sábado, 14 de agosto de 2021

DIA DE PROFUNDA ALEGRIA, QUE DEDICO À MINHA ETERNA NAMORADA THEREZINHA ROSSO GOMES.
 

 SEMENTE DE AMOR

DISCÍPULA QUERIDA DO CRIADOR

A VÓS IMPLORO PROTEÇÃO PARA A MINHA FAMÍLIA

E PARA A SUA DEVOTA THEREZINHA, QUE JÁ ESTÁ NO CÉU




VELHOS TEMPOS, BELOS DIAS – Berilo de Castro



VELHOS TEMPOS, BELOS DIAS –

A estrada é longa, o caminho é curto. É o horizonte da vida. Tudo passa muito rápido. O ontem já passou, não volta mais. Rico, feliz, é aquele que hoje pode contar, relembrar um tempo que passou, com uma vida saudável e uma mente livre. O momento reacende em nós a lembrança do que fomos e de como vivíamos. Cada um tem a sua história para contar.

Pelo retrovisor, a vida surge em longas, leves e ora pesadas nuvens brancas, ora escurecidas, que pouco a pouco vão se abrindo, iluminadas por um sol radiante e difuso ou, então, escurecem de vez.

Como disse, todos nós temos uma história para contar: contemos.

Na nossa querida, pequena, aconchegante cidade dos Três Reis Magos, os viventes de hoje armazenam e carregam lembranças do seu cotidiano passado, de figuras ou de lugares que marcaram a sua história.

É saudoso lembrar a figura do jornaleiro Cambraia, um preto de fina linha, que gostava de usar o branco para mostrar a cor da sua alma, que gritava anunciando o jornal com a sua mais pura humildade e eloquência: “Olha o jornal de Natal”. Da polêmica, rejeitada pelas crianças que a temiam, com medo de serem carregadas; idolatrada por políticos que posavam ao seu lado para fotos em campanhas eleitorais: Maria Mulamanca com o seu inseparável cajado, inesquecível e marcante; dos grandes apostadores da cidade: Liliu e Tatu, que apostavam tudo e em tudo; de lugares inesquecíveis como o misterioso Poço do Dentão, próximo à praia do forte, onde, conta a lenda que em suas profundezas se escondem ricos tesouros deixados pelos piratas. Dos tanques-piscina da Praça Pedro Velho, que eram usados pela meninada em seus gostosos mergulhos quando de volta da praia nos domingos ensolarados; da bela Festa de Santos Reis, no bairro da Limpa, com toda sua beleza singular e muita religiosidade. Das belas regatas no estuário do rio Potengi, com a acirrada disputa do Centro Náutico e Sport Náutico. Natal era só festa, era só alegria.

Das competições da travessia do Rio Potengi a nado (na braçada), torcendo pelo amigo roqueiro Jorge Lepreu, o campeoníssimo!

Nas jovens tardes de domingo assistir no centenário Estádio Juvenal Lamartine,  o grande e empolgante confronto entre as maiores forças do futebol potiguar ABC X América, que tinha um colorido todo especial com uma massa de torcedores ocupando uma  área privilegiada do Morro do Estrondo, as mangueiras do sítio das freiras e do abrigo Melo Matos; não esquecendo também do disputadíssimo embate do clássico no bairro das Rocas, no Estádio João Câmara, entre as belas e fortes equipes de Palmeiras X Racing.

Natal, da Festa da Nossa Senhora da Apresentação, em sua matriz centenária na Praça André de Albuquerque, com suas retretas, seu parque de diversão; das suas novenas no mês de maio. Isso é Natal, que hoje se esconde no seu presente e renasce no seu passado.

Natal, do Colégio Atheneu Norte-rio-grandense, nossa mais pura e legítima Universidade; da sua pujante força política do seu alunato, que transformava o dia do estudante em uma grande festa, sem violência, sem queixumes e com muita empolgação e fraternidade. Ocupávamos o cinema Rex, cedido gentilmente pelo seu proprietário, Luiz de Barros; éramos todos liderados, capitaneados pelo nosso super líder, nosso eterno secundarista “Pecado”. Era só alegria, era só felicidade.

Natal, de noites singelas, do consumo gostoso do Ron Montilla com Coca-Cola, bom e barato; de suas casas noturnas, sempre bem frequentadas e em vibrantes e aquecidas movimentações, ao som romântico e embriagador saído da radiola de ficha na voz de Nelson Gonçalves, cantando “ Doidivana”, de Adelino Moreira.

Natal de Maria Boa, que deu nome de avião de guerra americano; dos famosos roqueiros capoeiristas, Luiz Rola e Pernambuco, com seus golpes de rasteiras que faziam correr os estranhos marinheiros que tentavam bagunçar o ambiente noturno e febril dos cabarés da Ribeira boêmia.

Natal dos inesquecíveis carnavais de clubes: Aero, América e ABC; de salões super cheios, vibrando, achando bom e divertido em ser chamado de “palhaço “ na marchinha de Zé Keti ( Máscara Negra).

