sábado, 18 de novembro de 2017

O papel do Judiciário
Ivan Maciel de Andrade


Os ministros do Supremo Tribunal Federal têm, naturalmente, total liberdade para interpretar a Constituição de acordo com as teses e convicções jurídicas que adotem. E também de prestarem as declarações públicas que bem quiserem. Mas não podem esquecer que o seu comportamento serve de modelo para o Poder Judiciário de todo o país. E nem tampouco desconsiderar o fato de que suas decisões estão balizadas pelo texto constitucional como existe e vigora no momento em que a Carta Magna é aplicada. Ao se arvorar o Judiciário em legislador tripudia sobre o princípio, sustentáculo do regime democrático, da tripartição dos Poderes, “independentes e harmônicos entre si” (CF, art. 2.º).

É interessante e reveladora a análise, sob essa ótica, de declarações feitas pelo ministro Luiz Fux do STF em recente entrevista à imprensa. Ao ser indagado sobre a decisão do STF relativa ao afastamento do senador Aécio Neves do mandato, disse: “Decisões mais graves já haviam ocorrido. O ex-senador Delcídio Amaral foi preso, o ex-deputado Eduardo Cunha foi afastado da Câmara. E o Parlamento não se manifestou. Então o Judiciário partiu da premissa de que estava no caminho certo. Quando surgiu o caso de Aécio, o Supremo agiu como vinha agindo. E houve a reação.” Isso é tudo! 

Ao que se infere, no caso do senador Aécio, o STF tentou manter um paradigma decisório utilizado em dois casos anteriores. No entanto, diante da “reação” do Senado, o Supremo Tribunal sufragou, por voto de desempate, uma nova orientação. O que chama a atenção nessa mudança de entendimento é que ela não decorreu de melhor exame da Constituição (art. 53, § 2.º) que conduzisse a Corte a rever o anterior convencimento. Decorreu da “reação” do Senado, segundo o ministro Fux.

Diante disso, se estabeleceu uma esdrúxula duplicidade de critérios. E não como fruto de divergências jurídicas surgidas na exegese do texto constitucional. Mas por motivos de natureza extrajurídica, por mais relevantes que pudessem ser. E eram relevantes, sim, contudo extrajurídicos. 

Nessa altura sobressai, como consequência, um insólito desapreço ao princípio da isonomia ou da igualdade de todos perante a lei, “sem distinção de qualquer natureza” (art. 5.º, “caput”, da CF). A transgressão desse princípio fere gravemente a ordem jurídica. E desacredita o Judiciário. Qual o critério que vai prevalecer a partir de agora acerca da controvertida interrupção do mandato popular?

É evidente que existe uma expectativa por parte dos mais diferentes segmentos sociais de que o Judiciário consiga afastar da vida pública corruptos de variados matizes ideológicos e das mais diversas siglas partidárias que protagonizam a grande tragédia ética nacional. Mas essa expectativa não pode (obvio!) levar o Judiciário a proferir decisões que excedam suas atribuições constitucionais.

Pode-se chegar, anomalamente, a uma situação em que, de tanto atender a apelos populares e da mídia, o Judiciário se torne refém dessas concessões. E, em tal estágio, não se esperaria mais que o Judiciário proferisse suas decisões com base em provas e argumentos jurídicos. Bastaria clamar por decisões em tal ou qual sentido, que elas viriam para – “o bem de todos e felicidade geral da Nação”.






Convite

A Cooperativa Cultural têm o prazer de convidá-lo para o lançamento do  livro "When ESL College Students Write – the influence of prompt selection on their perceptions of task, teacher and text" do autor Edilson Souza, na Cooperativa Cultural da UFRN.


Local:
Cooperativa Cultural

Centro de Convivência Djalma Marinho/Campus central UFRN

Data e hora
20 de Novembro de 2017 às 16h (Segunda-feira)

N A T U R E Z A





BOM DIA
 
Os arancuãs são presentes
que todos os dias nos dá
o rio Pium
 
E o seu canto
a esperança
em cada amanhecer
 
 

