sábado, 21 de abril de 2012


Inconfidência Mineira – libertação do Brasil contra o reino de Portugal


No dia 21 de abril comemora-se o dia de Tiradentes. Joaquim José da Silva Xavier, nasceu na Fazenda do Pombal, entre São José (hoje Tiradentes) e São João Del Rei em Minas Gerais, no ano de 1746, tornou-se o mártir da Inconfidência Mineira.

Tiradentes ficou órfão de mãe aos nove anos de idade, perdeu o pai aos onze anos, e foi criado pelo padrinho na cidade de Vila Rica, hoje conhecida como Ouro Preto.

O apelido de Tiradentes veio da profissão de dentista que exercera com muita responsabilidade, mas o ofício que mais lhe promoveu foi o de soldado, integrante do movimento da Inconfidência Mineira - que o levou à morte em praça pública, por enforcamento e esquartejamento.

A Inconfidência Mineira foi um abalo causado pela busca da libertação do Brasil diante da monarquia portuguesa, ocorrendo por longos anos, no final do século XVIII.

Na cidade de Vila Rica e nas proximidades da mesma eram extraídos ouro e pedras preciosas. Os portugueses se apossavam dessas matérias-primas e as comercializavam pelos países europeus, fazendo fortuna à custa das riquezas de nosso país, ou seja, o Brasil era grandemente explorado por essa nação.

O reinado de Portugal no Brasil cobrava impostos caríssimos (o quinto) e a população decidiu se libertar das imposições advindas do governo português. A sociedade mineira contrabandeava ouro e diamante, além de atrasar o pagamento dos impostos.

Com o fortalecimento das ideias contra os portugueses, aconteceu a Inconfidência Mineira, tendo como principais objetivos: buscar a autonomia da província; conseguir um governo republicano com mandato de Tomás Antônio Gonzaga; tornar São João Del Rei a capital; conseguir a libertação dos escravos nascidos no Brasil; dar início à implantação da primeira universidade da região; dentre outros.

Durante o movimento, as notícias de que os inconfidentes tentariam derrubar o governo de Portugal chegaram aos ouvidos do imperador, que decretou a prisão deles. Tiradentes, para defender seus amigos, assumiu toda a responsabilidade pelo movimento e foi condenado à morte.

O governo fez questão de mostrar em praça pública o sofrimento de Tiradentes, a fim de inibir a população de fazer manifestos que apresentassem ideologias diferentes. Em 21 de abril de 1792, Tiradentes percorreu o trajeto, chegando à cadeia pública da região, foi enforcado após a leitura de sua sentença condenatória.

Ainda hoje podemos ver o museu da Inconfidência Mineira, que está localizado na Praça Tiradentes, na cidade de Ouro Preto, local onde é preservada a memória desse acontecimento tão importante da história do Brasil, com o ciclo do ouro e as obras de arte de Aleijadinho.

Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola




PIPA, TERRA DE NINGUÉM – Parte II

Uma noite tranquila é direito de todos
Por Ormuz Barbalho Simonetti

No sábado de aleluia a Pipa foi palco de uma situação que além de inusitada, arrisco a afirmar não ter precedente em nenhum lugar onde convivam pessoas com um mínimo de civilidade.
Para que o Padre pudesse celebrar a Santa Missa, já que uma das casas alugadas fica ao lado da Igreja, foi preciso que a polícia se posicionasse ostensivamente em frente à residência e negociasse com os seus integrantes, o desligamento provisório do som, pelo menos enquanto durasse a celebração. Mesmo assim, antes do término da missa, o som retornara com toda sua potência.

Nos Estados de origem da maioria desses vândalos, Pernambuco, Paraíba e Ceará, tenho certeza que esse tipo de comportamento, além de não ser permitido, seria rechaçado pela população e pela própria polícia, seguramente, com respaldo das autoridades locais, fazendo-se presente e coibindo esse comportamento marginal. Certamente, alguns potiguares que participavam dessa orgia, também fazem parte desse acinte.

No Rio Grande do Norte e principalmente na praia da Pipa, ao que parece, tudo pode. E, com base nessa premissa, eles sempre estão de volta. No próximo feriadão, lá estarão novamente promovendo todo tipo de desordem e afrontando as famílias que tiveram a infelicidade de ter suas casas de veraneio na praia da Pipa, ultimamente, terra de ninguém.

Nós, veranistas e assíduos frequentadores dessa praia, já pagamos nossa cota de sacrifício, quando somos obrigados a conviver com um trânsito caótico, sem regras nem orientação.
A ausência do poder público municipal é gritante. Os carros são estacionados ao bel prazer dos motoristas, muitas vezes estimulados por “flanelinhas” que no afã de ganhar alguns trocados, interrompem o trânsito com estacionamentos irregulares, principalmente quando são feitos em frente a garagens. O pior é que não temos a quem recorrer. Muitas vezes já fui impedido de sair de minha garagem, por haver um carro estacionado de forma irregular, e o proprietário em local ignorado.

Na parte baixa da praia, onde se concentra a maioria dos carros, não existe e nem nunca existiu, nenhum servidor municipal para organizar o estacionamento e o fluxo dos veículos. Tudo é feito na base do “salve-se quem puder” e sob orientação dos “flanelinhas”.
O turista que tiver a desventura de chegar à praia da Pipa por volta do meio dia dirigindo seu próprio veículo, certamente não levará boas recordações e irá pensar duas vezes, antes de retornar numa outra oportunidade.

Quando não cuidamos de nossa própria casa, sempre aparece alguém para exercer esse “direito”. A liberdade aos poucos vai sendo retirada, sem que reclamemos ou protestemos até que um dia descobrimos que nada podemos dizer. É preciso despertar.
Lembro-me do poeta Eduardo Alves da Costa, autor de alguns dos maiores e mais belos poemas da língua portuguesa, publicado na década de 60. Peço vênia, para citar fragmento do poema: No Caminho, com Maiakóvski.

“Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada”.

E aqui fica a pergunta que não quer calar: é esse o Estado que se diz apto a receber a Copa do Mundo? Talvez tenhamos que pagar um alto preço pela vergonha do fiasco que poderá estar por vir. Como dizem ser o tempo o senhor de tudo, só ele será capaz de responder a esse questionamento.
Quem viver, verá













