sábado, 13 de setembro de 2014


A ACADEMIA DE LETRAS JURÍDICAS DO RIO GRANDE DO NORTE – ALEJURN, realizou ontem, no período de 8 às 16 horas, ELEIÇÕES PARA A COMPOSIÇÃO DA SUA DIRETORIA E CONSELHO FISCAL PARA O BIÊNIO 2014-2016.
O pleito foi conduzido pela Comissão Eleitoral composta dos seguintes acadêmicos: Francisco de Assis Câmara, Presidente e Carlos Roberto de Miranda Gomes e Odúlio Botelho Medeiros, Membros, que estiveram na sessão durante todo o tempo de sua duração.
Terminada a fase de votação ocorreram a apuração e posse imediata dos eleitos, com a seguinte composição: 
DIRETORIA: Presidente: JOSÉ ADALBERTO TARGINO ARAÚJO, Vice-Presidente: ZÉLIA MADRUGA, 
Secretário Geral: LÚCIO TEIXEIRA DOS SANTOS; 
Secretário Geral Adjunto: ARTHUNIO DA SILVA MAUX; 
Tesoureiro: JOSÉ DANIEL DINIZ.  
CONSELHO FISCAL: Três (03) Membros: 
JOSONIEL FONSECA DA SILVA, 
LUIZ ANTÔNIO MARINHO e 
FRANCISCO DE SALES MATOS.

PARABÉNS AOS NOVOS DIRIGENTES.
O comparecimento registrou 23 (vinte e três) votos, de um total de 37 eleitores. Portanto, alcançando a maioria absoluta. 

Na ocasião foi feita a entrega de plaquete com um pouco da história e legislação básica da Academia, inclusive com o endereço dos seus componentes.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

ELEIÇÃO  H O J E
ACADEMIA DE LETRAS JURÍDICAS DO RIO GRANDE DO NORTE - ALEJURN
ELEIÇÃO PARA A DIRETORIA E CONSELHO FISCAL
COMUNICAÇÃO DA ÚNICA CHAPA INSCRITA
A COMISSÃO ELEITORAL designada pela Portaria n° 01/2014-P, de 10 de julho de 2014, da Presidente, em exercício, da Instituição, COMUNICA aos interessados, para os fins de direito, que foi deferido o pedido de inscrição da chapa única “UNIÃO PELA CULTURA JURÍDICA” para os cargos da ACADEMIA DE LETRAS JURÍDICAS DO RIO GRANDE DO NORTE – ALEJURN – biênio 2014-2016, cujo pleito ocorrerá no dia 12 de setembro de 2014, em sua sede provisória sita à Avenida Afonso Pena, 1155, 2° andar – Tirol – Natal/RN (dependências da Procuradoria Geral do Estado do RN), no horário das 8 às 16 horas, para o preenchimento dos diversos cargos da Diretoria e do Conselho Fiscal, composta dos seguintes Acadêmicos pretendentes, registrados para concorrerem aos seguintes cargos: DIRETORIA: Presidente: JOSÉ ADALBERTO TARGINO ARAÚJO, Vice-Presidente: ZÉLIA MADRUGA, Secretário Geral: LÚCIO TEIXEIRA DOS SANTOS; Secretário Geral Adjunto: ARTHÚNIO DA SILVA MAUX; Tesoureiro: JOSÉ DANIEL DINIZ. CONSELHO FISCAL: Três (03) Membros: JOSONIEL FONSECA DA SILVA, LUIZ ANTÔNIO MARINHO e FRANCISCO DED SALES MATOS.
 O edital com as normas editalícias completas está afixado na sede provisória da Instituição, no início indicada.
Natal/RN, 03 de setembro de 2014
A Comissão Eleitoral  
FRANCISCO DE ASSIS CÂMARA
Presidente
 
CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES
Membro
 
ODÚLIO BOTELHO MEDEIROS
Membro

Marcelo Alves 

Crônica/artigo publicada domingo passado na Tribuna do Norte (de Natal/RN):

Minhas livrarias em Paris (III)

Na semana passada, enquanto passeávamos pelo Quartier Latin, prometi escrever sobre as livrarias jurídicas de Paris. Promessa é dívida, e cumpro agora.

