sábado, 24 de agosto de 2013

OPINIÕES
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OS MÉDICOS CUBANOS E OS GROTÕES

Honório de Medeiros

Consta que estão vindo por aí os tais médicos cubanos para trabalhar nos grotões. Segundo alguns, um bom número, aliás, viriam para fazer proselitismo político para o PT, nos mesmos moldes acontecido na Venezuela enquanto parte da estratégia de Chávez para se perpetuar no Poder. O PT e o Governo negam, claro. Só o tempo dirá quem tem razão.
Se o projeto do PT é, realmente, utilizar os médicos cubanos para fazer proselitismo político nos grotões, sejam esses rurais ou urbanos, sejam nas grandes ou pequenas cidades, eu, particularmente, não acredito que seja bem sucedido.
Esses grotões, eu os conheço bem. Meus pais são de lá. Meu pai nascido em São João do Sabugi, minha mãe em Pau dos Ferros. Alguns anos atrás coordenei uma campanha para Governador no Alto Oeste, a de Geraldo Melo, e duas para Prefeito de Pau dos Ferros. E perdi as contas das campanhas das quais participei em Natal, indo aos seus grotões, lidando com seus eleitores e líderes.
Pois bem, há dois obstáculos, e grandes, a serem destruídos ou contornados, para que esse projeto de proselitismo, se é que ele existe, possa ser bem sucedido. O primeiro é quanto à infraestrutura para o atendimento do povo que será consultado pelos cubanos. Hoje não existem remédios, exames laboratoriais, seringas, gazes, algodão, fio cirúrgico, luvas, e fico por aqui que é até onde sei, nos grandes hospitais, quanto mais nos postos de saúde, pequenos hospitais, casas de saúde, maternidades, espalhados por esse Brasil afora e adentro.
O cubano vai examinar, depois receitar ou encaminhar, ou os dois, e então? O que se segue? Das duas uma: o paciente procura a liderança a quem é vinculado, seja vereador, seja líder comunitário, seja Prefeito, seja qual liderança seja, e há de se repetir o mesmo processo que acontece no Brasil desde os tempos coloniais, qual seja a liderança condicionar a liberação do pedido à votação em seus candidatos, ou o paciente busca resolver seu problema gastando do próprio bolso. Nesta hipótese do paciente bancar suas despesas do próprio bolso duvido muito que ele vincule seu voto a qualquer liderança da qual não depende.
E o segundo obstáculo diz respeito a como a "política" é concretamente realizada no Brasil, hoje, em seus grotões. Em uma ponta está o eleitor fragilizado economicamente; na outra, aquele do qual depende para a solução dos seus problemas de saúde, que é a liderança local, base de uma estrutura que se estende até o topo, e que detém, em suas mãos, a possibilidade de lhe conseguir ambulância, caixão-de-defunto, remédio, internação, exames, cirurgias, e assim por diante.
Esse eleitor vota em quem sua liderança pedir, digamos assim, eufemisticamente. E essa liderança segue, visceralmente, o Prefeito, nas pequenas cidades, ou o Vereador/Deputado, nas grandes. E os Prefeitos e Vereadores/Deputados não necessariamente acompanham o PT. Nem permitirão, em qualquer momento, que haja proselitismo político, em suas bases, contrário aos seus interesses político-partidários.
E lá vem a consequência: os tais cubanos serão monitorados dia-a-dia, hora-a-hora pelas lideranças que são a base do "edifício" político-partidário brasileiro nos grotões. Se não se adequarem, adeus! Tudo vai dar errado para eles, literalmente tudo...
É uma questão de sobrevivência. Sei como acontece. Vi acontecer.
Portanto...
No mais é somente dizer o que até as pedras sabem: o SUS é uma farsa. E onde é seu elo mais frágil? Nos grotões. Se o SUS funcionasse como planejado, não haveria esse encurralamento do eleitor mais frágil. Ele não dependeria do seu "coronel". É por essa razão que os municípios dos grotões não acabam, nunca, com a "ambulancioterapia".
É simples assim.
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AINDA OS MÉDICOS

