sábado, 22 de março de 2014

 

Preço da Liberdade
 
Só é digno da liberdade, como da vida, aquele que se empenha em conquistá-la”. (Goethe)
 
(*) Rinaldo Barros
 
            A conversa de hoje é uma ousada caminhada na trilha de alguns conceitos pouco debatidos em nossa sociedade: política, democracia, cidadania e liberdade. Para tanto, valho-me do trabalho do professor Gustavo Bertoche in “Democracia, Cidadania e Liberdade”, publicado em 2007; conceitos com os quais concordamos.
            Para que se compreenda as ideias de Democracia e Cidadania, devemos antes compreender isto que se chama Política. Todos imaginamos saber o que é Política.
Todos os dias lemos os jornais e ouvimos a televisão que nos dizem várias coisas sobre políticos profissionais: o que o Presidente da República fez, o que o Deputado de tal partido comentou, o que o Prefeito de tal cidade construiu. No entanto, isto é realmente Política?
Será que Política é apenas o conjunto de ações e palavras dos políticos profissionais?
Do mesmo modo, não nos perguntamos em que exatamente consiste nossos direitos de Cidadania.
O que faz de cada um de nós um cidadão?
Às vezes, basta-nos saber utilizar um ou outro direito; e talvez mesmo imaginemos que estes direitos são benefícios concedidos pelo governo. A ingenuidade em relação aos princípios da Democracia e aos princípios da Cidadania é fonte de inúmeras confusões, e impede as pessoas de lutar pelos seus direitos.
Relembremos. A política nasceu na Grécia. A Pólis era o centro da vida grega.
A Pólis era o centro da vida do cidadão grego: era onde ele nascia, vivia e esperava morrer; era onde ele realizava seus negócios; era sua casa, seu templo, sua comunidade. A política, portanto, é originalmente toda atividade realizada pelos cidadãos, e que concorre para o bem da própria Pólis. Mas, o que é um cidadão?
Cada cidadão, em uma Democracia, tem direitos que não são apenas os direitos de votar e ser votado e de escolher como guiará sua vida particular: os cidadãos têm o direito de derrubar o governo pelo qual não se sintam representados; se esse for o desejo da maioria. O leitor já havia pensado nisso?
Na construção do conceito moderno de Cidadania, portanto, foi operante o conceito de Liberdade individual; a qual pode ser Liberdade negativa (ausência de coerção) ou Liberdade positiva, pela qual um governo existe a partir de um consentimento dos cidadãos.
Portanto, os direitos da Cidadania moderna incluem, além dos direitos de votar e ser votado e de guiar a própria vida particular; os direitos naturais do homem: o direito à vida, o direito à propriedade, direito de ir e vir, direito à livre expressão e o direito à resistência, à oposição ao governo.
Além disso, a principal característica da Cidadania moderna passa a ser o consentimento do cidadão ao governante. A Cidadania moderna incorpora a Liberdade política. No Estado democrático, o destino do povo está nas mãos do próprio povo. Mas, repito, a Democracia não se resume apenas em seus cidadãos votarem.
Será que as pessoas têm medo de ser livres?
Aliás, no patropi, vivenciamos uma contradição entre a existência de uma Democracia representativa e a desigualdade brutal, que permanece alimentando a miséria e a violência.
A maioria da população brasileira ainda é composta por analfabetos funcionais (lê, mas não entende); e essa dificuldade a impede que seja livre para fazer as escolhas capazes de construir uma sociedade de cidadãos, no pleno gozo dos seus direitos e deveres. Onde todos seriam iguais porque todos seriam livres. Onde cada cidadão disporia de seus recursos materiais, intelectuais e espirituais com completa liberdade.
Houve um avanço relativo ao aumento da capacidade de consumo, nos últimos anos, em razão do avanço da ajuda assistencialista que o governo proporciona aos mais necessitados. Entretanto, para alcançarmos a Liberdade política, a plena Cidadania, muitas coisas precisam ainda mudar.
Existem outras formas de aumentar o bem-estar das pessoas, sem precisar se prolongar indefinidamente com os programas assistenciais. É urgente superar a visão assistencialista, fundada no monetarismo especulativo, tal qual ocorre atualmente no Brasil. Do jeito que está, nunca alcançaremos a Cidadania.
É possível implementar uma outra política econômica, desenvolvimentista (fortalecendo a produção, e não o consumismo) e universalizar a educação técnica pública de qualidade, incentivar o empreendedorismo e fortalecer as micro e pequenas empresas, na cidade e no campo, para gerar mais trabalho e renda; do que resultará uma sociedade de cidadãos, com uma vida digna voltada para as próximas gerações.
Resumo da ópera: um Estado será democrático apenas caso respeite a Liberdade e os direitos primários das pessoas, como o direito à vida, o direito à propriedade, direito de ir e vir, direito à livre expressão e o direito à resistência e à oposição política, com a possibilidade clara de alternância no poder.
 