Em busca dessas livrarias jurídicas, não precisamos ir muito longe. Em Paris, a maioria das que conheço fica ali mesmo, no Quartier Latin, nas imediações do Panthéon e da Sorbonne (falo da renomada “Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne”), mais precisamente na Rue Soufflot, por alguns chamada de “Rue du Droit”. De fácil acesso e muitíssimo frequentada, essa rua liga o Boulevard Saint-Michel, na altura dos Jardins de Luxemburgo, com o Panthéon (se for tomar o metrô, sugiro descer na estação Cluny - La Sorbonne; se for de RER, outra modalidade interligada de trem urbano de Paris, sugiro descer na estação Luxemburg).

Na Rue Soufflot estão, todas juntinhas, três excelentes livrarias jurídicas (e por ali ainda existem outras, é bom frisar).

No número 20, em uma esquina, está a “Librairie LGDJ”. Livraria de referência em língua francesa, trabalhando com inúmeras editoras, ela vende de tudo: direito constitucional, administrativo, penal e processual penal, civil e por aí vai. Tem até um tal de “droit du tourisme”, ramo no qual estou pensando, muito animadamente, em me especializar.

Na esquina seguinte, em direção aos Jardins de Luxemburgo, no número 22, está “Librairie Juridique Dalloz”. Fundada em 1961, portanto há mais de meio século, é também uma livraria de referência. Assim como a LGDJ, também tem de tudo e de várias editoras, não só da famosa Editora Dalloz, ao que, pela confusão dos nomes (que não é mera coincidência), poderíamos ser levados a achar.

A terceira livraria que recomendo por ali é a filial da antiquíssima “Ma Librairie de Droit”. Ela fica bem pertinho, no número 26 da Rue Soufflot (a primeira loja, mais antiga, que visitaremos mais tarde, fica na Place Dauphine, na Ilé de la Cité). Pelo que sei, está ali há mais de 60 anos. Também vende de tudo em livros jurídicos. Seus títulos e estoque contam-se aos milhares.

Após adquiridos (ou não) os livros jurídicos, sugiro, para um “turisminho” básico, caminhar pela Rua Soufflot. Afinal, é subindo por ela que se avista, ao fundo, as colunatas e o imenso domo do Panthéon de Paris, mausoléu dedicado, pela pátria agradecida, “aux grands hommes” da França. Começando por Mirabeau, o primeiro ali sepultado, no Panteão estão os restos mortais de homens (e mulheres) que contribuíram não só com a França mas com toda a humanidade: Voltaire, Jean-Jacques Rousseau, Victor Hugo, Émile Zola, Jean Jaurès, Pierre Curie, Marie Curie, André Malraux, Alexandre Dumas (père) e muitos outros. Projetado por Jacques-Germain Soufflot (1713-1780), arquiteto que empresta seu nome à “rua das livrarias jurídicas”, para ser a “Église Sainte-Geneviève à Paris”, o Panthéon de Paris é belíssimo. Por fora e por dentro. Mesmo carregando os chatíssimos livros jurídicos, recomendo visitar.

Saindo do Panteão, sugiro dar uma passada na “Ecole de Droit de la Sorbonne”. Fica em frente, no número 12 Place du Panthéon. Vale a pena pedir para alguém bater uma foto sua, pegando a fachada, embaixo do belo pórtico, que contém a inscrição “Université de Paris - Faculté de Droit”. Eu pedi. E ela, tenho certeza, lembra-se muito bem.