     De um governo não se pode esperar leviandades, muito menos mentiras posto que o governante eleito deve se fazer credor da confiança e da esperança dos seus eleitores ao passar a ser responsável pelo bem estar da população, sem distinção de aliados e contrários. Vai daí a obrigação de gerir uma equipe capaz de equacionar os problemas urbanos existentes por meio de planejamentos inteligentes e da formulação de projetos viáveis a fim de bem empregar os recursos disponíveis.
     Nos dias atuais, o que se vê é a improvisação que ganha vulto com a proximidade de novas eleições já que há necessidade de impressionar bem os eleitores e assim conquistar votos. Nessa conjuntura, a presunção é que os governantes são expertos e julgam idiotas os eleitores.
     Atentemos para o caso da saúde como direito constitucional de todos e dever do Estado. Constata-se, com facilidade, a falta de políticas sociais e econômicas capazes de reduzir o risco de doença e de assegurar a recuperação da saúde, bastando um rápido exame das precárias condições da assistência médica pública em nosso redor. Tudo é deficiente!
     Mais uma vez ganha notoriedade o “jeitinho” brasileiro encontrado com a importação de médicos, desprezando-se requisitos de capacitação técnica normalmente exigíveis, conforme legislação vigente, pois o objetivo maior é eleitoral e não a saúde. Evidentemente, trata-se de um remendo ou melhor dizendo, de um esparadrapo na relevante obrigação estatal da saúde trocada pelo adágio popular que diz : “em terra de cego, quem tem um olho é rei”. A campanha eleitoral que se avizinha impõe o imediatismo de uma resposta positiva ao cidadão, máxime os afastados dos grandes centros urbanos, normalmente carentes de meios de proteção e/ou recuperação de sua higidez.
     A novidade da medida governamental, se por um lado vai agradar ao eleitor, do qual o voto e não a saúde é o alvo, por outro desnuda a fragilidade da situação existente que apenas será aliviada no curto prazo de sua validade: três anos prorrogáveis por mais três, o que foi considerado suficiente para a consecução do objetivo maior. Se nas metrópoles é precária a questão de assistência médica não só pela insuficiência de recursos humanos, mas também pela falta de leitos hospitalares, de equipamentos, de remédios e outras coisas afins, que imaginar dos municípios interioranos? Certamente, isso não é ignorado como não o é a certeza de que o eleitor gostará de esperar menos por um eventual atendimento, embora precário, em consequência da chegada de um novo médico. Seria saudável a iniciativa se fosse coordenada com um planejamento de melhoria da infraestrutura. As modernas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e as de Pronto Atendimento (UPAs) abrem e fecham com a mesma facilidade, evidenciando descaso com os investimentos feitos, que serão repetidos após as eleições. Conjectura-se agora se os municípios a serem beneficiados disporão de recursos financeiros para o seu novo encargo de fornecer moradia aos novos médicos acompanhados dos seus dependentes quando, via de regra, não os tem para as UBS e UPAs. De que adiantará o encurtamento da fila de espera de consulta se permanecer a inexistência de meios?
      Gostaria de estar aplaudindo a iniciativa oficial, mas sou forçado a concordar com o economista César Benjamim ao dizer que “no Brasil predomina o império da improvisação, do marketing e da corrupção”! Cabe ao povo refletir e votar com a sua consciência.
(Gen Ex José Carlos Leite Filho – linsleite@supercabo.com.br – 21/08/13)
(Publicado no “O Jornal de Hoje”de 22/08/13-Natal/RN)
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Dr. Rosinha: Médicos estrangeiros são bem-vindos

