sábado, 8 de outubro de 2011
ESTAREMOS PERDIDOS SE VOCÊ FOR UM ACOMODADO!
A CORRUPÇÃO NA JUSTIÇA -
O Estado de S. Paulo - 11/08/2011
Elaborado com base nas inspeções feitas pela Corregedoria Nacional de Justiça e divulgado pelo jornal Valor, o relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre as irregularidades cometidas pela magistratura nas diferentes instâncias e braços especializados do Judiciário mostra que a instituição pouco difere do Executivo em matéria de apropriação indébita e malversação de dinheiro público, de mordomia, nepotismo e fisiologismo, de corrupção, enfim as maracutaias são tantas que é praticamente impossível identificar o tribunal com os problemas mais graves. Em quase todos, os corregedores do CNJ constataram centenas de casos de desvio de conduta, fraude e estelionato, tais como negociação de sentenças, venda de liminares, manipulação na distribuição de processos, grilagem de terras, favorecimento na liberação de precatórios, contratos ilegais e malversação de dinheiro público. No Pará, o CNJ detectou a contratação de bufês para festas de confraternização de juízes pagas com dinheiro do contribuinte. No Espírito Santo, foram descobertos a contratação de um serviço de degustação de cafés finos e o pagamento de 13.º salário a servidores judiciais exonerados. Na Paraíba e em Pernambuco, foram encontradas associações de mulheres de desembargadores explorando serviços de estacionamento em fóruns. Ainda em Pernambuco, o CNJ constatou 384 servidores contratados sem concurso público - quase todos lotados nos gabinetes dos desembargadores. No Ceará, o Tribunal de Justiça foi ainda mais longe, contratando advogados para ajudar os desembargadores a prolatar sentenças. No Maranhão, 7 dos 9 juízes que atuavam nas varas cíveis de São Luís foram afastados, depois de terem sido acusados de favorecer quadrilhas especializadas em golpes contra bancos. Entre as entidades ligadas a magistrados que gerenciam recursos da corporação e serviços na Justiça, as situações mais críticas foram encontradas nos Tribunais de Justiça da Bahia e de Mato Grosso e no Distrito Federal, onde foi desmontado um esquema fraudulento de obtenção de empréstimos bancários criado pela Associação dos Juízes Federais da 1.ª Região. Em alguns Estados do Nordeste, a Justiça local negociou com a Assembleia Legislativa a aprovação de vantagens funcionais que haviam sido proibidas pelo CNJ. Em Alagoas, foi constatado o pagamento em dobro para um cidadão que recebia como contratado por uma empresa terceirizada para prestar serviços no mesmo tribunal em que atuava como servidor. O balanço das fiscalizações feitas pela Corregedoria Nacional de Justiça é uma resposta aos setores da magistratura que mais se opuseram à criação do CNJ, há seis anos. Esses setores alegavam que o controle externo do Judiciário comprometeria a independência da instituição e que as inspeções do CNJ seriam desnecessárias, pois repetiriam o que já vinha sendo feito pelas corregedorias judiciais. A profusão de irregularidades constatadas pela Corregedoria Nacional de Justiça evidenciou a inépcia das corregedorias, em cujo âmbito o interesse corporativo costuma prevalecer sobre o interesse público. Por isso, é no mínimo discutível a tese do presidente do STF, Cezar Peluso, de que o CNJ não pode substituir o trabalho das corregedorias e de que juízes acusados de desvio de conduta devem ser investigados sob sigilo, para que sua dignidade seja preservada. "Se o réu a gente tem de tratar bem, por que os juízes têm de sofrer um processo de exposição pública maior que os outros? Se a punição foi aplicada de um modo reservado, apurada sem estardalhaço, o que interessa para a sociedade?", disse Peluso ao Valor.
Além de se esquecer de que juízes exercem função pública e de que não estão acima dos demais brasileiros, ao enfatizar a importância das corregedorias judiciais, o presidente do STF relega para segundo plano a triste tradição de incompetência e corporativismo que as caracteriza. Se fossem isentas e eficientes, o controle externo da Justiça não teria sido criado e os casos de corrupção não teriam atingido o nível alarmante evidenciado pelo balanço da Corregedoria Nacional de Justiça.
O Estado de S. Paulo - 11/08/2011
SE A JUSTIÇA NÃO MERECE RESPEITO O QUE MAIS FALTA PARA O PAÍS AFUNDAR?.
O EXECUTIVO ROUBA EM COLUIO COM O CONGRESSO, E A JUSTIÇA NÃO JULGA.
Um poder de costas para o país
MARCO ANTONIO VILLA (*)
O GLOBO - 27/09/11
Justiça no Brasil vai mal, muito mal. Porém, de acordo com o relatório de atividades do Supremo Tribunal Federal de 2010, tudo vai muito bem. Nas 80 páginas — parte delas em branco — recheadas de fotografias (como uma revista de consultório médico), gráficos coloridos e frases vazias, o leitor fica com a impressão que o STF é um exemplo de eficiência, presteza e defesa da cidadania. Neste terreno de enganos, ficamos sabendo que um dos gabinetes (que tem milhares de processos parados, aguardando encaminhamento) recebeu “pela excelência dos serviços prestados” o certificado ISO 9001. E há até informações futebolísticas: o relatório informa que o ministro Marco Aurélio é flamenguista.
A leitura do documento é chocante. Descreve até uma diplomacia judiciária para justificar os passeios dos ministros à Europa e aos Estados Unidos. Ou, como prefere o relatório, as viagens possibilitaram “uma proveitosa troca de opiniões sobre o trabalho cotidiano.” Custosas, muito custosas, estas trocas de opiniões. Pena que a diplomacia judiciária não é exercida internamente. Pena. Basta citar o assassinato da juíza Patrícia Acioli, de São Gonçalo. Nenhum ministro do STF, muito menos o seu presidente, foi ao velório ou ao enterro. Sequer foi feita uma declaração formal em nome da instituição. Nada.
Silêncio absoluto. Por que? E a triste ironia: a juíza foi assassinada em 11 de agosto, data comemorativa do nascimento dos cursos jurídicos no Brasil. Mas, se o STF se omitiu sobre o cruel assassinato da juíza, o mesmo não o fez quando o assunto foi o aumento salarial do Judiciário. Seu presidente, Cézar Peluso, ocupou seu tempo nas últimas semanas defendendo — como um líder sindical de toga — o abusivo aumento salarial para o Judiciário Federal. Considera ético e moral coagir o Executivo a aumentar as despesas em R$ 8,3 bilhões. A proposta do aumento salarial é um escárnio.