(*) Rinaldo Barros é professor – rb@opiniaopolitica.com

sexta-feira, 21 de março de 2014


Bellini (futebolista)


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Bellini
Bellini
Bellini em 2008
Informações pessoais
Nome completo Hilderaldo Luís Bellini
Data de nasc. 7 de junho de 1930
Local de nasc. Itapira (SP), Brasil
Falecido em 20 de março de 2014 (83 anos)
Altura 1,82 m
Informações profissionais
Posição Zagueiro-central
Clubes de juventude
1946–1948
1949–1951
Brasil Itapirense
Brasil Sanjoanense
Clubes profissionais
Anos Clubes Jogos (golos/gols)
1952–1961
1962–1967
1968–1969
Brasil Vasco da Gama
Brasil São Paulo
Brasil Atlético Paranaense
430
205 (1)
Seleção nacional
1957–1966 Brasil Brasil 51 (0)
Hilderaldo Luís Bellini (Itapira, 7 de junho de 1930 - São Paulo, 20 de março de 20141 ) foi um futebolista brasileiro, capitão da Seleção Brasileira de Futebol na conquista do primeiro título mundial, em 19582 .
Atuando como zagueiro, jogou na Itapirense e depois na Sanjoanense de 1949 a 1951, além do Vasco da Gama de 1952 a 1961, no São Paulo de 1962 a 1967 e no Atlético Paranaense, de 1968 a 1969, quando encerrou sua carreira3 .
Ganhou títulos pelo Vasco nos Cariocas de 1952, 1956 e 1958, Torneio Rio-São Paulo de 1958, Torneio de Paris de 1957, Torneio Octogonal Rivadavia Corrêa Meyer de 1953, dentre outros.

Carreira

Consagrou-se como capitão da Seleção Brasileira nas copas do Mundo de 1958 e 1962. Sua foto levantando a Taça Jules Rimet com as duas mãos sobre a cabeça é uma das marcas do futebol brasileiro, e passou a ser repetida por todo capitão ao levantar a taça.
Começou no pequeno Itapirense e depois na Sanjoanense, de São João da Boa Vista mas se tornou famoso no Vasco da Gama, onde chegou em 1952, numa época de renovação do time, após o desmanche do famoso Expresso da Vitória.
Bellini era um zagueiro vigoroso, raçudo, que se impunha dentro da área. Compensava a limitada técnica com muita seriedade e lealdade aos adversários, o que lhe deu o posto de capitão da seleção em 1958.
Em 1962, foi vendido ao São Paulo, entrando no lugar do zagueiro Mauro. Ficou no clube por seis anos, e não conquistou nenhum título por ele.
Em 1968 foi contratado pelo Clube Atlético Paranaense onde encerrou sua carreira como profissional em 19694 .
Foi um dos primeiros jogadores a usar a imagem publicitariamente.
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Fonte: Wikipédia


Em 20/03/2014

Morre Bellini, o capitão do primeiro título mundial do Brasil

Campeão de 1958, ex-zagueiro tinha 83 anos e sofria do Mal de Alzheimier



Autor: Redação FutRio / Foto: Manchete Esportiva                                           

O ex-zagueiro Hideraldo Luiz Bellini, de 83 anos, morreu no fim da tarde desta quinta-feira (20), em São Paulo. Campeão mundial em 1958 pela Seleção Brasileira, ele foi o primeiro capitão a erguer o troféu mais importante do futebol pelo time nacional. Ele sofria do Mal de Alzheimer e sofreu complicações causadas por uma parada cardíaca.

