sábado, 11 de junho de 2011


Convite ao perdão

Francisco Cândido Xavier foi um homem que viveu semeando a palavra do Cristo. Através das suas atitudes, pregou a paz e ensinou a caridade. Sua vida foi um exemplo de conduta cristã.
Médium, viveu por noventa e dois anos, foi desprezado por muitos e durante sua vida sofreu ofensas e insultos, tendo passado imune a tudo.
Em uma de suas muitas frases que ficaram registradas, ele disse:
Graças a Deus, não me lembro de ter revidado a menor ofensa que sofri, certamente objetivando, todas elas, o meu aprendizado. E não me recordo de que tenha, conscientemente, magoado a quem quer que fosse.
Esta frase nos faz refletir sobre a forma como agimos diante das ofensas que sofremos. No cotidiano, nos deparamos com situações que põem à prova a nossa conduta.
São os olhares de desprezo ou de inveja. As palavras que ferem, humilham, magoam. As indelicadezas e os gestos que perturbam e ofendem.
São também as atitudes contínuas de omissão, de abandono dos deveres, ou de opressão, que acontecem entre irmãos, casais, pais e filhos, que vão se somando e se transformando em imensas mágoas.
É comum vermos famílias desestruturadas pelo cultivo da raiva, do rancor e da indelicadeza. Enfim, vemos com frequência, relações se esvaindo pela ausência do perdão.
Seja qual for a gravidade do ato infeliz que nos atinja, enxerguemos o outro, que nos fere e magoa, como alguém que pode estar enfermo e precisando de ajuda.
E como escolhemos agir diante de quem nos ofende?
Quando procedemos da mesma forma que o outro, entrando na sua sintonia, revidando, seja com palavras ou com atitudes, estaremos deixando que o outro dite a nossa conduta.
Estaremos nos equiparando àquele que cometeu o gesto desequilibrado.
É certo que ficamos tristes quando alguém nos ofende, mas o que deveria mesmo nos entristecer, é quando somos nós os ofensores.
Trabalhar o perdão ao próximo, assim como o autoperdão, é um exercício diário que podemos nos propor. Todos nós somos capazes de perdoar.
Não nos esqueçamos de que, por diversas vezes, nós é que desejamos ser perdoados.
Temos que começar relevando e perdoando as leves ofensas, para que estejamos preparados, quando nos depararmos com situações mais delicadas que nos exijam essa virtude.
Perdoar também é doar. Ao perdoar estaremos doando entendimento, paciência, compreensão e o amor que purifica. O esquecimento das ofensas é próprio da alma elevada.
Mas o perdão não é o esquecimento do fato. Por vezes, torna-se difícil eliminar da memória uma atitude que tenha nos ferido.
Perdoar é cessar de ter raiva, é deixar de nutrir em nós o ressentimento pela pessoa que nos causou a dor ou o gesto infeliz que nos atingiu.
Perdoar acalma, liberta, traz paz e harmonia às nossas vidas.
O verdadeiro perdão é aquele que vem do coração e não dos lábios.
Façamo-nos hoje o convite para que deixemos que o perdão triunfe sobre a mágoa e o ressentimento.
Redação do Momento Espírita.
Em 03.06.2011.
________________
Colaboração de Larissa Rosso

Machadão
Preparando Ação Popular contra a demolição


Foi protocolada ontem, junto à Justiça do RN, uma Ação Cautelar de Exibição de Documentos com Pedido de Liminar, para preparação de uma Ação Popular com objetivo de evitar a demolição do Estádio João Cláudio de Vasconcelos Machado, o Machadão, situado no bairro de Lagoa Nova, nesta capital.

A Ação Cautelar foi protocolada sob nº 0802583-07.2011.8.20.0001, em 09/06/2011, como preparatória da Ação Popular. Se acatada pelo juiz a quem couber o julgamento, as obras de demolição do estádio devem ser suspensas imediatamente.

