sábado, 17 de junho de 2017



QUASE 90 ANOS VIVIDOS

Por: Carlos Roberto de Miranda Gomes

                Mesmo sem a obrigação de escrever diariamente uma crônica para alimentar o meu blog, ultimamente tenho me metido a besta e me arvoro como escritor para registrar passagens que considero marcantes do cotidiano, boas ou não, mas necessárias para atiçar a cabeça dos meus leitores – será que não é mais um atrevimento pensar que os tenho! Estou sendo pretensioso ou preterdoloso?

            Pois bem, após um dia um tanto emocional, com o falecimento da amiga guerreira Wilma de Faria, a quem fui reverenciar com o último adeus na Catedral Metropolitana de Natal, acompanhado de Bob Furtado, passei a tarde escrevendo a continuação da segunda versão do meu livro Traços e Perfis da OAB/RN, com interrupção já a noitinha para ir à missa de 7º dia de Conceição Rocha da Costa, viúva de tio Pedro, retornando para continuar a missão.

            Já no roncar da noite caí exausto no ventre da minha rede e liguei a televisão na hora do Conversa com Bial,  jovem jornalista ressuscitado pela Globo com um programa de boa qualidade, apagando aquela imagem fútil e medíocre quando comandava o BBB.

            Nesta noite do dia 16 o prato do dia foi nada mais, nada menos, que ARIANO SUASSUNA, que chegou a quase 90 anos bem vividos, acho eu, pois conseguiu ressurgir das cinzas após o assassinato do seu pai, tornando-se a figura mais representativa do que de melhor existe no Nordeste brasileiro para oferecer.

            Sem dúvida, é um escritor multifacetário, expoente maior da verdadeira cultura do povo destas bandas, usando uma linguagem prosaica singular, nacionalista, ou melhor, regionalista,, que impõe ao Brasil a sua maior expressão de intelectualidade moderna e autêntica.

            Um verdadeiro gênio em todas as dimensões – um poeta, dramaturgo, folclorista, antropólogo, etnógrafo, artista, enfim, de dimensão infinita, obnubilado pela fama de outros expoentes das letras nordestinos, alguns até chatos, que apearam, por algum tempo, o desarnar de um futuro escritor.

            Diz-se, e é verdade, que para se consagrar alguém é preciso que ele morra. Tai coisa besta – ARIANO é imortal, se não ta vivinho bulindo fisicamente, sua obra continua a encantar.

            Receba, pois, o seu espírito todo o meu respeito e a minha saudade, ou melhor, para não ser paradoxal, tiro a saudade porque imortal não morre e, por isso, não deixa saudade. Talvez a força da expressão tenha me traído porque a sua obra parou por aqui com o que já fez e é muita coisa!

            Quem sabe se um novo Chico Xavier não aparece para receber novos contos!

            Terminei por hoje, ou, por amanhã! Já são 2 horas da matina de outro dia.

sexta-feira, 16 de junho de 2017

O DESCANSO DA GUERREIRA


É com tristeza que recebemos a notícia da partida de WILMA MARIA DE FARIA, uma das maiores figuras femininas da política do Rio Grande do Norte.
Mulher à frente do seu tempo, foi pioneira na disputa de cargos eletivos, tendo sido a primeira mulher deputada federal pelo nosso Estado, primeira prefeita de Natal e primeira governadora do Rio Grande do Norte.
Conhecida como "Guerreira" pelo fato de lutar e vencer as adversidades e preconceitos, exercendo incontestável lideranças nas lides sociais e políticas, com carisma, mercê do carinho que granjeou de todas as camadas sociais. Tinha apenas 72 anos e deixou prole de 4 filhos e 13 netos. A “guerreira” Wilma de Faria morreu às 23h40 deste feriado de Corpus Christi, 15 de junho.
Sua vida foi de lutas contra as forças ocultas, as oligarquias masculinas e até mesmo contra a doença.
Os encargos de sua vida não descuraram seus estudos, formada em Letras, sendo Mestra em Educação e especialista em Sociologia. 
A potiguar Wilma nasceu em Mossoró, começou seus estudos Caicó. Era professora aposentada da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Presidente estadual do Partido Socialista Brasileiro (PSB/RN) por 20 anos. 
Encerrou a sua atuação na vida pública como vereadora de Natal pelo Partido Trabalhista do Brasil (PTdoB) para a legislatura 2017-2020.
Tive a felicidade de trabalhar com Wilma na Campanha de João Faustino para o Governo do Estado e Aldo Tinoco para a Prefeitura de Natal, oportunidade em que conheci de perto a sua fibra e determinação.
A Dona Wilma o meu profundo respeito e saudade.