O capitão do primeiro título mundial do Brasil começou a carreira no Vasco, em 1952. Na Colina, foi campeão carioca três vezes, além de ter conquistado um Torneio de Paris (1957) e um Rio-São Paulo (1958). Jogou 430 partidas pelo Cruz-Maltino. Suas grandes atuações o levaram à Copa do Mundo da Suécia, em que foi titular em todos os jogos. No fim, eternizou o gesto de levantar a taça, imitado por todos os capitães do planeta depois de então.

Em 1962, também esteve na Copa do Mundo do Chile, mas já como reserva. Naquele ano, foi para o São Paulo, onde ficou até 1967, tendo passado seus dois últimos anos no Atlético-PR. Com a Seleção, foram 51 partidas.
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Fonte FutRio

Bellini será sepultado em Itapira (SP), sua cidade natal.

PATRIOTISMO E MODERAÇÃO
Por: Carlos Roberto de Miranda Gomes

O Brasil vem assistindo, através dos seus veículos de comunicação, um vasto noticiário pertinente ao fato histórico dos 50 anos do golpe de Estado de 31 de março de 1964.
Grupos preconizam a renovação de marchas em louvor ao governo que impôs restrições de direitos por cerca de 21 anos; outros apregoam movimentos de repulsa aos tempos de repressão e, outros ainda, se aproveitam para apontar caminhos de retomada de ideais sufocados ou com um elo partidário de simplesmente continuísmo na vida brasileira.
Pronunciamos exacerbados são feitos através de artigos ou discursos inflamados, com conteúdo golpista de esquerda e direita, sem reflexão ou comedimento.
Exatamente nesses momentos é que deve prevalecer o patriotismo, a ser exercido através de uma extrema moderação para evitar confrontos desnecessários. Claro que deve existir a liberdade para a difusão de ideias e projetos, mas sem extremar conflitos que não levam a nada.
Possuímos uma Constituição Cidadã, que nos oferta todos os mecanismos de manutenção da ordem democrática e os caminhos de um futuro melhor.
Afinal o País está mais politizado; sua infraestrutura econômica modernizou-se; as universidades cresceram na socialização de conhecimentos e tivemos tempo suficiente para meditar a respeito do passado, só nos restando a efetiva consciência cívica para a escolha dos novos governantes, dentre os que provaram ao longo do tempo a sua boa atuação na vida pública.
Os acordos e conchavos políticos nem sempre caminham ao encontro dos anseios do povo. Não podemos mais aceitar negociatas que venham refletir no desempenho da vida administrativa. Temos que valorizar agora o nosso voto, exercendo o direito de sufrágio com independência e qualidade, discutindo propostas e sugerindo prioridades nas instâncias a que tivermos acesso.
Esperamos que a data que se avizinha seja motivo de uma grande reflexão nacional de forma a restituir aos cidadãos brasileiros a sua confiança em dias melhores, sem violência, com o respeito à lei, abolindo a impunidade e os privilégios; dotando a máquina estatal de todos os meios necessários para o atendimento da coletividade.

quinta-feira, 20 de março de 2014


O MAL QUE PODE FAZER UMA DENÚNCIA

Por: Carlos Roberto de Miranda Gomes

                A propósito do aniversário dos 112 anos do INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE, que transcorrerá no próximo dia 29, vimos tecer algumas considerações esclarecedoras aos nossos associados e à sociedade em geral.