Logo que o Tribunal encaminhe o processo a juiz de competência e disponibilizar à população os trâmites, traremos para os interessados o link para o seu acompanhamento por Internet.
_______________
Fonte: ALDEIA POTI
aldeiapoti-subscribe@yahoogrupos.com.br

sexta-feira, 10 de junho de 2011


UBE/RN: UMA NOVA HISTÓRIA
Texto: Eduardo Gosson*

Para o historiador José Honório Rodrigues, no clássico A Pesquisa Histórica no Brasil, Edições Melhoramentos, afirma:

“a pesquisa histórica é descoberta exaustiva e diligente de novos fatos históricos na busca da documentação que prove a existência dos mesmos, permita sua incorporação ao escrito histórico ou a revisão e interpretação nova da História”

Foi com base nessa premissa que o escritor Francisco Martins pesquisando na biblioteca da Academia Norte Rio Grandense de Letras do RN descobriu uma pasta com importantes documentos: ofícios, recortes de jornal, estatuto e um extrato de ata confirmando a data de 14 de agosto de 1959, às 20h50, no Instituto Histórico e Geográfico do RN como a data oficial de fundação da União Brasileira de Escritores, secção do Rio grande do Norte. Portanto, há cinqüenta e dois anos atrás e não conforme livro de atas (segunda fase) que indicava 16 de novembro de 1984 no Salão dos Grandes Atos da Fundação José Augusto com a presença de Fagundes de Menezes. Assim, a UBE/RN tem três fases: 1ª fase (14.08.1959), 2ª fase (16.11.1984) e 3ª fase (23.03.2006).

1ª fase. A idéia partiu do jornalista, escritor e magistrado Edgar Barbosa durante a Semana de Estudos Euclidianos, promovida em Natal/RN, com o apoio de diversas instituições. Na histórica reunião de 14 de agosto de 1959, às 20h50, no IHGRN com a presença do escritor Umberto Peregrino, Aldo Fernandes, Edgar Barbosa, Alvamar Furtado, Grimaldi Ribeiro, Dióscoro Vale, Raimundo Nonato e Manoel Rodrigues. A diretoria aclamada para a organização da UBE – Secção do Rio Grande do Norte – ficou assim constituída: Raimundo Nonato – Presidente; Manoel Rodrigues de Melo, Vice-Presidente e Afonso Laurentino - Secretário . Essa Diretoria Provisória preparou o Estatuto e organizou o processo eleitoral em 14.11.1959, três meses depois, sendo eleitos os seguintes escritores para o biênio 1960/1961:

(1ª Diretoria)
Raimundo Nonato da Silva, Presidente; Paulo Viveiros, 1º Vice-Presidente; Manoel Rodrigues de Melo, 2º Vice-Presidente; José Saturnino de Brito, 3º Vice-Presidente; Afonso Laurentino Ramos, Secretário Geral; Berilo Wanderle, 1º Secretário; Leonardo Bezerra, 2º Secretário; Antídio de Azevedo, 1º Tesoureiro; Jaime dos G. Wanderley, 2º Tesoureiro.

Conselho Fiscal: Câmara Cascudo,Edgar Barbosa , Alvamar Furtado, Esmeraldo Siqueira e Américo de Oliveira Costa.

Vogais: Antônio Soares Filho, Vingt-un-Rosado, Jurandir Barroso , Zila Mamede e Veríssimo de Melo.

Através de um Comunicado endereçado ao Presidente da UBE nacional , escritor Peregrino Júnior, datado de 19.11.1959, o presidente da UBE/RN, escritor Raimundo Nonato da Silva comunica da eleição da 1ª diretoria da entidade, bem como solicita a filiação da UBE/RN à UBE, com sede no Rio de Janeiro.

Em 21.01.1960 foi fundada uma sub-seção da UBE/RN: Jaime Hipólito Dantas, João Batista Rodrigues, Vingt-um Rosado e Manoel Leonardo Nougueira.

