sábado, 14 de setembro de 2013


GESTOS DO PAPA FRANCISCO
PADRE JOÃO MEDEIROS FILHO (pe.medeiros@hotmail.com)
São Francisco de Assis converteu-se, ao ouvir o Crucifixo da capela de São Damião lhe dizer: “Francisco, vai e restaura a minha casa. Ela está em ruínas” (cf. Legenda Maior II, 1). No inicio, não entendeu a revelação e tomou ao pé da letra as palavras, reconstruindo a igreja da Porciúncula. Após meditar e rezar, compreendeu que se tratava de algo espiritual: reconstruir a “Igreja que Cristo resgatou com seu sangue” (op.cit). Foi então que começou um movimento de renovação da Igreja. Morou com os hansenianos e de braço com um deles percorria as ruas e estradas, anunciando o Evangelho. Não era sacerdote, mas simples leigo. Os papas de sua época proibiam aqueles que não eram ordenados de pregar. Por isso, quase no final de sua vida, aceitou ser diácono para se tornar ministro da Palavra de Deus.
O Cardeal Bergoglio inspirou-se na vida do Santo de Assis. Percebeu uma Igreja mergulhada em ataques, críticas e escândalos. Então, sentiu que tinha como missão restaurá-la. Por isso, Francisco não é apenas um nome, escolhido pelo Papa. É muito mais. Representa uma visão de Igreja simples, pobre, humilde e maternal, que trata a todos indistintamente como filhos.
São Francisco foi obediente à Igreja, mas, seguiu seu próprio caminho, ensinando um evangelho de pobreza, caridade e simplicidade. Bento XVI, ainda quando era simples padre, escreveu que a vida do “Poverello de Assis” é um “protesto profético”. Não fez discursos, pronunciamentos eloquentes, simplesmente mostrou uma nova face da Igreja, voltada para os que sofrem, despojada, preocupada com o Evangelho e não com a honra e a glória.
Na sua primeira aparição em público, Francisco mostrou que tem em mente uma Igreja fora dos palácios e dos símbolos do poder. Não usou a mozeta, bordada e com brocados de ouro. Chegou simplesmente vestido de branco e com a cruz de bispo. Pediu humildemente que rezassem por ele. Somente após orar com o Povo de Deus, abençoou os fiéis reunidos na Praça de São Pedro. Aparece como servidor, “servo dos servos de Deus”, como se escreve nos documentos oficiais da Igreja. Evitou a pompa e a exaltação. Passou uma imagem de serenidade, ternura, bondade e amor. Irradiava paz e confiança Não usou da retórica vaticana. Falou como um pastor ao seu rebanho.
Recentemente, alguns jornais italianos publicaram uma foto do Papa preparando-se para celebrar uma missa, cujos convidados eram os jardineiros e o pessoal de limpeza do Vaticano.  No início da celebração, pede a todos que rezem em silêncio por ele e por todos. Levanta-se da cadeira presidencial e vai sentar-se no final da capela para fazer sua  oração. Prefere que contemplem a verdadeira razão da sua existência: o Cristo Eucarístico. Na foto, vê-se a diferença entre o lider e o chefe. Este sempre se coloca em evidência, pondo-se à frente para que todos o vejam e lhe obedeçam. O líder sabe quando sentar atrás. É capaz de desaparecer no momento oportuno, para que outros cresçam e se voltem para quem é verdadeiramente importante. Na fotografia, o admirável Francisco está de costas.  Talvez muitos desejassem vê-lo de frente, mas quis ficar naquela posição e volver a face para Cristo, o irmão de todos.
Quantos chefes, até mesmo eclesiásticos, terão a postura de ir sentar-se numa cadeira, no fundo da sala? Terão coragem e humildade de voltar às costas aos aplausos, aos cliques dos fotógrafos, aos microfones, às câmeras, aos elogios, às palmas e mostrar um coração despido de vaidade e ostentação?

"Rosa de Pedra: 60 Anos depois"


 No próximo dia 16 de agosto a Biblioteca Central Zila Mamede sediará o

 Projeto de Extensão "Rosa de Pedra: 60 Anos depois" em homenagem ao
 sexagenário da obra "Rosa de Pedra" de Zila Mamede.

