sábado, 31 de dezembro de 2022

 


Mensagem do Ano Novo de 2023

 

No alvorecer de um Novo Ano, celebram-se o Dia Mundial da Paz e a solenidade cristã de Maria, Mãe de Deus, portadora da Paz. Na Virgem Santíssima aproximaram-se o Criador e a criatura. No seu coração palpitavam o Eterno e o temporal. Nela, o Onipotente uma vez mais demonstrou sua vontade de nos amar. Maria é plena de Graça. O que nos leva à violência é a ausência de Deus, deixando a criatura humana sem rumo. O pecado gera a guerra, qualquer que seja a sua dimensão. Maria é a Mãe e Rainha da Paz.

Desejamos a todos um ano de graça e concórdia, diálogo e encontro. Que em 2023 sopre constantemente a brisa suave da Paz, da alegria, da esperança; nos embalem ondas de amor, ânimo e coragem e a saúde faça sua morada em nosso corpo e em nossa mente. Que desvaneçam a mentira, as agressões, a desarmonia, a injustiça e o espírito de vingança. Possa a fé nos envolver e fortalecer para enfrentar os desafios do Novo Ano que desponta. E que as maravilhosas bênçãos de Deus se irradiem por toda a humanidade e pelo mundo inteiro. Um Ano Feliz para todos, fecundo de Deus, sem tristezas e sofrimento e com um bom inverno. São os votos de Padre João Medeiros Filho e seus familiares. Um abraço fraterno e minha bênção sacerdotal, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém

 

sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

 

SEGUIR JESUS

Valério Mesquita*

Mesquita.valerio@gmail.com

Ouço uma voz que me diz, lá dos confins do mundo, que a única lição importante é seguir Jesus. No Brasil, a força da mídia eletrônica influencia mais que a religião. Impõe vícios, deturpam hábitos, derrubam códigos e mandamentos. A necessidade vital de se fazer conhecer a pessoa e a mensagem de Jesus, está sendo suplantada pela liberalidade dos costumes e vícios. O postulado institucional da família com Deus está sendo mutilado. Jesus já não constitui o melhor que temos nas igrejas e o melhor que podemos oferecer hoje à sociedade moderna. E Ele continua ainda o melhor que a humanidade já produziu. Jamais deixou de ser o potencial mais admirável de luz e de esperança que os seres humanos podem contar. Somente tenho a deplorar, que sem Ele, o horizonte da história se empobrecerá caso caia no esquecimento. 

A luta que se trava no país para substituir a família constituída no casamento por um homem e uma mulher, não pode submergir na crise e na confusão dos sexos. A família brasileira sofre a hostilidade ostensiva dos desajustados sob a passividade das igrejas que não se entendem. Preferem o duelo das escaramuças dogmáticas no pretório das iniquidades. Onde está o maior inimigo hoje da família propugnada nos ensinamentos cristãos? Quem levanta as multidões nas ruas para consagrar a sodomia, a droga e a subversão das leis e dos bons costumes? Todos sabem. Não preciso apontar. São pouquíssimos os religiosos que se levantam no púlpito para defender o seguimento fiel do legado de Jesus quando se contesta hoje nas ruas seus ensinamentos. Se as igrejas se unissem no plano das ideias e dos postulados bíblicos, tal decisão mudaria tudo. Se separadas, são fracas, litigantes elas não representam nada. Os cardeais, os arcebispos, bispos, pastores, apóstolos, sejam quais forem os títulos das denominações devem se unir, na hora premente e presente, para reencontrarem o eixo, a verdade, a razão e o caminho.

Sentados à mesa, devem ficar, iguais a Jesus quando instituiu na santa ceia a eucaristia. Com o exemplo oferecerão ao país e ao mundo um conteúdo realístico de adesão a Deus. É possível a unicidade: segui-lo por caminhos eclesiásticos diversos. Os aspectos e matizes do serviço a Jesus Cristo para o reino de Deus, é único e básico para todos. Neste momento crucial, em que periga a fé – com tendência a piorar – é imperativo assumir sua defesa. Seguir Jesus, defende-lo, significa eliminar a descriminação. Fazer nosso, o cristianismo – sem barreiras fronteiriças – o seu projeto integrador e includente de construção de pontes, sem conviver com mentalidade de seitas. Dos congressistas brasileiros, pouco ou quase nada se deve esperar. O papel de postular, de rebater, de se contrapor ao ilícito, cabe mesmo as igrejas que professam e crêem no Pai, no Filho e no Espírito Santo. Se são três numa só pessoa, porque não uma vintena de igrejas num só ideal, sem perda da contextura de cada uma, no instante em que as luzes do mundo novo tendem a se apagar! 

