, em especial, na sabedoria de Sai Baba, líder espiritual indiano, ainda vivo, numa experiência cativante.
Em cada Carta para Mel, estão descortinados o carinho e o cuidado com que os temas são desenvolvidos, todos com um tratamento doce – querida e amada, linda e doce, princesa, sorridente, amada Melzinha, com a narrativa de lugares, episódios e circunstâncias, sempre, no sentido de mostrar a vida e advertir para o futuro.
Registro a grandeza da confissão de Flávio, quanto aos seus desvios do passado, da trajetória de purificação espiritual e do propósito de um futuro efetivamente construtivo, para o qual, com a ajuda da sua companheira Deinha, incentiva o engajamento de Mel e de Gabriel.
É um livro de amor e de grande carinho, excelente presente de fim de ano para todos aqueles que buscam crescer na qualidade de vida, de respeito à natureza e de compreensão com o próximo.
Parabéns Flávio e Andrea, que o Ser Supremo do Universo e os seus avatares estejam sempre presentes em suas vidas, em Gabriel e na musa inspiradora do livro, a doce e querida Mel.
Com o abraço do amigo Carlos Gomes
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Na noite do dia 25 de novembro deste ano de 2010 foi lançado no Hotel Praia Mar,o livro "Raimundo Nonato Fernandes - Mestre do Direito e Paradigma de Dignidade", através de Edição Especial da Revista da Procuradoria-Geral do Estado do Rio Grande do Norte. Nela tive a oportunidade de fazer a minha homenagem, fls. 471/472. Contudo, este artigo aqui postado oferece um trabalho mais completo sobre o meu eterno professor.
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RAIMUNDO NONATO FERNANDES - Um exemplo de advogado (*)
Potiguar nascido em Pau dos Ferros, extremo oeste do Estado no dia 26 de janeiro de 1918, é um nonagenário lúcido e ainda atuante no cenário jurídico e cultural da nossa província.
Apesar das dificuldades financeiras dos seus pais Antônio Petronilo de Oliveira e Sergina Fernandes de Oliveira, estes nunca se descuidaram dos seus estudos, dando início à sua instrução com a Professora Petronila Rego no Grupo Escolar Joaquim Correia, de Pau dos Ferros, continuados com sua tia Corina Fernandes Lins de Queiroz. Enviado para Natal foi matriculado no Colégio Pedro Segundo (funcionava ao lado do Teatro Carlos Gomes, logo em seguida transferido para o prédio do Marista, que ficava em frente à Igreja do Galo). Contudo, as dificuldades financeiras obrigaram a tirá-lo para ingressar no tradicional Atheneu, considerada uma verdadeira Academia de Letras, onde terminou os seus estudos secundários, tendo entre os seus colegas de classe o pianista Oriano de Almeida.
Mudando-se para a cidade do Recife no ano de 1938, ali preparou-se para o curso superior, conquistado na tradicional Faculdade de Direito do Recife, Turma 1944, abrigo dos jovens idealistas da nossa terra como Nestor dos Santos Lima, Caio Pereira de Souza, Hélio Barbosa de Oliveira, Rodolfo Pereira de Araújo, Paulo Gomes da Costa, entre outros, compartilhando com os irmãos vizinhos do Ceará e Alagoas a busca dos conhecimentos jurídicos, porquanto só na década de 1950 tivemos a iniciativa da criação da Faculdade de Direito de Natal, da qual foi fundador, como titular da cadeira de Direito Administrativo, sendo o único remanescente daqueles pioneiros.
Embora com fortes incursões no Direito Penal, em especial no Tribunal do Júri, teve a sua consagração mesmo na área do Direito Público, especialmente no Administrativo, cujos trabalhos se notabilizaram nas publicações em revistas especializadas, notadamente na do Tribunal de Justiça do Estado e Revista de Direito Administrativo.
O grande Mestre do Direito Penal, Dr. João Medeiros Filho, em seu trabalho Contribuição à História Intelectual do Rio Grande do Norte faz o seguinte pronunciamento sobre o nosso homenageado:
Apesar de se considerar um frio profissional da lei, demonstrou que essa suposta inadequação para a literatura é apenas uma falha metodológica. Se a técnica da leitura levou-o ao estudo da ciência jurídica, seu espírito sempre esteve voltado para o domínio das artes. Basta afirmar que Raimundo Nonato Fernandes, no Júri, que deixou de freqüentar por motivos outros que não o de aversão à tribuna, foi argumentador terrível, trazendo a lógica aos debates sem desprezar a imaginação.
Seu vasto conhecimento do Direito e da Filosofia Jurídica permitiu que também lecionasse as cadeiras de Introdução à Ciência do Direito, Ciência das Finanças, Direito Constitucional e Teoria Geral do Estado, cátedra que exerceu até 1981.
Registram os historiadores a sua colaboração, ainda estudante, na defesa de presos políticos em decorrência da Insurreição de 1935, ajudando os advogados Djalma Aranha Marinho e ao lado de Hélio Galvão e Antônio Soares Filho, redigindo pedidos de ‘habeas corpus’ para os insurretos, ainda que não tivessem simpatias com a ideologia comunista, mas assim agindo em nome do sentimento ético e respeito ao direito de expressão, sustentáculo da democracia.
Na vida funcional foi Oficial de Gabinete da Interventoria do Estado no período de 1942 a 1943 – Rafael Fernandes, Assistente-Chefe do Serviço estadual de Reeducação e Assistência Social, Adjunto de Promotor em Ceará-Mirim, Procurador da LBA, eleito Procurador Judicial do Aéro Clube em 1948, Procurador contratado da Prefeitura Municipal de Natal, Secretário de Negócios Internos e Jurídicos da mesma Prefeitura, Procurador da Associação Norte-rio-grandense de Imprensa, Membro e Presidente do Conselho Penitenciário do Estado, Procurador do Estado, Consultor Geral do Estado em vários governos, como os de Dinarte Mariz, Aluízio Alves, Monsenhor Walfredo Gurgel, Tarcísio Maia e José Agripino, o que comprova a sua isenção política, sempre com um comportamento irreprochável.
A propósito, em singela homenagem que lhe prestou o seu ex-aluno Ivan Maciel de Andrade, em artigo publicado no jornal A Tribuna do Norte, assim testemunhou:
Acostumei-me a vê-lo, professor, sempre determinado a agir de forma criteriosa, ética, com o máximo de dignidade. Sem qualquer arrogância. Foi assim que serviu durante longos anos ao governo do Estado do Rio Grande do Norte no cargo de Consultor-Geral e de Procurador. Talvez a discreta inflexibilidade de suas atitudes tenha despertado incompreensões ou rejeições. Mas foi sempre o seu jeito de ser. E nada poderia modificá-lo. Nem ameaças nem tentadoras ofertas. Não sei se alguém teve o desplante de abordá-lo com propostas constrangedoras. Não acredito. A sua imagem e o seu conceito certamente evitaram que esse tipo de desrespeito ocorresse. A conduta das pessoas com o tempo cria uma blindagem a essas tentativas: sabe-se bem o que esperar de uns e de outros.