A Sorbonne, aliás, não é a única instituição de ensino de grande prestígio por aquelas bandas. A dois passos dali, no número 11 da Place Marcelin Berthelot, está o Collège de France. Fundado em 1530 pelo Rei Francisco I (1494-1547), o Collège de France tornou-se uma instituição de ensino única no mundo. Sem a rigidez da organização universitária, está sempre na vanguarda pesquisa e do ensino nos mais variados ramos do conhecimento. Seus professores sempre foram a fina flor da “inteligentia” francesa. As palestras ali, pelo que sei, são gratuitas e de acesso livre. Basta haver disponibilidade de lugar. Que tal, caro leitor, assistir a uma delas?

No mais, antes de terminarmos, tenho um tour a sugerir um busca de mais uma livraria jurídica: vá da Rue Soufflot à Place Dauphine, na Ilé de la Cité. É muito fácil. Caminhando, sem paradas, leva uns 15 a 20 minutos, com direito a atravessar o Sena e dar uma boa olhada na Catedral de Notre-Dame, que dispensa apresentações. Com paradas, pode levar até dois dias (se tomar o metrô, sugiro descer na estação Pont Neuf ou, alternativamente, na estação Cité).

É no número 27 da Place Dauphine (na Ilé de la Cité) que se encontra primeira loja da já referida “Ma Librairie de Droit”, loja que, segundo me foi dito, tem mais de 100 anos. Também chamada de “Libraire de la Cour de Cassation”, ela é, como as outras três livrarias já citadas, excelente. Já a Place Dauphine, triangular, pequenina, muito tranquila, toda cercada de prédios seculares (imóveis residenciais, galerias de arte, pequenos hotéis, restaurantes e prédios públicos), é um dos mais belos e aconchegantes sítios de Paris.

Por fim, para os amantes do Direito, registro que a Place Dauphine fica precisamente nos fundos do belíssimo Palais de Justice, que pode ser considerado o “centro nervoso” do sistema judicial francês, já que ali estão sediados a Cour de Cassation da França, a Cour d'Appel de Paris e o Tribunal de Grande Instance de Paris (TGI de Paris). Mas essa famosa “casa” da Justiça é assunto para outro artigo.

Marcelo Alves Dias de Souza
Procurador Regional da República
Doutor em Direito pelo King’s College London – KCL
Mestre em Direito pela PUC/SP

quinta-feira, 11 de setembro de 2014



Sobre o caos e seus efeitos

Publicação: 2014-08-31 00:00:00 | TN

Luciano Ramos
Procurador-Geral do Ministério Público de Contas/RN; Presidente do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais de Contas (CNPGC)

A dinâmica de sistemas caóticos impressiona até mesmo quem já se acostumou a olhá-los diariamente. As pessoas e suas ações interagem de uma maneira tal, que, o menor ruído é capaz de causar grande estrago, em uma sucessão em cascata avassaladora.

Ao pensar alto sobre isto, imediatamente me vem à mente o filme Efeito Borboleta e sua demonstração do encadeamento de ações, partindo de um simples bater de asas de uma borboleta na América do Sul, até as relações de causa e efeito decorrentes deste ato banal acarretarem uma tempestade no Japão.

Mas não precisamos ir tão longe, com tanta abstração, para entender o quanto a ausência de uma mínima ordem estabelecida pode gerar efeitos catastróficos a partir de intempéries cotidianas, que seriam facilmente resolvidas se a desordem não fosse generalizada.

E em matéria de caos, notadamente nas contas públicas, o Rio Grande do Norte dos últimos anos é um peculiar caso a ser estudado, a começar pelo fato de estar há anos em inércia estacionária no limite prudencial estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal para despesas com pessoal, sem que tenha havido maiores ajustes para adequar a relação preocupante entre receitas e despesas.

Ao revés, leis com aumentos vão sendo aprovadas com pouco ou nenhum critério, ao sabor da pressão caótica do momento. E vai-se mais uma benesse a impactar na folha de pagamentos, que de há muito já não cabe no PIB do Rio Grande do Norte.

Mas a lógica é: “farinha pouca, meu pirão primeiro!”. E, mais uma vez, adia-se a perspectiva de sair do limite prudencial e de evitar os entraves que a lei impõe toda vez que ele é ultrapassado. Sem perspectiva de sair do caos, passa-se a conviver com ele e seus efeitos cada dia mais agigantados.

