sábado, 18 de maio de 2013


A DESCOBERTA DO PRAZER PESSOAL É UM MERGULHO NO PARAÍSO

Por Flávio Rezende*

Apesar de a Terra ser um planeta muito limitado diante das potencialidades que a vastidão cósmica apresenta e de nossa condição de ignorantes galácticos obscurecerem o que ainda nos aguarda no futuro promissor, ainda assim o ser aqui congregado em expiatória passagem tem possibilidades de vivências felizes, as quais devem gozar, sob pena de vagar mais tempo ainda em ambientes tão rudes, diante do que nos reserva a vida no porvir.
A descoberta das alegrias que carnavalizam nossas existências com serpentinas de inigualável prazer precisa ser feita o mais rápido possível, para que cada um de nós incorpore ao cotidiano, alguns momentos para o desfrute destes passatempos, tornando o ser individualizado uma fonte unitária de radiação harmoniosa, contribuindo assim, a partir do um, para um todo de plenitude coletiva, dando vida à premissa de que a felicidade geral é um ajuntamento de gozos pessoais.
Algumas regrinhas básicas e já bastante conhecidas de todos nós terráqueos, no entanto, precisam ser lembradas, para que essas felicidades pessoais obtenham o passaporte devido para influir no paraíso unificado da coletividade. Esse momento ímpar, essa catarse universal, só pode ser atingido quando essas alegrias pessoais estão imantadas por uma ética do bem, por atos, ações e pensamentos que não estejam contaminados por egoísmo, maldade e hipocrisia.
Diante do exposto, é necessário buscar no cotidiano tudo aquilo que nos dá prazer, oferecendo o atual conjunto de possibilidades, espaços para felicidades diversas no campo cultural, nos esportes, na gastronomia, nos ambientes naturais, na família, religiões, associações humanitárias, ciências acadêmicas, turismo e no lazer de maneira geral.
Como autor do presente escrito, sinto-me na obrigação de tornar público os meus momentos, ficando muito feliz quando caminho e escuto as músicas de minha predileção, aliando as duas coisas com o mergulho em bons pensamentos e elaboração de profícuos projetos sociais, tornando meu ser extremamente feliz nesta mistura, ao ponto de verter lágrimas e de sentir algo tão bom, que se fosse possível, eternizaria e elegeria como o mais forte momento de êxtase pessoal obtido em passagem pela presente matéria.
Outra ação que remete meu ser para o paraíso do prazer é este ato que agora desempenho, o de escrever. Quando tomo a decisão de realiza-lo, a qualquer parte do dia, imediatamente uma coisa boa assoma minha mente e tempera meu corpo, ficando ansioso para que logo possa sacramentar o ritual de sentar, dedilhar e, tornar real para sempre, alguma ideia, alguma reflexão, algum pensamento, buscando assim retirar a virgindade da página em branco com letrinhas pretas em Arial 12, que possam conter algo ou alguma coisa, útil para alguém, na esperança que um possível leitor, retire do contexto publicado, alguma serventia positiva para sua vida.
Sendo assim caro leitor, proponho que busque identificar as coisas legais que lhe dão extremo prazer e, encontre tempo para executá-las, desde que tenham em seu bojo, as leis planetárias da boa convivência e que, ao serem postas em prática, colaborem para este paraíso universal da alegria coletiva, do gozo cósmico, afinal, nosso planeta só vai poder entrar no clube dos demais já mais adiantados, quando a galera vendo de fora o conjunto das nossas ações, decida que estamos mais para o bem, que para o mal e, o exercício contínuo das coisas que nos tornam mais feliz, certamente acelera este processo, tão importante e necessário, para que possamos viver mais e mais mergulhados nas coisas legais, herança divina que nos é de direito e, que, por ignorância e repetidas falhas, não acessamos ainda devidamente.