Uma breve incursão na carreira política o fez lograr eleição como Vereador à Câmara Municipal de Natal. No entanto, dois meses após a posse renunciou e nunca mais concorreu a qualquer cargo eletivo, por não ser do seu ideário e conflitar com sua carreira de advogado.
Atuou no jornalismo nos jornais A República, Diário de Natal e Rádio Poti, ao lado de intelectuais consagrados como Eloy de Souza, Edgar Barbosa e Eider Furtado.
Por todos esses predicados foi eleito imortal da nossa Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, em 30 de junho de 1976, ocupando a cadeira nº 39, cujo patrono foi o poeta Damasceno Bezerra e agora também na novel Academia de Letras Jurídicas do Rio Grande do Norte, ocupando a cadeira nº 16, em que é patrono o seu amigo Miguel Seabra Fagundes.
Na militância da advocacia, foi estagiário do causídico Hélio Galvão e também do Doutor Otto de Britto Guerra, logo se destacando e ganhando fama, para a qual dedicou mais de 60 anos de sua vida, com atuação notável, sendo o seu pensamento jurídico acatado com a força de uma verdadeira norma de conduta, sendo presença permanente nos templos da Justiça. Como advogado ocupou a vaga de jurista no Tribunal Regional Eleitoral do nosso Estado no período 1972 a 1974.
Na Ordem dos Advogados do Rio Grande do Norte foi várias vezes Conselheiro e seu Vice-Presidente. Foi o Primeiro Presidente do Tribunal de Ética, colaborador incansável na elaboração das mais importantes leis do Estado, notadamente em suas Constituições.
O seu escritório de advocacia tornou-se um ponto de referência, desde o primeiro na Av. Duque de Caxias, na velha Ribeira, como atualmente no da Rua Vigário Bartolomeu, no 6º andar do Edifício 21 de Março, com a visão do Potengi e a proteção do Padre João Maria, onde comparece para sua atividade profissional e orientação dos seus aprendizes, dentre eles, alguns seus descendentes, contabilizando uma atuação superior a 20 mil ações.
Certa vez foi indagado numa entrevista se alguma vez pensou em parar de advogar, tendo respondido:
“Nunca. Acho que quem escolhe uma profissão e depois abandona o seu ofício é um fracassado.”
Se orgulha de jamais ter cometido uma infração disciplinar e se preocupa com a explosão de faculdades de direito por todo o País.
Todas as autoridades públicas do Estado o consultaram durante toda a sua existência, notabilizando-se pela participação efetiva na elaboração de leis importantes, principalmente das reformas ou projetos das Constituições do Estado e da nossa legislação básica.
Permanentemente reverenciado por toda a sociedade, Professor Emérito da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, homenageado pela comunidade jurídica do estado em várias oportunidades, particularmente na que ocorreu em 05 de outubro de 2006, por ocasião da Quinta Jurídica, levada a efeito pelo Instituto Brasileiro de Direito Administrativo local e Justiça Federal do nosso Estado, cujo tema foi ‘O Estado Brasileiro na Época de Raimundo Nonato’ a cargo de eminentes figuras do mundo jurídico da nossa terra, a teor do Acadêmico Diógenes da Cunha Lima, Professor Eduardo Rabenhorst, Professor Honório de Medeiros e Jornalista Cassiano Arruda Câmara. Também o homenagearam na ocasião os Juízes Janilson Siqueira e Edílson Nobre Júnior. A Consultora Geral do Estado, Dra. Tatiana Mendes Cunha, em nome da Governadora Vilma de Faria entregou uma placa alusiva aos seus 61 anos de atividade profissional.
Recebeu recentemente a “Medalha AMARO CAVALCANTI”, criada na atual gestão da OAB/RN e considerada a comenda maior da Instituição, concedida uma única vez em cada administração, sendo esta a primeira, conferida a quem, por toda a sua vida, honrou o Direito e dignificou a Advocacia, tendo acontecido em emocional solenidade durante a XX Conferência Nacional dos Advogados, realizada em Natal, sendo saudada pela Dra. Tatiana Mendes Cunha e a comenda entregue pelo seu colega de turma, Dr. José Cavalcanti Neves, por deferência do Presidente da OAB/RN Dr. Paulo Eduardo Pinheiro Teixeira.
Na oportunidade de sua posse na Academia de Letras Jurídicas do Rio Grande do Norte, em 08 de dezembro de 2008 o Mestre Raimundo Nonato Fernandes foi consagrado por toda a comunidade presente.
Tem uma vida pacífica, cercado do carinho da família construída desde 16 de outubro de 1946 com sua esposa Bertha Ramalho Fernandes e das quatro filhas Ana Virgínia, Maria das Graças, Maria de Fátima e Ana Luíza, com seus genros e netos e bisnetos. Adotou um filho, Sérgio Antônio, já falecido.
Sua obra é muito vasta alcançando os campos da Literatura e do Direito, cuja relação poderá ser conferida em duas obras básicas – Sociedade e Justiça, de autoria de Eduardo Gosson e Academia Norte-Rio-Grandense de Letras Ontem, Hoje e Sempre -70 anos rumo à luz – volume II, do jornalista José Soares Júnior.
Parabéns Grande Mestre de todos nós, Professor Raimundo Nonato Fernandes.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Ivan Maciel. (artigo publicado na Tribunal do Norte de 06/9/2008)
AZEVEDO, Sheyla de. Memórias de Raimundo Nonato. Diário de Natal de 12/02/2006
CORREIA, Frank Tavares. (artigo na seção Nossos Mestres). Natal: OAB Notícias nº 99, nov/1999)
GOSSON, Eduardo Antonio. Sociedade e Justiça. Natal: DEI, 1998
NAVARRO, Jurandy. Oradores(1889-2000). Natal: 2000
MEDEIROS FILHO, João. Contribuição à História Intelectual do Rio Grande do Norte. Natal: 1983
OAB Notícias nº 115. Natal: ago de 2004
Revista ‘AUDIÊNCIA nº 1’, da ESA (OAB/RN). Natal: ago/out/1999
SOARES JÚNIOR, José. Academia Norte-Rio-Grandense de Letras Ontem, Hoje e Sempre -70 anos rumo à luz – volume II. Natal: 2007
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(*)CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES
Membro Honorário Vitalício da OAB/RN
Membro da Academia de Letras Jurídicas do RGN
Sócio Efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do RGN
Membro da União Brasileira de Escritores do RGN
Membro da Academia Macaibense de Letras
Sócio fundador do Instituto Norte-Riograndense de Genealogia
Sócio fundador da Associação dos Amigos do Instituto Internacional de Neurociências de Natal
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RAIMUNDO NONATO FERNANDES - Um exemplo de advogado (*)
Potiguar nascido em Pau dos Ferros, extremo oeste do Estado no dia 26 de janeiro de 1918, é um nonagenário lúcido e ainda atuante no cenário jurídico e cultural da nossa província.