E esta semana trouxe mais um exemplo concreto para o Ministério Público de Contas, com os efeitos já sentidos e em perspectiva deste estado de coisas. Em virtude da nossa duradoura e até aqui inquebrantável relação com o limite prudencial da LRF, há três anos não há progressão na carreira da Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Norte, com postos-chave sendo esvaziados porque os profissionais aptos da corporação não podem preencher os degraus subsequentes de sua hierarquia, barrados pelo gargalo financeiro ao qual insistimos em permanecer presos.

À evidência, os efeitos deste fato vão muito além dos valores mensais que deixam de ser gastos com as progressões não realizadas – embora isto seja uma ilusão, pois a fatura chegará na forma de indenização, mais dia ou menos dia. Claramente, esta circunstância não está dissociada de todos os dissabores que a população tem vivido em decorrência da insegurança pública atual.

Se não é causa única de tantos crimes e de seu crescimento alarmante, diante do caos generalizado da atual gestão pública, ainda assim, é plenamente possível estabelecer uma sucessão de fatos desde estas negativas de promoção até os arrastões e homicídios em patamares jamais vistos – basta ter ciência de que já há dificuldade para preencher até o posto de graduado responsável por uma viatura em atendimento a uma ocorrência.

Reconhecida esta correlação de fatos, com efeitos imediatos e outros mais distantes, a solução do problema não pode passar por uma intervenção pontual, como uma nova interpretação da Lei de Responsabilidade Fiscal, à luz das peculiaridades da hierarquia militar, tal qual nova consulta formulada ao Tribunal de Contas do Estado e ainda pendente de resposta, recém chegada no Ministério Público de Contas para análise.

Os problemas de um sistema caótico só são resolvidos com soluções amplas, em que as diversas variáveis são atacadas. Do abstrato ao concreto, sem buscar e enfrentar as origens do inchaço da folha de pagamentos, reinterpretar a LRF a cada problema novo gestado no caos, nada mais será do que o bater de asas de uma borboleta: quase nada, mas que pode gerar efeitos incalculáveis.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

EU PECADOR, NOS 75 ANOS DE VIDA

Sou natalense da antiga Rua Nova, hoje Av. Rio Branco, nascido na mesma época em que surgiram os primeiros pruridos do sangrento conflito da 2ª guerra mundial, quando as tropas nazistas invadiram a Polônia, utilizando-se das ofensivas-relâmpago dos aviões stuka e tanques blindados que, em menos de um mês, derrotaram as forças polonesas. (setembro de 1939).

Meus pais então moravam na Av. Rio Branco, centro dos xarias. De lá, pelos idos de 1942, fomos para a Rua Felipe Camarão, onde assisti o desfile de caminhões enormes dos exércitos brasileiro e americano vindos da Ribeira e transitando em direção ao Tirol. Nesse período conheci os Black out´s. Em seguida, já no findar da guerra, fomos em 1945 morar na Rua Otávio Lamartine, quase vizinhos à Igreja de São Judas Tadeu e em frente a um quartel onde existiam resquícios de armas de guerra.

Mas a paisagem da minha vida logo foi modificada para a placidez e o bucolismo das pequenas cidades do interior, para onde eu segui na companhia dos meus pais, ele um Juiz que morava nas Comarcas. Aí encontrei a primeira luz do meu caminho emocional, entre a natureza e o silêncio das noites em penumbra que me forçavam a criar estórias do meu devaneio. Só voltei a Natal em 1948 e daqui não saí mais.