Outra curiosidade: o Estatuto tinha 3 tipos de sócios:1. Sócios Efetivos (fundadores e efetivos). 2. Sócios Honorários e 3. Sócios Beneméritos.

2º fase. Inicia-se com a vinda de Fagundes de Menezes em 16.11.1984, no Salão dos Grandes Atos da Fundação José Augusto, na presença de 18 intelectuais. Curioso notar que a escritora Zila Mamede participou das duas fases, sendo inclusive Vogal da 1ª Diretoria da UBE (1960/1961) e sócia fundadora na segunda fase. Outra curiosidade: Dom Nivaldo Monte também participou das duas fases.

3ª fase. Inicia-se em 23 de março de 2006 com uma reunião de reorganização, na sede da Academia Norte -rio-grandense de Letras, contando com a presença de 7 escritores e vem até os dias atuais: Anna Maria Cascudo Barreto, Eduardo Antonio Gosson, Lívio Oliveira, Pedro Vicente da Costa Sobrinho, Nelson Patriota, Manoel Onofre de Souza Júnior e Racine Santos.

· Eduardo Gosson preside a UBE/RN para o biênio 2010/2011.

quinta-feira, 9 de junho de 2011


Parai, coveiros apressados!___________________

Roberto Guedes

Quando picaretas a soldo governamental começaram nesta segunda-feira, 6, anteontem, a quebrar o concreto armado do ginásio de esportes Humberto Nesi, muitos natalenses se deixaram invadir por uma sensação estranha. Ocorreu-lhes que, de repente, está chegando para Natal a 25ª hora em relação a destruir seu patrimônio sem certeza de estar fazendo a coisa certa.

A mim o episódio lembrou o início de um dos mais famosos discursos pronunciados em sepultamentos de políticos brasileiros:

“Parai, coveiros apressados”, proclamou o médico gaúcho Batista Luzardo, em oração que virou disco com grandes pronunciamentos brasileiros nos anos cinqüenta.

Como apregoam as autoridades determinadas a destruir, logo depois virá o início da demolição do estádio João Machado. Alguns desportistas suspeitam até de que esta destruição venha a ser impactada na calada da noite, a fim de que muitos conterrâneos sintam somente a dor do fato consumado, sem se render à sensação de haver assistido aos golpes sem nada fazer para evitá-los, contribuindo para o insucesso com o cruzar omisso de braços.

Graças a um planejamento exógeno, ginásio e estádio precisam ceder espaço a uma mirabolante criação arquitetônica de estranhos a Natal para que esta capital se habilite e se consolide como uma das catorze sub-sedes da Copa do Mundo de Futebol de 2.014.

Exigidas apenas em função de um evento que se prenuncia portentoso, demolição e construção implicam num investimento muito acima de tudo o que os poderes públicos envolvidos com este projeto ousaram aplicar em missões comezinhas de Estado, da erradicação de doenças, da fome e da ignorância à oferta de um mínimo de segurança às famílias aqui residentes.

Os golpes contra o ginásio se chocam com informações que recomendam muita cautela antes de começarem a dilapidar o patrimônio potiguar. Poucos dias antes de a picaretagem se impor no canteiro de obras de Lagoa Nova, um “ranking” divulgado pelo ministério do Esporte mostrou que Natal permanece na condição de lanterninha entre todas as catorze sub-sedes no tocante ao calendário dos investimentos demandados pela atração da Copa do Mundo.

Poucos dias depois de ser afastada do cenário da Copa das Nações, a cidade viu o governo federal inserir no cenário deste certame outras capitais estaduais que haviam sobrado na montagem do cenário dos sonhos para a Copa do Mundo. Belém e Goiânia ganharam aí uma quase certeza de que disputam algo certo, a substituição de Natal no tabuleiro da Copa do Mundo.

Neste cenário, ocorreram dois episódios locais que deveriam merecer muita reflexão.