Apesar das dificuldades financeiras dos seus pais Antônio Petronilo de Oliveira e Sergina Fernandes de Oliveira, estes nunca se descuidaram dos seus estudos, dando início à sua instrução com a Professora Petronila Rego no Grupo Escolar Joaquim Correia, de Pau dos Ferros, continuados com sua tia Corina Fernandes Lins de Queiroz. Enviado para Natal foi matriculado no Colégio Pedro Segundo (funcionava ao lado do Teatro Carlos Gomes, logo em seguida transferido para o prédio do Marista, que ficava em frente à Igreja do Galo). Contudo, as dificuldades financeiras obrigaram a tirá-lo para ingressar no tradicional Atheneu, considerada uma verdadeira Academia de Letras, onde terminou os seus estudos secundários, tendo entre os seus colegas de classe o pianista Oriano de Almeida.
Mudando-se para a cidade do Recife no ano de 1938, ali preparou-se para o curso superior, conquistado na tradicional Faculdade de Direito do Recife, Turma 1944, abrigo dos jovens idealistas da nossa terra como Nestor dos Santos Lima, Caio Pereira de Souza, Hélio Barbosa de Oliveira, Rodolfo Pereira de Araújo, Paulo Gomes da Costa, entre outros, compartilhando com os irmãos vizinhos do Ceará e Alagoas a busca dos conhecimentos jurídicos, porquanto só na década de 1950 tivemos a iniciativa da criação da Faculdade de Direito de Natal, da qual foi fundador, como titular da cadeira de Direito Administrativo, sendo o único remanescente daqueles pioneiros.
Embora com fortes incursões no Direito Penal, em especial no Tribunal do Júri, teve a sua consagração mesmo na área do Direito Público, especialmente no Administrativo, cujos trabalhos se notabilizaram nas publicações em revistas especializadas, notadamente na do Tribunal de Justiça do Estado e Revista de Direito Administrativo.
O grande Mestre do Direito Penal, Dr. João Medeiros Filho, em seu trabalho Contribuição à História Intelectual do Rio Grande do Norte faz o seguinte pronunciamento sobre o nosso homenageado:
Apesar de se considerar um frio profissional da lei, demonstrou que essa suposta inadequação para a literatura é apenas uma falha metodológica. Se a técnica da leitura levou-o ao estudo da ciência jurídica, seu espírito sempre esteve voltado para o domínio das artes. Basta afirmar que Raimundo Nonato Fernandes, no Júri, que deixou de freqüentar por motivos outros que não o de aversão à tribuna, foi argumentador terrível, trazendo a lógica aos debates sem desprezar a imaginação.
Seu vasto conhecimento do Direito e da Filosofia Jurídica permitiu que também lecionasse as cadeiras de Introdução à Ciência do Direito, Ciência das Finanças, Direito Constitucional e Teoria Geral do Estado, cátedra que exerceu até 1981.
Registram os historiadores a sua colaboração, ainda estudante, na defesa de presos políticos em decorrência da Insurreição de 1935, ajudando os advogados Djalma Aranha Marinho e ao lado de Hélio Galvão e Antônio Soares Filho, redigindo pedidos de ‘habeas corpus’ para os insurretos, ainda que não tivessem simpatias com a ideologia comunista, mas assim agindo em nome do sentimento ético e respeito ao direito de expressão, sustentáculo da democracia.
Na vida funcional foi Oficial de Gabinete da Interventoria do Estado no período de 1942 a 1943 – Rafael Fernandes, Assistente-Chefe do Serviço estadual de Reeducação e Assistência Social, Adjunto de Promotor em Ceará-Mirim, Procurador da LBA, eleito Procurador Judicial do Aéro Clube em 1948, Procurador contratado da Prefeitura Municipal de Natal, Secretário de Negócios Internos e Jurídicos da mesma Prefeitura, Procurador da Associação Norte-rio-grandense de Imprensa, Membro e Presidente do Conselho Penitenciário do Estado, Procurador do Estado, Consultor Geral do Estado em vários governos, como os de Dinarte Mariz, Aluízio Alves, Monsenhor Walfredo Gurgel, Tarcísio Maia e José Agripino, o que comprova a sua isenção política, sempre com um comportamento irreprochável.
A propósito, em singela homenagem que lhe prestou o seu ex-aluno Ivan Maciel de Andrade, em artigo publicado no jornal A Tribuna do Norte, assim testemunhou:
Acostumei-me a vê-lo, professor, sempre determinado a agir de forma criteriosa, ética, com o máximo de dignidade. Sem qualquer arrogância. Foi assim que serviu durante longos anos ao governo do Estado do Rio Grande do Norte no cargo de Consultor-Geral e de Procurador. Talvez a discreta inflexibilidade de suas atitudes tenha despertado incompreensões ou rejeições. Mas foi sempre o seu jeito de ser. E nada poderia modificá-lo. Nem ameaças nem tentadoras ofertas. Não sei se alguém teve o desplante de abordá-lo com propostas constrangedoras. Não acredito. A sua imagem e o seu conceito certamente evitaram que esse tipo de desrespeito ocorresse. A conduta das pessoas com o tempo cria uma blindagem a essas tentativas: sabe-se bem o que esperar de uns e de outros.
Uma breve incursão na carreira política o fez lograr eleição como Vereador à Câmara Municipal de Natal. No entanto, dois meses após a posse renunciou e nunca mais concorreu a qualquer cargo eletivo, por não ser do seu ideário e conflitar com sua carreira de advogado.
Atuou no jornalismo nos jornais A República, Diário de Natal e Rádio Poti, ao lado de intelectuais consagrados como Eloy de Souza, Edgar Barbosa e Eider Furtado.
Por todos esses predicados foi eleito imortal da nossa Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, em 30 de junho de 1976, ocupando a cadeira nº 39, cujo patrono foi o poeta Damasceno Bezerra e agora também na novel Academia de Letras Jurídicas do Rio Grande do Norte, ocupando a cadeira nº 16, em que é patrono o seu amigo Miguel Seabra Fagundes.
Na militância da advocacia, foi estagiário do causídico Hélio Galvão e também do Doutor Otto de Britto Guerra, logo se destacando e ganhando fama, para a qual dedicou mais de 60 anos de sua vida, com atuação notável, sendo o seu pensamento jurídico acatado com a força de uma verdadeira norma de conduta, sendo presença permanente nos templos da Justiça. Como advogado ocupou a vaga de jurista no Tribunal Regional Eleitoral do nosso Estado no período 1972 a 1974.
Na Ordem dos Advogados do Rio Grande do Norte foi várias vezes Conselheiro e seu Vice-Presidente. Foi o Primeiro Presidente do Tribunal de Ética, colaborador incansável na elaboração das mais importantes leis do Estado, notadamente em suas Constituições.