                Há exatamente um ano assumiu uma nova Diretoria do IHGRN e desde então passou a dar expediente diário no anexo do Instituto, cuidando dos inúmeros problemas decorrentes da importância de manter em funcionamento uma Entidade de tão magna importância, sem contar com uma receita ordinária regular, carecendo de apelos às pessoas abnegadas e às organizações privadas e públicas, bem assim do desembolso dos próprios dirigentes.

                Em verdade logramos um relativo êxito conseguindo colocar em dia as obrigações de custeio e fiscais e obtendo numerário para dar início aos serviços de manutenção indispensáveis para a preservação física do prédio e do seu rico acervo.

                O trabalho foi iniciado, preparando-se uma sala para abrigar comissão responsável para o inventário dos documentos, obras e peças do Instituto e dando início aos serviços de pintura, colocação de vidros quebrados, climatização e recuperação do auditório que estava sem condições de uso em razão de depressão do piso e danificação quase total, então não visível, pelo fato de estar coberto com um carpete.

                Feita a remoção e compactado o aterramento, que estava tão inconsistente a ponto de permitir a introdução fácil de uma barra de ferro e, quando já se pensava em colocação de um piso novo eis que surge um “denunciante invisível” e provoca o IPHAN que logo tratou de lavrar auto de infração e o embargo do serviço, causando um transtorno inusitado.

                Este fato ocorreu em novembro do ano passado e até agora não teve desfecho, fazendo com que tenha ficado diminuído o espaço útil do Instituto, causando prejuízos aos usuários, além de danos patrimoniais, pois já aconteceram três furtos de equipamentos e a implosão espontânea de uma porta de vidro em razão do fechamento do recinto e agora se agravando com a chegada o inverno com a penetração de água pelas janelas sem vidro e infiltração nas paredes sem reparo.

                Nosso propósito era ter tudo pronto em dezembro de 2013, mas não foi possível.        Agora as comemorações dos 112 anos e também não temos condições de realizar a solenidade na nossa Casa da Memória, em face de ainda persistir o embargo. Também está suspenso o trabalho do inventário do acervo.

                Contudo, decidimos enfrentar a realidade e vamos comemorar a efeméride em outro local, contando com a compreensão do Pároco da Matriz de Nossa Senhora da Apresentação que nos cedeu o prédio do Centro Pastoral Dom Heitor de Araújo Sales, na mesma rua da Conceição, nº 615, quase em frente ao nosso vetusto prédio.

                É bem possível que esse denunciante incógnito não tenha noção do quanto a sua atitude à sorrelfa tenha causado em prejuízo para a Secular Instituição de Cultura.

                Estamos à mercê dos porões da burocracia na expectativa de uma graça de que possamos retomar o sonho de uma gestão profícua e revolucionária para os pesquisadores e visitantes do velho Instituto.

                Ainda não perdemos a esperança e continuamos firmes no expediente diário, fazendo o que é possível fazer, sob o comando firme do Presidente Valério Mesquita, mesmo sem qualquer retribuição financeira, somente pelo amor à cultura e preservação da documentação histórica da terra potiguar.

                PRESTIGIEM A NOSSA FESTA!

quarta-feira, 19 de março de 2014


O Lado Quente do Ser

 

Maria Betânia

Cantora

Eu gosto de ser mulher
Sonhar arder de amor
Desde que sou uma menina
De ser feliz ou sofrer
Com quem eu faça calor
Esse querer me ilumina


E eu não quero amor, nada de menos
Dispense os jogos desses mais ou menos
Pra que pequenos vícios
Se o amor são fogos que se acendem sem artifícios


Eu já quis ser bailarina
São coisas que não esqueço
E continuo ainda a sê-la
Minha vida me alucina
É como um filme que faço
Mas faço melhor ainda do que as estrelas


Então eu digo amor, chegue mais perto
E prove ao certo qual é o meu sabor
Ouça meu peito agora
Venha compor uma trilha sonora para o amor


Eu gosto de ser mulher
Que mostra mais o que sente
O lado quente do ser
E canta mais docemente

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Mulher (Sexo Frágil)

Erasmo Carlos

Cantor 

Dizem que a mulher é o sexo frágil
Mas que mentira absurda
Eu que faço parte da rotina de uma delas
Sei que a força está com elas