É escritor, jornalista e ativista social em Natal/RN (escritorflaviorezende@gmail.com)

COMBATE ÀS TREVAS – III

(A QUESTÃO DAS  DROGAS)

Por Eduardo Gosson(1)

Na semana passada no Combate às Trevas – II abordei a realidade dos três hospitais que prestam assistência psiquiátrica aos doentes mentais e aos dependentes químicos: Hospital João Machado, Casa de Saúde Natal e Clínica Santa Maria, oportunidade em que fiz um diagnóstico de cada um. Entretanto, na Tribuna do Norte desta quarta-feira, 15 de outubro, em matéria assinada pelo jornalista Ricardo Rodrigues (2) saiu um reportagem de uma página que mostra uma realidade dramática: pacientes deitados em colchões espalhados pelo chão da enfermaria; uma equipe reduzida de profissionais 02 médicos, uma psicóloga, uma assistente social, cinco técnicos de enfermagem e uma terapeuta ocupacional. A seguir transcrevo a matéria. Contra fatos não há argumentos:

Pacientes são acomodados em colchões, no chão do OS

“Somente na manhã desta terça-feira, 14, pelo menos 60 pacientes eram atendidos no Pronto-Socorro Psiquiátrico. Na ala masculina, com capacidade para acomodação de 14 homens, o número de profissionais da Saúde era insuficiente para atender os 24 pacientes que aguardavam medicação, avaliação médica ou encaminhamento para internação. (Sublinhados e Comentários nossos : situação de superlotação).Muitos deles, por falta de camas, deitavam-se em colchões no chão, sem lençóis cobrindo os colchonetes. Alguns deles, em situação de surto psicótico mais grave, gritavam em decorrência do delírio e o médico responsável pelo setor afirmava que a demanda era muito alta para poucos profissionais de plantão.

“Num ambiente com muita gente aumenta a dificuldade de atendimento. Há riscos de conflitos entre eles, entrada de drogas na unidade e piora a assistência médica”, comentou Felipe Teodoro(3), psiquiatra chefe do Pronto-Socorro. Na escala de ontem, para atender os 60 pacientes, o hospital dispunha de um médico assistente, um médico plantonista, uma assistente social, um enfermeiro, uma psicóloga, cinco técnicos de enfermagem e uma terapeuta ocupacional. (necessidade de Concurso Público) “Os pacientes ficam acumulados no Pronto-Socorro pois não há vagas nas enfermarias”, lamentou Teodoro.

Para a diretora-geral da unidade, o Pronto-Socorro necessita de uma reforma urgente para que se torne “um local mais digno para os pacientes”. “Existe, inclusive, um projeto de reforma que saiu da Sesap para a Secretaria de Infraestrutura e, até agora, nada foi feito”, assegurou Mirna Chaves(4) Em relação ao corpo médico, a diretora destacou que o déficit de profissionais é grande e são necessários pelo menos mais cinco psiquiatras e 15 técnicos de enfermagem para amenizar os problemas no atendimento.

Reunião
O titular da Sesap, Luiz Roberto Fonseca,(5) afirmou que reconhece as dificuldades do Hospital João Machado e, para discutir a situação do complexo de saúde mental, realizará hoje uma reunião com a direção da unidade e com representantes da Câmara Técnica da Secretaria, além de membros do Ministério Público Estadual. Ele destacou, contudo, que o Governo do Estado não tem condições de arcar com 100% do atendimento psiquiátrico e cobrou que o Município de Natal cumpra sua parte na gestão tripartite oferecendo o ideal atendimento no Centros de Assistência Psicossocial (Caps), principalmente aqueles com perfil de tratamento para Álcool e Drogas (Caps – AD).
(Comentário: o famoso jogo de empurra).