LÚCIA HELENA PEREIRA


ESCRITORA DO PAÍS DA INFÂNCIA EM CEARÁ-MIRIM, TEM NO PRELO, UM NOVO LIVRO SOBRE O TIO-AVÔ: JUVENAL ANTUNES.
O LIVRO TEM O RECHEIO FANTÁSTICO DO HUMOR E DA BELA VERVE POÉTICA DO AUTOR DOS SEIS ELOGIOS, INCLUSIVE, O ELOGIO DA PREGUIÇA, QUE O "PRÍNCIPE DOS POETAS ACREANOS" - JUVENAL, CUMPRINDO BOA PARTE DO SEU DESTINO POÉTICO, COM BELEZA LITERÁRIA E A IRREVERÊNCIA, MUITAS VEZES DILATADA DAQUELA ALMA INQUIETA, PRODUZIU, AO LONGO DA SUA CURTA EXISTÊNCIA, A MAIS VIVA E REDIVIVA HISTÓRIA DE AMOR CONTADA EM SONETOS E CARTAS.
E A SOBRINHA-NETA VEM A PÚBLICO, DIVIDIR AS PERIPÉCIAS DO BOÊMIO E POETA, COM NOVOS SONETOS EXTRAÍDOS DOS MANUSCRITOS DEIXADOS PELA IRMÃ DO POETA, ESCRITORA MARIA MADALENA ANTUNES PEREIRA, A SINHÁ-MOÇA DO OITEIRO.
O LIVRO ENCONTRA-SE AOS CUIDADOS DE UM DIAGRAMADOR DE EXCELENTE FORMAÇÃO TECNOLÓGICA, PARA, EM BREVE, FIGURAR DO ACERVO DA LITERATURA POTIGUAR.
ISAURA ROSADO MAIA - ESCRITORA DO RN - FARÁ A APRESENTAÇÃO DA AUTORA NA ABERTURA DO LIVRO.
O PREFÁCIO VEM DAS MÃOS DA NETA DA POETISA ANA LIMA - VIOLANTE PIMENTEL - (QUE ESCREVE COM A ALMA, OS OLHOS E O CORAÇÃO, ALÉM DA LÁGRIMA VERTENDO DOS SEUS OLHOS SENSÍVEIS).
A APRESENTAÇÃO DO LIVRO TEM OS FILIGRANAS DO OURO LITERÁRIO DE ANNA MARIA CASCUDO BARRETO, FILHA DO IMORTAL LUÍS DA CÂMARA CASCUDO, QUE PRIVOU DA AMIZADE E ADMIRAÇÃO DO ENTÃO JOVEM - JUVENAL ANTUNES.
E UM RIQUÍSSIMO DEPOIMENTO DO ESCRITOR E SENHOR DE ENGENHO - EDUARDO HENRIQUE GOMES DE CARVALHO.
VAMOS AGUARDAR O PRECIOSO LIVRO DE LÚCIA HELENA, AINDA ESTE ANO.

(release de William Gomes - escritor capixaba)


POSSIBILIDADE DE REJEIÇÃO PELA CÂMARA MUNICIPAL DO PARECER PRÉVIO DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO SOBRE AS CONTAS DO PREFEITO
Carlos Roberto de Miranda Gomes, advogado e escritor

          Assunto muito questionado nos últimos dias diz respeito à possibilidade do julgamento das contas de ex-Prefeito de Natal, onde existe parecer prévio favorável à aprovação pelo Tribunal de Contas do Estado, ainda que com recomendações e a possibilidade de rejeição desse parecer prévio pela Câmara Municipal.

           Sem delongas, indicamos o norteamento constitucional:

"Artigo 71: O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:

I. Apreciar as contas anualmente prestadas pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;

II. Julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público Federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público."

          Tais disposições são repetidas nas Constituições estaduais e nas Leis Orgânicas dos Municípios.

          Assim, fácil é constatar que os Tribunais de Contas exercem dupla missão – emitir parecer prévio sobre as contas dos Prefeitos e julgar as contas dos administradores e demais responsáveis pelos gastos e o patrimônio públicos. Desempenham papel preponderante e conclusivo em se tratando de órgão auxiliar do Poder Legislativo na fiscalização das contas públicas.

          Neste sentido já se pronunciou o TRF: "O TCU só formalmente não é órgão do Poder Judiciário. Suas decisões transitam em julgado e têm, portanto, natureza prejudicial para o Juízo não especializado"

          No primeiro caso o seu pronunciamento tem o condão de analisar a situação macro das contas dos Prefeitos, verificando a sua conformação com o orçamento, o cumprimento dos programas e projetos, respeito aos limites permitidos, para em seguida receber o julgamento de mérito pelo Poder Legislativo, sem prejuízo da apreciação posterior ou concomitante das questões de ordem numérica, financeira e da legalidade das despesas individualizadas dos processos de despesas, aplicando sanções, determinando devoluções, com possibilidade de execução pela via judicial, pois assim dispõe a Carta Política do País quando dispõe sua competência de JULGAR, entendendo-se como um julgamento político-administrativo, mas que tem efeito vinculante.

          Por conseguinte, em razão da competência constitucional que lhe concede a Constituição da República e a Estadual, o seu parecer prévio é soberano e imutável, caracterizando-se uma proposta de sua devolução pelo Legislativo para ser revisto, uma verdadeira afronta.

          No entanto, o parecer prévio não representa a decisão final, uma vez que a mesma Constituição assim dispõe:

”Art. 31. A fiscalização do Município será exercida Pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal,na forma da lei.

§ 1º. O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais e Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais e Contas dos Municípios, onde houver.

§ 2º. O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal”.

          Fica assim evidenciado claramente, que em se tratando de contas do executivo municipal, a competência final de julgá-las é do Poder Legislativo, por decisão fundamentada e com o resguardo da ampla defesa ao Prefeito do respectivo Município.

          Na decisão devem estar presentes dois direitos fundamentais – o contraditório e a fundamentação da reversão aos termos do parecer prévio do Tribunal de Contas, tendo em vista o comando da Lei Maior, em seu artigo 5º, inciso LV.

          Nunca é demais sugerir cautela aos Senhores Parlamentares Municipais!

sexta-feira, 20 de abril de 2012

FRANKLIN JORGE DIVULGA CARTA DE NILO PEREIRA ESCRITA EM 1984.


FRANKLIN JORGE
NILO DE OLIVEIRA PEREIRA - 1909 +1992

A carta abaixo reproduzida foi escrita há 26 anos pelo escritor cearamirimense radicado no Recife, ex-deputado estadual por Pernambuco, secretário de estado e presidente da Academia Pernam-bucana de Letras, Professor da Universidade Federal de Pernambuco, Nilo Pereira, um dos grandes humanistas literários do século passado, ganhador do Prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras. Morreu em 1992, aos 82 anos.

Nilo, que conheceu Franklin quando ele ainda era um jovem entrando na adolescência, e desde então criou-se um laço de amizade que perdurou até a morte do autor de “A Rosa Verde” e “Imagens do Ceará-Mirim”, livros canônicos do acervo cultural do Rio Grande do Norte.

Eis o que ele escreveu:

“Recife, 28 de julho de 1984


“Meu caro Franklin Jorge:


“Hoje, você tem me atormentado. Reli livros seus. Principalmente o seu livro-síntese: - Jornal de bolso. Nele o escritor, o poeta, o artista, o homem tudo, corpo e alma, está todo inteiro. Talvez mais corpo do que alma. Mas, sempre espírito. Que talento o seu, meu caro Franklin Jorge!


“Falam muito na sua coragem, inclusive na coragem de ser injusto, como terá sido em alguns momentos com homens e instituições. Eu diria que isso é autenticidade. Você diz o que quer, porque ama a você mesmo. Sabe que a vida é boa de ser vivida enquanto se afirma como um poema escatológico. Como um evangelho escrito a várias mãos.


“Você é neto de Eça de Queiroz e bisneto de Voltaire. Tanto quanto é irmão de Baudelaire. No Ceará-Mirim só houve dois inconformados: você e Juvenal Antunes; dois irreverentes; dois diabos que não blasfemam, porque acreditam em Deus. Satã pensa que você é um dos dele; e Deus pensa a mesma coisa. E, afinal, você de quem é? Creio que dos dois. Um poeta abissal, proclama Antonio Carlos Villaça, nosso irmão em Cristo.


“Como pensei em você, lendo os Poemas Diabólicos & Dois Temas de Satã! Temi pelos seus passos. Para onde vai ele, em sua Divina Comédia? Repetirá o Dante: atravessará as estâncias sobrenaturais e chegará ao Céu, onde já encontrará Juvenal Antunes, o renegado.


“Quem é você, meu caro Franklin Jorge? Eis a pergunta que faço a mim mesmo. Quem o definiria melhor do que Villaça? Veja como você perturba. Hoje, foi um raio que caiu na minha árvore. Porque você vem das grandes trovoadas, como Teixeira de Pascoais. Dos mundos imprevistos. Da sideração das estrelas. Ou do reino de Plutão, horrendo e escuro, de que fala Camões. Veja que é sempre num grande poeta que você termina ou começa de novo.