Vejam como é forte a que eu conheço
Sua sapiência não tem preço
Satisfaz meu ego se fingindo submissa
Mas no fundo me enfeitiça


Quando eu chego em casa à noitinha
Quero uma mulher só minha
Mas pra quem deu luz não tem mais jeito
Porque um filho quer seu peito
O outro já reclama a sua mão
E o outro quer o amor que ela tiver
Quatro homens dependentes e carentes
Da força da mulher


Mulher, mulher
Do barro de que você foi gerada
Me veio inspiração
Pra decantar você nessa canção


Mulher, mulher
Na escola em que você foi ensinada
Jamais tirei um dez
Sou forte mas não chego aos seus pés

_________________________
Colaboração do leitor Álvaro Moura

terça-feira, 18 de março de 2014


“Nós sufocamos os homens”

   As mulheres ganharam. Ou, pelo menos, a maneira feminina de encarar o mundo vem levando a melhor- e isso não é necessariamente bom, diz Camille Paglia. Para ela, a valorização das características associadas às mulheres emparedou os homens e fez certa virtudes masculinas caíssem perigosamente em desuso.

    Em entrevista a VEJA, a autora de Personas Sexuais mostra que, aos 66 anos, continua sendo uma fervorosa dissidente de feminismo ortodoxo dos anos 60. Segundo ela, ao priorizarem o sucesso profissional, as mulheres de sua geração deram “de cara com a parede”- e em breve verão que as felizes de verdade não são as ricas e bem-sucedidas, mas as que em vez de correr atrás do sucesso, se dedicaram a construir grandes famílias.

As mulheres venceram? Nosso mundo políticos e econômico certamente não é regido pelas mulheres. Os homens ainda são maiorias, talvez porque seja mais fácil para trabalhar harmoniosamente em equipe. As mulheres, porém, reinam nos domínios emocionais e psicológicos. Valores feminino como cooperação, sensibilidade e compromisso hoje são promovidos em todas as escolas publicas dos Estados Unidos. Fico preocupada com isso. Não é responsabilidade escolar moldar ou influenciar o caráter dos alunos. Então, sim, há uma vitória feminina no sistema de educação, e é por isso que tantos meninos se sentem sufocados ou presos nesse ambiente governado por mulheres.

Essa constatação veio da sua experiência de ser mãe de uma menino?

(Camille adotou Lucien, hoje com 11 anos.) A maternidade apensa confirmou minhas opiniões. Nos meus trabalhos sempre partir de uma observação social, e não teorias criadas a priori. Ser mãe me permitiu outras descobertas, entre elas a existência de uma rede de mulheres com enormo poder de organização de capacidade de administrar o próprio tempo.

Mas os homens estão frágeis? A masculinidade tradicional está numa encruzilhada. O que  os homens podem ser? Como eles podem se diferenciar das mulheres? Alguns não veem problemas em receber ordens delas. Mas, para outros, é como se a masculinidade tivesse sido apagada, como se eles tivessem perdido sua posição dentro da família. Sentem-se sufocados e precisam estar com outros homens. Aí entram a pornografia, os clubes de strip- tease, os esportes: é quando os homens escapam para o mundo deles. Chutar uma bola no meio do campo é muito revigorante e bom para escapar das mulheres.

Em outras palavras, elas fazem com que eles se sintam errados o tempo todo? Sim! Em uma palavra: sim! Houve um tempo em que homens faziam coisas que as mulheres não podiam fazer. Então, ninguém questionava se eles “eram homens” ou não. Eu lembro que, em casa, depois do jantar, os homens ficavam na sala, falavam de carros assistiam a algum esporte na TV. Enquanto isso, as mulheres conversavam arrumando a cozinha. Hoje, elas querem homem que sejam igual a mulher. Querem falar com ele do mesmo jeito que conversam com as amigas. Isso é com os gays!