                        (Horácio Paiva)

sexta-feira, 17 de novembro de 2017


VIDA “BOSSA NOVA” DE JOÃO GILBERTO O LEVA A SOFRER O DRAMA DE UM SAMBA-CANÇÃO

Mauro Ferreira, G1

João Gilberto Prado Pereira de Oliveira, é um dos maiores nomes da música no Brasil. Para  muitos, o maior. Pena que o Brasil sofra há anos com a impossibilidade de ver e ouvir esse baiano de Juazeiro que, na década de 1950, deu régua, compasso e modernidade para a música brasileira. Além da impossibilidade de poder comprar edições oficiais dos álbuns que compõem a santíssima trindade da discografia revolucionária de João, há o sério risco de o cantor, compositor e violonista, atualmente com 86 anos, não poder mais fazer shows por conta de problemas de saúde decorrentes da idade avançada. Será que o Brasil vai festejar os 60 anos da Bossa Nova em 2018 sem poder ver e ouvir João?

Disputas familiares em torno do patrimônio e dos direitos autorais de João estariam contribuindo nos últimos anos para fragilizar ainda mais o estado físico e emocional do artista e, consequentemente, retardando uma volta aos palcos que, por ora, já parece fora da linha do horizonte artístico – pelo menos até que chegue ao fim o processo de interdição aberto pela filha do cantor, Bebel Gilberto, processo que corre em sigilo na Justiça.

João poderia ter voltado aos palcos a partir de novembro de 2011 para série de shows que iriam seguir a rota traçada por turnê nacional intitulada João Gilberto 80 anos – Uma vida Bossa Nova. Contudo, a primeira apresentação, em São Paulo (SP), foi cancelada na semana do show, por alegados problemas de saúde. A turnê foi abortada antes mesmo de começar. De lá para cá, nunca mais se aventou a possibilidade de show de um artista desde sempre envolvido em aura mitológica.

Excêntrico pelo fato de ser perfeccionista, dono de temperamento reconhecidamente difícil, João mudou a música brasileira em 1958 ao sintetizar a batida do samba nas cordas do violão (depurado ao longo dos anos 1950) e ao integrar a voz com o arranjo, em fina sintonia. Nascia a célebre batida diferente que veio a ser rotulada de Bossa Nova.



A revolução foi iniciada em agosto de 1958 com a edição do compacto que apresentou a primeira gravação (na voz de João) do samba Chega de saudade (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1958), lançado em abril daquele ano pela cantora Elizeth Cardoso (1920 – 1990) em gravação feita com o toque do violão de João. Tal revolução foi perpetuada e consolidada nos álbuns Chega de saudade (Odeon, 1959), O amor, o sorriso e a flor (Odeon, 1960) e João Gilberto (Odeon, 1961) – discos que nunca foram reeditados oficialmente em CD e em edições digitais porque já não pertencem mais à nenhuma gravadora.

Em 3 de dezembro de 2015, decisão irrevogável do Superior Tribunal de Justiça (STJ) proibiu a companhia fonográfica Universal Music – herdeira do acervo da Odeon (gravadora original dos discos) desde que encampou a EMI Music em 2013 – de comercializar esses álbuns fenomenais nos quais residem a melhor parte da obra e da bossa de João. Vitorioso na batalha judicial que travava com a EMI desde 1992, por discordar da edição (de fato, descuidada) de coletânea intitulada O mito (1988), João passou a ser o dono das matrizes desses álbuns, cujos direitos teriam sido parcialmente vendidos para um banco em troca de vultosa quantia em dinheiro.

Para o Brasil, a nota desafinada é que esses discos nunca foram reeditados, embora haja edições piratas produzidas e vendidas no mercado europeu. É triste que o Brasil não possa ver um show de João Gilberto. É mais triste ainda que o Brasil não possa ouvir um dos discos matriciais de João Gilberto em CD ou em qualquer plataforma digital. O Brasil merece a música de João Gilberto. E João Gilberto merece que a vida bossa nova que levou seja concluída com leveza, sem o drama folhetinesco de um samba-canção vulgar.