É um prêmio à paralisia do STF, onde processos chegam a permanecer décadas sem qualquer decisão. A lentidão decisória do Supremo não pode ser imputada à falta de funcionários. De acordo com os dados disponibilizados, o tribunal tem 1.096 cargos efetivos e mais 578 cargos comissionados. Portanto, são 1.674 funcionários, isto somente para um tribunal com 11 juízes. Mas, também de acordo com dados fornecidos pelo próprio STF, 1.148 postos de trabalho são terceirizados, perfazendo um total de 2.822 funcionários. Assim, o tribunal tem a incrível média de 256 funcionários por ministro.
Ficam no ar várias perguntas: como abrigar os quase 3 mil funcionários no prédio-sede e nos anexos? Cabe todo mundo? Ou será preciso aumentar os salários com algum adicional de insalubridade? Causa estupor o número de seguranças entre os funcionários terceirizados. São 435! O leitor não se enganou: são 435. Nem na Casa Branca tem tanto segurança. Será que o STF está sendo ameaçado e não sabemos? Parte destes abuso é que não falta naquela Corte. Só de assistência médica e odontológica o tribunal gastou em 2010, R$ 16 milhões.
O orçamento total do STF foi de R$ 518 milhões, dos quais R$ 315 milhões somente para o pagamento de salários. Falando em relatório, chama a atenção o número de fotografias onde está presente Cézar Peluso. No momento da leitura recordei o comentário de Nélson Rodrigues sobre Pedro Bloch. O motivo foi uma entrevista para a revista “Manchete”. O maior teatrólogo brasileiro ironizou o colega: “Ninguém ama tanto Pedro Bloch como o próprio Pedro Bloch.”
Peluso é o Bloch da vez. Deve gostar muito de si mesmo. São 12 fotos, parte delas de página inteira. Os outros ministros aparecem em uma ou duas fotos. Ele, não. Reservou para si uma dúzia de fotos, a última cercado por crianças. A egolatria chega ao ponto de, ao apresentar a página do STF na intranet, também ter reproduzida uma foto sua acompanhada de uma frase (irônica?) destacando que o “a experiência do Judiciário brasileiro tem importância mundial”. No relatório já citado, o ministro Peluso escreveu algumas linhas, logo na introdução, explicando a importância das atividades do tribunal.
E concluiu, numa linguagem confusa, que “a sociedade confia na Corte Suprema de seu País. Fazer melhor, a cada dia, ainda que em pequenos mas significativos passos, é nossa responsabilidade, nosso dever e nosso empenho permanente”. Se Bussunda estivesse vivo poderia retrucar com aquele bordão inesquecível: “Fala sério, ministro!” As mazelas do STF têm raízes na crise das instituições da jovem democracia brasileira. Se os três Poderes da República têm sérios problemas de funcionamento, é inegável que o Judiciário é o pior deles. E deveria ser o mais importante. Ninguém entende o seu funcionamento.
É lento e caro. Seus membros buscam privilégios, e não a austeridade. Confundem independência entre os poderes com autonomia para fazer o que bem entendem. Estão de costas para o país. No fundo, desprezam as insistentes cobranças por justiça. Consideram uma intromissão.
(*)MARCO ANTONIO VILLA é historiador e professor da Universidade Federal de São Carlos.
Peluso comanda reação de juízes contra corregedora que vê ‘bandidos de toga’
Presidente do STF reagiu às declarações da ministra Eliana Calmon sobre
desvios da magistratura e afirmou que nunca leu uma coisa tão grave.
Na véspera do julgamento que pode restringir o controle externo do
Judiciário, o presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Cezar
Peluso, comandou a reação às críticas feitas aos juízes pela corregedora
nacional, Eliana Calmon.
Uma reunião convocada às pressas por Peluso atrasou em mais de duas horas
o início da sessão de ontem do conselho e gerou uma crise sem precedentes no
órgão.
Peluso chegou carregando uma cópia das declarações feitas por Eliana Calmon
em entrevista à Associação Paulista de Jornais (APJ), na qual ela afirmou
que a magistratura hoje “está com gravíssimos problemas de infiltração de
bandidos que estão escondidos atrás da toga”.
Logo que os conselheiros se sentaram e os servidores deixaram a sala
contígua ao plenário, Peluso disse:
“Se os senhores não leram, leiam, porque em 40 anos de magistratura nunca li
uma coisa tão grave.”
E prosseguiu, conforme relatos dos conselheiros presentes:
“É um atentado ao Estado Democrático de Direito”.
No texto, declarações da ministra que, na visão de Peluso e dos demais
conselheiros, punham todos os magistrados brasileiros sob suspeita.
“Acho que é o primeiro caminho para a impunidade da magistratura”, afirmou a ministra sobre a proposta de restringir o controle externo do Judiciário.
Em seguida, na mesma entrevista à APJ, publicada ontem pelo jornal Folha de
S. Paulo, ele citou os “bandidos”.
Enquanto o texto passava de mão em mão e alguns conselheiros diziam já ter
conhecimento da entrevista, Peluso questionou em voz alta e desferindo uma
palmada na mesa:
“Eu quero saber o que o conselho vai fazer”. E aguardou uma reação.
Eliana Calmon pediu a palavra.
Disse que ainda não havia lido a entrevista e afirmou desconhecer sua
repercussão.
Reafirmou o que pensava, que na sua opinião há de fato juízes que se valem
do cargo para cometer crimes.
Peluso reagiu.
“Então a senhora cumpra sua função, traga os nomes, monte o processo e traga
as provas e nós punimos todos eles.”
Eliana então disse que enfrenta problemas na corregedoria que atrapalham em
certos momentos as investigações.
Peluso altercou novamente. “Então diga quais são os problemas.”
À noite, a corregedora afirmou ao Estado que não falava de toda a categoria:
“Falei de alguns poucos que estão querendo se esconder atrás da toga, para
causar esse estrago absurdo”.
Ela se disse “preocupada com o esvaziamento da corregedoria, com a
dificuldade que temos de investigar”. E que considera o CNJ “uma luz no fim
do túnel para fazer as devidas correções de rumo”.
