sábado, 28 de março de 2015

A CULTURA É UMA ATIVIDADE MENDICANTE

A expressão não representa exagero nem pessimismo, mas espelha o sentimento que tenho em relação ao esforço de alguns em prol da cultura, pela falta de apoio financeiro, mas, igualmente, sem a cooperação dos sócios e das autoridades representativas do Poder Público.
Nas solenidades realizadas em comemoração aos 113 anos do INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE no final de semana, dia 26 no Centro Pastoral Dom Heitor de Araújo Sales e dia 27 na Assembleia Legislativa do Estado, sentiu-se a falta de alguns agentes do Poder Público, em sua maioria, das Universidades e, pior que tudo, dos sócios e do povo, que perderam a oportunidade de assistir momentos de rara beleza e grandeza republicana, com falas, discursos e palestras que ficarão gravadas na memória dos que compareceram.
Destaco o carinho com que tudo foi programado pelo Presidente Valério Mesquita e sua Diretoria e pela Assembleia Legislativa, sob a iniciativa do Deputado Ricardo Motta e apoio incondicional do Presidente Ezequiel Ferreira.
A saudação do jornalista Vicente Serejo, na festa do IHGRN, do jornalista Ticiano Duarte, na festa da Assembleia; os discursos de Valério Mesquita e Ricardo Motta e, com especial registro, as conferências magistrais do Eminente Parlamentar da República, Doutor ALMINO MONTEIRO ÁLVARES AFFONSO, que encantou a todos, marcaram de forma definitiva a História da Casa da Memória e da Casa do Povo. Nessas oportunidades ele recebeu honrarias: Sócio Honorário do IHGRN; medalha do Mérito Alberto Maranhão pelo Conselho de Cultura, entregue pelo escritor Iaperi Araújo e a Medalha do Mérito Legislativo, entregue pelo Deputado Motta.
Para coroar a efeméride sequer faltou o lançamento do nº 90 da Revista do IHGRN, mercê da pronta colaboração do Diretor do Departamento de Imprensa do Estado, jornalista Paulo Araújo, contando com os trabalhos de revisão e organização dos nossos sócios Manoel Onofre de Souza Júnior e Thiago Gonzaga.
Também elogio o esforço de Scilla Gabel que preparou projeções de vídeo e slides para mostrar a importância do Instituto e o trabalho desenvolvido pela gestão Valério Mesquita. Ao jornalista Públio José, nosso sócio, que representou o Prefeito em ambas as solenidades e do Coronel Ângelo Dantas, também nosso associado, que pôs à disposição a banda de música da gloriosa Polícia Militar do Estado e garantiu a segurança do quarteirão. Merecem registro as presenças honrosas da Senhora Miriam Petrovich, viúva do saudoso Presidente Enélio e do Presidente Honorário Vitalício acadêmico Jurandyr Navarro da Costa e do velho político potiguar e professor emérito Doutor Aldo Tinôco..
Foi tudo realmente um sucesso. Agora resta a conta a pagar, que certamente e mais uma vez sairá dos bolsos da Diretoria, que para tudo isso, não recebe qualquer remuneração.  Espero que os sócios recolham as suas anuidades 2015 para minimizar as dificuldades.
Desculpem o meu desabafo. Vejam alguns flagrantes das festas.







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sexta-feira, 27 de março de 2015




HOJE, NO RESTAURANTE "SAL E BRASA", JANTAR DA FAMÍLIA AMERICANA
A PARTIR DAS 19 HORAS.
É A ARRANCADA DAS FESTIVIDADES DO CENTENÁRIO DO NOSSO GLORIOSO CLUBE DE FUTEBOL

GUGA



                    O menino, o barquinho e a música

AUGUSTO COELHO LEAL, sócio efetivo do IHGRN
                Acordei pela madrugada, o televisor estava ligado em um dos canais telecine, e no filme um garotinho brincando em um lago com um barquinho. Lembrei-me da minha infância, do meu barquinho que tanto eu gostava de brincar e imaginava ele sendo comandado por Janjão, Gonzaga ou Ferrinho, barqueiros da velha Redinha.