O seu escritório de advocacia tornou-se um ponto de referência, desde o primeiro na Av. Duque de Caxias, na velha Ribeira, como atualmente no da Rua Vigário Bartolomeu, no 6º andar do Edifício 21 de Março, com a visão do Potengi e a proteção do Padre João Maria, onde comparece para sua atividade profissional e orientação dos seus aprendizes, dentre eles, alguns seus descendentes, contabilizando uma atuação superior a 20 mil ações.
Certa vez foi indagado numa entrevista se alguma vez pensou em parar de advogar, tendo respondido:
“Nunca. Acho que quem escolhe uma profissão e depois abandona o seu ofício é um fracassado.”
Se orgulha de jamais ter cometido uma infração disciplinar e se preocupa com a explosão de faculdades de direito por todo o País.
Todas as autoridades públicas do Estado o consultaram durante toda a sua existência, notabilizando-se pela participação efetiva na elaboração de leis importantes, principalmente das reformas ou projetos das Constituições do Estado e da nossa legislação básica.
Permanentemente reverenciado por toda a sociedade, Professor Emérito da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, homenageado pela comunidade jurídica do estado em várias oportunidades, particularmente na que ocorreu em 05 de outubro de 2006, por ocasião da Quinta Jurídica, levada a efeito pelo Instituto Brasileiro de Direito Administrativo local e Justiça Federal do nosso Estado, cujo tema foi ‘O Estado Brasileiro na Época de Raimundo Nonato’ a cargo de eminentes figuras do mundo jurídico da nossa terra, a teor do Acadêmico Diógenes da Cunha Lima, Professor Eduardo Rabenhorst, Professor Honório de Medeiros e Jornalista Cassiano Arruda Câmara. Também o homenagearam na ocasião os Juízes Janilson Siqueira e Edílson Nobre Júnior. A Consultora Geral do Estado, Dra. Tatiana Mendes Cunha, em nome da Governadora Vilma de Faria entregou uma placa alusiva aos seus 61 anos de atividade profissional.
Recebeu recentemente a “Medalha AMARO CAVALCANTI”, criada na atual gestão da OAB/RN e considerada a comenda maior da Instituição, concedida uma única vez em cada administração, sendo esta a primeira, conferida a quem, por toda a sua vida, honrou o Direito e dignificou a Advocacia, tendo acontecido em emocional solenidade durante a XX Conferência Nacional dos Advogados, realizada em Natal, sendo saudada pela Dra. Tatiana Mendes Cunha e a comenda entregue pelo seu colega de turma, Dr. José Cavalcanti Neves, por deferência do Presidente da OAB/RN Dr. Paulo Eduardo Pinheiro Teixeira.
Na oportunidade de sua posse na Academia de Letras Jurídicas do Rio Grande do Norte, em 08 de dezembro de 2008 o Mestre Raimundo Nonato Fernandes foi consagrado por toda a comunidade presente.
Tem uma vida pacífica, cercado do carinho da família construída desde 16 de outubro de 1946 com sua esposa Bertha Ramalho Fernandes e das quatro filhas Ana Virgínia, Maria das Graças, Maria de Fátima e Ana Luíza, com seus genros e netos e bisnetos. Adotou um filho, Sérgio Antônio, já falecido.
Sua obra é muito vasta alcançando os campos da Literatura e do Direito, cuja relação poderá ser conferida em duas obras básicas – Sociedade e Justiça, de autoria de Eduardo Gosson e Academia Norte-Rio-Grandense de Letras Ontem, Hoje e Sempre -70 anos rumo à luz – volume II, do jornalista José Soares Júnior.
Parabéns Grande Mestre de todos nós, Professor Raimundo Nonato Fernandes.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Ivan Maciel. (artigo publicado na Tribunal do Norte de 06/9/2008)
AZEVEDO, Sheyla de. Memórias de Raimundo Nonato. Diário de Natal de 12/02/2006
CORREIA, Frank Tavares. (artigo na seção Nossos Mestres). Natal: OAB Notícias nº 99, nov/1999)
GOSSON, Eduardo Antonio. Sociedade e Justiça. Natal: DEI, 1998
NAVARRO, Jurandy. Oradores(1889-2000). Natal: 2000
MEDEIROS FILHO, João. Contribuição à História Intelectual do Rio Grande do Norte. Natal: 1983
OAB Notícias nº 115. Natal: ago de 2004
Revista ‘AUDIÊNCIA nº 1’, da ESA (OAB/RN). Natal: ago/out/1999
SOARES JÚNIOR, José. Academia Norte-Rio-Grandense de Letras Ontem, Hoje e Sempre -70 anos rumo à luz – volume II. Natal: 2007
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(*)CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES
Membro Honorário Vitalício da OAB/RN
Membro da Academia de Letras Jurídicas do RGN
Sócio Efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do RGN
Membro da União Brasileira de Escritores do RGN
Membro da Academia Macaibense de Letras
Sócio fundador do Instituto Norte-Riograndense de Genealogia
Sócio fundador da Associação dos Amigos do Instituto Internacional de Neurociências de Natal
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quinta-feira, 25 de novembro de 2010
A FESTA DE VALÉRIO MESQUITA
Um sucesso o lançamento do livro "Causos 2010". Uma multidão de amigos foram prestigiá-lo. VEJAM ALGUNS FLAGRANTES:
A Banda foi um sucesso, recordando os anos 60
Servidores do TCE Carlos, George e Marcos
Amigos importantes prestigiaram o lançamento
Este blogueiro com sua Therezinha cumprimentam Valério
Amigos Enélio, Therezinha e a poetisa Lúcia Helena
Valério e Carlos Rosso
Therezinha e a Procuradora Magna Letícia
Um sucesso o lançamento do livro "Causos 2010". Uma multidão de amigos foram prestigiá-lo. VEJAM ALGUNS FLAGRANTES:
A Banda foi um sucesso, recordando os anos 60
Servidores do TCE Carlos, George e Marcos
Amigos importantes prestigiaram o lançamento
Este blogueiro com sua Therezinha cumprimentam Valério
Amigos Enélio, Therezinha e a poetisa Lúcia Helena
Valério e Carlos Rosso
Therezinha e a Procuradora Magna Letícia
A MENTIRA TEM PERNAS CURTAS
Carlos Roberto de Miranda Gomes,
titular do “Blog do MIRANDA GOMES”.
Qualquer empreendimento que seja alimentado pela MENTIRA está fadado ao fracasso. Assim vem acontecendo com o “projeto da Arena das Dunas”.
Sem mistificar a história, tudo começou em 2007, com um estudo feito pelo Arquiteto Moacyr Gomes da Costa para adaptar o Machadão às exigências da FIFA para a Copa de 2014. Foi enganado pela “turma” - ERA A PRIMEIRA MENTIRA.
Embora aprovado o estudo pelos técnicos da FIFA, ainda em 2007, no regresso a Natal, à sorrelfa, foi desviado o foco da coisa para um novo local, no início de Pirangi, com o anteprojeto do Estrelão, da autoria de Glay Karlis . Este jovem arquiteto também foi escanteado - FOI A SEGUNDA MENTIRA.