“O Governo muito pouco irá fazer sozinho. Sem retaguarda e resolutividade por parte dos Municípios é difícil resolver a situação”, destacou o secretário. O secretário municipal de Saúde, Cipriano Maia de Vasconcelos,(06) foi procurado para comentar o caso. Ele, porém, não atendeu ou retornou as tentativas de contato telefônico. Além disso, não se encontrava na sede da SMS na tarde de ontem.

Luiz Roberto Fonseca disse, ainda, que um relatório será entregue à governadora Rosalba Ciarlini apontando a necessidade de convocação de profissionais da Saúde, principalmente psiquiatras, mas não detalhou como a nova ala de clínica médica será humanamente estruturada. Ele previu que o espaço esteja completamente concluído em 15 dias. Entretanto, o limite de responsabilidade fiscal impede que novos profissionais sejam contratados.”
(Comentário: quando é para melhorar  colocam a  lei de responsabilidade fiscal como empecilho. Quando  categorias organizadas de funcionários pressionam por aumento ninguém fala desta lei. Dois pesos e duas medidas”.)

QUEM É QUEM NESTA HISTÓRIA:

(1)             Eduardo Gosson é escritor.  Preside a União Brasileira de Escritores -  UBE/RN
(2)              Ricardo Rodrigues é jornalista da Tribuna do Norte
(3)             Felipe Teodoro é médico  psiquiatra e chefe do Pronto Socorro do HJM
(4)             Mirna Chaves é medica psiquiatra e Diretora Geral do HJM
(5)             Luiz Roberto Fonseca é Secretário Estadual da Saúde do RN
(6)             Cipriano  Maia de Vasconcelos é Secretário Municipal de Saúde de Natal

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Jornal do Brasil

Quinta-feira, 9 de Maio de 2013

Coisas da Política

Hoje às 06h28

A extinção da infância

Jornal do BrasilPaulo Rosenbaum - médico e escritor
Semana passada pesquisadores nos EUA conseguiram produzir armas de verdade usando impressoras 3D. Um só tiro. A novidade deve aportar logo mais por aqui e, como já é tradição em alguns países, também poderemos presentear crianças artefatos bélicos.
A menina que abraçou o pai com a coragem dos que não calculam tornou-se escudo para a bala. Morreu, o assassino foi solto, depois de se apresentar à Justiça com a versão de legítima defesa. Que nada. Todos testemunharam os fatos no vídeo que o assassino entregou à polícia. Foi a sangue frio.
Meninas e meninos hoje são alvos preferenciais. A sociedade de adultos não só deixou de proteger as crianças, deliberadamente as expõe.  Assim, na terra de ninguém, basta estar abaixo dos 18 para sair premiado com o bônus antecipado de impunidade. A minoridade tornou-se álibi automático para o crime. O que diz o Estado? Tergiversa, enrola, ludibria, habilidades que esta administração sabe usar como ninguém. Disseram que precisavam “equacionar isso para a Copa”. Zero de espanto!  
Os adultos não só deixaram de proteger as crianças, deliberadamente as expõem
O problema de autoridade tornou-se evidente e fornece pistas importantes para matar a charada: após a ditadura militar, políticos governistas encaram criminosos como vítimas do sistema. Na prática, isso significa endosso político para certos tipos de delito. Em outras palavras, livre interpretação do que conhecemos como transgressão e um convite à anomia.
Como a falta de segurança atinge todas as faixas sociais — especialmente as que não têm esquadrões paramilitares à disposição — e não há mais pílulas para dourar, o governo federal agora culpa entidades abstratas. Para esta cúpula, mulheres molestadas e violentadas, gente executada, agredida e mutilada são estatísticas e acidentes de percurso das injustiças sociais históricas acumuladas. Quando muito, fatalidades.
A deliberada omissão do Estado enseja depressão social coletiva e pediria uma rebelião organizada. Com certeza, mereceria resposta nas urnas, mas isso também não acontecerá. Como sempre, no lugar de escárnio e protestos, seguimos calados para tocar nossas vidinhas privadas.   
Há muito mais do que mazelas sociais, distúrbios de personalidade ou perturbações psicóticas no incremento da violência que enfrentamos. Apesar da situação de emergência, o diagnóstico requer tolerância, não linchamentos sumários ou pena de morte já. Em meio à calamidade emocional sem fronteiras que nos atinge, só podemos constatar a presença de um mal-estar difuso e inominável que se enraíza na cultura.   
Por sua vez, crianças estão sendo pressionadas a não viverem experiências próprias de suas faixas etárias, e há uma tendência, inclusive acadêmica, para encarar abreviações da infância como   “naturais”, e “frutos da pós-modernidade”.  Desculpas, é o que são. Nada justifica que pedagogos (ainda a minoria) cedam às pressões do mercado e achem adequado que crianças sejam alfabetizadas aos 3, se preparem para aulas de computação aos 4 para serem bilíngues aos 5. 
Crianças estão sendo pressionadas a não viverem experiências próprias de suas faixas etárias
O fato é que somos pressionados, e pressionamos por rendimento, trabalho duro, performance, sucesso e esperteza. Demandamos exatidão e objetividade.  Coagimos crianças para terem autonomia  sem perceber o insanável custo destas cobranças: perverter as feições próprias da infância. Além disso, fraquejamos nos exemplos. Os resultados estão aí. Famílias disfuncionais, e epidemia de drogas. Nitidamente, como mostra o contexto, não é caso de polícia. 
Talvez, num futuro remoto, descubramos que simplesmente prolongar a infância poderia ser melhor para a saúde individual e coletiva. A partição da vida entre lúdica e séria, prazerosa e realista, pode ser só invenção de uma sociedade que não consegue experimentar diversão sem incomodar os demais. E se considerássemos que crescer só faz sentido se levarmos a vida na brincadeira?
No momento, a única classe que insiste no jogo sem regras, praticado contra as vidas alheias, é a dos políticos. Então, nobres colegas, façam-nos um favor: cresçam e desapareçam!
 