 A partir das 14h haverá duas mesas apresentando relatos da vida e obra de
 Zila Mamede e o lançamento da obra "Rosa de Pedra - The Stone Rose", livro
 em formato bilíngue, traduzido para a língua inglesa pelo Prof. Dr.
 Alexandre Alves

 As inscrições para participação, com emissão de certificado, para o
 público interno e externo, podem ser realizadas até o dia 16, no seguinte
 endereço:


 http://www.sigaa.ufrn.br/sigaa/public/extensao/paginaListaPeriodosInscricoesAtividadesPublico.jsf?aba=p-extensao

 Atenciosamente,
 Magnólia Andrade
 Esp. em Gestão de Sistemas de Informação
 CRB-15/333 - Mat.1688068
 Diretora da BCZM e do SISBI-UFRN

 Fone:    +55 84 3215-3841/3856 (Trabalho)
 Celular: +55 84 9193-6295 (Institucional)

sexta-feira, 13 de setembro de 2013


A “CARRANCA” DA IGREJA
PE. JOÃO MEDEIROS FILHO (pe.medeiros@hotmail.com)
Um jornalista de Mato Grosso do Sul referindo-se ao Papa Francisco, assim se expressou: “Ele cativa com facilidade, o que vai ser muito bom para a Igreja, que precisa amenizar a sua carranca e guardar a solenidade para dentro dos templos!”.
A carranca – de onde provém o termo carrancudo – é uma escultura com forma humana ou animal, feita de madeira e utilizada a princípio na proa das embarcações que navegam pelo rio São Francisco. Em certo momento, a população ribeirinha passou a atribuir-lhe características místicas de afugentar maus espíritos. Reveste-se igualmente de um significado importante para as embarcações: ajuda-as a não afundarem, livra-as das tempestades e atraem peixes. 
Chamou nossa atenção a expressão “carranca” para a Igreja. Certamente, como tantos outros cristãos, o articulista sentiu-se tocado por Deus, que irrompe nos ambientes onde Francisco aparece. Se a “carranca” da Igreja corresponde à realidade, devemos reconhecer que estávamos realmente precisando de um papa que nos lembrasse de uma das principais razões que levou João XXIII a pensar no Concílio Vaticano II, como ele mesmo explicou na sua abertura, em 11 de outubro de 1962: “A Igreja Católica quer ser mãe amorosa de todos, benigna, paciente, cheia de misericórdia e bondade com os filhos que dela se separaram”. Ou seja, pregou a teologia da ternura, quis mostrar o rosto materno da Igreja, sacramento temporal de Cristo Jesus.
Quando éramos criança – antes do Concílio – a “linha dura” prevalecia em toda a parte, inclusive nos seminários onde se preparavam os sacerdotes. Formavam-nos sob uma disciplina férrea, e acabávamos por adotar um estilo carrancudo: cara fechada, austera, sisuda, de poucas palavras e raros sorrisos. Enérgicos e autoritários, mais do que amados, éramos temidos e mantidos à distância. Contudo, pela solidez dos princípios morais e espirituais de tantos, pelo seu despojamento e dedicação ao Povo de Deus, muitos contribuíram para o desenvolvimento das comunidades e a paz dos irmãos. Mas, não podemos negar, também contribuíram para a “carranca” da Igreja!
O Vaticano II terminou no dia 8 de dezembro de 1965 e, poucos anos depois, iniciava-se uma revolução cultural na humanidade. Eclodiram revoltas populares exigindo democracia, mais liberdade e justiça. Na França, por exemplo, a juventude deu o grito de largada, que se alastrou por inúmeros países. Na África, o processo de descolonização caminhou a passos gigantes. Na América Latina, nasceram as Comunidades Eclesiais de Base e a Teologia da Libertação. Em contato direto com o sofrimento do povo, não poucos padres e religiosos optaram por ideologias, pois lhes pareciam mais eficazes do que a doçura, a caridade e a força do Evangelho, na solução dos problemas sociais. Infelizmente, o radicalismo iracundo de alguns clérigos também colaborou para a “carranca” da Igreja.
Depois de séculos em que privilegiamos a salvação da alma, surgiu um período em que a Igreja parecia transformar-se numa “piedosa ONG” – como disse o Papa Francisco aos cardeais, no dia 14 de março – destinada a resolver os problemas do povo. Graças a Deus, voltamos a redescobrir a proposta do Evangelho, fundamentada na fé e na caridade, resumida nas palavras do apóstolo Tiago: “Se um irmão não tem o que vestir ou comer, e você lhe diz: “Vá em paz, se aqueça e coma bastante”, sem lhe dar o necessário, de que adianta isso? Sem obras, a fé está morta!” (Tg 2,15-17).
O cronista pantaneiro afirma também que devemos reservar a “solenidade para dentro dos templos”. De nossa parte, pensamos que também ali devemos ser simples e fraternos, apesar de solenes. Mas, não raro, trocamos o solene e o sagrado, o litúrgico e o hierático, a beleza, a poesia e a força da Palavra de Deus, pelo espetáculo, dando a impressão de que o altar é um placo e o celebrante, um artista.