Em 2008 começou a “farsa” com a contratação de um mega-projeto, elaborado por empresa estrangeira (ou não), mas com inexigibilidade de licitação, sem qualquer justificativa aos dois arquitetos que haviam atendido ao apelo dos “(Des)organizadores” da Copa 2014. Para isso foi realizada uma Audiência Pública na Assembléia Legislativa, ocasião em que usei a tribuna e solicitei a exibição do projeto. Não apresentaram, mas juraram que ele existia. ERA A TERCEIRA MENTIRA.
Em 2009 foi muito “oba-oba”, festas, entrevistas – uma delas em que participaram o Dr. Moacyr, um representante da empresa que elaborou o estudo da Arena das Dunas e a Secretária Magnólia Figueiredo. Nesse dia a cidade assistiu a humilhação ao Doutor Moacyr, quando sistematicamente cortavam o seu pronunciamento e exageravam a participação dos outros entrevistados. ERA A QUARTA MENTIRA.
No ano em curso, por sinal ano de eleição, a coisa ficou no total deslumbramento. Todo mundo era o dono da idéia e chegaram a derrubar a Creche Kátia Fagundes como prova do início da execução do projeto da Arena das Dunas, exatamente no dia em que aqui chegaram os representantes da FIFA-CBF, mas “andou penerando, andou chuviscando, mas chover não choveu!” (Dorival Caimi). Não faltaram as advertências do Deputado José Adécio e do Engenheiro Adalberto Pessoa para o amadorismo dos gestores. ERA A QUINTA MENTIRA.
Passadas as eleições a coisa continuou no compasso da conversa, enquanto o Estado e o Município amargam drásticas situações na saúde, educação e segurança, com paralisações, falta de medicamentos, de médicos, de professores, de policiais, de presídios, sucateamento da cultura. A PPP falhou, foi para outro “PQ”. É A ATUAL MENTIRA. “E agora, José!”.
Vamos ser sensatos. Por que não construir um novo estádio em outro local, já indicado por inúmeros profissionais, sem a necessidade de atrasar o cronograma com alguns meses de demolição do complexo Machadão-Machadinho etc. e o gasto desnecessário de alguns milhões de reais. Na verdade, o destino futuro do referido complexo desportivo atual será a sua adaptação à absoluta necessidade viária, pois aquele local já comprova engarrafamentos e inviabilidade de mobilidade regular se algo não for feito para a solução.
Insistir no projeto da Arena das Dunas no local onde hoje estão o Machadão e o Machadinho (Ginásio Humberto Nesi) é um desatino, um erro, um deslumbramento e/ou a ganância de quem está vendo $$$$$$$ pela frente.
Repito: Qualquer empreendimento que seja alimentado pela MENTIRA está fadado ao fracasso.
DEUS, PÕE JUIZO NA CABEÇA DESSA GENTE, E A GALERA TE AGRADECE SENHOR!
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
C U I D A D O - A L E R T A
NA AUDIÊNCIA PÚBLICA DE HOJE NÃO ACORREU NENHUM INTERESSADO NA LICITAÇÃO PARA A CONSTRUÇÃO DA ARENA DAS DUNAS.
A LEI 8.666/93, EM SEU ARTIGO 24, INCISO V - ESTÁ PREVISTA A DISPENSABILIDADE DE LICITAÇÃO "QUANDO NÃO ACUDIREM INTERESSADOS À LICITAÇÃO ANTERIOR E ESTA, JUSTIFICADAMENTE, NÃO PUDER SER REPETIDA SEM PREJUÍZO PARA A ADMINISTRAÇÃO, MANTIDAS, NESTE CASO, TODAS AS CONDIÇÕES PREESTABELECIDAS."
PODERÁ SURGIR ALGUMA INTERPRETAÇÃO QUE CONSIDERE PREJUDICIAL À ADMINISTRAÇÃO A REALIZAÇÃO DE OUTRO CERTAME E ENTÃO SE RESOLVER CONTRATAR DIRETAMENTE ALGUMA OUTRA EMPRESA (QUEM? QUAL?) E É AQUI QUE ESTÁ O PERIGO.
ALERTA - CUIDADO - ALERTA
terça-feira, 23 de novembro de 2010
De 26 a 28 deste mês de novembro acontecerá o II Encontro Norteriograndense de Genealogia no auditório do Centro Pastoral Dom Wagner, em Caicó.
No Encontro haverá palestras, mesas redondas, homenagens, dentre outras atividades que envolvem a genealogia das famílias do Seridó. Contaremos com a presença de estudiosos, pesquisadores e escritores de diversos estados nordestinos (RN, PB, CE e PE).
Um dos destaques do evento será a homenagem a Dom José Adelino Dantas que se hoje estivesse vivo estaria completando 100 anos. O Monsenhor Ausônio Tércio de Araújo presidirá a palestra que homenageará o centenário de seu nascimento. "Dom Adelino", foi um homem ligado as artes, a cultura e conhecedor profundo das origens das famílias do Seridó.
Maiores informações sobre o evento, através do e-mail:aryssonsoares@hotmail.com ou pelo telefone 9991-6516.
PROGRAMAÇÃO:
Sexta-Feira (26.11.10): 18:30 às 22:00;
Sábado (27.11.10): 07:30 às 12:00 / 14:00 às 17:00 / 19:00 às 22:00;
Domingo (28.11.10): 07:30 às 12:00.
Att. Arysson Soares
DOR INCOMUNICÁVEL
Públio José – jornalista
(publiojose@gmail.com)
A dor, principalmente a interior, aquela que fere a alma e dilacera o espírito, atinge as pessoas de todas as classes sociais, em qualquer tempo, em qualquer lugar. Dela ninguém escapa. Independentemente da posição social que ocupe, do poder aquisitivo alcançado, bem como do poderio político conquistado. A dor maltrata, subjuga, humilha, fragiliza qualquer um. É uma companheira indesejável no contexto de nossa existência. E, por maior que seja o esforço para não tê-la diante de si, ela está sempre presente, senhora absoluta do tempo, pairando soberana sobre os rumos da vida. Qualquer que seja a direção, ela está lá, planando sobre os fatos, feito carcará voando sobre a presa. Ricos e pobres a rejeitam; doutos e analfabetos tentam de todas as formas desviar-se dela; na cidade, no campo, a todo custo, todos querem se ver livres de sua companhia. Você, você mesmo, o que faria para se livrar da dor?
Não é preciso ser doutor no assunto para saber que existem vários tipos de dor. A dor física resultante de um acidente, de uma trombada com um obstáculo qualquer. A dor da decepção de outrem, de alguém próximo, de um amigo bem chegado, de um familiar.... Todas machucam bastante. Mas a dor mais dolorosa, mais intensa é aquela cujo autor é você – contra você mesmo. É uma ocorrência incomunicável pela sua própria natureza. Porque, para anunciá-la, você terá de se desnudar diante de alguém, expondo suas fraquezas e abrindo espaços interiores a outras pessoas. Espaços para os quais, até então, você só dava acesso a você mesmo. A mágoa de você contra você mesmo é incomunicável – pela sua própria essência. É essa qualidade, portanto, que faz dela uma experiência única e extremamente dolorosa.