COOPERATIVA - DIA 17


quarta-feira, 15 de novembro de 2017

NOITE DE HOMENAGENS


A ACADEMIA NORTE-RIO-GRANDENSE DE LETRAS viveu na noite do dia 14 do mês corrente mais um dia de esplendor, quando ao completar 81 anos realizou solenidade concedendo inúmeras honrarias a pessoas e instituições que se destacaram no campo da cultura: PALMAS ACADÊMICAS LUÍS DA CÂMARA CASCUDO e Medalha Jornalista AGNELO ALVES

Mesa dos trabalhos, comandada pelo Presidente 
DIOGENES DA CUNHA LIMA, Iaperi Araújo (criador artístico das Medalhas), Ormuz Simonetti, Presidente do IHGRN, Leide Câmara, Secretária, ProfessorWyllys Tabosa, Reitor do IFRN, Lúcio Teixeira, Presidente da ALEJURN e Manoel de Medeiros Brito, Presidente da LIGA

 AGRACIADOS EM FOTOGRAFIA CONJUNTA COM OS ACADÊMICOS 

 ACADÊMICOS E AGRACIADOS


A sessão solene teve início com o lançamento de selos postais em homenagem a Shakespeare, levados pelo Diretor dos Correios e Telégrafos  Jobson França de Souza, na foto com o Acadêmico  José Mário.

O Arquiteto FRANCISCO SOARES JÚNIOR, homenageado com as 
Palmas Acadêmicas, ao lado dos Acadêmicos Lívio Oliveira e Iaperi Araújo. 



CINTHIA LOPES - Jornalismo impresso, entre os Acadêmicos Hermenegildo e Iaperi
 
TOK DE HISTÓRIA (ROSTAND MEDEIROS) Jornalismo em Blog, 
entre os Acadêmicos Carlos Gomes e Iaperi

RAMON RIBEIRO - Jovem jornalista, entre o 
Acadêmicos José Mário e Iaperi

 JOSÉ PINTO JÚNIOR - Jornalismo televisivo, entre os 
Acadêmicos Jurandyr Navarro e Iaperi Araújo

CAPITANIA DAS ARTES, pelo representante Jornalista Dionísio Outeda
entre os Acadêmicos Sonia Faustino e Iaperi

LIGA DE ENSINO DO RN, representada pelo seu Presidente MANOEL DE MEDEIROS BRITO, entre os Acadêmicos Eulália Barros e Iaperi Araújo

  

Carlos Gomes agradece em nome dos agraciados, na condição de representante da Liga de Ensino, oportunidade em que entregou exemplar de um livro com as obras completas de Henrique Castriciano, idealizador da Liga e primeiro Presidente da ANRL

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Fotos: Lívio Oliveira, Thereza Raquel, Geísa Simonetti e Evaldo Gomes

A REPÚBLICA

Registra-se historicamente a Proclamação da República, como o movimento que substituiu a monarquia na noite de 15 de novembro de 1889, tendo como promotor maior do fato a figura do Marechal Deodoro da Fonseca, que teria renunciado a condição de monarquista às vésperas do dia "D", forrado pelo trabalho de outros militares, dente dos quais o Marechal Floriano Peixoto e Benjamim Constant.

Vê-se, assim, que a "Res Publica" não nasceu de um sentimento separatista entre o que era dos Monarcas com aquilo que seria do País, mas de um pleito de classes - os cafeicultores, profissionais liberais e militares.

Contudo, no documento oficial, proclamou-se: "O povo, o Exército e a Armada Nacional (...) acabaram de decretar a deposição da dinastia imperial e, consequentemente, a extinção do sistema monárquico representativo."

Em verdade, o que prevalecia naquela momento era a defesa da ordem pública para assegurar direitos de propriedade de brasileiros e estrangeiros.

A história politicamente real é algo diferente - nunca a coisa pública foi tão promíscua com a coisa privada. Nunca se viu tanto descaso, omissão e hipocrisia na vida republicana.

Os escândalos se repetem diariamente, em todas as esferas de governo e com alcance em todos os Poderes. Não surgem novos e autênticos líderes confiáveis - até agora.

No plano federal são aprovadas "reformas" esdrúxulas, sem discussão satisfatória, mas consertadas ou emendadas através de medidas provisórias. No plano estadual se faz uso das reservas do fundo financeiro para ser possível o pagamento das obrigações com pessoal, que amenizará o final do ano, mas deixará a grande ? para o futuro! o RN é excluído do grupo explorador da energia alternativa eólica, apesar do seu comprovado potencial - e a situação da estiagem, do abastecimento, do desemprego?; os governantes atuais respondem processos perante os tribunais (em crise!) e os potenciais e mais cotados candidatos ao governo brasileiro Lula e Bolsonaro,  também estão comprometidos com a Justiça. O plano municipal preocupado com a visibilidade através de festivais de cultura, iluminação na cidade, mas sem convencer com um plano sólido de alento ao porvir.