O SISTEMA PÚBLICO DE SAÚDE    E O APOIO UNÂNIME DOS BRASILEIROS -     A ambiguidade como prática  consagrada na implantação das políticas públicas.

Geniberto Paiva Campos  -  Observatório da Saúde/DF

Existem pontos coincidentes entre a implantação do Sistema Público de Saúde e a Reforma Agrária no Brasil. Além do fato de ambos pertencerem ao imaginário reformista dos políticos, dirigentes do setor público e   dos cientistas e ativistas sociais brasileiros. Os quais emprestam apoio incondicional às políticas de inclusão social e econômica, que ocupam posições prioritárias em todas as listas de reformas necessárias para “alavancar o nosso desenvolvimento”. Por que, então, a permanente impressão de emperramento na evolução natural  das políticas de Saúde e Reforma Agrária?
1. Reforma Agrária ganhou relevância e prioridade a partir do final da década de 1950, quando a emergência das Ligas Camponesas no Nordeste do país colocou em foco a  situação fundiária da região canavieira, geradora de inaceitáveis desigualdades e injustiça social. A partir dessa época a necessidade urgente de reformas estruturais no campo tornou-se um  dos temas mais relevantes da pauta das chamadas Reformas de Base, resultando em  polêmicas político-ideológicas, por tocar num item sagrado,  o direito à propriedade da terra.
Nesse embate ideológico a Reforma Agrária tornou-se “questão de consciência”, de acordo com o livro de um bispo católico conservador; a “consciência da questão” quando abordada pela visão mais progressista; reforma a ser feita “na lei ou na marra” pela ousadia retórica das Ligas Camponesas. Com a instalação dos governos autoritários do período militar , na vigência da Guerra Fria, entrou em vigor o Estatuto da Terra, o reconhecimento explícito da urgência e da prioridade da questão fundiária no Brasil. A partir desse período a Reforma Agrária ganhou status  de unanimidade entre os problemas nacionais. Ninguém mais seria contra a sua implantação. Que, entretanto, nunca se concretizava. Até que no período da Redemocratização surgiu o Movimento dos Sem Terra, o MST, para cobrar do Governo mudanças efetivas na estrutura agrária do país. O MST continua ativo até os dias de hoje. E, parece, ainda terá muito trabalho pelos próximos anos.
Até  hoje, a Reforma Agrária persiste como um dos itens sagrados de apoio dos brasileiros. Nenhum político ou cidadão culto e inteligente ousaria ser contra a reforma no campo. Com um detalhe: é um processo lento, emperrado . Avança a passos lentos. Quando não mostra sinais de estagnação.  Gerando impaciências. Por vezes, inconformismo.