“Estou, há tempos, para lhe escrever. A tarde vai caindo, como num romance qualquer. Que caia. A fatalidade acompanha o crepúsculo. Nós todos somos seres crepusculares, isto é, em transição da claridade para as trevas.
“Você pluraliza a angústia humana. Vê por mil olhos o drama da vida. Ri de quase tudo; mas também chora. Ninguém está seguro ao seu lado. O mito é você. Sei que Natal está aos seus pés. E você, um jovem Satã, oferece o resto do mundo a quem o adorar. Não precisa. Todos o admiram.


Abraços.
Nilo Pereira”
Em seu segundo dia, Conexões – RN debate: demanda por ações de memória no Estado

Em seu segundo dia, o Conexões Ibram – RN, que acontece de 18 a 20 de abril no Teatro de Cultura Popular, em Natal, traz palestras sobre a Gestão de Riscos ao Patrimônio Museólogico, Pontos de Memória, Estatuto de Museus e os novos instrumentos de gestão e o Legado Cultural para o setor museal a partir dos megaeventos esportivos. Como Natal é uma das cidades que sediarão a Copa do Mundo em 2014, no final do dia, haverá apresentação com representante local sobre as potencialidades e o entorno da cidade.

No primeiro dia do evento, foram realizadas palestras e debates sobre o Programa I-Museus, Estratégias de Fomento e Financiamento e Plano Nacional Setorial de Museus. Logo após a abertura, teve início a palestra sobre o tema Programa I-Museus, que consiste em disponibilizar informações sobre os museus para subsidiar as políticas públicas na área. A apresentação foi realizada por Mayra Resende, coordenadora de Produção e Análise da Informação (CPAI) do Ibram, que mostrou estatísticas dos museus brasileiros e, em especial, dos museus do Rio Grande do Norte.

Mayra Resende destacou uma peculiariadade observada no mapa de dispersão dos museus do Rio Grande do Norte: os museus estão espalhados pelo estado, ao contrário do que se observa em outras estados onde há concentração na capital e em cidades litorâneas. Apesar disso, por ser um estado com muitos municípios, ainda há vários deles sem museus.

O desejo por memória de alguns municípios foi destacado durante as perguntas. "Ao contrário do que se pensava até recentemente, os dados mostram que há sede dos brasileiros por exposições. Às vezes achamos que uma instituição recebe pouco público, mas a relação com a comunidade é muito intensa. Isso tem que ser considerado também. A memória é construída coletivamente", destacou a coordenadora da CPAI respondendo a um questionamento sobre estatísticas para medir a relação museu e comunidade. "O museu pode ser um mundo. É um ponto de referência para a comunidade. É um espaço de convivência, lazer e troca de conhecimentos e experiências", complementou Mayra Resende.

Os editais do Ibram, bem como os novos instrumentos de financiamento e fomento estaduais foram destacados durante a segunda palestra realizada no dia 18. As opções de fomento estaduais foram destacadas pela Secretária Extraordinária de Cultura do RN, Isaura Rosado. Ela destacou a Lei Câmara Cascudo, que prevê descontos no ICMS para pequenas e médias empresas que financiarem projetos artísticos; o Fundo Estadual de Cultura, que passou a destinar 5% a projetos ligados a museus; e os editais da Fundação José Augusto.

Durante o evento foi anunciado que o cronograma dos editais do Ibram está previsto para ser lançado em maio, durante a 10ª Semana de Museus, que acontece de 14 a 20 de maio. Os prêmios e editais serão lançados ao longo do ano e não de uma só vez como foi feito em 2011. Também foi confirmado que o edital Mais Museus terá uma novidade: contemplará qualquer município que não possua museu. Antes havia exigência de que o município não tivesse museu e possuísse até 50 mil habitantes.

Para encerrar o primeiro dia de palestras no RN foi apresentado o Plano Nacional Setorial de Museus (PNSM), resultado de discussões democráticas com o setor. Durante o debate sobre o tema foi levantada a necessidade de mais instrumentos de qualificação para os profissionais do setor, inclusive formação acadêmica, para facilitar a mobilização e o desenvolvimento do trabalho. Como resposta, a diretora do Museu Câmara Cascudo, Sônia Othon, deu uma boa notícia aos presentes: a UFRN está discutindo a criação de um curso de Museologia no âmbito de seu Departamento de Antropologia.
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NATAL/RN - INOVAÇÕES TRAZIDAS NA LEI DE FICHA LIMPA


SEGUNDA TURMA – de 23 a 25 de ABRIL/2012

FRANCISCO BARROS DIAS – Des. Federal TRF ª Região, prof. UFRN

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:

1. Direitos políticos (perda, suspensão e restabelecimento);
2. Inelegibilidades e incompatibilidades, onde serão analisados os aspectos da Impugnação do Registro de Candidatura com os efeitos que resultam da decisão;
3. Ação de Investigação Judicial Eleitoral – objeto e efeitos da sentença;
4. Ação de Impugnação de Mandato Eletivo – objeto e efeitos da sentença;
5. Impugnação Reg. Candidatura, AIJE, AIME e Irregularidade na propaganda;
6. Lei Complementar n. 135/2010 – “Lei da Ficha Limpa” Hipótesese análises de quem se encontra incluído ou não como impedido de ser candidato;
7. Vedações aos administradores quando candidato a reeleição.
8. Penalidades – cumprimento e prazos da inelegibilidade. Aspectos polêmicos, atuais e constitucionais.

PROGRAMAÇÃO:

PERÍODO: de 23 a 25 de abril/2012
HORÁRIO: das 18h ás 22h
CARGA HORÁRIA: 13h/a
LOCAL DO CURSO:
LatoSensu - Av. Prudente de Morais, 744 – Tirol, Natal/RN
SAIBA MAIS, entre em contato com o nosso SAC:
Natal /RN (84) 3201-7689 / (84) 9431-6525
Mossoró/RN: 84 3061.6964
sac@latosensuescolajuridica.com.br



quinta-feira, 19 de abril de 2012


UM NOVO LIVRO DE NELSON PATRIOTA

O escritor Pedro Vicente Costa Sobrinho classifica Nelson Patriota como um prosador dos melhores mestras da literatura potiguar. E o escritor Manoel Onofre Jr assim escreve sobre Nelson: "Considero-o, dentre os homens de letras natalenses, a mais perfeita encarnação do intelectual, do scholar". Pois bem, é este escritor, Nelson Patriota, que no dia 20 de abril, às 18 hs, na Sede da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras estará lançando seu mais recente livro: "Uns Potiguares".

O livro foi editado pela Sarau das Letras, recebendo apoio cultural do Instituto José Maciel. São 270 páginas com textos que já foram compartilhados com os leitores no jornal "Tribuna do Norte" e também no site "Substantivo Plural". Como diz o próprio autor os textos "...são amiúde pequenos ensaios pontuais abordando reflexões de leituras ou lembranças de personagens que marcaram sua passagem pela nossa vida cultural".
O QUE ESPERAM OS TURISTAS ESTRANGEIROS

Carlos Roberto de Miranda Gomes, advogado e escritor

Retorno à minha maratona na direção da otimização da Copa do Mundo de 2014 na sub-sede de Natal.