(*) Felipe Recondo, O Estado de São Paulo.
A Ignorância traz muito mais certezas que o Conhecimento... (Darwin)
A vergonha é a herança maior que meu pai me deixou... (Lupicínio Rodrigues)
De onde menos se espera, dali mesmo é que não sai nada... (Barão de Itararé)
Democracia é quando eu mando em você. Ditadura é quando você manda em mim... (Millor Fernandes)
____________
OBS.: NÃO TRANSCREVO ESSA MATÉRIA COM PRAZER, MAS COM MUITA DOR! ESPERO, MUITO EM BREVE, DIVULGAR A REDENÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO.
NEY LOPES
nlopes@brasiliaemdia.com.br
A PUNIÇÃO DOS MAGISTRADOS
Um tema delicado está submetido à decisão do STF.
Trata-se do alcance constitucional da competência do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ), especificamente
para punir magistrados.
Pela forma como se coloca a questão perante a opinião
pública, a tendência é exigir punições imediatas, através da repetição
do discurso da moralidade, em muitos casos usado de forma
hipócrita. Aliás, no Brasil quem não adira a esse estilo corre o
risco de transformar-se em conivente e até responder inquéritos.
Para não gerar suspeitas, o recomendável é afirmar o “conveniente”.
Prosperam os cuidados com o uso do marketing da ética para
proteger pessoas, muitas vezes, mais sujas do que os acusados.
Ao ser divulgada uma acusação de qualquer tipo prevalece,
regra geral, a máxima de “matar para depois apurar”. Quando
a justiça ou órgão judicante assim não agem, logo são acusados
de pizza. Inúmeros os exemplos. É impossível para os acusados
– mesmo inocentados – recompor o dano moral sofrido. De
outro lado, retardam-se as aplicações das penas transitadas em
julgado, pelas regras obsoletas da legislação penal vigente.
Muito perigoso esse fenômeno sócio-político. Se não
for contido pelas leis e o bom senso, em pouco tempo as instituições
estarão inteiramente dilaceradas, sem credibilidade. Isto
já acontece com a classe política. A maioria dos políticos não
tem coragem sequer de identificar-se em locais públicos. Corre
riscos de agressões físicas. Aliás, não há solução, em curto prazo.
Os inocentes pagam pelos pecadores. Nivela-se por baixo. O
maior culpado é a omissão do Congresso Nacional. Ao longo
do tempo deu vários “tiros no pé” para mostrar que era ético e
não fez o que deveria fazer, a começar por uma reforma política,
eleitoral e partidária que efetivamente dificultasse a eleição dos
“bandidos”, a que se referiu o ex-presidente Lula no passado.
Está aí a triste realidade. Em 2012 se repetirá a mesma “farra”
de antes. Nada de inovador, ou moralizador. O país caminha
para 50 partidos registrados, usufruindo as verbas do Fundo
Partidário e trocando espaços no horário gratuito por dinheiro,
ou cargos. Vale tudo para obter o registro na justiça eleitoral!
Os próximos candidatos ao descrédito e a desmoralização
sumária da opinião pública serão os magistrados brasileiros.
Ficarão iguais aos políticos, dependendo da interpretação
a ser dada pelo STF ao artigo 103-B, § 4°, inciso III da Constituição,
sobre a competência do CNJ, no controle dos deveres
funcionais dos juízes. Tem absoluta razão a Associação de
Magistrados Brasileiros (AMB), ao ajuizar a Ação Direta de
Inconstitucionalidade contra a Resolução 135 do CNJ. Como
afirmou o presidente Nelson Calandra “o CNJ tem que atuar
dentro de sua competência constitucional”
Respeito aqueles de boa fé, que se opõem ao entendimento
desse artigo. É um direito legítimo. Porém, cabe esclarecer
que não aceitar a tese da competência originária do CNJ
no julgamento de magistrados, em absoluto significa contribuir
para a impunidade. A leitura da Constituição deixa claro, que
o CNJ exerce competência derivada, em função do duplo grau
de recurso na via administrativa. A investigação do magistrado
começa no Tribunal ao qual está vinculado (juízo natural), em
respeito aos princípios constitucionais de que “não haverá juízo
ou Tribunal de exceção;” e “ninguém será processado nem sentenciado
senão pela autoridade competente”.
Alega-se a proteção do corporativismo e citam-se
exemplos de retardamentos dolosos para gerarem a prescrição
dos delitos. Não se pode condenar, por exemplo, os médicos
pelas infecções hospitalares. Da mesma forma, os bons juízes
não respondem pela minoria de maus juízes. A Constituição
assegura o “devido processo legal”. Tudo começa nas investigações
nos tribunais. O CNJ tem permissão legal para avocar
processos, em casos suspeitos.
Sabe-se que são exigências coletivas, juízes e políticos
honestos. Os meios para alcançar esse objetivo resumem-se na
rígida obediência à lei. Será a consagração do arbítrio fugir desse
caminho para aderir aos julgamentos sumários. Os juízes
como os políticos se defrontam no dia a dia com interesses de
todos os tipos. São, portanto, alvos ideais para as calúnias. Nos
indícios de ilicitudes, não se cogita de proteger a impunidade,
mas conscientizar a opinião pública, de que a delicadeza das
funções e atividades justifica aplicar nos julgamentos a advertência
de Salomão: “não é bom proceder sem refletir, e peca
quem é precipitado”. Se não for assim, será inevitável o sucateamento
dos poderes constitucionais no país, em médio prazo.
Os cidadãos de bem não correrão riscos. Os cidadãos de bem
não correrão riscos e se afastarão de funções e e mandatos. No
lugar deles ficarão realmente os “bandidos”.
____________________
Fonte: Revista Semanal BRASÍLIA EM DIA Nº 764 – ANO 14O 14 - Nº
nlopes@brasiliaemdia.com.br
A PUNIÇÃO DOS MAGISTRADOS
Um tema delicado está submetido à decisão do STF.
Trata-se do alcance constitucional da competência do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ), especificamente
para punir magistrados.
Pela forma como se coloca a questão perante a opinião
pública, a tendência é exigir punições imediatas, através da repetição
do discurso da moralidade, em muitos casos usado de forma
hipócrita. Aliás, no Brasil quem não adira a esse estilo corre o
risco de transformar-se em conivente e até responder inquéritos.