2. Em relação à questão da Saúde, o Brasil já foi considerado um “imenso hospital” no início do século passado. Eram os primórdios do Movimento Sanitarista, posteriormente assumido por integrantes da Fundação Oswaldo Cruz/FIOCRUZ , com a adesão de  segmentos ativistas das lutas  sociais e  outras entidades representativas do Movimento. Entre outras organizações do setor, o CEBES e a  ABRASCO – lograram nos anos 80 , inserir  a Saúde na Constituição Brasileira como direito de cidadania e dever do Estado. O que daria origem ao Sistema Único de Saúde/SUS, síntese de um processo evolutivo que passou pelas Ações Integradas de  Saúde/AIS, Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde/SUDS. O SUS representou o coroamento de uma luta política travada de forma  brilhante e incansável pelo Movimento Sanitarista. Tal como a Reforma Agrária, o SUS foi incorporado pelo imaginário político brasileiro como algo intocável e merecedor de apoio permanente. Incondicional.
E, no entanto, decorridos cerca de um quarto de século da vigência do SUS ,a assistência  individual à saúde do povo brasileiro não mostra os mesmos avanços obtidos na área da saúde coletiva.   Indicadores sensíveis evidenciam avanços inquestionáveis, resultantes da incorporação de novas  tecnologias e do controle de variáveis dos determinantes sociais da saúde.  A mortalidade infantil foi reduzida. Cresceu a expectativa de vida. A cobertura vacinal atingiu 100% das crianças de todas as classes sociais. A Malária, a Poliomielite, a Varíola, a Doença de Chagas, a Esquistossomose e outras doenças transmissíveis foram controladas ou reduzidas. O Brasil entra no século 21 tendo completado o ciclo da transição  demográfica e epidemiológica, adquirindo nestas áreas o mesmo perfil dos países desenvolvidos.
Resta o desafio permanente do acesso de amplos segmentos populacionais aos serviços assistenciais eficientes e resolutivos. Incorporando todos os avanços tecnológicos e científicos da Medicina moderna e atendendo às melhores evidências disponíveis nas áreas de diagnóstico e tratamento.
3. A que atribuir o retardo injustificável na implantação efetiva do Sistema Único de Saúde?  Apoiado por amplos segmentos da sociedade e do mundo político brasileiro?  Inserido na Constituição  como direito de cidadania?
Os conservadores apontam geralmente problemas de “gestão” no SUS. Os progressistas retrucam com o “sub financiamento” do sistema. Causas mais profundas, no entanto, podem estar envolvidas, compondo um vasto elenco de dificuldades – reais e criadas -  de resto inerentes à evolução das políticas públicas no país. Fruto, talvez, do jogo ambíguo e cheio de idas e vindas das elites dirigentes brasileiras.
Essas elites, através do seu poder financeiro,   conseguem deter  o controle do Legislativo, se apropriando, portanto, da “máquina de fazer leis”(Dowbor,L. 2013).  Adaptando  o aparato legal aos seus interesses,  e assim, criando uma espécie de “ditadura republicana”. Em consequência, o sistema de arrecadação de tributos e as normas que regulam os gastos públicos vão gradativamente tornando-se obstáculos à plena execução das políticas sociais. Esses, talvez,  os dois grandes gargalos externos do Sistema Único de Saúde.
No próximo artigo,  pretendemos tratar desse tema de forma mais detalhada.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