Se a dor incomunicável é contada a alguém fere; se continua intocada no interior fere mais ainda, pelo peso, pela amargura e pelas conseqüências que começa a gerar – inexoravelmente. Quem carrega tal fardo (e quem não tem um para carregar?) enfrenta problemas terríveis, difíceis até de admitir a si próprio. Primeiramente, as culpas interiores lhe obrigam a se colocar na posição de acusador e réu ao mesmo tempo. Quando outros lhe acusam as saídas existem: um pedido formal de desculpas, o perdão, a retratação. Mas quando você ocupa o tribunal de sua mente na qualidade de promotor e culpado, qual a saída? Para quem apelar? Em segundo lugar, a dor incomunicável destrói a sua qualidade de vida. A tristeza, a amargura, a solidão passam a ser companheiras inseparáveis de sua existência.
O convívio com os outros torna-se uma experiência difícil de suportar. A alegria de terceiros machuca, dói. Sem perceber você fenece, murcha. O tempo passa, a vida desfila diante de você, mas nada mais lhe interessa. Às vezes você até se indaga: haverá uma saída? Terei chance algum dia de arrancar essa chaga de dentro de mim? Afinal, o que fazer? A partir de um determinado momento, tornando seu sofrimento ainda mais introspectivo, a dor incomunicável passa a lhe sugerir um desejo de morte. O suicídio, então, passa a ser considerado. O fascínio por uma solução final toma conta de sua mente. E agora, a quem se dirigir? Eis o dilema maior. Quem me ouvirá? Quem terá compaixão de mim? Quem entenderá meus motivos, minhas razões?
Num momento assim quanto você pagaria para encontrar a paz? Para voltar a viver e restabelecer seu equilíbrio interior? Entre os homens será muito difícil ter prontas as respostas que você tanto busca e a paz que você tanto almeja. Para um problema assim, só um interlocutor de primeira linha. Pronto a lhe ouvir – e com poder para lhe aliviar. Seu nome? Jesus. Jesus Cristo – o Filho de Deus. Afinal, foi Ele mesmo quem nos garantiu, segundo Mt. 11.28: “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei”. É lamentável, mas as pessoas normalmente esquecem da existência de Jesus e da capacidade extraordinária que Ele tem de propor soluções. De retirar de seus ombros a cruz que você carrega e de sarar a chaga que tanto lhe corrói a alma e o espírito. Para tanto, basta conversar com Ele. E, assim, suplantar a dor e torná-la inapta a infernizar sua vida. Pense. Só uma boa conversa basta. Só.
Públio José – jornalista
(publiojose@gmail.com)
A dor, principalmente a interior, aquela que fere a alma e dilacera o espírito, atinge as pessoas de todas as classes sociais, em qualquer tempo, em qualquer lugar. Dela ninguém escapa. Independentemente da posição social que ocupe, do poder aquisitivo alcançado, bem como do poderio político conquistado. A dor maltrata, subjuga, humilha, fragiliza qualquer um. É uma companheira indesejável no contexto de nossa existência. E, por maior que seja o esforço para não tê-la diante de si, ela está sempre presente, senhora absoluta do tempo, pairando soberana sobre os rumos da vida. Qualquer que seja a direção, ela está lá, planando sobre os fatos, feito carcará voando sobre a presa. Ricos e pobres a rejeitam; doutos e analfabetos tentam de todas as formas desviar-se dela; na cidade, no campo, a todo custo, todos querem se ver livres de sua companhia. Você, você mesmo, o que faria para se livrar da dor?
Não é preciso ser doutor no assunto para saber que existem vários tipos de dor. A dor física resultante de um acidente, de uma trombada com um obstáculo qualquer. A dor da decepção de outrem, de alguém próximo, de um amigo bem chegado, de um familiar.... Todas machucam bastante. Mas a dor mais dolorosa, mais intensa é aquela cujo autor é você – contra você mesmo. É uma ocorrência incomunicável pela sua própria natureza. Porque, para anunciá-la, você terá de se desnudar diante de alguém, expondo suas fraquezas e abrindo espaços interiores a outras pessoas. Espaços para os quais, até então, você só dava acesso a você mesmo. A mágoa de você contra você mesmo é incomunicável – pela sua própria essência. É essa qualidade, portanto, que faz dela uma experiência única e extremamente dolorosa.
Se a dor incomunicável é contada a alguém fere; se continua intocada no interior fere mais ainda, pelo peso, pela amargura e pelas conseqüências que começa a gerar – inexoravelmente. Quem carrega tal fardo (e quem não tem um para carregar?) enfrenta problemas terríveis, difíceis até de admitir a si próprio. Primeiramente, as culpas interiores lhe obrigam a se colocar na posição de acusador e réu ao mesmo tempo. Quando outros lhe acusam as saídas existem: um pedido formal de desculpas, o perdão, a retratação. Mas quando você ocupa o tribunal de sua mente na qualidade de promotor e culpado, qual a saída? Para quem apelar? Em segundo lugar, a dor incomunicável destrói a sua qualidade de vida. A tristeza, a amargura, a solidão passam a ser companheiras inseparáveis de sua existência.
O convívio com os outros torna-se uma experiência difícil de suportar. A alegria de terceiros machuca, dói. Sem perceber você fenece, murcha. O tempo passa, a vida desfila diante de você, mas nada mais lhe interessa. Às vezes você até se indaga: haverá uma saída? Terei chance algum dia de arrancar essa chaga de dentro de mim? Afinal, o que fazer? A partir de um determinado momento, tornando seu sofrimento ainda mais introspectivo, a dor incomunicável passa a lhe sugerir um desejo de morte. O suicídio, então, passa a ser considerado. O fascínio por uma solução final toma conta de sua mente. E agora, a quem se dirigir? Eis o dilema maior. Quem me ouvirá? Quem terá compaixão de mim? Quem entenderá meus motivos, minhas razões?
Num momento assim quanto você pagaria para encontrar a paz? Para voltar a viver e restabelecer seu equilíbrio interior? Entre os homens será muito difícil ter prontas as respostas que você tanto busca e a paz que você tanto almeja. Para um problema assim, só um interlocutor de primeira linha. Pronto a lhe ouvir – e com poder para lhe aliviar. Seu nome? Jesus. Jesus Cristo – o Filho de Deus. Afinal, foi Ele mesmo quem nos garantiu, segundo Mt. 11.28: “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei”. É lamentável, mas as pessoas normalmente esquecem da existência de Jesus e da capacidade extraordinária que Ele tem de propor soluções. De retirar de seus ombros a cruz que você carrega e de sarar a chaga que tanto lhe corrói a alma e o espírito. Para tanto, basta conversar com Ele. E, assim, suplantar a dor e torná-la inapta a infernizar sua vida. Pense. Só uma boa conversa basta. Só.
