UMA MANHÃ DE SOL EM NATAL
Por: Carlos Roberto de Miranda Gomes, escritor
No sábado passado, dia 9, em meu passeio regular pelas ruas da cidade alta, com Thereza e Rosa, agora agregada Gabriela, ainda que bastante quente aquela manhã, tive momentos verdadeiramente de alegria e profunda saudade de Natal da minha juventude.
Após o nosso tradicional lanche, saímos sem destino pelas calçadas, assimilando o calor humano da população ordeira de Natal, cumprimentando os amigos e vendo as novidades do comércio.
Passando pelo outrora Café São Luiz, alguma coisa doeu no coração, quando então cruzamos com um senhor desconhecido - (ele devia saber quem eu era) - que informou: hoje é dia do clube do chorinho, atrás da velha catedral.
Rosa já havia solicitado passar pelo Beco da Lama para ver os desenhos dos grafiteiros e lá nos encantamos com tantos belos trabalhos, pintados só por amor e lá tiramos algumas fotografias. Coincidentemente na caminhada encontramos o nosso Prefeito Álvaro Dias, que certamente fiscalizava as coisas da cidade - foi um encontro alvissareiro.
Cumprida essa parte, fomos até o local do chorinho e, já de longe, o som nos atraiu alegremente. Ali fiquei a vontade, pois é o meu habitat - o anexo do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, ao qual compareço quase todos os dias da semana.
Ao chegar entrei logo no clima dos maravilhosos chorinhos tocados por uma plêiade de grandes instrumentistas, sob o comando firme e competente do nosso grande flautista, cantor e compositor Carlos Zens.
A sombra da grande árvore que ali é conservada e uma brisa maravilhosa, que fazia a recuperação das forças dos caminhantes, ouvimos atentos alguns números executados por voluntários que ali prestigiam os encontros de pura música autenticamente brasileira.
Saí dali com uma leveza de um jovem no início da maturidade e pensei comigo mesmo - será mesmo isso que está acontecendo em Natal? Ah! O Prefeito também passou por lá.
Vamos institucionalizar esses encontros e fazer Natal voltar aos tempos ideais, dos encontros nas calçadas, da confraternização com amigos e conhecimento com novos.
Senhor Prefeito, vamos prestigiar esse presente ao povo daqui e aos visitantes turistas. Isso é realmente uma ideia que merece todo o apoio e que lava a alma dos trabalhadores depois de uma semana de trabalho.
A cidade volta a viver os velhos e bons tempos dos pardais nos verdes dos quintais.