quinta-feira, 15 de junho de 2017

quarta-feira, 14 de junho de 2017

UMA NOITE INESQUECÍVEL




       A Solenidade realizada no dia 12 próximo passado na Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, pode ser considerada inesquecível, mercê de haver guardado um cerimonial elogiável, distribuído em quadros marcantes.
       O evento foi patrocinado por três entidades - a ANRL, o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte e a Academia de Letras Jurídicas do RN - ALEJURN, representado pelo Acadêmico Lúcio Teixeira dos Santos.


           Inicialmente o Acadêmico Diogenes da Cunha Lima abriu a solenidade cumprimentando os presentes e as Instituições, dentre as quais a Maçonaria, que teve papel preponderante na luta nacionalista na Revolução Pernambucana de 1817. 
       Em seguida houve uma encenação emocionante de estudantes do Grupo de alunos do Cenep-Centro Estadual de Educação Profissional Senador Jessé Freire, por gentileza da Professora Isaura Rosado que diante do quatro de Parreiras encenaram a prisão e o julgamento do Padre Miguelinho, o grande homenageado da noite, nos seus 200 anos de morte (12 de junho de 1817), grupo muito aplaudido e elogiado.
              Composta a Mesa dos Trabalhos com os representantes da Instituições Patrocinadoras - Cláudio Emerenciano, pela ANRL, sendo inclusive o ocupante da cadeira n° 1  em que é Patrono Padre Miguelinho, seguido do Acadêmico e Jornalista Vicente Serejo, pela ANRL que revelou aspectos históricos da vida do homenageado, calçado em opiniões de escritores potiguares reveladoras de verdades das ocorrências, tendo em Edgard Ramalho Dantas o terceiro orador, que exaltou a obra do seu avô Manoel Dantas, com novas revelações contundentes e, encerrado a solenidade, a fala abalizada do Acadêmico Jurandyr Navarro, num discurso intimista do grande Herói e Mártir, estes últimos representando o IHGRN.

           Foi realmente uma noite esplendorosa para o resgate de uma história imorredoura, que enriquece a história do Rio Grande do Norte e consagra definitivamente o nosso maior herói, o Frei e posteriormente Padre secular Miguel Joaquim de Almeida e Castro (Padre Miguelinho).
A COMUNIDADE POTIGUAR AGRADECE TÃO MEMORÁVEL SOLENIDADE.