publicado em 17 de julho de 2013 

por Dr. Rosinha, especial para o Viomundo
Desde que o governo divulgou que estaria aberto a receber médicos estrangeiros para trabalhar no Brasil a polêmica se instalou.
Nesta polêmica ouço de tudo: xingamentos, ameaças, boas justificativas a favor e contra a entrada de médicos estrangeiros. Há, inclusive, em algumas manifestações, xenofobia.
No noticiário sobre o tema predomina a posição das entidades representativas dos médicos, que são contrárias. Nas empresas privadas de comunicação (rádios, TVs e jornais) raramente aparece a posição de alguma entidade de profissionais da saúde pública que vive mais de perto o problema e que poderia defender a iniciativa ou de cidadãos que hoje não têm acesso ao médico.
Mas, faltam ou não médicos no Brasil?
Segundo dados do Ministério da Saúde, se comparado com outros países falta. Divulga o Ministério que no Brasil há 1,8 médicos para cada mil habitantes. Na Argentina são 3,2 médicos para mil habitantes, no México 2,0 médicos e, na Espanha, essa relação sobe para quatro médicos.
Já segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM) não faltam médicos, o problema está na distribuição de médicos pelo país. A título de exemplo, cita a região Sudeste possui 2,67 médicos por cada mil habitantes ao passo que a região Norte tem apenas 1,01 médicos para mil pessoas.
À luz da realidade do dia a dia falta médico no Brasil. Basta ir para o interior e verificar que há centenas de municípios que não tem nenhum profissional trabalhando, mesmo que ofereça um salário estratosférico, daqueles que o município não consegue pagar, não aparece o profissional.
Dados apontam que o Brasil precisaria ter hoje mais 168.424 médicos para possuir uma boa relação no número de profissionais para cada mil habitantes. Este déficit, que é um dos principais gargalos para ampliar o atendimento no Sistema Único de Saúde vem sendo enfrentado com algumas medidas por parte do Governo Federal, como a concessão de desconto na dívida do Fies para o médico que atuar na atenção básica de municípios prioritários, e o Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica (Provab), que atrai médicos para áreas com carência desses profissionais.
Em que pese o caráter positivo dessas medidas, não são suficientes para sanar a falta de médicos no interior e na periferia das grandes cidades.
O que a população quer é o atendimento médico e a proposta do governo é justamente isto. Primeiro dá preferência ao médico brasileiro e, caso as vagas não sejam preenchidas, completa com médicos estrangeiros. Esses médicos atuariam exclusivamente na rede pública de saúde e apenas nas cidades em que não houver interesse dos brasileiros.
Outra crítica que tenho ouvido é que o Brasil importaria profissionais de formação duvidosa. Ora, o governo não é irresponsável para trazer qualquer profissional. Um dos critérios para a entrada desses médicos será a qualidade da formação e chegando aqui serão avaliados por três semanas em instituições de ensino.
São muitos os países que buscam médicos no exterior. Só um parêntese: é mais barato buscar um bom profissional no exterior que formá-los no próprio país.
Não somos o primeiro país a buscar médicos de fora para enfrentar a falta de profissionais no interior do país. No Reino Unido 37% dos médicos são estrangeiros e nos Estados Unidos cerca de 20%.
Há outro debate: se não tem infraestrutura onde o médico vai trabalhar? Há muitos postos de saúde construídos em muitas localidades com os demais profissionais já contratados, porém não há o médico. Neste caso é fácil: é só contratar o médico. É isso que o governo propõe.
Onde não há unidade básica de saúde ou qualquer outra local onde o médico possa trabalhar, é mais fácil construir com o profissional já disponível, que construir para depois ir atrás do médico.
Mas, para sanar a falta de estrutura o governo não só está propondo a contratação de médicos, mas também esta disponibilizando R$ 1,4 bilhão para obras em 877 Unidades de Pronto Atendimento (UPA).
Nos últimos dois anos, os recursos destinados à melhoria dos serviços de saúde da rede pública chegaram a R$ 7,1 bilhões. Pela primeira vez, foram investidos R$ 2,1 bilhões para reforma, ampliação e construção de 14.671 Unidades Básicas de Saúde. Para essas unidades, estão sendo adquiridos 4.991 equipamentos, no valor de R$ 415 milhões. É importante fazer estes registros porque muitos dos críticos não têm conhecimento desses investimentos.
Durante as audiências públicas na Câmara dos Deputados, o Conselho Nacional de Saúde ressaltou que as universidades públicas e particulares não preparam os alunos para o trabalho na rede pública – há preconceito e resistência por parte dos estudantes quanto a trabalharem nos serviços de atenção básica de saúde e fazer carreira no SUS.
Para dar resposta a isso é que o governo propõe uma mudança profunda na formação do médico: a obrigatoriedade de prestar serviço ao SUS ao final da formação profissional. Há protestos quanto a isso. Mas o governo não está alterando a regra durante o jogo, pois definiu que isto vai ocorrer aos futuros alunos, aos que estão para entrar nos cursos de medicina. Portanto ao começar o curso de medicina o estudante já sabe da regra.
Propõe também o governo ampliar as vagas (11.947 novas vagas de graduação) nos cursos de medicina no país, principalmente nas áreas onde há poucas instituições. Ainda propõe a criação de 12.000 vagas de residência médica, com foco nas áreas prioritárias da rede pública, além de promover melhorias nas condições de trabalho.
Sabemos, no entanto, que essas são medidas de longo prazo. E, para atender às necessidades de hoje, precisamos, sim, trazer também profissionais de fora. Muitos países fizeram isso para enfrentar a dificuldade de levar médicos ao interior e tiveram sucesso nessa iniciativa. Temos um mercado em crescimento e, por causa disso, nos próximos anos devem ser criados até 35 mil postos de trabalho para médicos.
A contratação de médicos de outros países não é a solução definitiva para resolver os problemas no atendimento dos cidadãos na área da saúde, mas contribui para a melhoria dos serviços de forma emergencial.
E essa não é uma discussão partidária, eleitoreira nem corporativista. Tampouco é eleitoreira como os demagogos e sem argumentos insistem. Temos que pensar no que é melhor para quem espera por atendimento nos postos de saúde e hospitais.
Dr. Rosinha é médico, deputado federal (PT-PR) e presidente da Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF) da Câmara dos Deputados.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013