Em artigo anterior enfatizei a iniciativa dos realizadores do evento “Os Motores do Desenvolvimento do Rio Grande do Norte”, seminário realizado pela iniciativa da Tribuna do Norte, Sistema Fiern, Sistema Fecomércio, Universidade Federal do Rio Grande do Norte e o Governo do nosso Estado, que cuidou das providências necessárias à preparação do Estado para receber os turistas durante a Copa de 2014 e dos legados que poderá proporcionar, segundo o empresário Amaro Sales, Presidente da Federação das Indústrias do RN, nos segmentos da infraestrutura, do social e o legado das oportunidades de negócios.

Questionei a lentidão dos procedimentos para se alcançar esse ideário e cobrei o cumprimento de metas somente anunciadas, mas no compasso de espera da sua efetivação.

Agora, deparo-me com notícias na imprensa, da realização de um seminário sobre “Conexões” sob a responsabilidade do Instituto Brasileiro de Museus, contando com a participação da Secretária Isaura Rosado e Hélio de Oliveira, este Coordenador de Museus do Rio Grande do Norte. Mas quais museus?

Chegou a hora de uma entrevista com esse Senhor para que a população tome conhecimento do seu potencial, pois aqui em Natal o assunto está muito obscuro.

Os turistas, quando visitam os países estrangeiros, procuram conhecimentos nos museus, nas bibliotecas, nos eventos culturais que indiquem os costumes e o saber de cada povo.

Em Natal, a biblioteca Câmara Cascudo continua interditada, a cultura popular está capenga, o nosso Instituto Histórico e Geográfico precisa de apoio para sua restauração e efetivamente servir de ponto de apoio para o turista da Copa 2014.

Deixando à margem estes “sonhos”, vamos ao efetivo: o projeto “Por do Sol” do Iate Clube" merece registro e apoio do poder público; os "passeios de barco pelo rio Potengi" é outro setor a merecer mais atenção. Funcionam e isso eu posso atestar pois ao receber no ano passado parentes da Itália pude avaliar o encantamento deles por esses projetos.

Mais ainda, tomei conhecimento de que a Reitora Ângela Paiva pretende restaurar o prédio na velha Faculdade de Direito da Ribeira, para ali instalar um projeto de "Centro de Referência dos Direitos Humanos e o Museu do Advogado". Na verdade o museu referido deve ser do Curso de Direito, segundo ela, será o maior projeto de extensão da UFRN.

Este é um passo importante para o futuro e que deve merecer todo o nosso reconhecimento, pois teremos ali um ponto fundamental para atrair o turista, com exposições de livros, apresentação de saraus de letras e costumes. Para isso carece que se recupere a Praça Augusto Severo, em seu entorno e se elabore uma programação cultural, aliada ao Teatro Alberto Maranhão.

É muito importante a estruturação do corredor da cultura em direção à Ribeira, onde estão situados nossos prédios históricos da Rua da Conceição, da Avenida Câmara Cascudo, onde está a sua morada, hoje uma importante Instituição, em direção aos demais prédios da Ribeira, tudo a depender da complementação e implementação de obras de mobilidade urbana, sem esquecer que seria de excelente valia a adaptação de uma unidade ferroviária para passeios turísticos às cidades do grande Natal, notadamente Ceará-Mirim, que possui Museu, atualmente em ruínas.

Vejam os bons exemplos da Escola de Artífices da Av. Rio Branco e prédios da Companhia Ferroviária do Estado.

É a modesta colaboração que pode prestar um velho advogado, que ainda acredita que a sua terra poderá ser vitrine para a cultura e não apenas palco para a corrupção que ocupa a maior parte das manchetes dos nossos noticiários.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

ATENÇÃO AOS CANDIDATOS À IMORTALIDADE
Academia Norte-Rio-Grandense de Letras

Informamos que os editais referentes as inscrições pára preenchimento das vagas nas cadeiras 4, 32 e 38 da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras estão abertos, tendo cada um seu vencimento nas datas abaixo:


Cadeira 4 - antes ocupada por Enélio Lima Petrovich, vence dia 21 de abril, devendo as inscrições serem entregues até ao dia 20, sexta-feira próxima. Foi publicado no Diário Oficial do Estado, em 21 de março de 2012. 

Cadeira 32 - antes ocupada por João batista Cascudo Rodrigues, vence dia 14 de maio, devendo as inscrições serem entregues até o dia 11 de maio, sexta-feira. Foi publiacdo no Diário Oficial do Estado, em 13 de abril de 2012.

Cadeira 38 - antes ocupada por América Rosado, vence dia 29 de abril, devendo as inscrições serem entregues até o dia 27 de abril, sexta-feira.

Francisco Martins Alves Neto
9158 3151 e 8719 4534
3221 1143 - Academia Norte-Rio-Grandense de Letras





O VALOR DE NOSSOS PAIS

Se você ficar emocionado, é natural.
Quando o assunto é mãe, todos nós temos de ficar genuflexos.
WG
Colaboração de: "Walter Gomes" walgom@uol.com.brm, jornalista em Brasília-DF 
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Um jovem de nível acadêmico excelente candidatou-se à posição de gerente de uma grande empresa.

Passou a primeira entrevista, o diretor fez a última entrevista e tomou a última decisão.

O diretor descobriu através do currículo que as suas realizações acadêmicas eram excelentes em todo o percurso, desde o secundário até à pesquisa da pós-graduação e não havia um ano em que não tivesse pontuado com nota máxima.

O diretor perguntou: "Tiveste alguma bolsa na escola?"

O jovem respondeu: "Nenhuma".

O diretor perguntou: "Foi o teu pai que pagou as tuas mensalidades ?"

O jovem respondeu: "O meu pai faleceu quando eu tinha apenas um ano, foi a minha mãe quem pagou as minhas mensalidades."

O diretor perguntou: "Onde trabalha a tua mãe?"

E o jovem respondeu: "A minha mãe lava roupas."

O diretor pediu que o jovem lhe mostrasse as suas mãos. O jovem mostrou um par de mãos macias e perfeitas.

O diretor perguntou: "Alguma vez ajudaste a tua mãe a lavar as roupas?"

O jovem respondeu: "Nunca, a minha mãe sempre quis que eu estudasse e lesse mais livros. Além disso, a minha mãe lava as roupas mais depressa do que eu."

O diretor disse: "Eu tenho um pedido. Hoje, quando voltares, vais e limpas as mãos da tua mãe e depois vens ver-me amanhã de manhã."

O jovem sentiu que a hipótese de obter o emprego era alta. Quando chegou a casa, pediu feliz à mãe que o deixasse limpar as suas mãos. A mãe achou estranho, estava feliz mas com um misto de sentimentos e mostrou as suas mãos ao filho.

O jovem limpou lentamente as mãos da mãe. Uma lágrima escorreu-lhe enquanto o fazia. Era a primeira vez que reparava que as mãos da mãe estavam muito enrugadas e havia demasiadas contusões nas suas mãos. Algumas eram tão dolorosas que a mãe se queixava quando limpas com água.

Esta era a primeira vez que o jovem percebia que este par de mãos que lavavam roupas todo o dia tinham-lhe pago as mensalidades. As contusões nas mãos da mãe eram o preço a pagar pela sua graduação, excelência acadêmica e o seu futuro.

Após acabar de limpar as mãos da mãe, o jovem silenciosamente lavou as restantes roupas pela sua mãe.

Nessa noite, mãe e filho falaram por um longo tempo.

Na manhã seguinte, o jovem foi ao gabinete do diretor.

O diretor percebeu as lágrimas nos olhos do jovem e perguntou: "Diz-me, o que fizeste e aprendeste ontem em tua casa?"

O jovem respondeu: "Eu limpei as mãos da minha mãe e ainda acabei de lavar as roupas que sobraram."