É essa a nossa República de hoje, pressionada pela politicagem ideológica estranha, onde se comemora e se cantam os refrões da Revolução Russa, quando a própria nação irmã não se deu a esse trabalho com tanto entusiasmo.

Continuo malhando em ferro frio - o Brasil para os brasileiros, sem mistura de estrangeiro, um Brasil nacional. Pactos sim, no mesmo pé de igualdade. Educação como palavra de ordem. Politização legítima imediata! 

TRISTE REPÚBLICA. MAS QUE TEM JEITO: APRIMORANDO-SE A DEMOCRACIA COM ESCOLHAS SÓLIDAS E RESPONSÁVEIS EM 2018 QUE SE APROXIMA. TUDO DEPENDE DE NÓS OU CONTINUAREMOS A DESCER A LADEIRA. FORA O VOTO EM BRANCO! VAMOS COMEÇAR UM NOVO BRASIL.




terça-feira, 14 de novembro de 2017

ACADEMIA DE LETRAS HOMENAGEIA
IMPRENSA E INSTITUIÇÕES


         Celebrando 81 anos de atividade, a Academia Norte-rio-grandense de Letras homenageia nesta terça-feira, 14 de novembro, a partir das 20h, em sua sede na rua Mipibu, 443, personalidades e instituições que valorizam a cultura potiguar. “Uma das funções básicas da nossa Academia é estimular quem incentiva a cultura do Rio Grande do Norte”, diz Diogenes da Cunha Lima, presidente da ANRL.

       No evento, serão louvados com Palmas Acadêmicas Câmara Cascudo, o arquiteto Francisco Soares Júnior, a Liga de Ensino do Rio Grande do Norte e a Fundação Cultural Capitania das Artes – Funcarte. Já as medalhas Mérito Acadêmico Agnelo Alves serão entregues a Cinthia Lopes (editora do caderno “Viver” da Tribuna do Norte), ao blog “Tok de História” de Rostand Medeiros, ao apresentador de TV José Pinto Júnior e ao jovem jornalista Ramon Ribeiro.

        Completando a programação, será lançado selo postal alusivo à obra de William Shakespeare, uma iniciativa da Empresa Brasileira de Correio e Telégrafos.


Acadêmica  Leide Câmara

Secretária Geral




Fone  9.9982-2438 


A PALESTRA DE EDGARD RAMALHO DANTAS

Reverenciando a alma ótima de Edgar Dantas


Hoje fui cedo ao trabalho para dar vencimento ao básico, uma vez que o principal do dia está nos fora muros da UFRN.

Alguns quilômetros ao leste, nos domínios do Instituto Histórico e Geográfico do RN, a alma mais viva dos Dantas, o celebrado e cerebrado Edgar Dantas marcou na agenda para assuntar sobre o vale do Ceará Mirim.
A moto percorreu as vias engarrafadas e furou filas veiculares com o passaporte de sua pequenez, alcançando a Casa da Memória a tempo de abraçar o palestrante e seu filho Henrique Muniz Dantas, antes do início da fala mágica sobre a história, os causos e as nuances desta terra rica em cultura, agricultura e humanescência, como diz Ana Tania Sampaio.
Edgard Dantas tem se notabilizado pelo mergulho aprofundado na obra do seu avô Manoel Dantas, célebre patrício potiguar, navegante de vários mares, conhecido por prever a Via Costeira e por militar no jornalismo, fotografia, literatura, gestão pública e política, estando Edgar num périplo comemorativo dos 150 anos do nascimento do famoso avô.
Edgar alcança os 75 anos cheio de boa vontade de falar e compartilhar conhecimento. Na sala de sua fala, alguns amigos com certa idade, ávidos para ouvir.
No trajeto da moto estacionada até o IHGRN muitos jovens alunos em bafafá incontido, visitavam a Igreja do Galo e o próprio instituto.
Quem ouviu Edgar agradeceu a existência esse prazer e desejou internamente, que os jovens possam ter sede de conhecimento, cultura e, claro, lazer.
Viva Edgar, Ceará Mirim, Instituto Histórico e a terra potiguar .

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 PALESTRANTE





 Gustavo sobral colabora com o Palestrante

 Participantes