Na semana passada um dos mais conhecidos desportistas de Natal, o deputado estadual Gustavo Carvalho (PSB), ex-presidente do América Futebol Clube, pediu a palavra para pedir aos conterrâneos algo que talvez só coubesse aos que desde o início pugnam pela preservação do João Machado e do Humberto Nesi.

Defensor sistemático de todos os esforços visando garantir a presença da Copa em Natal, o parlamentar pediu que a cidade só implodisse as duas praças de esportes depois de adquirir toda certeza de que no lugar delas se erguerá no tempo previsto para o certame a “Arena das Dunas” que tinha virado canto de sereia para muitos outros potiguares. Infelizmente para as duas construções, também este alerta ecoou pouco em Natal, onde uma mistura de interesses estranhos lesionou a capacidade de percepção de muita gente, criando uma onda de Maria-vai-com-as-outras incapaz não de decidir pela preservação do Humberto Nesi e do João Machado, mas pelo menos de colocar racionalidade no enfrentamento da questão. Até hoje, a implosão dessas praças de esportes trai interesses econômicos e políticos, em detrimento da saudável necessidade de conferir o que temos e podemos perder.

Autoridades governamentais mostraram anteontem, durante audiência pública na câmara municipal de Natal, que o executivo estadual não tem a menor condição de recuperar o estádio Juvenal Lamartine, que vinha sendo considerado o cenário de jogos de futebol na capital potiguar entre o fim do João Machado e a inauguração da Arena das Dunas.

Por todos os critérios tecnicamente levantados, da necessidade de oferecer segurança aos freqüentadores à indispensabilidade de se estudar o impacto do empreendimento no trânsito de Tirol e Petrópolis, é melhor, aos olhos da secretaria estadual de Infra-estrutura, deixar como está a velha praça de esportes. O diagnóstico, aliás, abre outra questão: é preciso dar uma nova destinação para o terreno do Juvenal Lamartine. Doado pelo governo do Estado, o imóvel só deveria permanecer nas mãos de instituição desportiva enquanto servisse ao esporte. Sua aposentadoria há alguns anos e a necessidade de grandes investimentos para sua reabilitação, argumentada nos últimos meses pela posseira do imóvel, a Federação Norte-rio-grandense de Futebol, demonstram que o terreno já deve ser devolvido ao legítimo dono, a fim de cumprir missão de efetivo interesse público.

Sem o investimento no Juvenal Lamartine, Natal volta a se ver sem um estádio comum a todos os times locais para sediar jogos de campeonatos estadual e de outras origens, receber visitantes e continuar figurando em certames nacionais, a não ser que paguem, em todos os sentidos, pedágio ao ABC pelo uso do Maria Lamas Farache, que lastimavelmente a crônica esportiva prefere mencionar como “Machadão”.

Paradoxalmente, esta perspectiva dói em muitos torcedores de América e Alecrim, os clubes que não gostariam de cantar suas loas na casa abecedista, fazendo honras com o chapéu do maior rival local, e só encontram alternativa a cem quilômetros de distância, caso passem a levar seus atletas a enfrentar os adversários em Goianinha.

Nenhum deles parou para refletir sobre o quanto esta dor pode se alongar por muito mais tempo, indefinidamente. É certo que sofrem ao pensar em usar o Maria Lamas Farache até à inauguração do Arena das Dunas. Masoquistamente, porém, esta sensação também se lhes configura um alívio. Parece lhes garantir que a partir de 2.014 Natal contará com o estádio maravilhoso do qual, até hoje, só tomou conhecimento através de uma criação virtual em computador, sem nenhum adereço técnico que lhe dê a sustentação de projeto arquitetônico e estrutural.

Ou seja: sofrem pensando numa dor passageira, imaginando que a perda de um braço humano será compensado por uma criação artificial de neurocientista. Ficar sem estádio comum a todos os clubes locais por dois anos? A inauguração do “Arena das Dunas” compensará este sofrimento. E se não houver “Arena das Dunas”, sem que nenhum Nicolelis possa compensar a falta do João Machado e do Humberto Nesi, quem e como amenizará a dor desta amputação?