                Veio a lembrança do barquinho a vela, brincando nos tanques da Praça Pedro Velho. Para quem não conheceu, a praça fica ainda hoje no bairro de Petrópolis, entre as Avenidas Prudente de Morais e Floriano Peixoto e as Ruas Trairi e Potengi.  Bem arborizada, os pés de fícus cortados em forma de objetos ou animais, calçadas e bancos para passeios dos transeuntes e vários fotógrafos que “batiam fotos” principalmente dos casais de namorados, ou famílias.

                Lembrei-me dos amigos, Ivanildo Lins, Flávio Azevedo, Franklin Nunes, Paulo Hunka e Boris Siqueira, esse último o mais brigão (todos eram) e quando seu barco perdia a corrida, ele queria brigar. A disputa era nos tanques da praça, interrompidas pela brutalidade do administrador que todos conheciam por Pacheco. O Tempo passou, alguns amigos distantes, outros morreram, ficou a lembrança daquela época. Lembrei-me da música de Oswaldo Montenegro – A lista – que tem trechos muito significativos para mim.

                “Faça uma lista de grandes amigos/ Quem você mais via há dez anos atrás/ Quantos você ainda vê todo dia/ Quantos você já não encontra mais/ Faça uma lista dos sonhos que tinha/ Quantos você desistiu de sonhar!”

                Comecei a pensar nos grandes amigos da infância e da juventude e quantos já não vejo mais, uns estão distantes outros morreram e entre eles, lembrei-me de João Rodrigues Barbosa (Joca), Eduardo Barbosa, Aldemir Guerreiro Vilar de Mello, Aldacir Guerreiro Vilar de Mello, Ivan leite, Maurício Coelho Maia, Eduardo Pinheiro de Moura, Carlos Alexandre Dumaresq, Ivan Lins, Alcio Suassuna, Klaus Nóbrega, Emanoel Dantas Ribeiro, João Batista Ribeiro.

                Quem você mais via há dez anos atrás/ Quantos você ainda vê todo dia/ Quantos você já não encontra mais/ Quantos segredos que você guardava/ Hoje são bobos ninguém quer saber/ Quantas pessoas que você amava/ Hoje acredita que amam você.”

O tempo passou, vejo poucos amigos hoje daquela época. Alguns que tinha como bons amigos (não sei se eram) por estupidez, ou presença do “vírus” da Alzheimer cortaram o contato e depois de velhos esqueceram-se da amizade surgida dentro da casa dos nossos pais, amizade construídas nos colégios, nas peladas de rua, nos jogos de botões, das brincadeiras de ruas, das noites boemias, da época da faculdade. Infelizmente algumas pessoas envelhecem e perdem a noção de humildade, acham que por conta de uma posição alçada na vida vale muito mais do que a velha amizade. Mas são coisas da vida.

Segredos já não os tenho, minha vida é um livro aberto, mesmo porque os que tinha, são na verdade bobos e não interessa a ninguém. As pessoas que eu amava, aumentaram na minha lista da velhice.

Mas o barquinho me levou ao passado, aos velhos colégios, Sete de Setembro e Atheneu, ao velho time de basquete do Santa Cruz, treinado pelos irmãos, Cristalino e Oscar Fernandes, e também por Décio Holanda. As reuniões à noite embaixo dos postes principalmente em frente ao Cine Rio Grande e na esquina da Rua Mossoró e Avenida Prudente de Morais. Aos desfiles escolares no dia 7 de setembro, aos jogos escolares, as disputas dos jogos de vôlei, basquete e futebol de salão no Ginásio Sylvio Pedrosa ou Djalma Maranhão, dos banhos de mar nas praias do Forte, Artista e Areia Preta. Dos veraneios na Redinha, nesse tempo Ridinha, praia de Ponta Negra e as praias de Pirangi. As matinês nos clubes America, ABC, Aero Clube, Atlântico. Levar a namorada ao Cine Rio Grande, ou aos cinemas Rex ou Nordeste, depois um “lanche” nas sorveterias Kixou ou Oásis, no Bar Dia e Noite que também era palco de encontros dos boêmios pelas madrugadas, A Confeitaria Mirim, de João da Mirim na Rua João Pessoa também muito visitada pela minha geração de jovens ou ainda criança.