AUTORIDADE, PODER E DIÁLOGO
PADRE JOÃO MEDEIROS FILHO (pe.medeiros@hotmail.com)
Os evangelistas narram a admiração dos ouvintes de Cristo, diante de seus ensinamentos. “Ele falava como quem tem autoridade, não como os escribas” (Mt 7, 20). Autoridade é um termo latino, derivado de auctoritas, de onde provém também a palavra autor. Pode-se inferir que o vocábulo em latim não significa, em princípio, poder. Alguém se reveste de autoridade, quando cria, inova, mostra originalidade. Um mestre, chefe, religioso ou pai a possui, enquanto apresenta algo de novo e, por isso, é respeitado. Os contemporâneos de Jesus eram meros repetidores. Quem tem autoridade não impõe, propõe; não dita, dialoga; cativa, não amedronta; é seguido, não obedecido por temor. A mensagem de Jesus, repleta de novidade, era diferente daquela dos doutores da lei, escribas e fariseus. Daí, a palavra Evangelho. Ensinou, em vez de vingança, perdão; de ira, mansidão; de incompreensão, benevolência; de arrogância, ternura; de presunção, humildade; de ódio, amor e misericórdia. É sempre atual a prece de Moisés Ben Maimônides, o Espanhol: “Senhor retira de mim a ideia do poder e no meu coração põe algo de novo, cheio de afeto e amor”.
“Todo poder vem de Deus” (Rm 13, 1), afirma São Paulo. No entanto, é mister entender as palavras do apóstolo, do ponto de vista bíblico e semântico. O étimo deriva de potere, cujo presente do indicativo é possum, de onde se origina posso. A conotação da palavra é indispensável para a vida humana e social. Possum (de post+sum) significa ser depois, estar após, o que vem em segundo plano. O poder, portanto, deve vir não em primeiro lugar, mas complementar o homem e não o destruir. É-nos dado para aperfeiçoamento do outro. Eis, pois, o sentido da expressão de Paulo. Deus no-lo concede para ajudar o homem na sua perfeição. Assim, perceberemos que ele é serviço, nunca dominação, proveito, mordomia, exploração, e sim capacidade de vir após o outro para ajudá-lo e completá-lo. Desta forma, devem caminhar todos os poderes, nas diferentes esferas da sociedade.
A consequência da autoridade e do poder é o diálogo.  O termo provém do grego diá+logos (que significa palavra que vem através ou a favor de). Cristo dialogava porque os possuía verdadeiramente: “Todo o poder me foi dado no céu e na terra” (Mt 28, 17). Quando alguém, em casa, na empresa ou na Igreja, exclama: “Aqui, quem manda sou eu”, é porque está inseguro e desprovido daqueles atributos. Estes não se expressam pela força, mas pela capacidade de ouvir e responder de forma justa e coerente. Quando Cardeal de Buenos Aires, Bergoglio dizia: “Para dialogar, é preciso ter o coração aberto para escutar. À medida que o homem tem mais fé, ele fecha menos portas, pois sabe em quem está apoiado”.
Vivemos numa sociedade de inúmeras reuniões, congressos, conferências e muitas falas, mas pouco diálogo. Vários se isolam, temendo que o outro possa destruir sua identidade. No Brasil de hoje, envolto em manifestações, passeatas e greves, os cidadãos ressentem-se de monólogo. Não podemos esquecer que dialogar é divino. Temos no Gênesis as duas primeiras tentativas. Partem de Javé. A primeira mostra-nos Adão, escondido e com vergonha, cheio de desculpas e escusas.  Na segunda, Deus pergunta a Caim: “Onde está o teu irmão”. Ele respondeu, com uma evasiva: “Não sei. Por acaso sou guarda do meu irmão”? (Gn 4, 9).  O diálogo é sagrado, oriundo do âmago divino, palavra celestial. Cristo se fez Verbo e quis habitar entre nós. O Eterno quis falar sempre conosco, porém, fechamo-nos uns para os outros e para o próprio Criador. Deus não cerra suas portas ao ser humano. O evangelista João apresenta-nos uma alegoria, em que define Cristo como sendo a Porta. O Papa Francisco entendeu tudo isso e afirmou: “Abramos as portas da Igreja, deixemos entrar quem quiser, pois enquanto católica, deve ser a casa de todos os filhos de Deus”.