Não sei bem explicar a razão da minha primeira inclinação telúrica - a música. Mas estudei na Escola do Maestro Waldemar de Almeida, próximo ao Cinema Rex e abracei, até 1955, a carreira artística, dividindo os palcos, particularmente da Rádio Poti, com outros cantores infantis como Odúlio Botelho, Edmilson Avelino, Paulo Eduardo Moura, Elino Julião e José Filho e convivi com grandes compositores e cantores nacionais e estrangeiros, dos quais destaco Dosinho e Chico Elion, Paulo Molin, Agnaldo Rayol, os meninos do Trio Irakitan, Haroldo/Hianto de Almeida, Bienvenido Granda, José Monjica, Tito Schippa e os artistas consagrados da época Luiz Gonzaga, Augusto Calheiros, Sílvio Caldas, Orlando Silva, Déo e Sivuca. Certamente esse pendor musical não veio da tradição familiar do meu velho Doutor José Gomes, mas deve ter sido da Dona Ligia, descendente dos Albuquerque Maranhão, onde pontificaram estadistas, mas também um mecenas da educação e da cultura – Alberto Maranhão, que cultuava a música e o teatro.
O destino permitiu que hoje fizesse parte da Academia Macaibense de Letras, ocupando a cadeira nº 02, cujo Patrono é Alberto Maranhão e como membro do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte e da Liga de Ensino de Natal, que o mecenas ajudou a fundar.
E por que essa prosa toda, saída do nada. É que hoje completo 75 anos de vida e estou feliz, convivendo em regime de armistício com algumas enfermidades cruéis. Mas Deus é mais forte e me mantém ativo, permitindo que possa auxiliar várias entidades culturais, ainda que sem remuneração, com um prazer que é a razão do meu viver.
ABRAÇO A TODOS E AGRADEÇO A DEUS TER PERMITIDO QUE COMEMORE MAIS UM ANO DE VIDA, NA FELICIDADE DO MEU LAR, COM MINHA COMPANHEIRA DEDICADA, FILHOS, FILHAS, GENRO E NORAS E SOBRETUDO DOS SETE MARAVILHOSOS NETOS, MAIOR RELÍQUIA DA MINHA VIDA E DE QUEBRA ALGUNS POUCOS, MAS FIÉIS AMIGOS.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Convite
 
A Editora da UFRN e a Cooperativa Cultural Universitária têm o prazer em convidar-lhe para o lançamento do livro "A Noiva do Verso", uma tese de autoria de Ana Laudelina Ferreira Gomes acerca da obra de Auta de Souza. Estudo bio-bibliográfico com leituras da obra  com base na abordagem filosófico-poética de Gaston Bachelard. Trata-se de uma releitura crítica da cultura e sociedade oitocentista e nela o lugar de subalternidade da mulher escritora. O trabalho reposiciona a poeta no cânone contemporâneo.
 
 

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

MILTINHO, OBRIGADO POR TUDO

Sambista Miltinho fez grandes parcerias ao longo de sua carreira Divulgação

Intérprete do famoso samba Mulher de 30, o cantor Milton Santos de Almeida, conhecido como Miltinho, morreu aos 86 anos neste domingo (7) no Rio de Janeiro, segundo informações de sua filha Sandra Vergara.

Sem detalhar a causa do óbito, Sandra postou em uma rede social que o velório de seu pai será realizado no Memorial do Carmo — Capela 3, na capital fluminense,  nesta segunda-feira (8).

Funeral de Joan Rivers terá tapete vermelho, entenda!

Ainda conforme informações escritas por Sandra, Miltinho apresentava problemas de saúde desde a segunda quinzena de julho e chegou a ficar internado no Hospital do Amaro por cerca de um mês.  

Inclusive, em uma das fotos postadas por ela no dia 14 de agosto, o sambista aparecia sorridente em uma cama de hospital, mas à ocasião respirava com ajuda de aparelhos.


Era de ouro de Miltinho chega ao CD

Aos 85 anos, cantor de ‘Mulher de trinta’ tem sua fase de maior sucesso e suingue, a década de 1960, relançada em duas caixas

por
Alguns dos discos de Miltinho reunidos em caixa Foto: Montagem
Alguns dos discos de Miltinho reunidos em caixa - Montagem



RIO - Falou em Miltinho, boa parte dos que o conhecem imediatamente lembrará da “Mulher de trinta”, o seu grande sucesso, lançado em 1958. Foi a música que transformou aquele crooner cheio de balanço, que batia ponto na boate carioca Drink, num dos cantores mais conhecidos do país.
 