quinta-feira, 16 de maio de 2013

"VIVA LUIZ DAMASCENO"
ESTE É UM LIVRO MUITO INTERESSANTE QUE RETRATA UM TEMPO E PESSOAS A ELE LIGADAS. VALE A PENA SER LIDO


MOMENTOS DIFÍCEIS

Estamos atravessando mares agitados em vários segmentos da Nação brasileira. De um lado a inflação recomeçando a sua energia, de outro, as dificuldades do Governo em aprovar MP que pretende modernizar os portos, criando polêmicas e acirramento de ânimos.
Aqui na velha província de Poti (Felipe Camarão), um confronto isusitado entre estudantes e Polícia, penalizando, como sempre, o cidadão pacato que ficou tolhido de regressar em paz para a sua residência depois de um dia de trabalho.
A Câmara Municipal do Natal dando demonstração de imaturidade com um conflito ideológico estéril, deixando à margem os inúmeros problemas graves da nossa cidade.
No campo do Poder Judiciário assistimos uma campanha orquestrada contra o Dr. Glauber Rego, certamente no interesse de alguém e em desrespeito à escolha livre dos advogados do nosso Estado que, democraticamente, realizou um irrepreensível pleito direto para a formação da lista sêxtupla para preenchimento da vaga da OAB/RN.
A população vive a expectativa de uma "Copa de Mundo" para a qual empenhou os seus cabelos sob o pretexto de disso resultar um "legado" que ainda não saiu do papel em relação à mobilidade urbana e à solução dos alagamento que não suportam um pouco mais de águas pluviais. Ou seja, aqui não se sabe o que é prioridade, porquanto continuamos na liguagem dos "Sem" - hospitais, escolas, estabelecimentos prisionais em proporção efetiva para as nossas necessidades. A palavra de ordem é dificuldade financeira, embora contrastando com investimentos secundários.
Natal ainda não perdeu o costume de província, dando azo aos novos ricos e aos poderosos, à demagogia e a pouca atividade cultural.
Momentos difíceis. Haja paciência!!!