O propósito fundamental desse texto, neste final de ano, é sugerir uma reflexão um caminho pelo qual as igrejas cristãs possam inaugurar os primeiros passos em direção ao mistério da aproximação histórica, por mais difíceis que sejam os obstáculos. Comunidade cristã nenhuma pode ser empresa, nem exercitar-se como tal. No plano das idéias e dos postulados cristãos quando ameaçados, é possível a união em torno da mensagem do Mestre. Jesus amparou pecadores de todo gênero, publicanos, eunucos e prostitutas, sem discriminar ninguém. Instruiu aos seguidores para que fizessem o mesmo. Quando se trata de desrespeito a Bíblia e as leis vigentes no país, as igrejas devem se fortalecer, advogar fielmente os propósitos das Escrituras. Hoje, correntes sociais se organizam, invadem, depredam, tudo para defender reivindicações políticas, futebolísticas, culturais, comportamentais, profissionais e sexuais, etc. Mas, não é crime agredir a Deus, difama-lo publicamente. Tudo cai na vala comum do direito ou opção individual de cada ser. Agridam Maomé, no mundo mulçumano, pra verem a reação? Apesar das diferenças de raça, culto, civilização e raízes culturais. O respeito às instituições valem mais. Jesus em Mateus: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo. Porque o meu jugo é suave e meu fardo é leve” (Capítulo 11, versículos 28, 29 e 30). Feliz Ano Novo!

(*) Escritor.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

 




CARTAS DE COTOVELO - VERÃO DE 2022/2023 - 1

Por: Carlos Roberto de Miranda Gomes

            

Acabo de chegar ao meu ninho de repouso - Cotovelo e, ao ligar a televisão para testar o meu aparelho de TV, me deparo com a triste notícia da morte de Edson Arantes do Nascimento - PELÉ, jogador inigualável, que guardo na minha mente desde a sua estreia no histórico campeonato mundial de 1958. Nunca o perdi de vista. E estava orando para que Deus desse a ele o melhor caminho para o desfecho de sua vida.

            Há poucos dias tive a oportunidade de escrever um artigo sob o título: MEUS ÍDOLOS ESTÃO PARTINDO, onde lamentei a perda, em curto espaço de tempo, de amigos/amigas em variados campos da cultura e da vida.

            Agora, no findar deste não muito promissor de 2022, temos esse novo desfalque para o futebol brasileiro, deixando um vácuo que dificilmente será preenchido neste milênio, pois a tecnicidade no esporte chegou a um nível tal, que está perdendo o encanto da espontaneidade, da naturalidade e da singeleza.

               Sei que outros craques virão, mas a essência da grandeza de um Pelé ou de um Carlitos, não acredito que seja repetida.

  Tenho pouca esperança, que tenha o ensejo de assistir outro Campeonato de Futebol - isso é decisão do Criador, mas ainda que isso seja possível, não vou encontrar outra figura emblemática como o nosso Deus do Futebol.

                  Resta-nos guardar a sua memória de grande profissional, cidadão, e patriota, promovendo uma despedida inesquecível para perpetuar na história do esporte bretão - que um dia existiu no mundo um menino brasileiro, de origem pobre, afrodescendente, que chegou aos píncaros da glória, sendo merecedor da coroa de louro e, também de ouro, para gravar a sua eternidade de existência nos que tiveram o privilégio de conhecê-lo.

 

 

Viver

 

Berilo de Castro

A vida nos traz momentos de alegria, de felicidade, de paz, como também de tristeza, de sofrimento e de depressão. Não poderia ser diferente. Ela (a vida) gira como um carrossel no parque da existência humana.                         

Há momentos felizes e tristes, todos eles com início, meio e fim. Ninguém escapa, ninguém foge deles.

O isolamento social, o avançar da idade, a falta do que fazer pesam muito, e em certos momentos podem chegar à tristeza e à solidão, mas nada que não possam ser administrados, dominados e vencidos. É preciso, sim, coragem e enfrentamento.

São momentos, muitas vezes, inesperados. Na verdade, somos seus alvos centrais. Não escolhemos o momento exato de assumi-los e absorvê-los.

Chegam sorrateiramente e, na maioria, em ocasiões inesperadas e de incertezas.

À medida que envelhecemos, passamos a ficar mais vulneráveis; a solidão passa a se aproximar e fazer morada ao nosso lado; o ócio é danoso, não salutar e angustiante; é aí que a depressão pede passagem, provoca e nos povoa. E, assim, se inicia o caminho, e se constrói a estrada para aqueles que se entregam e se alinham nessa vereda triste e melancólica que é a depressão.

É preciso reagir e vencer esse mal milenar, cada vez mais vivo e ameaçador nesse mundo globalizado de hoje. Vamos à luta, afastar e vencer esse embate cruel que crucifica a vida.

A vida precisa e deve ser vivida em sua plenitude, em todas as suas fases e etapas com alegria e desprendimento. Não se justifica o sentido inverso.

Vamos viver felizes, cada dia, cada minuto, cada segundo como se eles fossem os derradeiros. A vida é uma passagem curta, sem parada e sem volta. Aproveitemos enquanto o trem não para.

 

O SONHO DO POETA

 

                                               -  Horácio Paiva*

 

                        Há na poesia do saudoso amigo e poeta Gilberto Avelino, que releio neste Natal de 2022 (vinte anos após sua morte), a sensação de profundidade espiritual, de evocação de instantes perdidos, porém magicamente recuperados na memória lírica.