Para não gerar suspeitas, o recomendável é afirmar o “conveniente”.
Prosperam os cuidados com o uso do marketing da ética para
proteger pessoas, muitas vezes, mais sujas do que os acusados.
Ao ser divulgada uma acusação de qualquer tipo prevalece,
regra geral, a máxima de “matar para depois apurar”. Quando
a justiça ou órgão judicante assim não agem, logo são acusados
de pizza. Inúmeros os exemplos. É impossível para os acusados
– mesmo inocentados – recompor o dano moral sofrido. De
outro lado, retardam-se as aplicações das penas transitadas em
julgado, pelas regras obsoletas da legislação penal vigente.
Muito perigoso esse fenômeno sócio-político. Se não
for contido pelas leis e o bom senso, em pouco tempo as instituições
estarão inteiramente dilaceradas, sem credibilidade. Isto
já acontece com a classe política. A maioria dos políticos não
tem coragem sequer de identificar-se em locais públicos. Corre
riscos de agressões físicas. Aliás, não há solução, em curto prazo.
Os inocentes pagam pelos pecadores. Nivela-se por baixo. O
maior culpado é a omissão do Congresso Nacional. Ao longo
do tempo deu vários “tiros no pé” para mostrar que era ético e
não fez o que deveria fazer, a começar por uma reforma política,
eleitoral e partidária que efetivamente dificultasse a eleição dos
“bandidos”, a que se referiu o ex-presidente Lula no passado.
Está aí a triste realidade. Em 2012 se repetirá a mesma “farra”
de antes. Nada de inovador, ou moralizador. O país caminha
para 50 partidos registrados, usufruindo as verbas do Fundo
Partidário e trocando espaços no horário gratuito por dinheiro,
ou cargos. Vale tudo para obter o registro na justiça eleitoral!
Os próximos candidatos ao descrédito e a desmoralização
sumária da opinião pública serão os magistrados brasileiros.
Ficarão iguais aos políticos, dependendo da interpretação
a ser dada pelo STF ao artigo 103-B, § 4°, inciso III da Constituição,
sobre a competência do CNJ, no controle dos deveres
funcionais dos juízes. Tem absoluta razão a Associação de
Magistrados Brasileiros (AMB), ao ajuizar a Ação Direta de
Inconstitucionalidade contra a Resolução 135 do CNJ. Como
afirmou o presidente Nelson Calandra “o CNJ tem que atuar
dentro de sua competência constitucional”
Respeito aqueles de boa fé, que se opõem ao entendimento
desse artigo. É um direito legítimo. Porém, cabe esclarecer
que não aceitar a tese da competência originária do CNJ
no julgamento de magistrados, em absoluto significa contribuir
para a impunidade. A leitura da Constituição deixa claro, que
o CNJ exerce competência derivada, em função do duplo grau
de recurso na via administrativa. A investigação do magistrado
começa no Tribunal ao qual está vinculado (juízo natural), em
respeito aos princípios constitucionais de que “não haverá juízo
ou Tribunal de exceção;” e “ninguém será processado nem sentenciado
senão pela autoridade competente”.
Alega-se a proteção do corporativismo e citam-se
exemplos de retardamentos dolosos para gerarem a prescrição
dos delitos. Não se pode condenar, por exemplo, os médicos
pelas infecções hospitalares. Da mesma forma, os bons juízes
não respondem pela minoria de maus juízes. A Constituição
assegura o “devido processo legal”. Tudo começa nas investigações
nos tribunais. O CNJ tem permissão legal para avocar
processos, em casos suspeitos.
Sabe-se que são exigências coletivas, juízes e políticos
honestos. Os meios para alcançar esse objetivo resumem-se na
rígida obediência à lei. Será a consagração do arbítrio fugir desse
caminho para aderir aos julgamentos sumários. Os juízes
como os políticos se defrontam no dia a dia com interesses de
todos os tipos. São, portanto, alvos ideais para as calúnias. Nos
indícios de ilicitudes, não se cogita de proteger a impunidade,
mas conscientizar a opinião pública, de que a delicadeza das
funções e atividades justifica aplicar nos julgamentos a advertência
de Salomão: “não é bom proceder sem refletir, e peca
quem é precipitado”. Se não for assim, será inevitável o sucateamento
dos poderes constitucionais no país, em médio prazo.
Os cidadãos de bem não correrão riscos. Os cidadãos de bem
não correrão riscos e se afastarão de funções e e mandatos. No
lugar deles ficarão realmente os “bandidos”.
____________________
Fonte: Revista Semanal BRASÍLIA EM DIA Nº 764 – ANO 14O 14 - Nº
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
O PRESIDENTE DA UNIÃO BRASILEIRA DE ESCRITORES DO RN VISITA A BIBLIOTECA PÚBLICA CÂMARA CASCUDO E EMITE O SEU DIAGNÓSTICO.
BIBLIOTECA PÚBLICA CÂMARA CASCUDO
RELATÓRIO
O presente Relatório é fruto de uma visita feita pelo presidente da União Brasileira de Escritores - UBE/RN, escritor Eduardo Gosson, à Biblioteca Pública Câmara Cascudo, na manhã do dia 23 de setembro de 2011, com a finalidade de diagnosticar a situação desta instituição. Fomos recebidos pelo diretor, senhor Márcio Rodrigues Farias, que nos relatou a situação:
1. RECURSOS HUMANOS
. .A Biblioteca-mãe do sistema conta com 20 vagas para o cargo de bibliotecários, onde atualmente somente 04 profissionais estão ativos. Precisa de 15 novos bibliotecários para atender a demanda;
.No momento não dispõe de nenhum funcionário para fazer o serviço de limpeza e manutenção.
2. INFRAESTRUTURA
. O prédio encontra-se com infiltrações generalizadas, rachaduras e com ferrugem em todo o sistema elétrico, ocasionando o fechamento à noite;
Não há extintores contra incêndio na instituição.
3. ACERVO
. O Acervo é composto de 94.000 livros;
. Encontra-se sem manutenção devido à falta de pessoal de limpeza;
. O acervo de Autores Potiguares é pouco devido as doações dos nossos escritores serem mínimas.
. A Biblioteca dispõe de um site www.bpcamaracascudo.webnode.com.br
04 . PERSPECTIVAS
Há no Minc um projeto de revitalização no valor de um milhão e meio (90% concluído) aguardando sua aprovação.