PAULO FREIRE - 50 ANOS DEPOIS


SALTO PARA O FUTURO CELEBRA OS 50 ANOS DE ANGICOS: 
UMA EXPERIÊNCIA INOVADORA DE ALFABETIZAÇÃO IDEALIZADA POR PAULO FREIRE
Edição especial ao vivo comemora o cinquentenário das "40 horas de Angicos", que alfabetizou 300 adultos no interior do Rio Grande do Norte
Dia dois de abril 1963. O então presidente João Goulart presidiu em Angicos, município do sertão do Rio Grande do Norte, a cerimônia de entrega de certificados a 300 alunos que foram alfabetizados em apenas 40 horas/aula. Idealizado por Paulo Freire, o projeto contou com a participação de educadores locais que pesquisaram as chamadas "palavras geradoras", selecionadas a partir do universo dos moradores da região. E é esta experiência pioneira de alfabetização de adultos que o Salto para o Futuro apresenta no Especial "Paulo Freire: 50 Anos de Angicos", na próxima sexta-feira, dia 13 de setembro, às 17 horas.
Professor da Universidade de Brasília e consultor do especial, Genuíno Bordignon, acredita que "Angicos foi um marco de uma pedagogia de educação para a cidadania ativa, pensada para uma mudança radical da sociedade brasileira, transformando massa amorfa em povo participante. Para Paulo Freire, alfabetizar era muito mais do que um processo de codificação e decodificação de palavras. Acima de tudo, era promover a conscientização, a compreensão do mundo e o conhecimento da realidade social com base na discussão sobre os diversos temas surgidos a partir das palavras geradoras e das novas palavras formadas pelos alunos".
Debate será transmitido ao vivo e contará com a participação do público
O debate ao vivo vai apresentar três vídeos sobre a vida, a obra e o legado de Paulo Freire para a educação, além de contar como aconteceu a experiência de Angicos. O programa terá ainda a presença dos convidados: Francisco das Chagas Fernandes, secretário executivo adjunto do Ministério da Educação; o professor e advogado Marcos Guerra, um dos coordenadores do círculo de cultura nas 40 Horas de Angicos; e Maria Eliete Santiago, professora da Universidade Federal de Pernambuco.
O Salto para o Futuro edição especial "Paulo Freire: 50 Anos de Angicos" será transmitido ao vivo e terá a participação do público, que pode interagir por meio de diversos canais. Por telefone, basta ligar durante o programa para 0800-282-6757. No Twitter e no facebook é só enviar a pergunta ou comentário usando a hashtag #saltoparaofuturo. Também no facebook, o internauta pode deixar sua mensagem no endereçofacebook.com/tvescola. Os participantes também têm a opção de gravar um vídeo com perguntas ou comentários, postá-lo no Youtube e enviar o link para o e-mail salto@mec.gov.br.
No site do Salto para o Futuro tvbrasil.org.br/salto, o internauta encontra a publicação eletrônica sobre o tema. Os professores e gestores também podem visitar o fórum de discussão e trocar ideias com outros educadores.
Serviço:
Programa Salto para o Futuro – TV Escola
Edição Especial: Paulo Freire: 50 Anos de Angicos
Debate ao Vivo: sexta-feira, 13 de setembro de 2013, às 17 horas (Reprise às 21h).
Internet: tvbrasil.org.br/salto

quarta-feira, 11 de setembro de 2013


O PRESIDENTE CÍCERO MARTINS CONVIDA OS MEMBROS DA ACADEMIA MACAIBENSE DE LETRAS PARA A SESSÃO SOLENE DE ANIVERSÁRIO DE SUA FUNDAÇÃO, DIA 12 -09-2013, NA SEDE DO PAX CLUBE DE MACAÍBA, 15 HORAS

C O N V I T E

HAVERÁ PALESTRA DA ESCRITORA CLOTILDE TAVARES "A prosa memorialista na obra de Otacílio Alecrim".

UBE-RN CONVOCAÇÃO PARA REUNIÃO DA DIRETORIA.





C O N V O C A Ç Ã O
 “Ninguém faz nada sozinho"


” UNIÃO BRASILEIRA DE ESCRITORES DO RN -
 UBE/RN" 

 Comunicado de reunião nº 04/2013
 Através do presente Comunicado ficam 
todos os membros da Diretoria convocados 
para Reunião Ordinária com a seguinte 
ORDEM DO DIA
 Ion Andrade, Ivan Pinheiro, 
Luiz Gonzaga Cortez 
 04. Sucessão na UBE: 
O Processo Eleitoral:
 13 novembro 
Eduardo Gosson
 Presidente 
Data: 12.09.2013 (quinta-feira)
 Hora: 17h Local : ANL

O AMIGO PEDRO VICENTE.