 Os gays conversam por horas, fofocam, falam sobre a vida pessoal... Os héteros  não. Ele não querem aprofundar-se  nos sentimentos. Há um grande desentendimento no casamento modernos porque mulheres e homens não têm tanto em comum assim. Quando nasce uma criança, então o homem é marginalizado. Pode escolher entre escapar de casa e ser mais um dos planetas orbitando ao redor do “SOL”. Famílias de classe média são basicamente ambientes femininos. Tudo é bom e gentil, e os homens têm de mudar seu comportamento para se encaixar nelas. As mulheres pedem a eles que sejam o que não são e, quando eles se tornam o que não são, elas não os querem mais. “Ah meu marido é meu terceiro filho, é meu bebê.” Ouvimos isso o tempo todo. O problema numero 1 é que as mulheres não estão receptivas aos homens. Elas precisam ouvi-los. O femininsmo é duro demais com eles.

   Ao longo do tempo, as mulheres incorporam alguns atributos masculinos. Diz-se frequentemente que agora é hora de eles incorporarem atributos femininos. A senhora não concorda?

Não. No que diz respeitos aos governos ocidentais, por exemplo, a tendência é agirem no estilo “estado- babá”, cheios de complacência e cuidados, atributos associados ao universo feminino. Só que isso está incapacitando as nações de ficar seriamente em alerta contra as ameaças do terrorismo, por exemplo. As sociedades ocidentais são ingênuas e complacentes ao imaginar que todo mundo é naturalmente benevolente. Várias grandes civilizações entraram em colapso por se apresentares vulneráveis. A compaixão e a sensibilidade femininas são virtudes positivas, mas as maiores conquistas nas áreas de cultura e tecnologia ainda requerem certos traços masculinos, bem como planejar a defesa de umasociedade sob ameaça de ataque.

Essa “lacuna” explicaria o fato de existirempoucas mulheres no poder?

O líder de uma nação tem de ter diferentes atributos. Precisa saber compor, comandar, controlar os nervos- precisa combinar qualidades masculinas e femininas. Falta às mulheres uma educação voltada a desenvolver visões de longo prazo, capacidade de decisão, pensamento militar . Essa história de ser carinhosa e de ter compaixão já esta resolvida- vamos parar de falar disso. O que não é valorizado como deveria é a capacidade de decisão. E, do jeito que as mulheres são educadas, não vejo como essa mudança pode acontecer. Por exemplo: liderar uma nação significa cuidar também de suas questões militares. Isso requer um tipo de personalidade de firme e assertiva. Por isso, em vez de estudarem questões de gênero, as mulheres que querem ascender politicamente deveriam estudar histórias militar e econômica. Não é fixando proporções-“as mulheres tem que apresentar 50% dos legisladores. O Brasil não tem a mesma obsessão pela questão militar que os Estados Unidos, por isso vocês têm uma mulher presidente.

Como a senhora avalia uma eventual candidatura de Hillary Clinton à Presidência em 2016?

Hillary Clinton é completamente incompetente. Em tudo o que fez, não obteve êxito. Seu currículo segue em branco, sem nenhuma grande conquista, exeto ter casado com Bill Clinton. É incrível como temos poucas candidatas. Sempre achei que a senadora democrata Dianne Feinstein, da Califórnia, deveria ter tentado concorrer à Presidência, e não Hillary Clinton. O que precisamos aprender é como exercer a liderança e nos comunicar com as pessoas sem que nos sintamos diminuídas, da maneira como Hillary Clinton faz. Ela é estridente, irritante, sempre sorrindo, sorrindo. E é mal- humorada, tola- oposto do que querem de um líder. Continuar a impulsioná-la vai atrasar a evolução feminina em décadas.

Quais as perspectivas femininas para as próximas décadas?

Eu vejo um mundo muito instável à frente, tanto política como economicamente. Acho que essa maneira de encarar as coisas baseadas em gêneros está errada. É como se as mulheres tivessem respostas para tudo. E, se não estão felizes, a culpa é dos homens. Temos de olhar para a natureza de vida moderna, para o nosso isolamento psicológico, para essa quebra da família tradicional, transformada em pequenos núcleos. Tudo isso resulta em ansiedade. As mulheres sentem que têm de ser pessoas bem- sucedidas, tudo na vida delas tem de estar relacionado com o poder feminino, com “encarar obstáculos”. É um modo de vida muito estressante.