 
— A minha mulher de trinta hoje está com noventa! — brinca Miltinho, de 85 anos, há 60 casado com Odilla. — Nós nos conhecemos jovens, no Ateneu São Luiz, no Catete, e logo começamos a namorar. O pai dela jurou me matar, mas depois virou meu amigo.
Histórias de um astro que volta a brilhar com a reedição dos LPs de seu período de maior sucesso: a primeira metade dos anos 1960, quando chegou a lançar três discos num ano. Eles estão em duas caixas, editadas pelo selo Discobertas, do produtor Marcelo Fróes. A primeira junta “Um novo astro” (1960), “O diploma do astro” (1960), “Miltinho” (1961), “Poema do adeus” (1961), “Miltinho é samba” (1962) e “Poema do olhar” (1962). O “Vol. 2” traz “Os grandes sucessos de Miltinho” (1962), “Eu... Miltinho” (1963), “Canção do nosso amor” (1963), “Bossa & balanço” (1964), “Poema do fim” (1965) e “Miltinho ao vivo” (1965).
A voz ao telefone ainda é vibrante, embora entrecortada por eventual falta de ar. Depois de um enfarto, o cantor descobriu ter um enfisema pulmonar.
— Eu não fumava tanto, não em quantidade para ter enfisema — reclama ele, que parou com o cigarro há cerca de cinco anos, mesma época em que fez seu último show, em comemoração ao aniversário de 80 anos, na Sala Baden Powell, ao lado de Doris Monteiro, Pery Ribeiro e Helena de Lima. — Hoje, vou empurrando com a barriga.
Repertório de ouro
As melhores lembranças daquela primeira metade de anos 1960, Miltinho deve ao repertório dos seus discos. E aos compositores, como Luiz Antônio, autor, sozinho, de alguns dos grandes sucessos reunidos na caixa. Além de “Mulher de trinta”, ele fez “Menina moça”, “Ri”, “Poema das mãos” e a favorita do cantor, “Eu e o Rio” (“A melodia mais linda que alguém já fez, uma beleza de letra”, derrete-se ele).
— O Luiz Antônio era coronel do Exército, professor de armamento e frequentador do Drink — recorda-se Miltinho. — Ele não tinha nada a ver com a música, tocava bem era um copo de uísque. Foi ele que me ensinou a beber. Uma pena o Luiz ter me abandonado (o compositor morreu em 1966), se não a gente estaria gravando até hoje.
Luiz Antônio pode ter sido o responsável pelas canções que Miltinho, com seu jeito diferente, balançado, de cantar samba, transformou em hits. Mas ele disputou a voz do amigo com outros grandes nomes da época, como Ataulfo Alves (“Mulata assanhada”), Haroldo Barbosa e Luís Reis (“Palhaçada”, “Só vou de mulher”), Evaldo Gouveia e Jair Amorim (“Serenata da chuva”, “Samba sem pim pom”), Miguel Gustavo (“Samba do crioulo”) e João Roberto Kelly, autor da ferina “Só vou de balanço” (“Nada de twist / de twist e de chá-chá-chá / só vou de balanço / só vou de balanço / Vamos balançar”). Canções líricas, espirituosas, que embalaram muitos romances e as pistas de dança.
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— Eu tinha esse pessoal muito bom, que não volta mais. O tempo anda para a frente. Hoje em dia não se faz mais nada, aquela turma da antiga acabou — lamenta Miltinho. — As gravadoras viviam cheias de autores, eles me procuravam, produziam para mim.