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
NATAL LUZ DE GRAMADO - RIO GRANDE DO SUL - LUGAR PARECIDO COM UMA PEQUENA BAVÁRIA.
UM BRASIL QUE EU NÃO SABIA EXISTIR
(diário de viagem de Ormuz Barbalho Simonetti)
“Foi por medo de avião, que eu segurei pela primeira vez na sua mão. Não fico mais nervoso, você já não grita e a aeromoça, sexy, fica mais bonita. . .”
No último mês de abril escrevi um artigo para o periódico O JORNAL DE HOJE, intitulado “Olhando Estrelas”, que tratava, entre outras coisas, de minhas limitações em viajar para outros lugares mais distantes, justamente pelo medo, ou melhor, pelo pavor que minha esposa sentia em voar de avião. E eu nem de longe cogitava a possibilidade de passar várias horas ou até mesmo dias, dirigindo por essas estradas mal sinalizadas e perigosas, principalmente pelo tipo de motorista que delas fazem uso. Condutores de grandes carretas que na maioria das vezes dirigem “rebitados” para cumprir extenuantes horários determinados pelos irresponsáveis proprietários de transportadores; motoristas que conseguiram suas habilitações no período precedem as eleições, que apadrinhados por maus políticos, se eximem de fazer os testes necessários para consegui-las; jovens e adultos que não se preocupam em dirigir seus veículos, depois de embriagar-se nas baladas etc, etc.
Pois bem, depois que ela leu o bendito artigo, já que só tomou conhecimento do mesmo depois que leu no jornal, começou a mudar um pouco esse quadro. Com estava menos resistente, aproveitei para lhe fazer promessas, até mesmo as que de antemão, sabia não poder cumprir-las. Tudo isso para encorajá-la a aventurar-se pelos céus do Brasil. Os filhos e amigos aproveitaram o ensejo para também motivá-la. Depois de algum tempo, já admitia a possibilidade de fazer a tal viagem de avião, mas sempre com ressalva: por enquanto, não quero pensar nisso.
No último dia 12 o medo foi vencido. Viajamos para a cidade de Gramado, na Serra Gaucha, para vivenciar o famoso Natal Luz. A viagem toda transcorreu sem maiores problemas. Sofri apenas alguns e fortes apertos na minha mão tanto nas decolagens quanto nas aterrissagens da aeronave. O mais, apenas as travessuras do meu neto que viajou com os pais e os avôs paterno para o mesmo destino.
O Natal Luz é composto de vários espetáculos, todos ligados a temática natalina e que traduz o espírito gaúcho nessa época do ano. Começa a ser encenado anualmente no mês de novembro e vai até o mês de janeiro do ano seguinte.
Dentre os espetáculos apresentados, um me chamou mais a atenção: o Nativitaten. É o mais consagrado entre os que são apresentados no Natal Luz. Compõe-se de um show de vários cantores líricos, que interage com um magnífico coral formado por jovens da região. Antes do início da apresentação, esses jovens desfilam segurando velas acesas e circulam todo o perímetro em volta do lago.
Esse desfile constitui uma visão deslumbrante, pois até então, toda a área esta completamente às escuras. Ao adentrar no local do espetáculo, os espectadores recebem um protetor de papel em forma de pira e uma vela, que em determinado momento, será acesa por solicitação dos organizadores. Quando isso acontece, todo aquele ambiente se reveste de uma beleza sem igual. Milhares de pontinhos luminosos dançam ao movimento dos braços dos espectadores que acompanham o ritmo das músicas natalinas, cantadas pelo coral.
Outro ponto alto é o belíssimo show pirotécnico que, em sintonia com a “dança das águas”, ganha vida com um impressionante jogo de luzes, deixando em êxtase toda a platéia que ao final do espetáculo aplaude calorosamente. Tudo isso acontece em um espaço chamado “Lago Joaquina Bier”, que fica em frente ao Hotel Laghetto, onde estávamos hospedados.
Confesso que ao ver aquele espetáculo de vozes harmoniosas, pirotecnia, águas, luzes e cores, me senti envergonhado ao lembrar a nossa desprezada e abandonada “Cidade da Criança” ou como eu aprendi chamá-la quando criança, Lagoa Manoel Felipe, o nosso espaço é exatamente igual aquele lago, no tamanho e na localização. Ambos localizam-se no centro de bairros residenciais de classe média alta. Mas as coincidências param por aí. Em Gramado o Lago Joaquina Bier, é bem cuidado e bem tratado pelo Poder Público, rende durante todo o ano, divisas para o município e embeleza ainda mais, se é que isso é possível, aquele pedaço de chão.
A nossa Cidade da Criança: coitada, maltratada, explorada de todas as formas que possam imaginar, morre aos pouco. Suas águas que poderiam conservar-se límpidas, já que nascem ali mesmo naquele chão, ao contrário, são escuras, fétidas, contaminadas com as águas que correm pela sarjeta, além de esgoto de dejetos humanos de áreas próximas.
Um fio de esperança aconteceu quando em 2009 o contrato de número 161/2009 publicado no Diário Oficial do Estado em 9/12/2010, para sua recuperação, foram alocados a importância de R$ 8.5000.000,00 (oito milhões e quinhentos mil reais), sendo 7.200.000,00 para realização da obra e R$ 1.300.000,00 para aquisição de materiais e equipamentos. (Tribuna do Norte 9/12/2009). Iniciaram-se as obras, mas logo foram paralisadas deixando a pobre Lagoa Manoel Felipe, mais uma vez a espera de um milagre. Não sabemos quanto desses recursos foram aplicados.
Será que algum dia as crianças e a nossa cidade são beneficiados dos R$ 8.500.000,00(oito milhões e quinhentos mil reais) que foram alocados para sua recuperação? Confesso, tenho cá minhas dúvidas.
Conheci um Brasil diferente. Gramado é um município com pouco mais de 30.000 habitantes, sendo 90% de sua fonte de renda proveniente do turismo, onde recebe anualmente cerca de 2,5 milhões de turistas.
Algumas coisas me chamaram a atenção. Nos oito dias que estive na cidade, não consegui escutar nenhuma buzina de automóvel. Cheguei a pensar que os carros que por lá circulavam não dispunham desse acessório tão utilizado nas ruas de nossas capitais. Observei incrédulo, que os pedestres quando se aproximavam das faixas destinadas a eles, os carros diminuíam a velocidade e ao menor sinal de que pretendem atravessar a rua, os veículos imediatamente paravam. Tive vontade de rir imaginando a cena de alguém fazendo isso aqui em nossa Natal. Logo que pusesse o pé na faixa sem o devido cuidado de olhar para todos os lados por mais de uma vez, com sorte, no mínimo ficaria sem a perna.