Natal/RN, 23 de setembro de 2011
EDUARDO ANTONIO GOSSON
Presidente da UBE/RN
______________________
FONTE: LÚCIA HELENA
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
ARQUITETURA MODERNA POTIGUAR
Ontem foi o lançamento deste trabalho do jovem GUSTAVO SOBRAL, de quem fui professor no Curso de Direito da UnP. Sempre irrequieto e curioso, o autor se apresenta com esta pesquisa muito interessante e elucidativa, que certamente será de grande utilidade para que estuda o tema.
Sem dúvida, é mais um passo para o resgate da memória potiguar. Parabéns pelo belo trabalho. Que venham outros!
FLAGRANTES DO LANÇAMENTO DO LIVRO
1. O autor e este blogueiro
2. Engenheiro José Pereira e o Arquiteto Vargas
3. Arquiteto Moacyr Gomes, Bioquímico Clemente José e este blogueiro
4. Advogado Caio Graco e o Economista José Gomes Filho na fila de autógrafos
5. Conversa fraterna de Caio Graco e Décio Holanda
6. Minha esposa Therezinha, meus netos Raphael e Gabriela e o meu irmão José Gomes
Ontem a noite no Sarau que se realiza no Conselho de Odontologia a
estimada amiga DAISY MARIA GONÇALVES LEITE recebeu a
Comenda da Ordem D.Pedro II entregue pela Sociedade Brasileira de
Dentistas Escritores e a Sociedade Mineira de Poetas Vivios e Afinas
(da qual faz parte) com o referendo da Associação Brasileira de Cirurgia
Oral, Associação Brasileira de Fissuras Palatinas e Centro Clinico de
Pesquisas em Estomatologia, e o apoio de trinta outras prestigiosas
entidades, comemorando os 170 anos da Coroação (1841-2011) e os 180 anos
da Declaração como Imperador do Brasil (1831-2011).
OUTROS QUERIDOS AMIGOS AGRACIADOS:
COORDENADOR GERAL DO SARAU COLOCANDO A MEDALHA AO PRESIDENTE DA SPVA/RN - MC GARCIA E O DIPLOMA.
TAMBÉM A QUERIDA LÚCIA HELENA, PELA COLABORAÇÃO NO SARAU POÉTICO E DIVULGAÇÃO.
O SEMPRE ESTIMADO PEDRO GRILO
AUZÊ FREITAS FAZ ENTREGA DA COMENDA DA ORDEM D.PEDRO II À QUERIDA CORDELISTA ROSA REGIA.
TIÃO BEZERRA, QUE RECEBEU A MEDALHA E A COMENDA, FAZ ENTREGA DA COMENDA À QUERIDA POETISA YALANDA BEZERRA.
UMA PARTE DO GRUPÃO (OUTROS POETAS COMO ZÉ MARTINS, ETC. TIVERAM QUE SE RETIRAR PARA OUTROS COMPROMISSOS).
OUTROS QUERIDOS AMIGOS AGRACIADOS:
COORDENADOR GERAL DO SARAU COLOCANDO A MEDALHA AO PRESIDENTE DA SPVA/RN - MC GARCIA E O DIPLOMA.
TAMBÉM A QUERIDA LÚCIA HELENA, PELA COLABORAÇÃO NO SARAU POÉTICO E DIVULGAÇÃO.
O SEMPRE ESTIMADO PEDRO GRILO
AUZÊ FREITAS FAZ ENTREGA DA COMENDA DA ORDEM D.PEDRO II À QUERIDA CORDELISTA ROSA REGIA.
TIÃO BEZERRA, QUE RECEBEU A MEDALHA E A COMENDA, FAZ ENTREGA DA COMENDA À QUERIDA POETISA YALANDA BEZERRA.
UMA PARTE DO GRUPÃO (OUTROS POETAS COMO ZÉ MARTINS, ETC. TIVERAM QUE SE RETIRAR PARA OUTROS COMPROMISSOS).
..
Morre Steve Jobs, fundador da Apple
FONTE: Yahoo! Notícias
Imagem divulgada no site da Apple.
Morreu nesta quarta-feira (05), aos 56 anos, Steve Jobs, fundador da Apple. O empresário lutava contra um câncer no pâncreas desde 2004 e anunciou seu afastamento da presidência-executiva da empresa em agosto deste ano.
O executivo deixa a mulher, Laurene, e os três filhos do casal. Também deixa uma filha concebida antes do casamento.
Nascido em 24 de fevereiro de 1955 em São Francisco (EUA) e criado por pais adotivos, Jobs chegou à fama e ao sucesso empresarial em 1984 quando ajudou a criar e lançar o Macintosh.
________________________
ELE INTERROMPEU A MINHA VELHICE, TRAZENDO-ME À VIDA ATIVA, EM PÉ DE IGUALDADE COM OS MAIS JOVENS.
A HOMENAGEM DESTE BLOGUEIRO.
________________________
Após a minha postagem de hoje, recebi este belo artigo de LÍVIO DE OLIVEIRA, que agora publico:
Jobs: um gênio a ser traduzido
Lívio Oliveira- procurador federal e escritor
livioliveira@yahoo.com.br
O gênio é sempre um personagem que, universal e controverso, tem a capacidade de se tornar alguém absolutamente familiar. Assim acontece quando nos reportamos a figuras como Freud, Marx, Einstein, Cristo, Mozart, Lennon, Michelângelo, dentre outros inúmeros prodígios da humanidade. Parecem todos com pessoas de nosso estreito convívio doméstico, tão presentes e decisivos que são em nossos cotidianos e vivências.
No caso de Steve Jobs essa genialidade ainda está sendo assimilada, visto que sua obra – mesmo que avassaladora e revolucionária – ainda é relativamente recente, e suas diversas etapas propostas têm tido a contribuição praticamente coletiva de outras diversas mentes férteis da informática e dos negócios correlatos. Todos, na verdade, buscando imitá-lo ou mesmo superá-lo.