Já depois dos dezoito anos, éramos liberados para freqüentar os bares. A Palhoça, Confeitaria Cisne, Granada Bar, Nemésio, Confeitaria Atheneu, Postinho, Iara Bar, É Nosso, Caindão, eram os mais visitados. Desses apenas a Confeitaria Atheneu resiste ao tempo.

“E o barquinho ao coração deslizando na canção/ Tudo isso é paz, tudo isso traz/ Uma calma de verão e então.”



           












27-3-2015 - POSSE DA NOVA DIRETORIA DA ACLA PSN


COOPERATIVA CULTURAL - DIA 27


quinta-feira, 26 de março de 2015

HOJE - COMEMORAÇÕES DOS 113 ANOS DA CASA DA MEMÓRIA



113 ANOS DE GLÓRIA




IHGRN: 113 ANOS

Valério Mesquita*
Mesquita.valerio@gmail.com

O tempo é a dimensão da mudança. O Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte é o único bem que ficará após tudo o mais passar. No dia 26 próximo vai completar 113 anos de fundação. Destaco o esforço de todos os colegas diretores. Não posso olvidar deles o exemplo e a dedicação que tiveram em manter a guarda e a segurança de tão valioso patrimônio. Agradecemos a colaboração dos confrades, além da Fundação José Augusto, do Departamento Estadual de Imprensa, da Fercomércio, da Fiern, do Sebrae, Prefeitura do Natal e da Assembleia Legislativa. O prédio foi construído pelo governador Augusto Tavares de Lyra, entre 1905 e 1906, na área nobre e histórica da cidade, vizinho à antiga catedral metropolitana e ao Palácio Potengi erguido por outro conterrâneo, Alberto Maranhão. Tem frentes tanto para a Rua da Conceição como para a Praça André de Albuquerque. É um chão sagrado de antepassados. Bem próximo, está a Praça Padre João Maria, hoje transformada num lastimável camelódromo. Ainda ali perto, o Museu Café Filho, a primeira construção assobradada, ainda do período colonial. E um pouco mais adiante, o sobradão clássico onde funcionou o Tesouro Provincial, hoje Memorial Câmara Cascudo e o Convento Santo Antônio, todos monumentos tombados pelo Patrimônio Histórico. E com importância político-administrativa estão cravados também nesse quadrilátero de ocorrências históricas as sedes atuais dos Poderes Legislativo e Judiciário.
Venho encarecer a atenção dos atuais governantes para os cuidados que essa contextura patrimonial, histórica, turística, representa para Natal nos dias de hoje, quando a capital será palco de assinalados eventos. Os prédios, as praças, a iluminação pública ao derredor, necessitam de paisagismo compatível como berço da cidade dos Reis Magos. Nesse território emocional e dominó de reminiscências inapagáveis imperam o lixo, a predação, a escuridão, o abandono e a insegurança. Urge, para essa área, um tratamento diferencial e seletivo de ressurreição de ambiente. E o Instituto Histórico, pobre mas altivo, é o capataz dos mistérios circundantes, há cento e treze anos – a completar no dia 29 de março. Ele permanece como guardião do mais importante acervo histórico do estado. Agora, eu indago, deve continuar abandonado? Ele detém a guarda de todas as leis e decretos de governo de 1835 a 1952, documentos de demarcação de terras de 1615 a 1807, sesmarias de 1702 a 1716 e de 1748 a 1754. O livro de Barleus, no qual Gaspar Van Barle descreve os oito anos do governo holandês de Maurício de Nassau, de 1647, bíblias antigas, bibliotecas, mapas geográficos, objetos de museus, versos, manuscritos e registros eclesiásticos, fotografias de personagens da história política, social, cultural, jurídica e religiosa do Rio Grande do Norte de cem a trezentos anos passados desde os períodos: colonial, imperial e republicano. É urgente fazermos a digitalização documental, a climatização da sua sede, após ter sido já concluída a restauração da rede elétrica interna e a recuperação física do imóvel.
Não existe outra maneira de salvar tudo sem o apoio resoluto dos órgãos governamentais, das instituições privadas e da sociedade de modo geral. Esse patrimônio que estamos guardando, protegendo, é público, é da história, é do povo do Rio Grande do Norte. Tornou-se, um imperativo inadiável, a digitalização do seu acervo. Vamos bater a sua porta. Ajude-nos!