GILENO GUANABARA

Só o tempo e a idade nos fazem aproximar mais das amizades que cultivamos pela vida. Simpatias ou idiossincrasias são partes do nosso mundo. Florescem através da convivência, ainda que por sobre menores diferenças ou vacilações que - se soubéssemos como evitá-las - não deveriam ocorrer. A vitalidade ou a cura, num caso e no outro, vem por vias que a idade nos inocula mais facilmente. Sofremos, mas, no fundo, a nobilíssima razão prevalece, nos aconchega ou redime,  nunca será tarde demais.
Aos amigos devemos o amparo da formação que temos e do que pensamos. Somos todos diferenciados na quantificação da fórmula indelével que nos marca. Vez por outra uma sentença nos submete. Resta-nos a humildade em superá-la e resignadamente seguir em frente.
Há pouco visitei o companheiro Pedro Vicente no leito de um hospital. Seu nome de guerra: “Pedro Virgolino”. Nome advindo de Macau, via Recife, para Natal, a fim de fugir das perseguições políticas. O primeiro endereço, a Praça das Cocadas, no Grande Ponto, ano de 1964. O tempo, porém, era de desconfianças, de repressão e medo.
Os jovens tinham-se organizado no que chamavam de “pecebezinho”. Era uma célula jovem do Partido Comunista Brasileiro de que participavam Heber, Franklim, Raulino, Dagmar, Kleiber Calife, dentre outros, com militância no Atheneu. Baixavam e conviviam na Praça das Cocadas com secundaristas, ateus, livre-atiradores, simpatizantes afins e religiosos praticantes. O incentivo era dado por Luiz Maranhão que se destacava no debate político das teses e organização do partido. O movimento sindical surfava na liberdade da política nacional. A politização da educação chegara à erradicação do analfabetismo, na administração de Djalma Maranhão e de Aluísio Alves. O golpe de abril de 1964 estancara o debate que se estabelecia, com a chegada de João Goulart à Presidência da República.
Sucediam-se as reuniões clandestinas nas praias do Meio, Ponta Negra e Redinha. Outros militantes foram-se agregando: Hermano; o autor dessas notas; Pedro Vicente, Juliano, Gersino, Emanoel Bezerra e outros. Vulpiano Cavalcanti a todos acolhia, dava assistência e aconselhava, inclusive por sua condição de médico.
Pedro Vicente submeteu-se a curso supletivo. Aprovado em vestibular frequentou o Curso de Sociologia e Política da Fundação José Augusto. Foi enviado pelo partido para curso de formação política na ex-União Soviética.
De regresso, fez mestrado na USP, em Ciências Sociais. Nomeado diretor da gráfica da Fundação José Augusto, foi indiciado pela Polícia Federal, incurso na Lei de Segurança Nacional. Transferiu-se para Rio Branco, no Acre, onde Integrou a universidade, na condição de professor. Exerceu uma das diretorias do Serviço Social do Comércio-SESC. Retornou para Natal. Exerceu o cargo de professor do Curso de Ciências Sociais da Universidade Federal. Foi Diretor da Gráfica Universitária e exerceu cargos nos colegiados da Universidade Federal. No Acre, Pedro tomou gosto pelo estudo da culinária amazônica. Publicou livros sobre as relações de trabalho na Amazônia.
 Encontramo-nos em Rio Branco, no ano de 1973.  Visitamos as longínquas cidades de Xapuri, Brasiléia e Rio Branco. Falava dos problemas com a invasão dos “Paulistas”, que se titulavam proprietários das matas, os “varadouros” dos seringalistas. Apoiou a arte plástica do acreano Hélio Melo, retrato dos temas com tintas da floresta. A notícia do “Santo daime”, alucinógeno dos indígenas.
De outra vez, caminhamos nas ruas de São Paulo. Revisitamos o monumento do Ipiranga; os sítios históricos e suas recordações da época imperial do Brasil. Sobre eles, Pedro tinha fatos e acontecências inusitadas. Visitamos a Casa da Marquesa de Santos, o Convento de Anchieta, o bairro do Bexiga, reduto histórico dos italianos, as cantinas e sua gastronomia; a Praça da República.
Estivemos na cidade do Recife. Palmilhamos Olinda, seus casarios, conventos e restaurantes. Ao longe a “Cruz do Patrão”, com o mar batendo na resistência das pedras. Vimos a Praça do Diário; igrejas imemoriais, as pontes sobre o Rio Beberibe e Rio Capibaribe. Lembrávamos o cheiro dos cajueiros em flor, como dizia o poeta Joaquim Cardozo. O imponente Palácio do Governo e o Teatro Santa Isabel; os bairros de Afogados, Tejipió e Boa Vista; as ruas do Imperador e a da Imperatriz; o Recife Velho do Cais do Porto cercado pelos arrecifes. Por fim, a visita à casa/fundação de Gilberto Freire, no Bairro de Casa Amarela, em Apipucos.
De outra, percorremos as ruas de João Pessoa: Visitamos a Matriz de São Francisco; a praia de Tambaú e o Ponto Cem Réis, sempre a mesma saga por livros usados. Visitamos a casa do poeta Ascendino Leite. Em Salvador-BA, debatemos com o cineasta Gerardo Sarno o documentário sobre a vida de Cascudo.
Ao ver Pedro alquebrado  pela doença retomo a gratidão de lembranças felizes. Certa noite, sentados diante a praia de Ponta Negra, em voz alta recitamos poemas de Rilke. Presente o poeta Alberto Cunha Melo dialogava loucamente com o mar. Alegria e amizade plena que teimamos por guardar.
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Este artigo foi publicado com Pedro Vicente ainda vivo.

CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR – 23 ANOS
Lembro aqui uma velha canção popularizada por Luiz Gonzaga:
 “Belmiro teve a ideia e Apolônio aproveitou. Getúlio fez o Decreto e Dutra realizou. E o Presidente Café agora inaugurou ...”
A música representa um resgate histórico para tão importante empreendimento que é A Usina de Paulo Afonso.
Agora canto eu:
Dorinha teve a ideia e a OAB/RN aproveitou. O Governo fez a legislação e o povo realizou o grande sonho de um CÓDIGO DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR – Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, considerada uma das mais modernas do mundo.
Eu era o Presidente da Seção local da Ordem dos Advogados do Brasil e acatei a ideia de Maria das Dores Costa, criando a Associação de Defesa do Consumidor que, em pouco tempo de existência logrou realizar algumas conciliações, conseguiu a criação de uma Promotoria de Justiça e uma Delegacia de Polícia, voltadas para a defesa do consumidor.
Com o advento do novo Estatuto a nossa ADC ficou sem finalidade e foi extinta, mas deixou uma semente importante, pioneira.
Ao mesmo tempo em que lamento esse esquecimento, apresento o meu reconhecimento por essa briosa mulher potiguar, hoje nos seus 80 anos de existência e continuando a lutar e inovar costumes da nossa sociedade.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

É muito longo, mas em nome das crianças merece ser visto, COM RESERVA! ASSISTA E MEDITE.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013


VÍDEO HISTÓRICO
OAB/RN CRIA O "COMITÊ EM DEFESA DA VIDA" 
NO DIA DOS 10 ANOS DA LEI DE ANISTIA

A mais pura verdade... vale a pena ler.

CARTA QUE O APRESENTADOR FLAVIO CAVALCANTI (1923-1986) ESCREVEU A SEU NETO

Meu neto:

Pelo que você já me disse com o seu sotaque de anjo, percebo que você
me considera uma criança grandona e desajeitada, e me acha, mesmo
assim, seu melhor companheiro de brinquedos.

Pena que tenhamos tão pouco tempo para brincar, tão pouco porque só
sei brincar de passado, e você só sabe brincar de futuro. E ainda
estarei brincando de recordação quando você começar a brincar de
esperança.

Mas antes que termine o nosso recreio juntos, antes que eu me torne
apenas um retrato na parede, uma referência do meu genro, ou quem sabe
até uma lágrima de minha filha, quero lhe dizer meu neto, que vale a
pena.

Vale a pena crescer e estudar. Vale a pena conhecer pessoas, ter
namoradas, sofrer ingratidões, chorar algumas decepções. E, a despeito
de tudo isso, ir renovando todos os dias a sua fé e a bondade
essencial da criatura humana, e o seu deslumbramento diante da vida.

Vale a pena verificar que não há trabalho que não traga sua
recompensa; que não há livro que não traga ensinamentos; que os amigos
têm mais para dar que os inimigos para tirar; que se formos bons
observadores, aprenderemos tanto com a obra do sábio quanto com a vida
do ignorante.

Vale a pena casar e ter filhos. Filhos, que nos escravizaram com o seu amor.