 

                        Recordo o nosso último encontro pessoal, em nossa querida e lendária Macau, centro do mundo, porto a que sempre ancorávamos em nossas divagações existenciais. E isto, certamente, mais uma vez nos colocava em harmonia com a eternidade.

 

                        Mas não sabíamos que ali havia, também, uma despedida, um adeus, já que logo, em 21 de julho de 2002, o poeta faleceria. E vivemos aquele encontro na plenitude da poesia e do trabalho profissional.

 

                        Chegara à sua casa da Rua Pereira Carneiro às nove horas do dia 17 de julho, uma quarta-feira, e a encontrara iluminada com a sua alegria.

 

                        Gilberto, embora muito bem humorado, estava ansioso por revelar-me um sonho que tivera na noite anterior e, antes da leitura de seus novos poemas, passou a narrá-lo. Contou-me que tivera um sonho impressionante com o meu pai, Horácio de Oliveira Neto, já falecido. Durante toda a noite sonhara com ele, nos velhos tempos da agitada política macauense. E este, insistentemente, chamava-o: “Preciso de sua assessoria, com urgência, aqui.” Ao que respondia o poeta que logo iria, assim que concluísse determinado trabalho.

 

                        Gilberto admirava o meu pai, o seu caráter, a sua idoneidade, a sua coragem pessoal. Ingressara na política macauense através dele, ainda muito jovem, acadêmico de Direito. Prestava-lhe preciosa ajuda, com o seu talento e habilidade, porque acreditava nele e o julgava o mais apto para administrar Macau.

 

                        O escritor argentino Jorge Luis Borges, em seu “Libro de Sueños”, narra inúmeros e impressionantes sonhos de vultos históricos, sem adentrar-se em interpretações. Ali há relatos magistrais de sonhos de  Nabucodonosor, Jacó, José, Salomão, Confúcio (que sonhara com a própria morte), Cipião, Coleridge, Abraham Lincoln, dentre outros.

 

                        Eu e Gilberto também não nos fixamos em interpretações e, logo após a sua curiosa narrativa, passamos a outra modalidade de sonho: a poesia. Em seguida, o labor profissional da advocacia consumiu o restante do dia, para sempre memorizado.

 

                        Mas não quero terminar sem antes pôr em relevo a beleza e a lúcida singularidade desses versos do grande lírico espanhol Juan Ramón Jiménez, que tanto falam ao meu coração:

 

“Como aprendemos a morrer em ti, sono!

Com beleza magistral

nos vais levando  -  por jardins,

que parecem cada vez mais nossos  -

ao conhecimento profundíssimo da sombra!”

 

                        Relembro a nossa profunda amizade, que a morte não acabou, as nossas conversas infindáveis, as nossas divagações sobre política e projetos para Macau, sobre literatura, sobre o amor, sobre Deus. Relembro quando dizíamos que, assim, conversaríamos eternamente.

 

                        Macau e a poesia não perderam: ganharam Gilberto.

 

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(*) Horácio de Paiva Oliveira  -  Poeta, escritor, advogado, membro do Instituto Histórico e Geográfico do RN, da União Brasileira de Escritores do RN e presidente da Academia Macauense de Letras e Artes – AMLA.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

 

A  antecipação no futebol

BERILO DE CASTRO

Tenho ativamente acompanhado o futebol nacional e internacional. Faz parte do expediente de um aposentado caseiro.

Como ex-atleta, tenho e sinto minhas alegrias e minhas frustrações, claro!  Me considero, de uma certa forma, um exigente e “chato” quando analiso uma partida de futebol, principalmente agora, quando vejo que ali estão os “abençoados” que recebem oceanos de euros (os super valorizados e não tanto justificados).

Tenho observado e dedicado maior atenção às ações do sistema defensivo das equipes; até pelo fato de ter sido um jogador defensivo.

Hoje, o futebol, na exigência dos seus treinadores e do próprio momento atual, não admite mais um sistema defensivo com jogadores de meia estatura (digo, de meia estatura, baixa, nunca!). Tudo bem, é óbvio! Então, vamos encher de “galalaus” as áreas defensivas. No entanto, existe uma coisa muito simples na prática do futebol: o chamado “fundamento”. O bom futebol é praticado tão somente em cima de uma boa e perfeita aplicação de seus fundamentos básicos.

Não adianta uma equipe ter em seu sistema defensivo jogadores de grandes estaturas, se esses não souberem e não praticarem o exercício do bom tempo de bola, aquele bendito e correto momento de chegar primeiro – a conhecida “antecipação”. Cito um exemplo típico e muito bem lembrado e praticado pelo excelente defensor da seleção paraguaio Gamarra e do Flamengo, carioca; de pouca estatura, mas de um senso de antecipação nunca visto, impressionante! E tem mais, sem cometer infração alguma. Foi bonito ver atuar!

Infelizmente, hoje pouco se pratica esse importante e eficaz recurso técnico, e quem agradece de coração feliz e pernas livres e soltas são os atacantes, que passaram a marcar muito mais gols.