Contudo, Steven Paul Jobs (São Francisco, Califórnia, 24 de fevereiro de 1955 — Palo Alto, Califórnia, 5 de outubro de 2011), o gênio recém-morto, já encontrou um espaço cativo nessa especial galeria de alcance planetário e, portanto, presente diariamente em nossas vidas. Neste tempo frenético, de mudanças tão rápidas quanto a acomodação das dunas de Genipabu ou a formação dos buracos asfálticos de nossa combalida Natal, Jobs sabia o que se passava nas mentes da humanidade sequiosa pela comunicação. E sabia o que fazer com isso.
O nosso mundo talvez tenha mesmo esse sintoma atual: busca-se, desesperadamente, a comunicação, mesmo que todos tenhamos a mais plena certeza da eterna incomunicabilidade. A correria e a competitividade frenéticas do dia a dia têm nos tornado a todos seres engolidos pela voracidade e insensibilidade dos “sistemas”, sejam lá quais forem. Quantas vezes você já ouviu falar no trabalho, no supermercado, no banco, na lanchonete, que “o sistema caiu”? Em cada situação dessas, você não se sentiu mergulhado num vazio abissal ou num mar de lama movediça? E esse tal de “sistema” não passa sequer de um objeto abstrato e amorfo ao qual, em última análise, ninguém pode recorrer de fato. Por isso mesmo, a angústia em lidar com ele.
Nesse contexto em que a verdadeira comunicação é uma pedra raríssima já é muito comum verificarmos que pessoas, até mesmo em salas vizinhas ou contíguas (e até no mesmo ambiente físico), “comunicam-se” através de e-mail ou outros múltiplos recursos da tecnologia da informação.
E Jobs, o homem que se construiu sobre o sofrimento do menino rejeitado e posteriormente adotado, soube apreender essa realidade, executivo e visionário inventor de tecnologias, como era. Fez de artefatos tecnológicos que já existiam (e que eram inexoráveis na nova forma de viver eleita pelas pessoas) algo muitas vezes melhor, com objetos interativos mais leves, menos frios, lidando sensivelmente com o desejo latente e transformando em realidade algo que, a princípio, somente existia no campo da fantasia, da ficção cientifica. Assim foi com a colossal Apple e diversos de seus produtos, como os indefectíveis iPhone, iPod e iPad.
Jobs, além dessas, trouxe outras grandes contribuições, como a beleza lúdica dos filmes da Pixar Animation Studios, empresa que ajudou a desenvolver (incorporada posteriormente pela Disney, passando Jobs a ser o seu maior acionista individual), injetando computação gráfica de ponta, com realismo fotográfico de elevada qualidade, o que daria vida pulsante aos personagens das animações. Quem por aqui nunca se comoveu e se deliciou com filmes como “Toy Story”, ”Procurando Nemo” e ”Ratatouille”?
A meu ver, a maior contribuição desse inventor e magnata do universo da informática talvez tenha sido mesmo a tentativa de humanizar esse antes gélido e quase inacessível território. Trazendo a fantasia que lhe era necessária, Jobs teve a coragem de morder a “maçã” e inaugurar, com a ponta de seu dedo mágico, esse “brave new world”, antes que todos nós pudéssemos compreender exatamente o que havia sido feito.
Fica a certeza de que o legado desse californiano perfeccionista e sonhador ainda terá de ser traduzido em uma quantidade incomensurável de bytes. E tudo terá mesmo que se reacomodar.
Morre Steve Jobs, fundador da Apple
FONTE: Yahoo! Notícias
Imagem divulgada no site da Apple.
Morreu nesta quarta-feira (05), aos 56 anos, Steve Jobs, fundador da Apple. O empresário lutava contra um câncer no pâncreas desde 2004 e anunciou seu afastamento da presidência-executiva da empresa em agosto deste ano.
O executivo deixa a mulher, Laurene, e os três filhos do casal. Também deixa uma filha concebida antes do casamento.
Nascido em 24 de fevereiro de 1955 em São Francisco (EUA) e criado por pais adotivos, Jobs chegou à fama e ao sucesso empresarial em 1984 quando ajudou a criar e lançar o Macintosh.
________________________
ELE INTERROMPEU A MINHA VELHICE, TRAZENDO-ME À VIDA ATIVA, EM PÉ DE IGUALDADE COM OS MAIS JOVENS.
A HOMENAGEM DESTE BLOGUEIRO.
________________________
Após a minha postagem de hoje, recebi este belo artigo de LÍVIO DE OLIVEIRA, que agora publico:
Jobs: um gênio a ser traduzido
Lívio Oliveira- procurador federal e escritor
livioliveira@yahoo.com.br
O gênio é sempre um personagem que, universal e controverso, tem a capacidade de se tornar alguém absolutamente familiar. Assim acontece quando nos reportamos a figuras como Freud, Marx, Einstein, Cristo, Mozart, Lennon, Michelângelo, dentre outros inúmeros prodígios da humanidade. Parecem todos com pessoas de nosso estreito convívio doméstico, tão presentes e decisivos que são em nossos cotidianos e vivências.
No caso de Steve Jobs essa genialidade ainda está sendo assimilada, visto que sua obra – mesmo que avassaladora e revolucionária – ainda é relativamente recente, e suas diversas etapas propostas têm tido a contribuição praticamente coletiva de outras diversas mentes férteis da informática e dos negócios correlatos. Todos, na verdade, buscando imitá-lo ou mesmo superá-lo.
Contudo, Steven Paul Jobs (São Francisco, Califórnia, 24 de fevereiro de 1955 — Palo Alto, Califórnia, 5 de outubro de 2011), o gênio recém-morto, já encontrou um espaço cativo nessa especial galeria de alcance planetário e, portanto, presente diariamente em nossas vidas. Neste tempo frenético, de mudanças tão rápidas quanto a acomodação das dunas de Genipabu ou a formação dos buracos asfálticos de nossa combalida Natal, Jobs sabia o que se passava nas mentes da humanidade sequiosa pela comunicação. E sabia o que fazer com isso.
O nosso mundo talvez tenha mesmo esse sintoma atual: busca-se, desesperadamente, a comunicação, mesmo que todos tenhamos a mais plena certeza da eterna incomunicabilidade. A correria e a competitividade frenéticas do dia a dia têm nos tornado a todos seres engolidos pela voracidade e insensibilidade dos “sistemas”, sejam lá quais forem. Quantas vezes você já ouviu falar no trabalho, no supermercado, no banco, na lanchonete, que “o sistema caiu”? Em cada situação dessas, você não se sentiu mergulhado num vazio abissal ou num mar de lama movediça? E esse tal de “sistema” não passa sequer de um objeto abstrato e amorfo ao qual, em última análise, ninguém pode recorrer de fato. Por isso mesmo, a angústia em lidar com ele.