terça-feira, 13 de junho de 2017

REVERENCIANDO TONHECA DANTAS

TONHECA DANTAS, na realidade, Antônio Pedro Dantas, nascido no dia 13 de junho de 1871 no sítio Carnaúba de Baixo (Carnaúba dos Dantas-RN), cidade demarcada pelos Portugueses em 11 de abril de 1613, 5º filho do segundo matrimônio do viúvo Tenente-Coronel da Guarda Nacional João José Dantas, com a escrava alforriada Vicência Maria do Espírito Santo, celebrado em 1º de fevereiro de 1871, de um total de oito: Pedro Carlos de Maria, José Venâncio de Maria, João Pedro Dantas, Manoel Nicolau Dantas, Antônio Pedro Dantas, Francisca Urçulina da Conceição, Maria Clara do Monte-Falco e Luís Felipe Dantas.  Portanto, amanhã, ocorrerá o 144º aniversário do seu nascimento, razão da escolha desta data para homenageá-lo. (Pery, em seu discurso de posse em 27 de abril de 2000, informa que o nascimento teria ocorrido exatamente em 12 de junho de 1870). Garanto que vou garimpar a documentação precisa.
A cidade foi fincada no coração do Seridó, no semi-árido subtropical, região de caatinga onde habitaram os indígenas das tribos Janduís, Canindés e Pegas. Apesar da paisagem sofrida da geografia sertaneja, cercania do riacho de Carnaúbas, as crianças sobreviviam livres, com pouca coisa a fazer, sobrando tempo para despertar a atenção para a música. Tonheca foi atraído pelos seus irmãos mais velhos, participando da banda da sua cidade, sob o comando de José Venâncio de Maria, costume que vem sendo conservado ao longo do tempo.
Prosperou em seus estudos, tornando-se destacado entre os executantes das partituras, enveredando na criação das suas próprias obras, inspiradas nas emoções da natureza e do relacionamento humano que nunca faltaram nos rincões da vida campesina. Mesmo sem formação superior no estudo da música, pela sua perseverança, torna-se um autodidata da pauta, despertando a atenção dos conterrâneos e adquirindo uma fama no nordeste, transcendendo para o resto do país.
Falar de sua vida é tarefa difícil depois que o escritor Cláudio Galvão escreveu “A desfolhar Saudades”, pois esgotou a sua biografia. Resta-me, então, desenhar alguns fatos marcantes de uma vida de sacrifício e sucessos.
Deixou o seu torrão natal e a paisagem das plantas arbustivas, dos cardeiros e das copas verdes dos juazeiros divididas com as silhuetas íngrimes de pedregosas serras e serretes nos idos de 1898 e veio para a Capital em busca de emprego.
Com o beneplácito político procura engajamento na Banda de Música do Batalhão de Segurança. Ao mesmo tempo outro protegido político, João Mamede, oriundo de Acari, já tradicional no campo da música, procurava a mesma oportunidade, forçando a realização de um concurso. Aqui vem o primeiro fato singular: o concorrente é chamado a executar uma peça e escolhe o trombone. Na vez de Tonheca lhe é entregue partitura diferente e indagado qual o instrumento será executada a peça, tendo o mesmo respondido que era indiferente, causando espanto. Após os ajustes das palhetas inicia a sua prova através dos instrumentos ao seu dispor: sax-tenor, trompete, flauta e outros. Quando pegou o bombardino, a Comissão mandou parar. Em 30 de maio de 1898 foi contratado.
O contrato seria de três anos, mas antes de completar um ano deixou o posto e no raiar do novo século resolveu ir para o Rio de Janeiro. Viajou até o porto de Cabedelo-Paraíba, procurar transporte para o sul. Contudo, ao ver dois navios com destinos diferentes – sul e norte - mudou de rumo e foi para o norte, precisamente Belém, Estado do Pará.
Ainda sem definição de vida, certo dia ao passar por uma rua da cidade assistiu momentos de uma festa, onde tocava a Banda de Música da Polícia Militar, o que o atraiu. Ali, num intervalo em que os músicos foram fazer um lanche, acercou-se dos instrumentos e não resistiu em arriscar alguns acordes. Logo retornam os músicos e ele se afasta, sem saber que o Mestre da Banda havia observado a sua atitude e que o chamou à sua presença. Encabulado, confessa que usou o clarinete. Na mesma ocasião um jovem da casa da festa o convida para comparecer ao seu escritório no dia seguinte para uma conversa sobre trabalho e lhe adianta uma nota de 100 mil réis. O encontro era com o Doutor Sílvio Chermont que lhe encomendou uma valsa para presentear a sua noiva no dia do aniversário.