Dos pontos gastronômicos inesquecíveis de parte da região leste da cidade: nas Rocas, a Peixada da Comadre, que tornou-se ponto de encontro de políticos e autoridades locais e nacionais que aqui chegavam; a Peixada e caranguejada do Arnaldo, da carne assada do Lira, do Marinho, a Galinha de Mãe, a Tenda do Cigano; chegando em Areia Preta, tomar banho nas águas mornas da praia mais frequentada da cidade. Comer um gostoso caranguejo no bar É Nosso, passar perto do bar do Caidão, sem atrativos nenhum para entrar. Dar uma chegada até o Clube dos Oficiais do Exército, próximo do Trampolim da morte (construído em volta de muitas pedras e rochedos).

Natal, das famosas brigas de galos e canários lotando os seus rinhadeiros com muitas e altas apostas em jogo; das disputadíssimas lutas de vale tudo entre Aderbal, Bernardão e o imbatível, vibrante e sensacional japonês Takiano.

Natal, das conversas familiares nas confortáveis e preguiçosas cadeiras de balanço nas calçadas de casa, sem presa, sem medo, sem temor, até altas horas da noite, esperando a sono chegar.

Natal, Natal, quanta saudade! Velhos tempos e belos dias.

 

 

 

 

 

Berilo de Castro – Médico e Escritor,  berilodecastro@hotmail.com.br

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores

 

sexta-feira, 13 de agosto de 2021

                             DIA 11 DE AGOSTO - DIA DO ADVOGADO

 




    Há muitos anos tenho registrado neste blog a passagem do Dia do Advogado, enaltecendo a sua história e suas conquistas.

    Este ano, conscientemente nada publiquei porque não me sinto tocado pela data em decorrência de vários fatos recentes, a nível local e nacional.

    As nossas postulações foram interrompidas e vemos sem qualquer esperança a reconstrução do tradicional prédio da velha Faculdade da Ribeira, pelo qual tanto lutamos em tempos passados. Da mesma forma, como está o prédio onde funcionou a OAB/RN, a partir da construção da nova sede.

    Nada de novo que tenhamos entusiasmo.

    No campo federal não me sinto representado a contento pelo atual Presidente, envolvido abertamente em questionamentos de ordem política partidária, assunto que sempre lutei para que nunca viesse a acontecer, para que a nossa Ordem permanecesse isenta, honrada e altaneira.

    Quase não tenho mais tempo para me compor para uma tomada de posição, senão desafiar os futuros candidatos à Direção da Casa dos Advogados para que apresentem em suas plaformas, o que pretendem fazer para recuperar a credibilidade.

    O meu sentimento atual é de total desolamento. Nossa bandeira está a meio mastro.


 DOIS ÍDOLOS QUE PARTIRAM

DUAS ALMAS QUE SE FORAM

DEIXANDO MUITAS LEMBRANÇAS

SAUDADES, EXEMPLOS PARA A IMORTALIDADE.

segunda-feira, 9 de agosto de 2021

 

Minhas Cartas de Cotovelo – versão de 2021-37

Por: Carlos Roberto de Miranda Gomes

       Em que pese o inverno, neste final de semana, antes do dia dos pais, a chuva deu uma trégua, trocando seu domínio por um friozinho fora da tabela e uma ventania que me causou alguns prejuízos com telhas voando.

              Neste último sábado, movido pela quebra do fuso horário em razão das Olimpíadas do Japão, quase não dormi e, muito cedo, após o bate papo na Rádio Mar e Campo, de Octávio Lamartine, preparei-me para uma descida à praia, o que agora tem sido possível com a construção da passarela da rua Erith Correia.

E lá fui eu, com minhas auxiliares – a filha Rosa e a bengalinha, suportando aquele ventinho enxerido, trazendo consigo uma areinha que bate no corpo como pequenas agulhas. O mar, no entanto, convidativo, como sempre.

       A tarde maravilhosa, ligeiramente febril, propícia para uma boa madorna, complementada com algum programa na TV até a chegada da noite, prejudicada com o som de um mal-amado que, semanalmente quebra a mansidão do silêncio com uma festa movida a bate estaca, varando a madrugada, (fica numa transversal da rua Humberto de Campos), muitas vezes reclamada à Polícia, sem solução satisfatória, o que nos faz pensar em duas alternativas – ou em Parnamirim não existe Lei do Silêncio ou está faltando autoridade.

       Enfim acordamos salvos no domingo dos pais onde o tempo não foi o mesmo, um chuvisco atrapalhou nosso lazer e, degustado um bom café da manhã, feito por Dona Rosa Ligia, viemos para Natal para um almoço com todos os filhos e netos.

       Presentes, mensagens, abraços, calor humano aquecendo o frio da época, um bom almoço comandado pela outra filha Theresa Raquel, herdeiras das prendas culinárias da nossa inesquecível THEREZINHA, o dia foi transformado em festa. Abusei do doce, mas sobrevivi e tome fundo de rede! - nada de obrigações, pois estas foram feitas para os dias úteis da semana.

       Certamente, doravante, com alguns ajustes será possível repetir a frase prazerosa – Cotuvelo continua linda.