Nesse contexto em que a verdadeira comunicação é uma pedra raríssima já é muito comum verificarmos que pessoas, até mesmo em salas vizinhas ou contíguas (e até no mesmo ambiente físico), “comunicam-se” através de e-mail ou outros múltiplos recursos da tecnologia da informação.
E Jobs, o homem que se construiu sobre o sofrimento do menino rejeitado e posteriormente adotado, soube apreender essa realidade, executivo e visionário inventor de tecnologias, como era. Fez de artefatos tecnológicos que já existiam (e que eram inexoráveis na nova forma de viver eleita pelas pessoas) algo muitas vezes melhor, com objetos interativos mais leves, menos frios, lidando sensivelmente com o desejo latente e transformando em realidade algo que, a princípio, somente existia no campo da fantasia, da ficção cientifica. Assim foi com a colossal Apple e diversos de seus produtos, como os indefectíveis iPhone, iPod e iPad.
Jobs, além dessas, trouxe outras grandes contribuições, como a beleza lúdica dos filmes da Pixar Animation Studios, empresa que ajudou a desenvolver (incorporada posteriormente pela Disney, passando Jobs a ser o seu maior acionista individual), injetando computação gráfica de ponta, com realismo fotográfico de elevada qualidade, o que daria vida pulsante aos personagens das animações. Quem por aqui nunca se comoveu e se deliciou com filmes como “Toy Story”, ”Procurando Nemo” e ”Ratatouille”?
A meu ver, a maior contribuição desse inventor e magnata do universo da informática talvez tenha sido mesmo a tentativa de humanizar esse antes gélido e quase inacessível território. Trazendo a fantasia que lhe era necessária, Jobs teve a coragem de morder a “maçã” e inaugurar, com a ponta de seu dedo mágico, esse “brave new world”, antes que todos nós pudéssemos compreender exatamente o que havia sido feito.
Fica a certeza de que o legado desse californiano perfeccionista e sonhador ainda terá de ser traduzido em uma quantidade incomensurável de bytes. E tudo terá mesmo que se reacomodar.
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
terça-feira, 4 de outubro de 2011
04 de Outubro dia de São Francisco de Assis...
'' Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa paz;
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvidas, que eu leve a fé;
Onde houver erros, que eu leve a verdade;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, fazei com que eu procure mais consolar,
que ser consolado;
Compreender, que ser compreendido;
Amar, que ser amado;
Pois é dando que se recebe;
É perdoando, que se é perdoado;
E é morrendo que se vive para a vida eterna. ''
(São Francisco de Assis)
'' Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa paz;
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvidas, que eu leve a fé;
Onde houver erros, que eu leve a verdade;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, fazei com que eu procure mais consolar,
que ser consolado;
Compreender, que ser compreendido;
Amar, que ser amado;
Pois é dando que se recebe;
É perdoando, que se é perdoado;
E é morrendo que se vive para a vida eterna. ''
(São Francisco de Assis)
Direito sem abusos
Greve deve garantir serviços essenciais
Por Carlos Henrique Abrão (*)
A regulamentação do direito de greve permanece, emblematicamente, não disciplinada de modo a clarear e oferecer transparência, principalmente quando a atividade empresarial tem repercussão no serviço público.
Ninguém, em sã consciência, conflita com direito de greve, em relação à melhoria dos serviços, dos salários, e das condições de trabalho, contudo, não pode a sociedade se tornar vítima de movimentos paredistas que permanecem indefinida e indeterminadamente, sem solução imediata.
Com efeito, todas as classes e categorias profissionais podem reivindicar o direito à greve, porém, a continuidade dos serviços é imprescindível e para tanto, deve ser definido número suficiente e razoável visando manter as condições de normalidade em prol da sociedade.
A própria magistratura acena com o direito de greve, se acaso o governo não mudar a sua disposição de impedir modificação de critério dos reajustes salariais, mantendo o orçamento e os cortes realizados.
Efetivamente, a greve é um direito conquistado ao longo dos anos, justificando-se como forma extrema de conscientizar o empregador da necessidade de diálogo e da abertura de negociação.
Basicamente, os serviços essenciais não podem permanecer abandonados e ao relento mediante greves deflagradas, as quais, na maioria das vezes, não conquistam os direitos pretendidos.
Vimos recentemente, em São Paulo, no Serviço Funerário, uma greve que durou poucos dias, a qual causou bastante complicação e influenciou na demora de parentes e familiares para enterrarem seus entes queridos, sem resultados expressivos dos grevistas.
A greve dos Correios também gera transtornos e na atual conjuntura é inconcebível, pelo modelo e sistema de monopólio, fazendo com que milhares de correspondências não sejam entregues.
É inimaginável, por exemplo, que o serviço de coleta de lixo e limpeza de ruas possa ficar paralisado, observamos que em cidades da Itália, essa circunstância aconteceu causando inúmeros prejuízos e até propagando doenças.
O Estado fica obrigado a assumir seu papel, não apenas na abertura do diálogo, conversações e negociações, mas, sobretudo, de buscar na Justiça Especializada, um denominador comum.
Normalmente, quando se proclama elevada multa diária para que os grevistas retornem ao serviço, irremediavelmente os sindicatos mostram-se compelidos, ainda que a contragosto, ao acatamento da medida judicial.
Na atual conjuntura, da sociedade globalizada, e da economia dinâmica, as greves representam enormes prejuízos e colocam em relevo a necessidade maior de se projetar uma disciplina de regulamentação.
O Brasil viverá, dentro de alguns anos, a realidade da Copa do Mundo e depois disso, dos Jogos Olímpicos, não podemos ficar desatentos e devemos nos precaver para que as greves de setores essenciais não repercutam negativamente na organização dos eventos.
Respeitado o direito à greve, nos serviços essenciais, a categoria deve, principalmente, manter a continuidade de sua atividade, mediante a locação de pessoal que atenda, minimamente, aos anseios da população.
Dest’arte, exemplificativamente, a greve dos metroviários, em grandes cidades, principalmente São Paulo, causa um transtorno e recrudesce ainda mais o caos no trânsito, daí porque a paralisação completa desatende ao interesse coletivo e da própria sociedade.