O diretor pediu: "Por favor, diz-me o que sentiste."

O jovem disse: "Primeiro, agora sei o que é dar valor. Sem a minha mãe, não haveria um eu com sucesso hoje. Segundo, ao trabalhar e ajudar a minha mãe, só agora percebi a dificuldade e dureza que é ter algo pronto. Em terceiro, agora aprecio a importância e valor de uma relação familiar."

O diretor disse: "Isto é o que eu procuro para um gerente. Eu quero recrutar alguém que saiba apreciar a ajuda dos outros, uma pessoa que conheça o sofrimento dos outros para terem as coisas feitas e uma pessoa que não coloque o dinheiro como o seu único objetivo na vida. Estás contratado."

Mais tarde, este jovem trabalhou arduamente e recebeu o respeito dos seus subordinados. Todos os empregados trabalhavam diligentemente e como equipe. O desempenho da empresa melhorou tremendamente.

Uma criança que foi protegida e teve habitualmente tudo o que quis, vai desenvolver- se mentalmente e vai sempre colocar-se em primeiro. Vai ignorar os esforços dos seus pais e, quando começar a trabalhar, vai assumir que toda a gente o deve ouvir...e quando se tornar gerente, nunca vai saber o sofrimento dos seus empregados e vais sempre culpar os outros.

Para este tipo de pessoas, que podem ser boas academicamente, podem ser bem sucedidas por um bocado, eventualmente não vão sentir a sensação de objetivo atingido. Vão resmungar, estar cheios de ódio e lutar por mais. Se somos este tipo de pais, estamos realmente a mostrar amor ou estamos a destruir o nosso filho?

Pode deixar o seu filho viver numa grande casa, comer boas refeições, aprender piano e ver televisão num grande plasma. Mas quando cortar a relva, por favor, deixe-o experienciar isso. Depois da refeição, deixe-o lavar o seu prato juntamente com os seus irmãos e irmãs. Isto não é porque não tem dinheiro para contratar uma empregada, mas porque o quer amar como deve de ser. Quer que ele entenda que não interessa o quão ricos os seus pais são, um dia ele vai envelhecer, tal como a mãe daquele jovem.

A coisa mais importante que os seus filhos devem entender é a de apreciar o esforço e experiência da dificuldade e aprendizagem... e da habilidade de trabalhar com os outros para fazer as coisas.








Dia Internacional do Monumentos e Sítios - "Do Património Mundial ao Património Local" em Vila do Bispo - Portugal


No âmbito das comemorações do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, este ano subordinado à temática “Do Património Mundial ao Património Local – proteger e gerir a mudança”, a Câmara Municipal preparou um programa específico, celebrando a efeméride no próximo dia 21 de Abril, pelas 15h00, no Auditório do Centro Cultural de Vila do Bispo.

Assim “Vila do Bispo, o “Cabo do Mundo”, um lugar de encontros”, é a iniciativa agendada para comemorar aquela data que se celebra a 18 de abril. Esta iniciativa, aberta à população em geral, consta de uma palestra/tertúlia que tem como objetivo refletir sobre a temática do “Património Cultural Português no Mundo”, onde será abordado o facto histórico da partida de uma caravela, em 1455, do mítico Cabo de São Vicente com destino à costa ocidental africana, passando pela construção de toda uma área de influência no Mundo e terminando, novamente, no território local, onde atualmente vivem pessoas oriundas do Brasil e de África, por exemplo.

Na palestra/tertúlia estarão presentes os oradores Adelino Soares (Presidente da Câmara Municipal), Artur de Jesus (Licenciado em História da Câmara Municipal), Maria da Conceição Câmara - Ceicinha Câmara (ligada à Cultura Luso-Brasileira), a Dra. Dália Paulo (Diretora Regional de Cultura do Algarve), e um representante da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). Esta ação será enriquecida com a participação da comunidade escolar de Vila do Bispo, alunos da Escola do Ensino Básico do 1.º Ciclo n.º 1, de Vila do Bispo, que farão uma abordagem colorida desta temática, ligando Vila do Bispo e o Mundo.

O IMPACTO DA COPA DE 2014 NA ECONOMIA DO RIO GRANDE DO NORTE

Carlos Roberto de Miranda Gomes, advogado e escritor

Numa tentativa elogiável de preparar os múltiplos segmentos da economia do Rio Grande do Norte, para a Copa do Mundo de 2014, foi realizada em Natal a 13ª edição do evento “Os Motores do Desenvolvimento do Rio Grande do Norte”, seminário realizado pela iniciativa da Tribuna do Norte, Sistema Fiern, Sistema Fecomércio, Universidade Federal do Rio Grande do Norte e o Governo do nosso Estado, tendo por sede a unidade do Pestana Hotel.

Pela indicação proclamada pelo empresário Amaro Sales, Presidente da Federação das Indústrias do RN, a Copa deixará três legados: o da infraestrutura, o social e o legado das oportunidades de negócios.

Sem pretender opor qualquer obstáculo de pessimismo ao Evento Internacional da FIFA, como cidadão, questiono a lentidão dos procedimentos que possam garantir os anseios dos empresários e da população.
Infelizmente, este Fórum devia ter vislumbrado o Mega Evento com mais antecedência, para ter evitado a demolição do Machadão, porquanto plenamente viável a sua adaptação, haja vista as reconhecidas dificuldades econômicas e financeiras do Estado do Rio Grande do Norte e, particularmente, da cidade de Natal. Assunto encerrado por aqui, posto que o Poema de Concreto Armado já foi demolido e a construção da Arena das Dunas ainda não decolou para os olhos dos que passam pelo local, senão para os que contribuíram para a nova construção, notadamente os políticos oportunistas que só pretendem colher dividendos para as futuras campanhas, como aconteceu com o quase trintenário projeto das ZPEs, do quase cinquentenário do projeto de ampliação do porto de Natal, que continuam a render palanque.

Claro está que todos nós agora voltamos nossa atenção para que efetivamente a Copa de 2014 se efetive e que deixe alguma coisa positiva para nosso Estado, em particular para o sistema de mobilidade urbana, principal gargalo do nosso desenvolvimento local, seja pela conservação das estradas estaduais, vias municipais, acessos, transporte coletivo, uma vez que já sentimos as dificuldades do descontrole do fluxo de veículos novos em relação às vias de trânsito e estacionamentos, além dos problemas de segurança e da rede hospitalar.

O assunto não passou despercebido no seminário, quando os palestrantes apontavam que a indicação de Natal para sediar uma das fases da Copa ocorreu no ano de 2009 e o andamento das obras não correspondem à realidade almejada.

É preciso recuperar o tempo perdido. Por enquanto há alguns projetos aprovados, faltando o dinheiro ser liberado; existem desapropriações a serem feitas; obras estruturantes, como o Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante carecem conclusão e, nos constrangem os argumentos oficiais, como do Senhor Ricardo Gomyde, quando afirma “o atraso das obras de mobilidade urbana não atrapalha a realização da Copa do Mundo de 2014”.

Mas não foi isso que se alegou para sediar a copa, mas prometido um legado permanente para a cidade, que teria a copa como a oportunidade de sua consecução, pois os três ou quatro jogos da copa não tem maior interesse, pois os ingressos serão dirigidos para os turistas, com mínima oportunidade para os desportistas do Rio Grande do Norte.

Nosso lucro desse Evento é o que ficar como legado. São soluções para a drenagem das águas pluviais, a mobilidade urbana através de novas alternativas de trânsito, conclusão do novo aeroporto, aí sim, teria razão de ser a euforia de Amaro Sales, e garantidos o legado da infraestrutura, o legado social e o legado das oportunidades de negócio.

