JANSEN LEIROS, PERFIL E SAUDADE
Valério Mesquita
Jansen Leiros Ferreira
nasceu em Macaíba no dia 15 de março de 1937, era o primogênito de Aguinaldo
Ferreira da Silva e Maria Leiros Ferreira, nascida Maria Leonor de Castro
Leiros.
Estudou no tradicional
Grupo Escolar Auta de Souza e, em Natal no Ginásio 7 de Setembro, concluindo o
ginásio e o curso técnico de contabilidade. Simultaneamente, cursou o
científico no Ateneu Norte Rio-grandense. Aos dezoito anos, já havia escrito
uma plaqueta fruto de pesquisas em sua cidade, que intitulou “Macaíba e seus
tipos populares”. Após a editoração dessa plaqueta, ingressou na Faculdade de
Direito da UFRN, cursando o bacharelado em ciências jurídicas e sociais.
Foi nomeado para o
Instituto do Açúcar e do Álcool, lotado na Delegacia Regional do Rio Grande do
Norte e em 1962, obteve transferência para a sede do órgão na cidade do Rio de
Janeiro. E lá, concluiu seu curso de bacharelado em ciências jurídicas na
Universidade do Brasil.
No terceiro ano do
curso de Direito foi indicado pelo padre Raimundo Brasil – capelão da Base
Naval de Natal - para substituir, no Serviço Social daquela unidade, o doutor
José Gurgel Guará nas funções de Assessor Jurídico, onde serviu por quase dois
anos, no Comando do Capitão de Mar e Guerra Milton Pereira Monteiro.
Ainda em Natal, estudou
piano erudito com o maestro Waldemar de Almeida, no Instituto de Música do RN,
ocasião em que participou de algumas audições públicas e participando do
Conjunto de Câmera Prof. José Monteiro Galvão. Após 1964, face às dificuldades
financeiras foi instado a deixar o serviço público federal para exercer a
advocacia dando assistência a empresas privadas.
Ainda nos anos
sessenta, realizou sua primeira viagem ao exterior, visitando o Peru, o Chile e
a Argentina. Depois, conheceu a Europa Central e os Estados Unidos.
Retornando à Natal, foi
nomeado para as funções de Assessor Especial da Fundação José Augusto, ao tempo
em que eu exerci a presidência do órgão.
Em 1991, foi nomeado
Assessor Jurídico do Estado, e lotado na Procuradoria Geral, onde aposentou-se
aos setenta anos.
Jansen Leiros, como escritor,
editou os seguintes livros: “Macaíba e seus tipos populares”, “Fragmentos e
Reflexões”, “Contos do Entardecer”, “Apólogos do Nascer do Sol”, “Prelúdios de
um Novo Dia”, “Relembranças”, “Macaíba de Cada Um”, “Sonata do Alvorecer de
Aquários”, “Itinerário de um Sertanejo”, “Daphne – compromissos e resgates”, “Garimpando
a Luz”, “Acordes da Alma”, “Aleluia do Homem Novo” e “Aquarela do Sol Nascente”.
No campo da música, ele
criou entre uma vintena de composições: “Sonho de um Cello”, “Crepúsculo no
Solar da Madalena”, “Alma Nordestina” e “Balada para Daphne”, todos por ele
harmonizadas para orquestra de cordas.
Estudou canto lírico, e
participou de conjuntos corais como o Harmus, do Instituto de Música Waldemar
de Almeida, da Fundação José Augusto, de cuja criação foi um dos responsáveis
quando compunha o Conselho de Administração. Barítono, como seu avô materno – maestro
João Viterbino de Leiros, era um seresteiro nato e um orador de belas
metáforas. Carismático, de simpatia contagiante, era querido pelos que faziam
seu entorno. Como advogado, exerceu as funções de Juiz Eleitoral, do Tribunal
Eleitoral do Rio Grande do Norte, nomeado pelo Ministério da Justiça e Juiz do Tribunal de
Ética da Ordem dos Advogados do Estado do Rio Grande do Norte.
Como profissional de
Direito, exerceu a função de advogado empresarial durante algumas décadas,
quando foi nomeado para exercer as funções de Assessor Jurídico do Estado.
Ainda como liberal, foi nomeado pelo Ministério da Justiça para as funções de
Juiz Eleitoral do Rio Grande do Norte. Exerceu de 2004 a 2008 a função de Juiz
de Ética da OAB/RN. Integrava o IHGRN e foi o primeiro presidente da Academia
Macaibense de Letras.
Faleceu em 17 de
outubro de 2016, pacificado com Deus e com os homens. Saudades muitas do amigo
e conterrâneo.
(*) Escritor.