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Sobre a Importação para o Brasil de médicos formados no exterior

Declaração da Academia de Medicina do Rio Grande do Norte
Frente à presença de 6.000 médicos cubanos, que o Governo brasileiro entende de receber para solucionar a ausência de médicos em municípios do país, a Academia de Medicina do Rio Grande do Norte vem a público para revelar sua posição totalmente contrária a anunciada medida.
Contrária porque não preenche o estabelecido pela legislação do próprio governo federal, que exige a comprovação de competência de um médico diplomado no exterior, através de exames comprobatórios, para permitir o exercício da profissão;
Contrária porque o governo federal omite os reais motivos da ausência de médicos em pequenos municípios e nas periferias, ou seja, a falta de condições de trabalho, de remuneração e de carreira de Estado para profissionais de saúde;
Contrária porque aos médicos estrangeiros falta o conhecimento básico da língua portuguesa, da cultura brasileira e da epidemiologia referentes às doenças endêmicas e epidêmicas, condições sem as quais não se pode exercer uma atividade médica de boa qualidade;
Contrária porque é necessário haver um debate com a sociedade, antes da tomada de decisões que envolvem a qualidade do exercício da medicina no país e alertar a população, sobre os riscos de contratação de médicos estrangeiros ou brasileiros formados no exterior sem a devida comprovação de competência para cuidar do mais importante para a vida, ou seja, a saúde;
Contrária, por fim, porque juntamente com as demais entidades médicas, a Academia de Medicina do Rio Grande do Norte tomará iniciativas para impedir essa afronta à saúde da população e à dignidade da medicina brasileira.
 Grato ao Presidente da Academia de Medicina do Estado de São Paulo, Affonso Renato Meira, autor do texto que adaptamos para a Academia de Medicina do Estado do Rio Grande do Norte.
                Depoimento do Professor Ernani Rosado:
“Essa ideia é mais um atentado ao exercício da Medicina séria e decente pela qual todos nós, pessoalmente, e como membros de Academias de Medicina propugnamos.
Adotamos sempre as soluções demagógicas, desprovidas de qualquer respaldo técnico, ético ou  científico. Foi a mesma desculpa que encontraram para criação de Faculdades de Medicina. Já temos mais que os Estados Unidos, a Rússia e a China. Contribuíram para uma melhor distribuição dos médicos, e ipso facto, da assistência à população? Não. Então claro que não estamos diante de um mero problema numérico de falsos manuseios de estatísticas.
Cubanos, etíopes, bolivianos, hondurenhos, donde quer que venham, irão enfrentar os mesmos problemas atuais, aos quais nossos profissionais estão tão acostumados e sofridos.
Repito, não li o manifesto pelas razões citadas, mas, se posto em votação e/ou discussão na nossa Academia, já aí está a minha opinião.”
A L E R T A

A CONSPIRAÇÃO DOS DERROTADOS ou 
JOAQUIM BARBOSA PODE RENUNCIAR
 Por Carlos Chagas