Conformado, o cantor conta que o sucesso só não lhe trouxe dinheiro.
— Mas isso não me importa, sempre tive meu trabalho no Ministério da Fazenda, pelo qual me aposentei. Aqueles foram discos feitos com cuidado, hoje em dia é tudo feito para vender. Mas não é inveja, não. Eu fiz o meu, deu certo, me sinto honrado por ser um cantor de samba — diz Miltinho, para quem “o segredo de um bom samba é dissertar sobre um tema que atinja diretamente o coração do povo, o que não é fácil”. — Mas o segredo mesmo é ser sambista, o que eu sou com muita honra!
Pandeiro no Natal
Carioca, Miltinho nasceu em Botafogo, na Rua Dezenove de Fevereiro. Seus pais nada tinham a ver com música: um contador geral da República e uma professora.
— Eles esperavam que eu fosse um advogado, um médico, algo assim — conta o cantor, que aos 5 anos pediu de Natal um pandeiro, para surpresa da família. — Peguei e saí tocando. Sou um ritmista feito por Deus!
Com seu pandeiro, Miltinho integrou os grupos Cancioneiros do Ar (que existiu no fim dos anos 1930 na Rua Correia Dutra, no Catete), Namorados da Lua (dirigido pelo cantor Lúcio Alves, sucesso nas rádios e nos cassinos), Anjos do Inferno (que o levou ao México, onde viveu alguns anos) e Quatro Ases e um Coringa (“O Coringa era eu”, conta). Já como cantor, foi trabalhar no Drink, com Djalma Ferreira, onde conviveu com músicos que acabariam se tornando famosos, como o organista Ed Lincoln.
— O Djalma não o deixava aparecer muito, porque quando o Ed tocava, dava um banho — confidencia Miltinho, que foi grande amigo de um mito do samba, Ciro Monteiro. — Aquele era um sambista! O Ciro cantava no tempo, quadradinho. Não tinha bossa, mas cantava bonito.
Em qualquer entrevista, não dá para evitar a questão da bossa muito peculiar do cantor. De onde vem isso? Miltinho tem na ponta da língua a resposta: “Normalmente, os cantores vão na cabeça da nota. No meu caso, a harmonia vai na frente e eu canto dois tempos atrás.”
— Com pandeirista, eu tinha que tocar atrás do tempo. E aí comecei a cantar. A Elis cantava dois tempos na frente, adiantada. É mais difícil, porque, se ela errasse, jogava todo mundo no chão — revela o cantor. — O Jamelão tinha raiva de mim, porque não sabia dividir como eu!
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Empenhado em recuperar as discografias das grandes vozes masculinas do Brasil (já fez caixas com Cauby Peixoto, Pery Ribeiro, Agnaldo Timóteo e Moreira da Silva), o produtor Marcelo Fróes fala da emoção de reeditar Miltinho.
— A princípio, ele temia que eu fosse fazer mais uma compilação de sua obra. Ficou surpreso quando informei que reeditaríamos os álbuns tal qual eles eram, e então autorizou a reedição. Já foi emocionante ouvir sua voz ao telefone, ela não mudou nada. Espero encontrá-lo para entregar os CDs em breve.
— Graças a Deus, tive uma vida bem delineada — festeja o cantor, que gravou pela última vez em 2006, no CD e DVD “Acústico MTV 2 — Gafieira”, de Zeca Pagodinho.

