sábado, 18 de janeiro de 2020



Cartas de Cotovelo
 – (18/01/2020)
Nona Carta (com Saudade)
        

          Foi exatamente há um ano que lancei na sede da PROMOVEC o meu livro “PROMOVEC – uma bela história”, onde relata a história de Parnamirim e seus distritos litorâneos Pirangí, Pium, Barreira do Inferno e Cotovelo, dando conta das suas características e lugares mais relevantes e particularmente a origem de Cotovelo, seu ordenamento urbano, a criação da PROMOVEC, seus fundadores, objetivos e ações fundamentais para as melhorias conseguidas para a comunidade.
      

         Na festa, compareceram muitos amigos e aqui registro as fotografias que foram tiradas com a presença da minha pranteada THEREZA (Therezinha Rosso Gomes), cheia de vida, sorridente, mas que inesperadamente fez sua última viagem no dia 31 de março do ano de 2019, e também da minha querida irmã ELZA, eu também partiu para a eternidade, para matar as saudades daquele dia tão feliz:
          


sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Cartas de Cotovelo – 17/01/2020
Oitava Carta (com Saudade)



A viagem final do Menino Passarinho

Neste 16 de janeiro de 2020 recebi mais uma notícia de tristeza, o falecimento no Rio de Janeiro, onde morava desde os 10 anos, do cantor e compositor Luiz Rattes Vieira, nascido em Caruaru em 12 de outubro de 1928, em consequência de deficiência respiratória.     Era casado com Eurídice Pereira.

O pernambucano foi criado pelo avô, no interior do estado, em Alcântara, mas a sua primeira composição deu-se quando tinha apenas 8 anos e, por isso, ganhou a fama com o codinome de "príncipe do baião" e fez sucesso nos anos 1950 como radialista nas rádios Record e Tupi. 
Responsável por mais de 500 canções e muitos sucessos, o estimado compositor, no entanto, começou a sua vida trabalhando em diversas outras funções - Chofer de caminhão, motorista de táxi e engraxate.
O estilo de Vieira guardou sempre o sentir pungente do nordestino e logo cedo consagrou-se compondo toadas, canções e cantigas como em 1953, com Menino de Braçanã, consagrada pelos artistas cantores Ivon Cury e Zizi Possi, de épocas diferentes. Adotou o linguajar do matuto estilizado, de poetas populares como o paraibano Zé da Luz, e o maranhense Catulo da Paixão Cearense, e desenvolveu-se, tanto em canções assinadas só por ele, quanto nas parcerias com o maranhense João do Vale. Os dois assinaram clássicos como Nas Asas do Vento, A Voz do Povo, Estrela Miúda, Maria Filó (O Danado do Trem) e Estrada do Columbandê.

Era um homem culto e pertenceu à elite do rádio carioca dos anos 50 e 60, com consagradora passagem no programa da TV Jornal do Commercio de Pernambuco, onde o conheci e passei a admirar, tornando-se presente em minha vida desde então.

É autor de clássicos da MPB, como Prelúdio Para Ninar Gente Grande (Menino Passarinho) e Paz do meu Amor (Prelúdio Nº2).
Afirmam seus biógrafos que em 1958, Luiz Vieira lançou o primeiro, e provavelmente seu melhor disco: “Retalhos do Nordeste” A Música e a Poesia de Luiz Vieira (Copacabana). Já em 1951, gravou no selo Todamérica, tendo suas composições gravadas por inúmeros cantores e cantoras como Ivon Cury, Marlene, Inezita Barroso, Alaíde Costa, muita gente boa. Retalhos do Nordeste. São dez faixas, parte delas com uma orquestra dirigida pelo maestro Moacir Santos.

Luiz Vieira não era apenas cantor ou cantador, como preferia e compositor, mas encenava as suas composições contando histórias, que o tornava diferente dos demais cantores da época. Teve grande influência do estilo iniciado por Luiz Lua Gonzaga e seus parceiros.