Serão desastrosas as conseqüências, se os mensaleiros conseguirem convencer a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal a iniciar o segundo tempo do julgamento do maior escândalo político nacional, dando o dito pelo não dito e o julgado por não julgado, na apreciação dos embargos apresentados até quinta-feira.
Primeiro porque será a desmoralização do Poder Judiciário, tendo em vista que os réus já foram condenados em última instância, em seguida a exaustivas investigações e amplas condições de defesa.
Depois, porque como reação a tamanha violência jurídica, Joaquim Barbosa poderá renunciar não apenas à presidência do Supremo, mas ao próprio exercício da função de ministro. Esse rumor tomou conta de Brasília, ontem, na esteira de uma viagem que o magistrado faz a Costa Rica, de onde retornará amanhã. Se verdadeiro ou especulativo, saberemos na próxima semana, mas a verdade é que Joaquim Barbosa não parece capaz de aceitar humilhações sem reagir. Depois de anos de trabalho como relator do processo, enfrentando até colegas de tribunal, conseguiu fazer prevalecer a Justiça, nesse emblemático caso em condições de desmentir o mote de que no Brasil só os ladrões de galinha vão para a cadeia. Assistir de braços cruzados a negação de todo o esforço que ia redimindo as instituições democráticas, de jeito nenhum.
Em termos jurídicos, seria a falência da Justiça, como, aliás, todo mundo pensava antes da instauração do processo do mensalão. Em termos políticos, pior ainda: será a demonstração de que o PT pode tudo, a um passo de tornar-se partido único num regime onde prevalecem interesses de grupos encastelados no poder. Afinal, a condenação de companheiros de alto quilate, por corrupção, ia revelando as entranhas da legenda que um dia dispôs-se a recuperar o país, mas cedeu às imposições do fisiologismo.
Teria a mais alta corte nacional mecanismos para impedir esse vexame? Rejeitar liminarmente os embargos não dá, mas apreciá-los em conjunto pela simples reafirmação de sentenças exaustivamente exaradas, quem sabe? Declaratórios ou infringentes, os recursos compõem a conspiração dos derrotados.

terça-feira, 14 de maio de 2013



SEGUNDA-FEIRA, 13 DE MAIO DE 2013


PEQUENA RESPOSTA A UM 

CRÍTICO DO TEMA CANGAÇO

O Grande Inquisidor, Dostoiévsky

Honório de Medeiros


Carlos Santos houve por bem transcrever, 
em seu blog 
um texto produzido por mim e publicado 
em meu blog acerca de um tema que 
abordarei em uma mesa-redonda em 
Sousa, na Paraíba.

Nos COMENTÁRIOS, me deparei com o 
seguinte comentário: “Em pleno século 21 
ainda se fala de um coisa tão 
irrelevante e inexpressiva! 
Tantos assuntos importantes 
a serem questionados. Esse tipo de 
assunto é para ser apagado da 
história diante a sua insignificância.”

Dado a agressividade e o 
preconceito do comentário, resolvi 
responder ao comentador, mesmo 
não o conhecendo. Eis a resposta:

Caro XXX:

Lamento não conhecê-lo: quem sabe 
pudéssemos tomar um café e eu lhe 
ouvir acerca de quais assuntos 
são realmente importantes e 
merecedores de serem questionados.

Quem sabe, assim, eu não cometesse 
o deslize de me apaixonar por temas 
de nossa história próxima e umbilical, 
como o cangaço, que nos permitem 
pensar acerca das estruturas de 
poder que acompanham o homem 
desde seus primeiros passos na terra.

É provável que se você me desse a 
palavra, eu nada lhe dissesse de 
importante, pois além de cangaço gosto 
de poesia, especialmente a de Mário 
Quintana, tão permeada da banalidade 
(ou não) do cotidiano. E também 
gosto de conversar acerca de “óvnis”,
 já pensou?

Ah! Dentre os assuntos que converso 
quando estou reunido com meus 
poucos e queridos amigos, está nosso 
(meu e deles) passado comum, 
nitidamente um assunto pouco 
importante para os outros, muito 
embora seja a medula da literatura 
que batizamos de crônicas.

Mas temo não ser um bom interlocutor
 para você: ao contrário do que 
muitos pensam, tudo que é humano 
me interessa, parodiando Terêncio,
desde cangaço à literatura de cordel.

Sendo assim, caro XXX, é melhor 
deixarmos esse hipotético café para 
nunca.