MINHA HOMENAGEM AO DIA DO FOLCLORE 

através da verve de um poeta potiguar
Foto: Gibson Machado
Texto: Ivam Pinheiro

Minha homenagem ao Dia do Folclore, e é claro as felicitações de reconhecimentos
 e agradecimentos aos personagens da história, batalhadores cotidianos que com seus trabalhos de suor, angústia e alegrias de fazer o que gostam, em muito dignificam o fazer cultura e artes no chão potiguar. Em nome de todos quero
dedicar esse poema aos amigos pesquisadores e incentivadores da boa cultura popular potiguar -Gimalves Gma e Gberg Costa.

DE POESIA E FOLCLORE.
Ivam Pinheiro.

Folclore...
É o sentir popular.
Amar e ter toda fé
na aura da alma do povo.

Chás medicinais e comidas.
Boi de reis e o coco zambê
Fadango, congos e lapinha.
Caboclinhos que caminham
indios e espontão a vencer
e a romanceira versa vidas.

As estórias nos cordéis.
Parlendas, voz cantada.
Pavão misterioso – céu
de boi bumbá calembá.
Pastorinha traz o tema:
verso popular e poesia.
Fita azul ou encarnada
dos folguedos e magia.

Capelinha de melão, o são joão.
Banderinhas e dança a araruna,
Malhação do judas e tear a fiar
crendices e loucas superstições
de lobisomens - lendas do lugar.
Mau olhado só boa reza apruma.

Folclore...
É sabedoria do lugar.
Cantar, dançar e rir até
alegrar o coração de novo. 


Natal, RN, Brasil, 22.08.2013.
23 h: 13 min. - 23 h: 55 min.

Brincante do Folclore - Foto: Gibson Machado.
Imagem disponível na página pessoal do autor
na rede social "Facebook" - em 23.08.2013