Até agora só vemos “blá, blá, blá!”. ACORDEM SENHORES EMPRESÁRIOS, estamos aí diante de dificuldades na economia, com uma seca anunciada e o reiterado descumprimento das necessidades básicas prometidas para o povo crédulo e sofrido desta terra potiguar. Vamos fazer o dever de casa e arrumá-la para receber os visitantes em 2014.



terça-feira, 17 de abril de 2012

   Igreja de Westminster                   Abadia de Westminster
 
A IGREJA ANGLICANA [FINAL]
Por Marcelo Alves Dias de Souza

Semana passada, conversamos aqui um pouco sobre a história da Igreja Anglicana. Hoje, vamos ver a quantas anda essa Igreja.

Primeiramente, constitucionalmente falando, embora continue misturando uma fortíssima herança católica (que remonta aos primeiros séculos depois de Cristo) com as ideias reformistas de Calvino (1509-1564), a Igreja da Inglaterra, como foi dito anteriormente, não está submetida à autoridade papal. O Monarca inglês, presentemente a Rainha Elizabeth II, é a autoridade suprema da Igreja da Inglaterra (e também o é da Igreja da Escócia). Pelo menos no papel, como dizemos. Segundo li em “Britain for Learns of English” (2011, de autoria de James O’Driscoll e publicado pela Oxford University Press), Inglaterra e Escócia são os únicos casos remanescentes, na Europa, de países com religiões legalmente (ou constitucionalmente) oficiais. Em segundo lugar, doutrinária ou teologicamente falando, o “English Book of Common Prayer” (com as devidas adaptações ao longo dos séculos) e a versão autorizada da Bíblia do Rei Jaime (“King James Bible”) são os textos básicos da fé Anglicana.

A estruturação da Igreja Anglicana é muito parecida com a da Igreja Católica (que, na Inglaterra, sob a autoridade máxima do Papa, é liderada pelo Cardeal-Arcebispo de Westminster e tem sede na catedral de mesmo nome – cuidado para não confundir com a “Abadia de Westminster”, esta anglicana). Basicamente, no topo da hierarquia da Igreja Anglicana, há dois arcebispados, o de Canterbury e o de York. Abaixo estão os bispados (ou dioceses) e, em seguida, as paróquias. Os clérigos recebem, nas devidas traduções para o inglês, nomes muito parecidos com os da Igreja Católica: “archbishops”, “bishops”, “priests”, “vicars”, “chaplains” e por aí vai. Diferenças existem, claro. Por exemplo, os clérigos anglicanos sempre puderam se casar. E, desde a década de 1990, algo bastante avançado e controverso à época (a mudança na regra passou com apenas dois votos a mais do que os dois terços exigidos), mulheres podem fazer parte de clero. Ademais, claramente misturando religião com política, 26 bispos da Igreja Anglicana são membros da “House of Lords” (uma das casas do Parlamento inglês), entre eles, necessariamente, os arcebispos de Canterbury e York e os bispos de Londres, Durhan e Winchester.

O Arcebispado de Canterbury, cidadezinha no sudeste da Inglaterra, é o mais importante na hierarquia da Igreja (ou mesmo da Comunhão) Anglicana. O seu arcebispo é o líder religioso da Igreja Anglicana. Talvez por isso, ele, curiosamente, more em Londres (no Lambeth Palace) e não em Canterbury (como era de se supor). Em seguida, vem o Arcebispado de York. A cidade de York, aliás, merece uma visita para quem vem por estas bandas. Cortada pelo rio Ouse, é belíssima. Um intricado de ruelas que nos faz, prazerosamente, confundir passado e presente. De quebra, a catedral de York (York Minster), considerada a segunda maior no estilo gótico no norte da Europa, é de tirar o fôlego.

No mais, levando em conta uma pesquisa de 2005, sobre o comportamento social dos britânicos, cerca de 53% destes se dizem cristãos (esses números diferem um pouco do senso nacional de 2001, que aponta algo em torno de 72% de cristãos, quase três quartos da população total da Ilha). Desses 53%, praticamente a metade, um pouco mais de 26%, se afirma anglicano. Cerca de 10% da população se diz católica, com o restante compondo os percentuais das demais denominações cristãs. Entretanto, assim como se dá com o catolicismo no Brasil, um percentual muitíssimo pequeno frequenta regulamente a igreja para missas e assemelhados. Esse baixo percentual de comparecimento à igreja pode até parecer estranho, já que, pelo que sei, legalmente é obrigado, nas escolas públicas, haver algum tipo de culto coletivo. Mas o fato é que, embora não oficialmente, a Inglaterra se considera um país secular.

Por fim, para quem não sabe, a Igreja da Inglaterra passa agora por outro momento crucial. Nada que se compare às estripulias do período “Tudor”, claro. Na verdade, o teólogo Rowan Douglas Williams (1950-), 104º e atual Arcebispo de Canterbury, considerado um liberal e um pacifista (o que sempre fomentou a ira dos mais conservadores e dos radicais), anunciou que vai renunciar (previsão para dezembro de 2012). Não se preocupem, nenhum escândalo. Jovem, com pouco mais de 60 anos de idade e 10 de arcebispado, acha que cumpriu o seu papel na Sé. Irá ocupar um posto na Universidade Cambridge e dar o lugar aos ainda mais jovens. O favorito para sucedê-lo é Arcebispo de Canterbury de York, John Sentamu (nascido em 1949 e, por alguns, considerado “velho” para o cargo), natural de Uganda, negro e com um bela história de vida. Além de teólogo, é formado em Direito, tendo exercido essa profissão até ser preso pela ditadura de então e de ter de sair do seu país natal. Os partidários do Arcebispo Sentamu já estão nos jornais, com declarações como “let African faith lead the Church of England”, para influenciar a Rainha que, constitucionalmente (após muita política, claro), indica o líder espiritual de sua Igreja.

O fato é que, seja quem for o próximo Arcebispo de Canterbury, a Igreja da Inglaterra, para sobreviver, terá de lidar a contento com temas delicadíssimos, como o casamento entre homossexuais, a questão dos símbolos religiosos nos prédios públicos e os movimentos separatistas e de convergência (com a Igreja Católica) em seu seio. Será que ela conseguirá? Meu palpite é que sim. A Inglaterra, onde Estado e Religião oficialmente se misturam, contraditoriamente, é hoje um dos países mais adaptáveis e tolerantes que existem. O que desmente os radicais – sejam carolas ou ateístas – de plantão.

[1a. PARTE]
A Semana Santa está chegando. Que tal, então, mudarmos suavemente de temática? Um pouco de Religião e Direito, misturado com Literatura e Cinema, cairia bem? Minha sugestão: dois dedos de prosa sobre a curiosa Igreja da Inglaterra (“Church of England”).