Honório de Medeiros
_______________________
Honório, concordo com você integralmente.
At. Carlos Gomes

segunda-feira, 13 de maio de 2013


SEGUNDA-FEIRA, 13 DE MAIO DE 2013


27o. SALÃO INTERNACIONAL DO LIVRO DE 

GENEBRA, SUIÇA - STAND 426 "VARAL DO BRASIL"

BRUNO SÉRGIO ASSESSORA SUA MÃE JANIA
SOUZA EM SEUS COMPROMISSOS LITERÁRIOS 
NO VARAL DO BRASIL, ONDE AUTOGRAFOU SEUS
 LIVROS  NOS DIAS 01 E 03 DE MAIO DE 2013 
NA PROGRAMAÇÃO OFICIAL DO 27o. 
SALÃO DO LIVRO DE GENEBRA
 JANIA APRESENTA SUA OBRA MAGNÓLIA,
A BESOURINHA PERFUMADA
 JACQUELINE AISNENMAN APÓS AUTÓGRAFO
 PARA JANIA
 JACQUELINE AISNENMAN, ESCRITORA E DIRETORA
DO VARAL DO BRASIL AUTOGRAFA PARA BRUNO
SÉRGIO


 ESCRITOR E ORGANIZADOR DO PRÊMIO
VALDECK ALMEIDA BRINDA JANIA COM SEU 
AUTÓGRAFO
 BANDA SUIÇA NA ABERTURA OFICIAL

 BANDA DE CORDA MEXICANA NA ABERTURA
OFICIAL.  O MÉXICO FOI O PAÍS HOMENAGEADO 
DO 27o. SALÃO

6o. VOLUME DA ANTOLOGIA LITERÁRIA DA
SPVA/RN PATROCINADA PELO FUNDO
 MUNICIPAL  DE CULTURA
 DA CIDADE DO NATAL ESTEVE PRESENTE
NO 27o. SALÃO INTERNACIONAL DO LIVRO 
DE GENEBRA, LEVANDO UMA MOSTRA DA 
LITERATURA CONTEMPORÂNEA PRODUZIDA
EM NATAL/RN-BRASIL
ALGEMAS QUEBRADAS

Longe de referir-me ao romance de Cronin, hoje evoca-se o grande ato histórico de ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA NO BRASIL, aqui referida num relato do blog "Sua Pesquisa.com".

Abolição da Escravatura - Lei ÁureaA História da Abolição da Escravatura, a Lei Áurea, Movimento Abolicionista, 13 de maio, libertação dos escravos, História do Brasil, abolição dos escravos, escravidão no Brasil, os abolicionistas, escravos no Brasil,  Lei do Ventre Livre, Lei dos Sexagenários, abolição da escravidão no Brasil
princesa Isabel Princesa Isabel: assinou a Lei Áurea em 13 de maio de 1888
 