E ainda há a questão não resolvida de como conciliar carreira e vida pessoal. Por que isso continua a ser sofrimento?

O feminismo cometeu o engano de tentar reduzir a vida feminina às conquistas profissionais. Uma coisa é exigir que se retirem as barreiras para o avanço social das mulheres e que se oferecem a elas oportunidades, promoções, salário etc. Outra é suportar que essas conquistas suprirão as demandas de vida pessoas- não suprirão. Questões pessoais são de uma natureza diferentes das profissionais: têm a ver com sexo, procriação e viver a vida. Essas feministas anglo- americanas dos anos 60 têm uma visão mecânica do que é viver. Há ainda um grande problema com o sistema de carreira moderno. O modo de progredir profissionalmente  faz com que seja difícil para elas lidar com os homens em pé de igualdade. A mulher precisa ter vida dupla: ser ambiciosa e dominadora no escritório, mas adaptar-se em casa para ser sexualmente desejada e emocionalmente carinhosa. Minha prioridade sempre foi esta: temos de parar de culpar os homens e começar a olhar o sistema e as mudanças ocorridas no trabalho e nos últimos séculos.

Quais seriam as transformações mais significativas?

Uma das que mais merecem atenção é o isolamento feminino. As pessoas amam ter privacidade, ter sua própria casa. O resultado disso é uma quantidade tremenda de trabalhos domésticos que recai sobre as mulheres e do qual ela têm de dar conta sem ajuda de outras mulheres. Não muito tempo atrás, as pessoas viviam em uma espécie de tribo, em que umas olhavam pelas outras. Minha mãe se lembra disso em sua infância na Itália. As mulheres reuniam-se, pegavam suas crianças e iam lavar roupa nas pedras. Havia uma comunidade de mulheres, uma vida social construída a partir dessas atividades. Hoje estamos muito felizes com as nossas máquinas de lavar e secar, mas o que isso significa? Isolamento total! A mulher está isolada, desconectada do mundo feminino. Quando você é parte de um grupo, você sabe quem você é, não precisa ir descobrir.

Recentemente, a senhora foi criticada por declarar que as mulheres deveriam pensar melhor no que vestem para não ficar vulneráveis. O que quis dizer?

Eu apoio totalmente as mulheres que se vestem de maneira sexy. Mas quem faz isso tem de compreender que sinais está enviando. Quando disse isso, estava me referindo às garotas americanas brancas de classe alta, que frequentaram as melhores universidades e terão os melhores empregos. Elas usam roupas sexy, mas seu corpo está morto, sua mente está morta. Elas entendem o que estão vestindo.

Por que esse diagnóstico se restringe?

Mulheres na Itália, França, Espanha, Brasil e outros países da América do Sul comunicam melhor sua sexualidade, estão mais confortáveis com seu corpo. Afro- americanas também sabem fazer isso. Mas as mulheres americanas brancas que estão cursando as melhores universidades...oh! Bom, você deve se lembrar de Sex and the City. Elas são espertas e ambiciosas, mas vivem em situação em que  fazem sexo com uma incrível quantidade de homens e de repente é o homem quem escolhe com que vai ficar e quando é hora de casara. E, quando resolvem casar, querem as de 20 anos. É muito difícil. Antigamente não se fazia sexo antes de casar. Mas hoje... as mulheres são tediosas.

 Tediosas?

Quando eu vou a Nova York vejo essas mulheres das ruas: bem cuidadas, lindas, bem- sucedidas, graduadas em Harvard, Yale e...tediosas! Te- di- o- sas. Não têm nenhuma mística erótica. Acho que o numero de homens gays vem aumentando porque os homens são mais interessantes que as mulheres.

Onde elas deveriam buscar a felicidade?