A paralisação plena e completa é medida radical e não se justifica na sociedade contemporânea e se traduz, no mais das vezes, na crítica que se lança contra o movimento grevista.
Independentemente da repercussão e da reivindicação disponibilizada no ato de greve, entendemos que os serviços essenciais não podem, em qualquer hipótese, ser interrompidos, sob pena de causar o esfacelamento da atividade direta ou indireta do Estado.
Bem por tudo isso, sanadas as imperfeições e corrigidas as distorções sempre existentes, o direito de greve é inarredavelmente legal e legítimo, se, e somente se, dispuser de elementos que permitam, em maior ou menor grau, a continuidade do serviço público em respeito ao interesse coletivo e da própria sociedade.
(*) Carlos Henrique Abrão é desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo
FONTE: Revista Consultor Jurídico, 27 de setembro de 2011
_______________________
COMENTÁRIOS:
Ao reproduzir este artigo, verifico que o tema é inteiramente válido para o que vem ocorrendo no Rio Grande do Norte. aqui, até com agravamento, pois passamos por greve dos "coveiros" e hoje a imprensa noticia um grande número de outros órgãos que entram em greve, quase todas, motivadas por falta de cumprimento dos acordos feitos com o Governo Estadual.
É preciso enfatizar, que os Governos foram escolhidos para atender às necessidades do povo, mas o que vemos é um permanente estado de descaso, desrespeito aos pactos e despesas fora da ordem preferencial das coisas. Até quando teremos de suportar tanto descalabro e as tentativas de engodo à população, com desculpas sem consistência! Está na hora dos Órgãos de fiscalização assumirem o seu papel e exigir uma conduta coerente dos governantes. O caso é grave, mas parece que não se percebe!
Vamos administrar com responsabilidade!
Carlos Gomes
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
mais um resgate da história potiguar
Amigos:
Embora parecendo presunçoso, face às referencias elogiosas e um tanto romanescas que o Autor empresta à narração de minha propria trajetória, no discorrer de sua obra, uma vez dado o devido desconto, repasso com satisfação este convite, pela importância que tem para a sociedade, não apenas para arquitetos, qualquer esforço em prol do registro da memória da cidade, submetida nos ultimos vinte anos, a um gigantesco e inevitável processo de transformação que levará as gerações futuras à perda total de seus liames pregressos.
Sabendo-se que povo sem memória é povo sem história, considero que este trabalho vem se somar à obra de João Maurício de Miranda, Fundação Rampa e tantos outros de igual valor, sendo louvável e promissor o fato de que um jovem da geração de hoje dedique grande parte do seu esforço a um depoimento que a indiferença e o desamor à cidade consideram apenas "saudosismo" démodé.
Como cidadão, parabenizo o autor deste livro, esperando que outros, da mesma ou qualquer outra geração sigam o mesmo caminho.
Moacyr Gomes
domingo, 2 de outubro de 2011
A POESIA DOS ANÔNIMOS, DOS ROMÂNTICOS E DOS FAMOSOS.
CADA UM EM SEU DEVIDO ESPAÇO, MAS TODOS ALÇANDO O INFINITO DA SUA EMOÇÃO.
NORDESTINO DO CABUGI
(Antônio, meu jardineiro)
Sou nordestino lá do cabugi
criado dentro do cerrado azul
bebendo água salgada nas rochas
comendo fruto do mandacaru.
Nessa aventura passei uns vinte anos
fazendo planos de sair de lá
Mamãe com medo que eu viesse mesmo
dizia filho vai que o mundo ensina.
Bem a verdade Mamãe tem razão
Conselho de mãe filho tem que tomar
chega a idade e a gente se amontoa
os passos lentos até pedra caminhar.
Mas tenho fé no meu Padrinho Cícero
e sou devoto de Frei Damião
não vejo a hora de voltar de novo
juntar-me ao povo lá do meu sertão.
(fiz adaptações)
______________________
ANJO SALVADOR DE ALMAS
Málvia Vasconcelos Maia
Queria voar alto nas estrelas
Queria navegar nos horizontes
Queria poder sentir a neblina
Queria subir nas montanhas azuis
Queria abraçar crianças felizes
Queria doar corações
Quero amor
Quero união
Quero paz no coração
Quero luz
Quero anjos azuis
Quero os anjos salvadores de almas que trazem luz.
NÁUFRAGO
Anchella Monte
Do conforto que me doo
tenho fôlego de náufrago:
viver com as ondas e com as sombras
longe e perto, mínimas perturbações.
O náufrago vive cercado de si.
Tenho fôlego de náufrago:
há um mar gigante que se projeta
em todos os sentidos, os mortos
e os vivos do mar trazem discursos.
O náufrago vive cercado de sinais.
Do mundo os seus absurdos:
crianças,animais, árvores e flor
empurrados pelas tormentas
chegam sem barcos e perdidos.
Tenho fôlego de náufrago:
o que mais distante projeto
é um afago posto no olhar.
Estavam ali parados.
Marido e mulher.
Esperavam o carro.
E foi que veio aquela da roça
tímida, humilde, sofrida.
Contou que o fogo, lá longe,
tinha queimado seu rancho,
e tudo que tinha dentro.
Estava ali no comércio pedindo um
auxílio para levantar novo rancho
e comprar suas pobrezinhas.
O homem ouviu.
Abriu a carteira tirou uma cédula,
entregou sem palavra.
A mulher ouviu, perguntou, indagou, especulou,
aconselhou, se comoveu e disse que
Nossa Senhora havia de ajudar
e não abriu a bolsa.
Qual dos dois ajudou mais?
Donde se infere que o homem ajuda
sem participar
sem ajudar.
Da mesma forma aquela sentença:
"A quem te pedir um peixe, dá
uma vara de pescar."
Pensando bem, não só a vara de pescar, também
a linhada, o anzol, a chumbada, a isca,
apontar um poço piscoso e ensinar
a paciência do pescador.
Você faria isso, Leitor?
Antes que tudo isso se fizesse o
desvalido não morreria de fome?
Conclusão:
Na prática, a teoria é outra
e a mulher participa.
Cora Coralina
...dá uma religião ao faminto, e ele
morrerá de fome esperando o pão
chegar enquanto reza.
_________
Colaboraçãodo leitor n.nasser
Assinar:
Postagens (Atom)