Natal está prestes a se colocar no papel daquele policial que abre “Um corpo que cai”, um dos melhores filmes do extraordinário Alfred Hitchcok. Ele pula do alto de um edifício, que poderia ser chamado de João Machado, para outro, que aqui mereceria o nome de Arena das Dunas, e, não alcançando este, cai entre os dois prédios, perdendo a vida ao chocar-se com o chão duro da realidade.

(Publicado originalmente na edição desta quarta-feira, 8, hoje, do “Jornal de Roberto Guedes”, veiculado nas quartas-feiras pelo matutino natalense “Novo Jornal”).

quarta-feira, 8 de junho de 2011

terça-feira, 7 de junho de 2011


MOACYR GOMES DA COSTA – 84 anos de grandeza

Primogênito da família, veio ao mundo em sete de junho de 1927, de parto laborioso, na gloriosa terra de Caicó, que contou com a assistência das mãos santas de “Mãe Quininha”, daí a herança da têmpera e determinação do seridoense.
Infância feliz, mas sem nenhuma fartura, o que lhe rendeu logo cedo, a busca do trabalho, com passagem pela Base Aérea Americana de Parnamirim. Terminada a II Guerra Mundial, com 18 anos apenas, foi até Penha, onde papai era Juiz e contou que estava desempregado e precisava buscar outras plagas – o Rio de Janeiro. Após relutância, papai concordou e passou a deslindar o problema: arranjar dinheiro para a viagem e comprar uma passagem. Conseguiu 500 mil réis e foi até o seu amigo Ruy Paiva, gerente da Companhia Costeira de Navegação, propondo-lhe comprar a passagem de 3ª. Ruy protestou e disse que não admitia que o filho de um amigo viajasse nessa classe e lhe arranjou um camarote, dizendo mais que papai lhe pagaria quando e como pudesse. Dessa forma Moacyr “pegou um Ita (Itanagé) e foi pro Rio morar”, levando os trocados que papai conseguiu e uma carta para o tio Luiz. Lá, quando chegou, já estava uma comitiva de amigos, dos quais recordo ele ter falado, dentre outros, em Armando e Aníbal Cavalcanti, Inácio Meira Pires, Uilon Cabral e o tio Luiz.
Neste particular vale relatar um acontecimento inusitado. No dia da partida (dia dos Reis Magos de 1946), papai veio de trem para Natal e foi levar Moacyr no Cais do Porto. Pelas 5 da tarde o navio zarpou. O velho não pôde evitar uma lágrima atrevida de saudade do filho. Em alto mar e já com o cair da noite, surge uma avião fazendo razantes sobre o navio, atraindo todos para o convés. Parece que no navio estaria uma namorada do piloto. E, em dado momento, viu-se um clarão – o avião caiu e o Comandante deu ordem para procurar sobreviventes e realmente os encontrou – eram dois. Diante do quadro de gravidade, teve de voltar a Natal para deixá-los e somente zarpando no outro dia. Moacyr voltou para a casa de vovô onde papai estava dormindo. Bateu à porta e o velho assustou-se. E tudo recomeçou até o embarque definitivo.
Na escola regular, se sobressaiu pelo seu traço nos desenhos ilustrados dos seus cadernos, o que atraiu a atenção da família, inclusive do Tio Luiz Gomes da Costa, já então consagrado engenheiro na Capital Federal, já falecido.
Desde então despontava como promessa de um futuro arquiteto, com a ajuda desse tio vencedor no Rio de Janeiro.
Na cidade maravilhosa rendeu-se às suas belezas, ao seu povo e à sua boemia. Conheceu muita gente boa e celebridades, deixando lembranças. Uma dessas personalidades foi Dinarte de Medeiros Mariz, cuja afinidade decorrera do fato de virem da mesma região, além da amizade com papai, que o trouxe de volta ao Rio Grande do Norte, dando-lhe várias incumbências e daqui não saiu mais. Aliás, sobre Dinarte, constatei o fato marcante que tem muito a ver com Moacyr, pois quando mamãe corria risco de vida durante o seu parto, mãe Quininha, temerosa, procurou Dinarte e pediu ajuda e ele foi até Currais Novos e de lá trouxe o médico Mariano Coelho que resolveu o problema. Isso Moacyr soube do próprio Dinarte, o que esclarece a razão da grande amizade que papai lhe dedicava.
Apesar de “craque da prancheta”, com projetos divulgados até no exterior e apesar dos convites insistentes, optou pela vida pacata, feliz e romântica de Natal, o que curte até os dias presentes, prestigiado pela família e por amigos.
Moá, como carinhosamente o chamamos, não tem inimigos, pois perdoa a todos, inclusive os que procuram desmerecê-lo em algum jornal ou injustiçá-lo na administração pública, gestões próxima e remota. As paixões ocuparam uma boa parte de sua existência, tanto que custou a casar, mas quando o fez, acertou em cheio, completando-se com Iris, seus filhos José Neto, Flávio, Eduardo, Maria da Graça e seus netos Flavinho e Gabiel.