Bem, achar que as mulheres profissionalmente bem- sucedidas são o ponto máximo da raça humana é ridículo. Vejo tantas delas sem filhos porque acreditam que podiam ter tudo: sem bem- sucedidas e mães aos 40 anos. Minha geração inteira deu de cara cm a parede. Quando chegarmos aos 70, 80 anos, acredito que a felicidade não estará com as ricas e poderosas de classe média que conseguiram produzir grandes famílias.

 

“Entrevista da escritora americana Camille Paglia,

a revista VEJA, edição 05 de março 2014.”
__________________________________
Colaboração do leitor Álvaro Moura

domingo, 16 de março de 2014


D I A  D A  P O E S I A

No dia 14 passado a cidade comemorou o “Dia da Poesia”. Infelizmente coincidiu com a partida de um poeta, Dosinho, para a Morada Eterna. Não custa nada marcar aquela data tão importante com alguns versos dos meus amigos:




TRANSCENDENTAL...  VOCÊ, A LUA E EU.

... E FOI ASSIM...  AMANHECEU O DIA.

                (décima em decassílabos)

Um “cabernet”, chileno, especial,

Para uma noite morna, terna e nua,

Você tão linda quanto linda a lua,

E eu sem saber quem mais original.

Houve um sorriso, um beijo... o trivial...

Você sorria e eu também sorria.

E a nossa lua, que nos assistia,

Nos viu amando aos braços de  “Morfeu”.

TRANSCENDENTAL...  VOCÊ, A LUA E EU.

... E FOI ASSIM...  AMANHECEU O DIA.

Wellington Leiros

OFERENDA LÍRICA
enquanto ouves cantar o rouxinol
vai ao encontro do amanhecer
e o oferece
a alguém que partiu
segue a lembrança que aflora
antes que também parta o rouxinol

                               (Horácio Paiva)
Quando poetas resolvem conversar:

DE CORES, FLORES E AMOR. *
Ivam Pinheiro.

Valeu, Poeta Pedro!
As flores de Pereira
são cores e natureza,
a felicidade de amar.
O bom dia vem cedo
na luz, a parte inteira
da magia e da beleza
do amor de paz no ar.

Cor, brilho e coração,
riso e café nos copos.
O olhar que pinta tela
no jardim do girassol
é a pureza da emoção.
Imã - calor de corpos,
é matiz, cor aquarela.
Terra, céu, mar e sol.

Capte todo dia a fada
e capture a cor da luz.
Pinceladas do respirar
no sincero bem querer.
Sentir paz bem amada
é vida feliz que seduz
o flutuar passos no ar.
Cores e flores – amar.

* Poema criado com inspiração à partir de conversa intertextual com poema “sem título” de Pedro Pereira postado em 18.02.2014, na sua página pessoal da rede social Facebook.

“A Natureza das Cores
é Feliz no Belo das Flores.
O Bailado Alegre do Vento
é Acalento e Paz no Pensamento.
A Felicidade de Amar
se completa diante o Mar,
Pureza e Harmonia do Amor.
Céu, Ar, Terra, Sol.
Calor dos Corpos.”.

Pedro Pereira.

Natal, RN, Brasil, 18.02.2014.





AS ROSAS DO AMOR

Lúcia Helena Pereira




Tento escrever um soneto
Da fonte opaca de minha solidão,
Onde as esperas banham-se no tormento
De uma infinita e dorida ilusão!



Minhas manhãs alvas e lânguidas
Penduram enfeites de ânsias e adormecidos sonhos,
Na paisagem sombria de alegrias magoadas
Desbotando-se em dias tristonhos!



Trago colheitas de esperanças frustradas
Na dourada luz de um castiçal de ardor
Acendendo estrelas torturadas!



Dá-me, amado, o húmus de tua alma,
Para que desabrochem em mim, as rosas do amor,
Na estação primaveril que me acalma!

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Aproveito para homenagear minha esposa Therezinha 
nesta data em que comemoramos 51 anos de casados
e mais 15 de convivência como amigos, namorados e noivos (1948-2014).