Em 2018, quando o cantor completou 90 anos, o produtor Thiago Marques promoveu um show tributo a Vieira, no Teatro Itália, em São Paulo, que virou disco Luiz Vieira 90 anos, em 2019, com selo da Kuarup, contendo 20 composições e participação de nomes como os de Zeca Baleiro, Daniel, Maria Alcina, Renato Teixeira, Claudette Soares, Sérgio Reis, As Galvão, Verônica Ferriani e Ayrton Montarroyos, tendo a direção musical e arranjos das gravações do pianista Alexandre Vianna, direção, e produção artística do espetáculo, e do álbum de Thiago Marques Luiz. O texto de apresentação é assinado por Rolando Boldrin, que se confessa influenciado por Luiz Vieira, assisti-lo na TV fez com que se voltasse para a carreira artística.
Ao lado de Luiz Gonzaga, apresentou o programa “Salve o Baião” na Rádio Tamoio, no Rio. Em São Paulo, o artista foi cantor da rádio Record. Vieira compôs músicas para Caetano Veloso, Rita Lee, Nara Leão, Moacyr Franco, Elba Ramalho, Hebe Camargo, Maria Bethânia e o próprio Luiz Gonzaga, ainda Taiguara, Pery Ribeiro, Augusto Calheiros, Gilberto Alves, Agnaldo Rayol, Cascatinha e Inhana, Sérgio Reis, e Marcelo Costa.
Gravou criações de Assis Valente, foi produzido por Moacyr Santos e recrutou os sanfoneiros Dominguinhos, Chiquinho do Acordeon e Zé Menezes para um projeto dedicado ao forró.

Discografia

·         (1951) Pai, acende o lampião/Caixa d,água • Todamérica • 78
·         (1951) Baião da Vila Bela/Coreana • Todamérica • 78
·         (1952) O retirante/Largo do Cafunçu • Todamérica • 78
·         (1952) Dona Catulina/Chova ou faça sol • Todamérica • 78
·         (1953) Pegando sol/A lenda do chafariz • Todamérica • 78
·         (1953) Rolinha minha saudade/Toada com Maria Jesuína • Todamérica • 78
·         (1954) Pirraça/Lelê belezinha • Todamérica • 78
·         (1954) O menino de Braçanã/Os olhinhos do menino • Todamérica • 78
·         (1954) Paroliado/Desfeita • Todamérica • 78
·         (1955) Viva a Penha/Sodade furadera • Odeon • 78
·         (1955) Quem come bebe tudo/Mamãe bate • Odeon • 78
·         (1955) Rolinha fogo pagô/O lenço da moça • Odeon • 78
·         (1956) Maria Filó (O danado do trem)/Ambrosina • Copacabana • 78
·         (1956) Forró do Frutuoso/Meu crucifixo • Odeon • 78
·         (1957) Estrada de Columandê/Corridinho da saudade • Copacabana • 78
·         (1958) Cantiga da lembrança/Embolada mudou • Copacabana • 78
·         (1959) Retalhos do Nordeste • Copacabana • LP
·         (1959) Futucando/Milho verde • Copacabana • 78
·         (1960) A intrigante/Guarânia do amor sofrido • Copacabana • 78
·         (1962) Encontro com Luiz Vieira. Volume 1 • Copacabana • LP
·         (1962) Pagando o pato/Meu sentido era na bela • Copacabana • 78
·         (1962) Prelúdio pra ninar gente grande/Jaguaribe • Copacabana • 78
·         (1963) Paz do meu amor (Prelúdio nº 2)/Taí no que dá • Copacabana • 78
·         (1971) Em tempo de verdade • Copacabana • LP
·         (1974) Luiz Vieira • Odeon • LP
·         (1978) Na asa do vento • CBS • LP
·         (1986) 40 anos de música • Continental • LP
·         (1992) O melhor de Luiz Vieira • Movieplay • CD
·         (2000) Os grandes sucessos • Polidisc • CD
·         ([S/D]) Encontro com Luiz Vieira. Volume 2 • Copacabana • LP

 LUIZ VIEIRA, o meu respeito, admiração e saudade.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2020


BOM DIA!!!