É o homem que desconhece o ócio, continua trabalhando, com o mesmo traço firme e idéias avançadas. Está na história da cidade de Natal, com pelo menos dois monumentos – o Estádio Machadão, cognominado de “Poema em Concreto Armado” pelo ex-governador Cortez Pereira


e o Pórtico da Cidade. Em relação ao primeiro, tem movido uma campanha lúcida e corajosa, porquanto a insensatez dos governantes anunciam a sua demolição, para em seu lugar erguer a “Arena das Dunas”, assunto que vem ocupando destaque nos noticiários da imprensa local e nacional.
No dia de hoje, em que atinge os 84 de vida, fazemos esta singela homenagem, afirmando nossa gratidão e o orgulho por tudo o quanto você representa para a família e para a nossa terra potiguar. Um grande abraço do irmão Carlos Gomes

CARTA ABERTA A EXCELENTÍSSIMA SENHORA GOVERNADORA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, DRA. ROSALBA CIARLINE






EDUARDO ANTONIO GOSSON, escritor, presidente da União Brasileira de Escritores do Rio Grande do Norte – UBE/RN, residente à Rua Jacarandá, 225 – Cidade Verde, Parnamirim/RN, vem por meio desta CARTA ABERTA relatar a Vossa Excelência fatos da maior gravidade:
1) Portador do Mal de Parkinson desde 2004, tem por uma questão constitucional direito a medicamentos fornecidos pelo Sistema Único de Saúde, através da UNICAT;
2) Desde então nunca viu uma falta generalizada de medicamentos (na última vez que lá esteve, conheceu uma fornecedora que lhe informou que faltam medicamentos por que o Estado é um péssimo pagador e que ela não pode sustentar essa inadimplência);
3) Teve que recorrer ao Poder Judiciário para garantir o exercício desse direito (o que lhe foi garantido liminarmente até o julgamento do mérito);
4) Ainda assim tem que enfrentar uma burocracia insensata (desde o dia 03 de Maio que o Memorando nº 804/2011 solicitado pela UNICAT (transformado em Processo nº 100.491/2011-2 passeia pelos setores da Secretaria Estadual de Saúde) e já o medicamento está terminando e não pode ficar sem eles, uma vez que sua ausência o impede de andar (Vossa Excelência sabe, como médica, que o Mal de Parkinson ataca os movimentos, deixando- nos sem o elementar direito de ir e vir);
5) Não bastasse esse transtorno, tem filhos que dependem de Assistência Psiquiátrica (precisou internar um deles num procedimento de URGÊNCIA no hospital João Machado no último dia 04.06.11, sábado) e quase não consegue uma vez que a instituição está lotada. A generosidade da assistente social de plantão e dos enfermeiros possibilitou o atendimento. É do conhecimento da sociedade que a Assistência Psiquiátrica está um caos, conseqüência de políticas públicas equivocadas: os transtornos aumentaram ( a Organização Mundial de Saúde-OMS calcula em torno de 30% da população) e há vinte anos que o número de hospitais e leitos são os mesmos). Teve, certa vez, a convite da Dra Nádira Hazboun (na época presidente da Associação de Psiquiatria do RN), a oportunidade de assistir palestra do Dr. Valentim, na Assembleia Legislativa. A maior autoridade em Psiquiatria do Brasil fez uma radiografia completa da saúde mental. O mesmo é autor da reforma psiquiátrica levada com êxito no estado de São Paulo.