Após algum tempo concluiu a peça e a entregou para o Mestre da Banda de Música da Polícia Militar que a aprovou. No dia da festa (1903), o dono da casa pede que Tonheca seja o regente, na condição de autor da música e ele o faz com raro brilho. [Tonheca manteve com ele uma cópia, mesmo sem divulgá-la. Essa música foi o embrião de Royal Cinema, que surgiria para o público de Natal, dez anos depois].
Por sugestão de um conterrâneo que encontrou em Belém foi tentar ingresso na Banda de Música do Corpo e Bombeiros de Belém. Aqui o segundo episódio singular: Submeteu-se a novo concurso e no dia da prova todos pararam para ouvir a sua execução. O Mestre entregou-lhe uma página de música – um dobrado espanhol, tocado em solo de clarinete e na regência, o Mestre procurou dar comandos complexos para ver a habilidade do potiguar e Tonheca não teve problemas. O Mestre interrompeu a prova e o examinado pensou no pior. Engano, o Mestre declarou – você está aprovado e todos o cumprimentaram, pois sabiam das dificuldades que foram colocadas e a sua superação. Ficou agregado de 15 de junho de 1903 até 18 de março de 1909, quando foi excluído pelo término do tempo e retorna ao nordeste. Já então começava a ter problemas familiares.
Em 25/8/1910 pleiteou reingresso na Banda do Batalhão de Segurança de Natal e conseguiu contrato por três anos como músico de 1ª classe, mas foi excluído em 22/10, passando apenas 90 dias.
Diante disso procura serviço no Estado da Paraíba (Alagoa Grande) para as tarefas de ensino de música e tocar em festas, passando a viver de forma instável, com idas e vindas a Natal, com passagem por João Pessoa e Alagoa Nova.
Retornou a Natal em 1911 porquanto a cidade havia progredido mercê da grande administração do Governador Alberto Maranhão já dotada de bonde elétrico e energia, abertura de novas ruas, além de haver incentivado o teatro e a música. Nesse ínterim viveu novos momentos familiares difíceis, sempre contornados com dificuldade.
Foi nessa época que entramos na era do cinema mudo, inaugurando-se o Internacional para o qual passou a tocar permanentemente (1911), em seguida o Polytheama de João Gurgel e José Petronilo de Paiva.
Em 1912 fez breve retorno a Belém para resolver problemas familiares, logo regressando a Natal onde ocupou lugar de professor de música da Escola Normal em 1913. Neste mesmo ano novos cinemas são inaugurados, o Pathé e em seguida o Royal Cinema, oportunidade em que o proprietário José Petronilo encomendou uma música para servir de prefixo daquela Casa de exibição de filmes. Tonheca tirou da gaveta onde guardava suas composições exatamente aquela feita em Belém em 1903, pediu a uma aluna Maria Aparecida de Carvalho (depois Ferreira) para experimentar a versão para piano, entregando-a, posteriormente, ao proprietário do cinema e encaminhando-a à publicação, em junho de 1914, pela Casa Bevilacqua do Rio de Janeiro, juntamente com outra composição denominada Boas Festas. Conta-se, então o centenário da valsa Royal Cinema a partir da sua execução pública em 1913.
A esse tempo a música cresceu na apreciação da população e foram realizadas retretas nos coretos das Praças Augusto Severo e André de Albuquerque.
No ano de 1915 foi convidado para dirigir a Filarmônica de Santana do Matos, do Cel. Carvalho. Contudo, novos problemas familiares desestabilizam a sua vida. Mesmo assim, conseguiu emprego mais seguro quando foi criada a Guarda da Mesa de Rendas, de onde se tornou funcionário a partir de 1917, dividindo seu tempo com a Filarmônica, época em que muito produziu no campo da composição de peças musicais, principalmente com as comemorações do centenário da independência (1922). Em 1926 foi transferido para Açu provocando a sua procura, mais uma vez, pelo Estado da Paraíba, onde volta a Alagoa Grande e torna-se maestro da Banda do Batalhão de Segurança da Polícia Militar de João Pessoa, pelo período de 1927 a 1931.
Numa passagem pelo Estado de Pernambuco acontece o terceiro caso singular: Tonheca passava por determinado local e ali uma banda tocava a sua peça Royal Cinema, mas de forma deturpada. Intervém e toma a regência da banda dando a indicação exata da execução sob as indagações dos músicos que o interpelam. Ele então esclarece – sou o autor da música e estou ensinando como realmente ele deve ser tocada.