TRÊS NOTAS E UM POEMA MEU


DIVISA

Conhecem-me os cavalos e a noite e os desertos
traiçoeiros e a guerra e as feridas e o papel e a pena.

- Al-Moutanabbi

(Versão do grande poeta português Herberto Helder)
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AL-MOUTANABBI (915-965 d.C.), iraquiano, foi um grande poeta, considerado dos mais proeminentes da literatura árabe. Alguns de seus poemas são tidos como proverbiais.
O seu poema DIVISA, que  acima divulgo na versão  do poeta português Herberto Helder, ei-lo noutra tradução:

“O corcel, a noite e o deserto me conhecem.
Assim como a espada, a lança, o papel e a pena."


Também é dele:

“Se você vir os caninos do leão
nunca pense que o leão sorri.”
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Poema zen citado por Herberto Helder em seu livro “O Bebedor Nocturno”:

“Para poder caminhar através do infinito vazio,
a vaca de aço deve transpirar.”
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SERMÃO DO ETERNO

Nada temais

Nem o ilusório fim
nem o infinito que vos mostro
e não compreendeis

E muito menos o espanto
com seus instantâneos de sombra
que retira do olhar a transparência

Entretende-vos
com a vida santa e bela
que vos foi outorgada

Sempre estareis
na consciência Una
onde aliás
sempre estivestes

-  ou achais
que somente agora
viveis? 


(Horácio Paiva)

terça-feira, 14 de janeiro de 2020


 

Praias, etiqueta da areia, dicionário da praia:
um guia leve, despretensioso, um guia do verão como o verão...

O Guia do Verão

Câmara Cascudo dizia que em Natal só havia duas estações: a estação de trem e o verão.
Aclamada Cidade do Sol, Natal está na esquina do continente repleta de praias, diante do mar.

Neste guia, uma encomenda da primeira loja de departamentos da cidade, a Rio Center, um pouco do litoral além das praias urbanas, e mais um pouco de culinária, bebidinhas, etiqueta da areia e um minidicionário. Leve e descontraído para ler e viver uma estação que é o tempo todo na cidade.

Em formato de livro impresso, está disponível gratuitamente nas lojas Rio Center, enquanto durar o estoque e a estação.
Aqui, a versão digital, também gratuita.

Pesquisa e texto Gustavo Sobral e ilustrações primorosas de Ariel Guerra.
Projeto editorial Sertão Marketing & Mídia.
2020, Guia do Verão Rio Center, praia, sol e mar. 1ed. Natal: Unigráfica, 2020, 68p.

www.gustavosobral.com.br

segunda-feira, 13 de janeiro de 2020



Cartas de Cotovelo – 13/01/2020
Sétima Carta (com Saudade)

Dindinha Lua

Eis que chegamos à lua cheia e o período permite que se registre fotograficamente a sua trajetória, como o fez meu filho Carlos Rosso.

Ao contemplar a foto muitas foram as lembranças – mamãe costumava cantar uma canção que falava em “dindinha lua”, com o sentido carinhoso e, se não me engano, era uma cantiga de ninar. Procurei na internet e não a encontrei – mas ficou gravada em minha memória.

Outra lembrança é de THEREZA que nunca deixou de chamar a minha atenção para ver a lua nos dias de esplendor, sobretudo nos veraneios em Cotovelo, que nunca deixei de registrar fotograficamente. Aliás, tenho alguns versos sobre ela, mas nunca os revelei, o que acho que poderá ser feito em livro que pretendo lançar proximamente, em homenagem à minha eterna amada.

        A MPB está cheia de homenagens à lua, desde os tempos mais remotos como a Lua Branca, de Chiquinha Gonzaga, consagrada por Vicente Celestino até por artistas mais modernos.