Comecemos com um registro sobre o momento histórico-político do nascimento da Igreja Anglicana (também conhecida como Igreja Episcopal, nos EUA e na América Latina, embora a equivalência não seja completa). Era um dos períodos mais tumultuados da história europeia e da Igreja Romana: plena efervescência da Reforma, protagonizada por Martinho Lutero (1483-1546) e suas 95 teses (de 1517), com o Papado também entrelaçado nas políticas e nas guerras das poderosas casas reais da Espanha e da França e do Sacro Império Romano-Germânico.
Henrique VIII, criador da Igreja Anglicana, retratado por Holbein

Católico fervoroso até então, o Rei inglês Henrique VIII (1491-1547), à falta de um herdeiro homem para dar continuidade à casa “Tudor”, desejava anular o seu casamento com a espanhola Catarina de Aragão (1485-1536), ficando assim livre para casar com Ana Bolena (1501-1536). Após uma tentativa malograda perante legatários do Papa Clemente VII (1478-1534), em 1534, por iniciativa de Henrique VIII, a Igreja da Inglaterra separa-se do Papado Romano, tendo agora o próprio Rei como autoridade máxima. Casamento feito, claro (o segundo de meia duzia desse rei casador). E, com o passar dos anos, muitas cabeças rolando, entre elas, as da própria Ana Bolena, do poderoso Cardeal Wosley (1471-1530), do escritor, jurista, estadista e santo Thomas More (1478-1535) e de Thomas Cromwell (1485-1540), que foi, talvez, o grande arquiteto, sob ponto de vista jurídico, da primeira fase do cisma religioso. Todos eles foram, de algum modo, acusados de traição. Mas traição, à época, era o que o Rei ou seus advogados “decidiam” ser. Em seguida, o herdeiro homem de Henrique VIII, Eduardo VI (1537-1553), anglicano, reinou apenas por 6 anos. Foi sucedido por Maria I (1516-1558), filha de Catarina de Aragão e católica fervorosa. A reconciliação entre a Inglaterra e a Igreja Romana é feita. Mas o reinado de Maria também é curto (cerca de 6 anos). Sobe ao trono Elizabeth I (1533-1603, filha de Ana Bolena), que reina por 44 anos e consolida, com o estabelecimento de uma doutrina de via média entre o Catolicismo e a Reforma (de viés calvinista, acima de tudo), a Religião Anglicana. E esse complicadíssimo caldeirão histórico, como era de se esperar, deu ensejo a séculos de intolerância e perseguição religiosa (que só veio a diminuir, gradativamente, a partir do século XIX).

Tudo isso não poderia ser feito sem uma legislação que lhe desse amparo (e aqui entramos nós, os supostos “juristas”). O “Ecclesiastical Appeals Act 1532” proíbe apelações ao Papa em religião e outras matérias, fazendo assim do Rei, indiretamente, a autoridade máxima em tais questões na Inglaterra. O “1º Act of Supremacy 1534” expressamente reconhece o Rei como a autoridade máxima da Igreja da Inglaterra e dá outras providências. Ambos são do período de Henrique VIII. Já no período elisabetano, temos o “Act of Uniformity 1558”, que define as regras de culto na forma do “English Book of Common Prayer”. Em seguida, vem o “2º Act of Supremacy 1559”, que substitui o primeiro, após o período de catolicismo do tempo de Maria I. E, por fim, os “39 Articles of Religion”, de 1563, historicamente definem a Religião Anglicana como um meio termo entre o Catolicismo e a doutrina calvinista. Num momento seguinte da história, em 1611, a esses diplomas legais soma-se a famosa Bíblia do Rei Jaime (“King James Bible”) que, reconhecidamente, é um dos mais importantes documentos da língua inglesa, tendo um papel fundamental na consolidação do Anglicanismo como religião oficial do Reino. Devido à escala da sua produção e ao sucesso da sua aceitação, ela acabou por tornar-se a versão “oficial” da Bíblia para o mundo de língua inglesa (sobre a “King James Bible”, vide a crônica “A biblioteca e a Bíblia”).

Para quem quer conhecer essa história/estória de modo mais suave (e sem um completo rigor histórico), sugiro, porque faz muito sucesso por aqui, a série de romances históricos, sobre a dinastia “Tudor”, de Philippa Gregory (1954-): “The Other Boleyn Girl” (2001), “The Queen’s Fool” (2003), “The Virgin’s Lover” (2004), “The Constant Princess” (2005), “The Boleyn Inheritance” (2006) e “The Other Queen” (2008). Sei que muitos desses títulos, senão todos, já estão disponíveis em português. “The Other Boleyn Girl” (“A outra Bolena”), aliás, foi adaptado para o cinema em 2008, com as belíssimas Natalie Portman e Scarlett Johansson, respectivamente, interpretando as irmãs Anne e Mary Bolena (portanto, vale a pena!). Para quem quer algo mais denso, uma opção é “Wolf Hall” (2009), de Hillary Mantel (1952-), sobre o qual já falei aqui (vide a crônica “O importante é ter meta”). É uma biografia romanceada da vida de Thomas Cromwell, o principal ministro do Rei Henrique VIII. Com ele, Mantel ganhou o “Booker Prize” de 2009, o mais importante prêmio literário para uma obra de ficção, em inglês, no âmbito dos países da Commonwealth e da Irlanda. Por fim, sugiro a maravilhosa série de TV “The Tudors”, com um excelente Jonathan Rhys Meyers no papel do Henrique VIII, que, tenho certeza, estava passando na TV Brasileira dia desses. Na verdade, ficção é o que não falta abordando as vidas de Henrique VIII, das Bolenas, do Cardeal Wosley, do grande Thomas More e outros menos votados.

Mas, voltando à realidade, a quantas anda hoje a Igreja da Inglaterra? Bom, isso é assunto para a nossa próxima conversa.
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.Marcelo Alves Dias de Souza é Procurador Regional da República, M1estre em Direito pela PUC/SP e Doutorando em Direito pelo King’s College London – KCL
postado por O Santo Ofício
abril 16, 2012
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HOMENAGEM ENTRE AMIGOS


A MAIS LONGA DAS ESPERAS

Ao Pedro Simões
Por Ciro José Tavares

“Sob carvalhos sombreados e escuros, floresciam
as avencas que exalavam um perfume agradável,
e debaixo das ribanceiras cheias de musgo
dos cursos d’água pendiam inumeráveis renques
de samambaias e tinhorões.”
John Steinbeck, in A Leste do Éden

Agora que cruzamos nossas últimas fronteiras
somos convidados pelos deuses a lavar
o que restou das noites derramadas
na insólita matéria que nos cobre.


Vamos pelas mãos de Tétis que de Peleu gerou Aquiles,para sermos batizados,outra vez, no azul profundo do Egeu,
depois vestir-nos com a sagrada túnica de Nessos.


Assim, puros e libertos, deitaremos nossos olhos saudosos sobre os vales verdes da nossa Tessalônica.


E sentiremos emergir do ventre da terra morena
o aroma inconfundível das romãzeiras esquecidas
nos quintais das casas que deixaram de existir.


Agora nebulosas horas da existência atravessadas
Somos espécies raras de armaduras
porque a mais longa das esperas ainda não nos derrotou.



segunda-feira, 16 de abril de 2012

O FORTE DOS REIS MAGOS

          O assunto me foi despertado por trabalho do meu confrade Luiz Gonzaga Cortez, que escreveu artigo a propósito da autoria do projeto do Forte dos Reis Magos, o qual, diferentemente das indicações divulgadas por pesquisadores, teria sido feito pelo engenheiro-mor Francisco de Frias Mesquita.
Apresentou documentos antigos que cuidam do assunto, dando azo para que a polêmica continue.
Estudando o tema, confesso o meu conhecimento superficial, mas compreendi que em verdade parece que a questão se coloca no seguinte patamar: a minha crença é de que o projeto é efetivamente do padre Gaspar de Samperes (ou Gonçalves de Samperes), e que teve a sua construção pelo engenheiro-mor Francisco de Frias Mesquita (1603-1634), quando adquiriu a atual conformação. Assim, no meu sentir, o engenheiro deve ter alterado a primitiva planta para dar-lhe um outro formato. Contudo, solicitei ajuda de Ivoncisio, que esteve em Portugal pesquisando o assunto e a resposta dele vai reproduzida em seguida. Por enquanto, o documento histórico que foi enviado por Cortez confirma que Francisco Frias foi o construtor. Isso não tem dúvida:

