Foi exatamente há um ano que lancei
na sede da PROMOVEC o meu livro “PROMOVEC – uma bela história”, onde relata a história de
Parnamirim e seus distritos litorâneos Pirangí, Pium, Barreira do Inferno e
Cotovelo, dando conta das suas características e lugares mais relevantes e
particularmente a origem de Cotovelo, seu ordenamento urbano, a criação da
PROMOVEC, seus fundadores, objetivos e ações fundamentais para as melhorias conseguidas
para a comunidade.
Na festa, compareceram muitos amigos e aqui registro
as fotografias que foram tiradas com a presença da minha pranteada THEREZA (Therezinha Rosso Gomes), cheia
de vida, sorridente, mas que inesperadamente fez sua última viagem no dia 31 de
março do ano de 2019, e também da minha querida irmã ELZA, eu também partiu
para a eternidade, para matar as saudades daquele dia tão feliz:
sexta-feira, 17 de janeiro de 2020
Cartas de Cotovelo – 17/01/2020
Oitava Carta (com Saudade)
A viagem final do Menino
Passarinho
Neste 16 de janeiro de 2020 recebi mais uma notícia
de tristeza, o falecimento no Rio de Janeiro, onde morava desde os 10 anos, do
cantor e compositor Luiz Rattes Vieira,
nascido em Caruaru em 12 de outubro de 1928, em consequência de deficiência
respiratória. Era casado com Eurídice
Pereira.
O
pernambucano foi criado pelo avô, no interior do estado, em Alcântara, mas a
sua primeira composição deu-se quando tinha apenas 8 anos e, por isso, ganhou a
fama com o codinome de "príncipe
do baião" e fez sucesso nos anos 1950 como radialista nas rádios
Record e Tupi.
Responsável
por mais de 500 canções e muitos sucessos, o estimado compositor, no entanto,
começou a sua vida trabalhando em diversas outras funções - Chofer de caminhão,
motorista de táxi e engraxate.
O
estilo de Vieira guardou sempre o sentir pungente do nordestino e logo cedo
consagrou-se compondo toadas, canções e cantigas como em 1953, com Menino de Braçanã, consagrada pelos artistas cantores
Ivon Cury e Zizi Possi, de
épocas diferentes. Adotou o linguajar do
matuto estilizado, de poetas populares como o paraibano Zé da Luz, e o
maranhense Catulo da Paixão Cearense, e
desenvolveu-se, tanto em canções assinadas só por ele, quanto nas parcerias com
o maranhense João do Vale. Os dois assinaram clássicos como Nas Asas do Vento,
A Voz do Povo, Estrela Miúda, Maria Filó (O Danado do Trem) e Estrada do Columbandê.
Era um homem culto e pertenceu à elite do rádio
carioca dos anos 50 e 60, com consagradora passagem no programa da TV Jornal do
Commercio de Pernambuco, onde o conheci e passei a admirar, tornando-se
presente em minha vida desde então.
É
autor de clássicos da MPB, como Prelúdio Para Ninar Gente Grande (Menino
Passarinho) e Paz do meu Amor (Prelúdio Nº2).
Afirmam seus biógrafos que em 1958, Luiz Vieira
lançou o primeiro, e provavelmente seu melhor disco: “Retalhos do Nordeste” A
Música e a Poesia de Luiz Vieira (Copacabana). Já em 1951, gravou no selo
Todamérica, tendo suas composições gravadas por inúmeros cantores e cantoras como
Ivon Cury, Marlene, Inezita Barroso, Alaíde Costa, muita gente boa. Retalhos do
Nordeste. São dez faixas, parte delas com uma orquestra dirigida pelo maestro
Moacir Santos.
Luiz Vieira não era apenas cantor ou cantador, como preferia e compositor,
mas encenava as suas composições contando histórias, que o tornava diferente
dos demais cantores da época. Teve grande influência do estilo iniciado por Luiz
Lua Gonzaga e seus parceiros.
Em
2018, quando o cantor completou 90 anos, o produtor Thiago Marques promoveu um
show tributo a Vieira, no Teatro Itália, em São Paulo, que virou disco Luiz Vieira 90 anos, em 2019, com selo da
Kuarup, contendo 20 composições e participação de nomes como os de Zeca
Baleiro, Daniel, Maria Alcina, Renato Teixeira, Claudette Soares, Sérgio Reis, As Galvão, Verônica Ferriani e Ayrton
Montarroyos, tendo a direção musical e arranjos das gravações do pianista
Alexandre Vianna, direção, e produção artística do espetáculo, e do álbum de
Thiago Marques Luiz. O texto de apresentação é assinado por Rolando Boldrin,
que se confessa influenciado por Luiz Vieira, assisti-lo na TV fez com que se
voltasse para a carreira artística.