GUGA



O país dos Sassás Mutemas
Por: Augusto Coelho Leal, engenheiro civil


            Encontro meu guru Paulus Goy Abhat calado em um recanto na Praça Augusto Leite. Sempre muito calmo e não gostando de discutir Paulus é muito calado e recatado. Aproximo-me do Grande Mestre e o saúdo com boa noite.  Sentado em sua cadeira, olha-me meio tristonho e com seu jeito angelical, falando bem baixinho, convida-me para sentar. Aceito o convite, ele diz.

            - Você notou como o nosso país está cheio de Sassás Mutemas? São os salvadores da pátria. Todos vão acabar com a miséria, vão acabar com a pobreza. A saúde da população vai melhorar 1000%. A segurança pública vai ser a melhor do mundo. Por falar em segurança, você tem lido e acompanhado os acontecimentos no RN, pelos jornais falados e escritos?

            - Meu bom Mestre, tenho.  Preocupo-me muito com isso.  A minha família já foi vítima mais de uma vez desses marginais, e não vimos nenhum resultado tanto da polícia civil ou militar. Eu acho que as nossas polícias são mal preparadas, mal aparelhadas, mal pagas e com número de pessoal reduzido, e ainda me espanta mais, saber que a nossa sociedade aceita tudo pacatamente, sem reação nenhuma, sem cobrar das autoridades “competentes” que tomem atitudes mais enérgicas. Não podemos continuar passando por isto. Olha, na época de Coronel Bento de Medeiros, Hernani Hugo, Maurílio Pinto, são se via tanta impunidade porque eles iam para a linha de frente, amavam a sua profissão, por isto se tornaram dignos dela. Hoje posso até está errado, mas não vejo estas autoridades trabalhando dessa maneira. A criminalidade se alastrando de maneira insuportável e a população aceitando tudo calada. Sei não, todos nós somos culpados, e pela omissão de muitos, pessoas inocentes estão sento atingidas. Já passou da hora do povo reagir;

- Olha filho, eu faço as minhas orações, é minha maneira de fazer alguma coisa, mas estou receoso e admirado com a cara de pau dos nossos políticos. Repito, todos falam que vão melhorar em muito o nosso Brasil, todos falam que vão melhorar o nosso Estado. Responda-me uma coisa, será que eles pensam que todos somos idiotas? Falar em renovação, quando já participaram de uma maneira ou de outra de governos passados, e o que eles fizeram? Para os homens honestos, isto é muito triste, e desanimador. Político geralmente mente muito e o povo acredita demais.

- Meu bom Mestre, compreendo a sua angústia, a sua inquietação, a sua impaciência, mas acho e continuo dizendo, que nós somos os maiores culpados. Vamos votar nas mesmas pessoas, senão neles? Mas nos filhos deles, com se ficássemos reféns de todos. Aceito que tudo isto é insuportável para algumas pessoas, mas suportável para a maioria. A nossa política ficou tão descrente que existem poucos homens de bem ou do bem que queiram participar desta situação. Os filhos dos menos favorecidos, maridos e até mulheres estão sendo exterminados, mas basta chegar um político, um carro de som para que seja feita uma festa. Veja como o poeta Jessier Quirino analisa a  relação ente os políticos brasileiros e povo em seu poema matuto “Comício em Beco Estreito”

Pra se fazer um comício/ Em tempo de eleição/ Não carece de arrodei/ Nem dinheiro muito não/ Basta um F-4000/ Ou qualquer mei caminhão/ Entalado em beco estreito/ E um bandeirado má feito/ Cruzando em dez posição. Um locutor tabacudo/ De converseiro comprido/ Uns alto-falante rouco/ Que espalhe o alarido/ Microfone com flanela/ Ou vermelha ou amarela/ Conforme a cor do partido/ Uma gambiarra véa/ Banguela no acender/ E terminada a campanha/ Faturada a votação/ F#da-se povo, pistom/ F#da-se caminhão/ Promessa, meta e programa/ É só mergulhar na Brahma/ E curtir a posição/ Sendo um cabra despachudo/ De politiquice quente/ Batedorzão de carteira/ Vigaristão competente/É só mandar pros otário/ A foto num calendário/ Bem família, bem decente/ Ele, um diabo sério, honrado/ Ela, uma diaba influente/ Bem vestido e bem posado/ Até parecendo gente/ Carregando a tiracolo/ Sem pose, sem protocolo/ Um diabozinho inocente”.

- O nosso poeta descreve meu Grande Mestre, a situação do nosso povo, diante do nosso quadro político atual. Somos marionetes nas mãos desses políticos, que nos manipulam e não vejo como reagir. Para mudarmos faltam duas coisas, educação e vontade.

- Meu filho, só nos resta rezar, e rezar muito. Reza pouca não vai resolver.