Retorna a Natal e logo procura os seus velhos amigos de caserna. Mesmo sem ter mais a idade para a vida militar na corporação, pois dificilmente passaria no exame médico, foi aconselhado pelos amigos que fizesse um agrado ao Comandante Sandoval Cavalcanti, o presenteando com uma música em homenagem à sua esposa, D. Lydia Cavalcanti. Aqui o registro do quarto episódio marcante: Cumpre a tarefa e seus amigos da Banda de Música ensaiam as partituras. O Comandante ao ingressar em seu gabinete encontrou o presente e pediu a opinião do Mestre da Banda que fez uma apresentação, com a presença do compositor. O resultado foi plenamente satisfatório e muito elogiado. O Comandante então lhe pergunta onde ele estava trabalhando e a resposta foi que estava desempregado. Pois deixou de estar! Retornou aos quadros da Polícia Militar, embora sendo liberado de coisas de maior esforço, nela permanecendo até o final de sua existência. Adoece em 1939 e ficou sob os cuidados do Dr. Feijó de Melo e aos 69 anos falece, no final da tarde do dia 7 de fevereiro de 1940 (uma quarta-feira de cinzas), sendo o seu velório e sepultamento custeados pela Polícia Militar e sendo registrado em boletim o seu desligamento no dia 8, em razão do óbito, passando para a história como o Maestro dos Sertões.
Nunca deixou de ser reverenciado, tendo o seu nome colocado em rua desta Capital e criada uma sala especial no Teatro Alberto Maranhão, além de tornar-se Patrono da Cadeira 33 da Academia Maior do Estado a partir da reforma estatutária de abril de 1967, sendo escolhido para ocupá-la o também maestro Oswaldo de Souza, que tomou posse no dia 22/8/1968, com a presença da Banda de Música da Polícia Militar, fato que hoje se repete. Seu acervo foi resguardado pelos seus filhos Antônia Dantas da Silva e Antônio Pedro Dantas Filho.
Sua obra autoral é vasta, calculada pelos seus biógrafos como superior a 1000 peças musicais até hoje executadas pelas bandas filarmônicas do Brasil e de além mar, com destaque especial para a Valsa Royal Cinema, que ressoou pelas ondas da Rádio BBC de Londres, durante a Segunda Guerra Mundial, até certo tempo executada como sendo de “autor desconhecido”.
Ressalte-se o ecletismo dos gêneros de suas composições, contabilizando-se valsas, dobrados, hinos, polcas, maxixes, mazurcas, sambas, choros, xotes e marchas, mas igualmente transitou por outros gêneros musicais orquestrados. Muitas das suas composições levam nomes de pessoas, aves, sentimentos, lugares e de festas tradicionais.
Destacam-se, pela excelência das composições, além de Royal Cinema, outras obras: O Cisne, Valsa Delírio, Melodia do Bosque, Valsa A Desfolhar Saudades, a marcha solene Republicana, o dobrado Tenente José Paulino, as valsas Ana Dantas e Boas Festas, que ganharam notoriedade.
A par disso, o Rio Grande do Norte vem prestando-lhe homenagens e, mais recentemente, criando em sua memória um Projeto nos 100 anos da Valsa Royal Cinema (2013), através da gravação de dois CD´s pela Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte, sendo um com treze músicas e o outro com documentos, fotografias e partituras e um e-book “A Desfolhar Saudades” – uma biografia, tudo partido da iniciativa louvável do escritor Cláudio Galvão, aqui já invocado, a quem rendo as minhas homenagens.
Não pretendo cansar os presentes, pois sobre esse sertanejo genial, além de Cláudio Galvão, outros escritores se debruçaram na bela e sofrida história, como é o caso da escritora Leide Câmara, membro desta Casa, que em seu Dicionário da Música do Rio Grande do Norte pontifica a trajetória do brilhante músico e dá conta da sua habilidade nos domínios de vários instrumentos de sopro e de corda, bem assim nomina as suas mais consagradas composições, indicando datas, além da discografia até o início deste milênio.

Do mesmo modo figura como verbete no Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira ressaltando Antônio Pedro Dantas na condição de compositor, flautista. Trompetista, saxofonista, violonista, clarinetista. Aprendeu elementos básicos de teoria musical com o irmão José Venâncio e com seu primo Felinto Lúcio Dantas. 
É Patrono da cadeira 33 da ANRL, cujos ocupantes foram Oswaldo de Souza, Hypérides Lamartine (Pery) e atualmente Carlos Roberto de Miranda Gomes 

segunda-feira, 12 de junho de 2017