Ao lado de Luiz Gonzaga, apresentou o programa
“Salve o Baião” na Rádio Tamoio, no Rio. Em São Paulo, o artista foi cantor da
rádio Record. Vieira compôs músicas para Caetano Veloso, Rita Lee, Nara Leão, Moacyr
Franco, Elba Ramalho, Hebe Camargo,
Maria Bethânia e o próprio Luiz Gonzaga, ainda Taiguara, Pery Ribeiro, Augusto Calheiros, Gilberto Alves,
Agnaldo Rayol, Cascatinha e Inhana, Sérgio Reis, e Marcelo Costa.
Gravou criações de Assis Valente, foi produzido
por Moacyr Santos e recrutou os sanfoneiros Dominguinhos, Chiquinho do Acordeon
e Zé Menezes para um projeto dedicado ao forró.
Discografia
·(1951) Pai, acende o lampião/Caixa d,água • Todamérica • 78
·(1951) Baião da Vila Bela/Coreana • Todamérica • 78
·(1952) O retirante/Largo do Cafunçu • Todamérica • 78
·(1952) Dona Catulina/Chova ou faça sol • Todamérica • 78
·(1953) Pegando sol/A lenda do chafariz • Todamérica • 78
·(1953) Rolinha minha saudade/Toada com Maria Jesuína •
Todamérica • 78
·(1954) Pirraça/Lelê belezinha • Todamérica • 78
·(1954) O menino de Braçanã/Os olhinhos do menino • Todamérica •
78
·(1954) Paroliado/Desfeita • Todamérica • 78
·(1955) Viva a Penha/Sodade furadera • Odeon • 78
·(1955) Quem come bebe tudo/Mamãe bate • Odeon • 78
AL-MOUTANABBI (915-965 d.C.), iraquiano,
foi um grande poeta, considerado dos mais proeminentes da literatura árabe.
Alguns de seus poemas são tidos como proverbiais.
O seu poema DIVISA, queacima divulgo na versãodo poeta português Herberto Helder, ei-lo
noutra tradução:
um guia leve, despretensioso, um guia do verão como o verão...
O Guia do Verão
Câmara Cascudo dizia que em Natal só havia duas estações: a estação de trem e o verão. Aclamada Cidade do Sol, Natal está na esquina do continente repleta de praias, diante do mar.
Neste guia, uma encomenda da primeira loja de departamentos da cidade, a Rio Center, um pouco do litoral além das praias urbanas, e mais um pouco de culinária, bebidinhas, etiqueta da areia e um minidicionário. Leve e descontraído para ler e viver uma estação que é o tempo todo na cidade.
Em formato de livro impresso, está disponível gratuitamente nas lojas Rio Center, enquanto durar o estoque e a estação. Aqui, a versão digital, também gratuita.
Pesquisa e texto Gustavo Sobral e ilustrações primorosas de Ariel Guerra. Projeto editorial Sertão Marketing & Mídia. 2020, Guia do Verão Rio Center, praia, sol e mar. 1ed. Natal: Unigráfica, 2020, 68p.
www.gustavosobral.com.br
segunda-feira, 13 de janeiro de 2020
Cartas de Cotovelo –
13/01/2020
Sétima Carta (com
Saudade)
Dindinha Lua
Eis
que chegamos à lua cheia e o período permite que se registre fotograficamente a
sua trajetória, como o fez meu filho Carlos Rosso.
Ao
contemplar a foto muitas foram as lembranças – mamãe costumava cantar uma
canção que falava em “dindinha lua”, com o sentido carinhoso e, se não me
engano, era uma cantiga de ninar. Procurei na internet e não a encontrei – mas
ficou gravada em minha memória.
Outra
lembrança é de THEREZA que nunca deixou de chamar a minha atenção para ver a
lua nos dias de esplendor, sobretudo nos veraneios em Cotovelo, que nunca
deixei de registrar fotograficamente. Aliás, tenho alguns versos sobre ela, mas
nunca os revelei, o que acho que poderá ser feito em livro que pretendo lançar
proximamente, em homenagem à minha eterna amada.
A MPB está
cheia de homenagens à lua, desde os tempos mais remotos como a Lua Branca, de Chiquinha Gonzaga, consagrada por Vicente
Celestino até por artistas mais modernos.