Introdução 
Na época em que os portugueses começaram a colonização do Brasil, não existia mão-de-obra para a realização de trabalhos manuais. Diante disso, eles procuraram usar o trabalho dos índios nas lavouras; entretanto, esta escravidão não pôde ser levada adiante, pois os religiosos se colocaram em defesa dos índios condenando sua escravidão. Assim, os portugueses passaram a fazer o mesmo que os demais europeus daquela época. Eles foram à busca de negros na África para submetê-los ao trabalho escravo em sua colônia. Deu-se, assim, a entrada dos escravos no Brasil.
Processo de abolição da escravatura no Brasil 
Os negros, trazidos do continente Africano, eram transportados dentro dos porões dos navios negreiros. Devido as péssimas condições deste meio de transporte, muitos deles morriam durante a viagem. Após o desembarque eles eram comprados por fazendeiros e senhores de engenho, que os tratavam de forma cruel e desumana.  
Apesar desta prática ser considerada “normal” do ponto de vista da maioria, havia aqueles que eram contra este tipo de abuso. Estes eram os abolicionistas (grupo formado por literatos, religiosos, políticos e pessoas do povo); contudo, esta prática permaneceu por quase 300 anos. O principal fator que manteve a escravidão por um longo período foi o econômico. A economia do país contava somente com o trabalho escravo para realizar as tarefas da roça e outras tão pesados quanto estas. As providências para a libertação dos escravos deveriam ser tomadas lentamente.
A partir de 1870, a região Sul do Brasil passou a empregar assalariados brasileiros e imigrantes estrangeiros; no Norte, as usinas substituíram os primitivos engenhos, fato que permitiu a utilização de um número menor de escravos. Já nas principais cidades, era grande o desejo do surgimento de indústrias.Visando não causar prejuízo aos proprietários, o governo, pressionado pela Inglaterra, foi alcançando seus objetivos aos poucos. O primeiro passo foi dado em 1850, com a extinção do tráfico negreiro. Vinte anos mais tarde, foi declarada a Lei do Ventre-Livre (de 28 de setembro de 1871). Esta lei tornava livre os filhos de escravos que nascessem a partir de sua promulgação.
Em 1885, foi aprovada a lei Saraiva-Cotegipe ou dos Sexagenários que beneficiava os negros de mais de 65 anos. Foi em 13 de maio de 1888, através da Lei Áurea, que liberdade total finalmente foi alcançada pelos negros no Brasil. Esta lei, assinada pela Princesa Isabel, abolia de vez a escravidão no Brasil.
A vida dos negros brasileiros após a abolição
Após a abolição, a vida dos negros brasileiros continuou muito difícil. O estado brasileiro não se preocupou em oferecer condições para que os ex-escravos pudessem ser integrados no mercado de trabalho formal e assalariado. Muitos setores da elite brasileira continuaram com o preconceito. Prova disso, foi a preferência pela mão-de-obra europeia, que aumentou muito no Brasil após a abolição. Portanto, a maioria dos  negros encontrou grandes dificuldades para conseguir empregos e manter uma vida com o mínimo de condições necessárias (moradia e educação principalmente).
                                               UMA FAMÍLIA CHAMADA RIBEIRA III
                        Ciro José Tavares

Amanheceu o domingo na Ribeira e dentro do silêncio, povoando ruas vazias, tudo parecia adormecido. O dobre do sino da Igreja do Bom Jesus das Dores, anunciando a missa das 10 horas, suspendia a quietude e nos poucos calçamentos existentes, o barulho dos sapatos marcava como um tambor o ritmo da fidelidade cristã de um rebanho reduzido que célere avançava na direção do templo. As senhoras com seus vestidos bem talhados, véus rendados sobre os ombros e nas mãos terços e missais. Os cavalheiros e suas cuidadas fatiotas, barbas aparadas, marchavam a passos largos admoestando a alegria das crianças.
Terminada a celebração, havia cumprimentos à porta e depois o regresso pelos caminhos que voltavam a ser silenciosos. Por inexistir o luxo das serviçais, que nos dias de hoje, se ocupam da cozinha e da limpeza das casas, as famílias estavam organizadas para a execução dos serviços, dividindo tarefas Depois a vida espartana ensinou-lhes que as mesas deveriam ser frugais, mas de boa qualidade. O almoço era cedo, porque, feita a sesta obrigatória, pelo meio da tarde iam às visitas ou as recebiam. Essas aconteciam nos generosos quintais, amplos, limpos, sombreados pelos caramanchões. Cadeiras num círculo e no centro a mesa, coberta por toalhas brancas, engomadas de fazer inveja, pratos, talheres e guardanapos arrumados. Logo vinham os fumegantes bules de café, as leiteiras de louça, os bolos e as jarras de sucos de frutas regionais. Esse era, para as crianças, o momento culminante, quando paravam a algazarra e vinham disciplinados provar dos acepipes.
Anoiteceu o domingo na Ribeira, quando o sol, além do Rio Potengi, corria a deitar nos lençóis da noite, deixando atrás de si um rasto vermelho que parecia fogo incendiando o céu.