Não se ouvia ninguém falando alto nem andando pelas ruas cobrindo a orelha com um celular. Chamou-me a atenção um vendedor de “mega sena” que falava um pouco mais alto na tentativa de atrair algum cliente. Aproximei-me dele e perguntei: de onde o senhor é? E ele reconhecendo meu sotaque nordestino, falou meio agauchado, - de Pernambuco tchê, vai levar uma? Agradeci e continuei minha caminhada.
Na cidade não existe “sinal” de transito. O único que tinha a Prefeitura achou por bem substituí-lo por uma rótula, há mais de cinco anos. Mesmo que tivesse, certamente não iríamos nos deparar com aqueles garotos que infestam nossos “sinais” munidos de uma garrafa peti cheia de água, que na tentativa de limpar o para brisa dos carros em troca de uma moeda, muitas vezes terminam por sujá-los ainda mais. Não existe a figura do “flanelinha”. Não vi mendigos nem pessoas maltrapilhas circulando pela cidade. Enfim, nada que denotasse pobreza.
Procurei conversas com pessoas da região para saber o segredo daquilo que para mim, era totalmente inusitado. E novamente senti-me envergonhado quando o interlocutor me respondeu com a maior simplicidade: o segredo é elegermos um administrador sério, comprometido com a cidade e a população. Relatou-me que dentre outras ações promovidas pelos dirigentes municipais, está a educação da população, principalmente por ser uma cidade eminentemente turística que lida anualmente, como já disse, com 2,5 milhões de visitantes vindos de todas as partes do Brasil e do mundo. Em contrapartida a população responde com a valorização dos bons administradores. O atual prefeito Nestor Tissot, era o vice do anterior, Pedro Henrique Bertolucci, que entre idas e vindas, já governou o município por 18 anos.
No primeiro dia que chegamos, a cidade foi tomada por um denso nevoeiro que mal dava pra enxergar o outro lado da rua. Foi aí que comecei a ouvir um gorjeio que me pareceu familiar. Procurei entre as árvores e nada pude ver, pois o nevoeiro a cada instante ficava mais denso. No outro dia, com a sua dissipação já era possível enxergá-la. Chegou-me novamente aos ouvidos aquele mesmo canto. E lá fui eu mais uma vez tentar identificar o seresteiro que tantas boas lembranças me traziam. Depois de um bom tempo de procura, pude avistar em cima de um dos casarões em estilo europeu, o que o meu subconsciente já havia identificado. O amarelo ouro do nosso canário da terra. O mesmo que em meus tempos de criança e adolescente voavam em bandos na fazenda de meu pai e por todas as cidades do nosso interior. Hoje infelizmente em nossa região, já faz parte da grande lista dos pássaros ameaçados de extinção. Senti naquele instante que nem tudo estava perdido, pois na longínqua Gramado, o nosso canário da terra esta totalmente a salvo das mazelas que praticamente o extinguiram em nossa região.
Mas como todos sabem o melhor de uma viajem é o retorno para casa. Parafraseando o escritor José Américo, “voltar é uma forma de renascer. Ninguém se perde na volta. Mas, ao chegar em casa, logo precisei viajar para a praia da Pipa, distante 80 quilômetros de Natal, percurso que com a conclusão da BR 101 no trecho Natal/Goianinha, fazemos em pouco mais de uma hora de viajem. Fui surpreendido com uma observação vindo de minha esposa nunca dantes escutada: - essa viagem pra Pipa é muito cansativa! E logo me veio a interrogação: será que agora, por não ter mais medo de voar, ela esta cogitando fazê-la de avião?
Natal, 19 de novembro/2010.
_______________
Jornal de Hoje
ORMUZ BARBALHO SIMONETTI (Presidente do Instituto Norte-Riograndense de Genealogia-INRG, membro do IHGRN e da UBE-RN)
www.ormuzsimonetti@yahoo.com.br
domingo, 21 de novembro de 2010
HOJE É O DIA MAIOR DE NOSSA SENHORA DA APRESENTAÇÃO
PADROEIRA DE NATAL
HistóriaEm 21 de novembro de 1753, um grupo de pescadores encontrou um caixote de madeira encalhado em umas rochas na margem direita do Rio Potengi, na frente da Igreja do Rosário, na atual Pedra do Rosário, em Natal, no Rio Grande do Norte.[1] Dentro do caixote, havia uma imagem de Nossa Senhora do Rosário e uma mensagem: Aonde esta imagem aportar nenhuma desgraça acontecerá.[2] Os pescadores avisaram sobre a descoberta ao Vigário da Paróquia, Pe. Manoel Correia Gomes, que se dirigiu ao local e logo reconheceu que se tratava de uma imagem de Nossa Senhora do Rosário. Porém, como o dia 21 de novembro é o dia da Apresentação de Maria ao Templo de Jerusalém, a santa foi batizada como Nossa Senhora da Apresentação e proclamada Padroeira da Cidade de Natal. A antiga Catedral de Natal, atual Igreja de Nossa Senhora da Apresentação, localiza-se na Praça André de Albuquerque. Lá, no dia 25 de dezembro de 1599, foi celebrada a primeira missa na cidade, pelo padre Gaspar Moperes.
Hino a Nossa Senhora da ApresentaçãoTu quiseste um dia trazer alegria ao nosso cantar. / E vieste Maria com Jesus nos braços, nas ondas do mar... / Pescadores te acharam, com amor te acolheram, Ó Mãe sem igual! / Entre o Potengi e as águas tranqüilas do mar de Natal!
Escolhestes, por amor, nossa terra prá aqui, vir morar... / Virgem Mãe do Senhor a teus pés nós viemos rezar.
Vinte e um de novembro, o dia feliz de tua aparição, / e nós te festejamos, ó Nossa Senhora da Apresentação. / Hoje a felicidade traz toda a cidade à tua Catedral. / Prá louvar-te Maria, que escolheste um dia teu trono em Natal.
Escolhestes, por amor, nossa terra prá aqui, vir morar... / Virgem Mãe do Senhor a teus pés nós viemos rezar.
Tens na fronte a coroa, Rainha da Paz do amor e do perdão... / És a Mãe terna e boa, / Rainha que reina com o terço na mão. / Teu olhar de bondade, onde a serenidade, nos dá proteção. / Tens Jesus em teus braços, és Nossa Senhora da Apresentação.
Escolhestes, por amor, nossa terra prá aqui, vir morar... / Virgem Mãe do Senhor a teus pés nós viemos rezar.
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FONTE: WIKIPÉDIA
Não pensem que é inusitado - um americano colocando mensagem para os abcedistas. O faço em homenagem a grandes e velhos amigos torcedores do ABC: Professores Raimundo Nonato, Eider Furtado, Adilson Gurgel e aos valorosos Ernani da Silveira, Fred Menezes, Joãozinho e Rubinho Lemos.
PARABÉNS ABC FUTEBOL CLUBE. VALEU O TÍTULO PARA ENGRANDECIMENTO DA TERRA POTIGUAR.
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