"Sobre o Forte: 1) Tavares de Lyra em História do Rio Grande do Norte (fls.31)"...se ordenou que Manuel Mascarenhas fosse por mar ao Rio Grande, na armada que veio de Pernambuco, e levasse consigo o Padre Gaspar de São João Peres, da Companhia, por ser grande arquiteto e engenheiro, para traçar a fortaleza, com seu companheiro o Padre Lemos, e o nosso irmão frei Bernardino da Neves, por ser muito perito em língua brasílica..." 2) Cascudo em "História do Rio Grande do Norte" 2ª ed. (fls.24): " A planta é do padre Gaspar de Samperes que fora mestre nas traças de engenharia na Espanha e Flandres, antes de entrar para a Companhia de Jesus,. É a forma clássica do forte maríotimo, afetando o modelo do poligno estrelado". 3) Pe. Serafim Leite S.J. em "História da Companhia de Jesus no Brasil - Cap. V - Rio Grande do Norte" (fls. 516): Nesta jornada foram dois padres: por Superior o Pe. Francisco de Lemos e por seu companheiro o Pe. Gaspar de S. Peres, ao qual nomeadamente pediu o Capitão pera lhe dar alguma boa traça do forte, que El-Rei lhe mandava fazer, como lha deu, porque sabia bem dessa arte e a exercitara, em Espanha e no Brasil, antes de entrar na Companhia, quando professava a milícia." 4) Hélio Galvão em "História da Fortaleza da Barra do Rio Grande" (fls. 53 -ítem 19 até fls. 56). O forte tem o traço do poligno estrelado denominado de " a Vauban" arquiteto militar francês, criador dessa forma de fortificação. Vicente de Lemos e Tarcísio Medeiros seguem as informações de Frei Vicente do Salvador em "História do Brasil - 1500 a 1627". a planta original e de Frei Gaspar de São João Peres, com o está enunciado pelos antigos historiadores, feito de pau a pique e taipa coma lama do rio que não resistiu as ondas do mar. A construção em pedra é de Frias. O holandez ocupou o forte inacabado já com o traçado de Francisco Frias de Mesquita, como conta Hélio Galvão em op.cit. Um abraço e a sua disposição." Ivoncísio

O assunto é palpitante e solicito os comentários dos pesquisadores.

domingo, 15 de abril de 2012


A velha Faculdade da Ribeira vai ser restaurada
Carlos Roberto de Miranda Gomes (aluno da 10ª Turma, 1968)
Neste radioso domingo de Páscoa, tomo conhecimento de que a Reitora Ângela Paiva pretende restaurar o prédio na velha Faculdade de Direito da Ribeira, para ali instalar um projeto de Centro de Referência dos Direitos Humanos e o Museu do Advogado.

Argumenta a Reitora que será desenvolvido naquele prédio o maior projeto de extensão da UFRN.

A notícia não poderia ser melhor, pois há muitos anos vários segmentos da Universidade, da Ordem dos Advogados e de ex-alunos lutam para a recuperação daquela Casa que tanto honrou a história do nosso Estado, dando provas de lutas democráticas e resistência aos tempos de ditadura, onde tantos professores e estudantes ofertaram o brilho de erudição que ressoam no espírito da tradicional Ribeira.

“Até que tudo cesse, nós não cessaremos” era uma placa que foi retirada e perdida no tempo e, mesmo que não reencontrada, merece que outra seja reposta em seu lugar, para marcar os tempos gloriosos da juventude estudiosa do Direito em nossa cidade.

As demais placas, que marcam a passagem de muitas pessoas idealistas estão jogadas em algum depósito da UFRN, posto que retiradas dos corredores do CCSA e nunca mais recolocadas, num atentado à memória dos estudantes e professores,mas que agora serão resgatadas para um lugar de honra.

Sei, por conhecimento próprio, quando por três vezes adentrei no prédio centenário projetado pelo Arquiteto Herculano Ramos, que é plenamente restaurável toda a sua estrutura, guardando-se a mesma distribuição das salas da entrada, das aulas, das reuniões da Congregação dos Professores, do setor administrativo, da cantina, do salão onde jogávamos “ping-pong”, do local do barbeiro, do DAAC, do pedestal do busto de Amaro Cavalcanti, que poderá a ele retornar, do auditório do primeiro andar, da biblioteca formada com desvelo pelo Professor Otto de Brito Guerra e das suas áreas externas, com suas grades importadas de Portugal, tendo ao alto esculturas francesas.

Tenho a certeza de que essa providência da Reitora marcará o retorno daquele pedaço à vida útil da cidade, com lançamento de livros, pesquisa de documentos históricos, exposições, para onde devem ser colocados os arquivos da polícia política, que já foram liberados para consulta.

Um pouco da sua história:

"ANTIGO PRÉDIO DO GRUPO ESCOLAR AUGUSTO SEVERO
HISTÓRICO
O prédio foi construído em um momento de verdadeira revolução ocorrida nos métodos educacionais. O então Governador Alberto Maranhão, pelo Decreto de 29 de abril de 1908, reformou a instituição primária, inspirado na concepção sonhada pelo Senador Pedro Velho. Nascia então a Escola Normal, os grupos escolares (nas escolas municipais) e as escolas mistas. Estabeleciam-se métodos e renovava-se o ambiente educacional.
O Grupo Escolar Augusto Severo foi o primeiro construído no Estado, dentro do novo modelo educacional preconizado. Sua inauguração data de 12 de junho de 1908. O ato inaugural foi assistido pelo Governador Alberto Maranhão, altas autoridades, representantes do Ateneu Norte-Riograndense e da Escola Normal, além de diversas famílias da sociedade natalense.
Pelo Decreto 198, de 10 de maio de 1909, o Grupo Escolar Augusto Severo foi convertido em Escola-Modelo. Em 02 de janeiro de 1911, foi instalado no mesmo prédio a Escola Normal. Em 1914 surgia a Escola Isolada Noturna, todos eles funcionando naquele prédio que assim se desdobrava para servir à educação da juventude.
Em 1952, o antigo prédio do Ateneu Norte Riograndense foi desativado, passando aquele tradicional estabelecimento de ensino a funcionar no Grupo Escolar Augusto Severo, até 1954, ano em que foi inaugurada a nova sede daquele Ateneu, na Avenida Campos Sales, à época do Governador Sylvio Pedrosa.
No dia 21 de abril de 1956, a Faculdade de Direito de Natal, instalada há pouco mais de um ano em uma sala do Ateneu, transferiu-se para o prédio que abrigava o Grupo Escolar Augusto Severo. A faculdade lá permaneceu até a sua transformação em Curso de Direito, em 1974, quando ocorreu sua transferência para o Campus Universitário.
No dia 04 de setembro de 1973, o professor Edgar Ferreira Barbosa, sob intensa emoção, proferiu "Aula da Saudade", abordando o tema "Navegar é preciso". O professor concluiu a sua aula com a frase :
"Iremos na melhor companhia, todos numa esquadra idealista e compreensiva, levando nossa ajuda leal e consciente, pois navegar é necessário. Muito embora o velho porto não nos saia da memória
E repetiu um poema de Manoel Bandeira :

‘Vão demolir esta casa
Mas meu quarto vai ficar
Não como forma imperfeita
Neste mundo de aparências,
Vai ficar na eternidade
Com seus livros, com seus quadros,
Intacto, suspenso no ar !’"
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Leia mais: http://jus.com.br/revista/texto/16836/acao-civil-publica-para-reparacao-de-predio-tombado#ixzz1s6vLBAMN