Vale a pena viver nesses assombrosos tempos modernos, em que milagres
acontecem ao virar de um botão; em que se pode telefonar da Terra para
a Lua; lançar sondas espaciais, máquinas pensantes à fronteira de
outros mundos, e descobrir na humildade que toda essa maravilha
tecnológica não consegue, entretanto, atrasar ou adiantar um segundo
sequer a chegada da primavera.

Vale a pena, meu neto, mesmo quando você descobrir que tudo isso que
estou tentando ensinar é de pouca valia, porque a teoria não substitui
a prática, e cada um tem que aprender por si mesmo que o fogo queima,
que o vinagre amarga, que o espinho fere, e que o pessimismo não
resolve rigorosamente nada.

Vale a pena, até mesmo, envelhecer como eu e ter um neto como você,
que me devolveu a infância.

Vale a pena, ainda que eu parta cedo e a sua lembrança de mim se torne
vaga. Mas, quando os outros disserem coisas boas de seus avós, quero
que você diga de mim, simplesmente isso:

“Meu avô foi aquele que me disse que valia a pena. E não é que ele
tinha razão?!”
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Este e-mail foi enviado pelo amigo Roberto Furtado de Mendonça.

domingo, 8 de setembro de 2013

BRASIL SEMPRE

A propósito das comemorações do DIA DA PÁTRIA - 7 de Setembro, me fez volver aos tempos da minha juventude, onde participava como componente da Banda Marcial do Ginásio Natal, desfilando nas ruas para homenagear o BRASIL em sua data maior. Havia uma rivalidade cívica com o Colégio Marista, Atheneu, Escola Técnica e Colégio 7 de Setembro. Nossa recordação vai mais longe - ao tempo do Curso Primário no Instituto Batista do Natal, no Barro Vermelho, onde com amor e emoção, participávamos da Parada Oficial.
[Sou o primeiro da esquerda para a direita]

Depois, já em 1959, desfilei pelo Exército Nacional, na condição de Cabo de Infantaria. Lembro-me até que estava nesse dia com uma contusão séria, onde rompi uma artéria da perna e estava febril e o pé inchado para calçar o coturno. Mesmo assim, implorei ao meu sargenteante João Gregório Filho, da CCS, que não me fizesse a desfeita de vedar a minha participação e ele concordou -  apenas aliviou a minha situação fazendo com que desfilasse pelo pelotão de saúde, que levava apenas um bornal de medicamentos.
Foi uma glória. Só notei a minha contusão quando retornei ao Quartel do 16º RI.
[fila da frente- sou o 5º da esquerda para a direita, de óculos escuros]
[O palanque ficava na Praça Pio X, vendo-se, ao fundo, a casa do Dr. José Aufran, na Av. Deodoro]

Hoje, vejo com extrema tristeza uma outra forma que está sendo adotada, uns com legitimidade protestam pela melhor qualidade de vida, contra a corrupção, enquanto outros, oportunisticamente, se prestam a fazer protestos e, em alguns casos, baderna inexplicáveis contra o patrimônio público e também o privado, destruindo vidraças e até pondo fogo em nossa bandeira, que é um símbolo nacional, exatamente durante o desfile, afastando o povo e as autoridades, com receio de agravar a situação, como aconteceu no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Norte.
No Rio não sei o motivo, mas aqui está patente - o inconformismo dos servidores, dos empresários, dos estudantes, dos médicos e das categorias policiais e do povo com o Governo, que não respeitando as prioridades exigidas pela população, com a saúde, educação e segurança, prioriza a construção babilônica da Arena das Dunas em detrimento de obras estruturantes, em particular, as de mobilidade urbana, que denominam de "legado da copa"????
É triste ver a presença do Ministro Aldo Rabelo, fantasiado de operário, com capacete e tudo, para fiscalizar uma obra secundária que, antes de orgulhar a população, causa revolta, quando não se tem hospitais, escolas e segurança dignos dos anseios dos potiguares.
Mas ainda acredito que alguma coisa vai mudar neste País, para melhor. Para isso, temos que encarar um ideário irreversível e unificante entre os ideólogos de direita e de esquerda: BRASIL SEMPRE!

ps. Os domingos me inspiram para falar de poesia, mas a tristeza me retirou o clima de devaneios e romantismo. Fica para a próxima semana, se Deus quiser!