(*) Escritor.

quarta-feira, 25 de março de 2015

A FESTA DOS 113 ANOS DO IHGRN

Entre os fundadores estiveram os ex-governadores ALBERTO MARANHÃO, PEDRO VELHO DE ALBUQUERQUE MARANHÃO, JOAQUIM FERREIRA CHAVES, AUGUSTO TAVARES DE LYRA e ANTONIO JOSÉ DE MELLO E SOUZA.

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JÁ ESTÁ EM NATAL O EMINENTE ORADOR DA SOLENIDADE DE ANIVERSÁRIO DA CASA DA MEMÓRIA:

Almino Monteiro Álvares Afonso

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.



Almino Monteiro Álvares Affonso (Humaitá, 11 de abril de 1929) é um político brasileiro.
Tal como seu avô, este Almino Affonso é um grande tribuno. Ouvi de Ulysses Guimarães, outro excelente tribuno, ao proferir discurso numa solenidade, em que Almino já discursara, a seguinte frase: "Tem uma coisa que não gosto no Almino Affonso: é falar depois dele."
Bacharel em direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, foi o primeiro ministro do Trabalho e Previdência Social no governo de João Goulart, de 24 de janeiro a 18 de junho de 1963, após a retomada do presidencialismo, quando sucedeu Benjamin Eurico Cruz.
Cassado pelo Golpe de Estado de 1964, viveu no exílio por doze anos na Iugoslávia, Uruguai, Chile, Peru e Argentina.
Retornando ao Brasil em 1976, foi Secretário dos Negócios Metropolitanos de São Paulo no governo de André Franco Montoro, época em que eclodiu o escândalo Mogigate, quando cassou a permissionária dos transportes São Paulo - Mogi das Cruzes que operava desde 1940, empresa vitima de tentativa de extorsão.
Foi também Vice-Governador do Estado de São Paulo na gestão de Orestes Quércia, tendo exercido o cargo de Governador nos impedimentos e viagens do titular.
Enquanto parlamentar, além de de líder da bancada governista na Câmara dos Deputados, no governo do Presidente João Goulart, Deputado Federal e Conselheiro da República na gestão do Presidente Luis Inácio "Lula" da Silva.
No ano 2000, foi secretário Municipal de Relações Políticas do rápido governo do prefeito paulistano Régis de Oliveira. Foi assessor do Governador de São Paulo, no governo de José Serra, e, posteriormente, Secretario de Estado de São Paulo (Secretario das Relações Institucionais).
É casado com Lygia de Brito Alvares Affonso, pai de Rui, Gláucia, Fábio e do músico Sérgio Britto (da banda Titãs). Possui suas raízes genealógicas fincadas no Estado do Rio Grande do Norte, é neto do ex-Senador Almino Álvares Affonso, o Grande Tribuno da Abolição dos Escravos. Também é advogado. É autor de várias obras, dentre as quais cabe destacar: "Raízes do Golpe", "Parlamentarismo, Governo do Povo" e "Almino Affonso - Tribuno da Abolição".

Em 31 de março de 2014, lançou o livro 1964 na Visão do Ministro do Trabalho de João Goulart, onde reconstitui os principais eventos do período da ditadura militar no Brasil entre 1964 e 1985.