6) Solicita a regulamentação da lei nº 9..105 (Lei Henrique Castriciano), iniciativa da União Brasileira de Escritores – UBE/RN, viabilizada através dos deputados José Dias e Fernando Mineiro, da lei nº 9.169 (lei das leituras literárias nas escolas) e a aplicação de 1% do ICMS na Cultura (promessa de campanha assumida num debate na casa da Ribeira).
Neste sentido, o povo potiguar deu a Vossa Excelência a oportunidade de governar o Estado para fazer o resgate do governo de Dix-Sept Rosado, que foi silenciado na tragédia do rio do Sal, em Aracaju/SE, às 9 horas do dia 12 de julho de 1951. E a Senhora, como política, cidadã e médica, tem todas as condições de dar um salto qualitativo e inaugurar novos paradigmas políticos: fazer da política “a arte de promover o bem-comum”, como pensava Aristóteles na Grécia.

Termos em que
Pede deferimento.

Natal/RN, 05 de junho de 2011.

Eduardo Antonio Gosson
Presidente da UBE/RN
Cultura Potiguar. Escritora Lúcia Helena Pereira é homenageada com o TROFÉU CULTURA 2011. Auditório da FIERN - Natal/RN


Quero o Seu Olhar de Sol
Lúcia Helena Pereira*

Sim, quero o seu olhar de sol,
Sem a venda intrusa que a poeira cobre e ofusca.
O Seu olhar é mirante de alegrias
Alegoria festiva, convidada para os carnavais.

Vejo uma dança branca em seu olhar de mel
Requebrando-se numa esquina azul,
Onde uma íris enfeitada de doçura,
Ensaia passos ao redor do palco âmbar.

Quero o seu olhar em irradiante luz,
Em terceira dimensão, com visões rosadas
De lírios se abrindo, num muro cor de primavera
Flambada de sol.

Vejo a retina do seu olhar vestida de cristais
Porque tudo nele é luz, claridade,
É potencial de distância alcançada
No seu doce e puro olhar de amor.

Quero o rio brilhando em seu olhar
Que aponta faróis incandescentes
E contempla o dia e a noite,
Com uma clareza certamente pródiga.

E beijo o calor que emana do seu olhar
Nele um bafo de anjo já suspira
Anunciando o novo dia,
A nova luz do véu estelar do seu olhar.

Quero o seu olhar completamente enfeitado
Onde namoram paisagens e flores se acasalam
Junto aos pássaros do amanhecer,
Em muita luz, brilho e um verde exuberante.

Porque o seu olhar vem da canção diurna,
Embora mudo, seu olhar canta a pulsação
Da melodia em notas magistrais,
Dó, ré, fá, sol, lá, si...

Quero o seu olhar derramando vestigios
Espalhando a dança dos pirilampos
Num chão de folhas frescas e perfumadas,
Onde o sol desmaia tênues fios.

Esse seu olhar de bicho na escuridão das matas
Divisando mistérios, acendendo clareiras,
Olhar de fogo, ardor, olhar de brisa e amanhecer
Um olhar ocre, cheio de milagres.

Quero o seu olhar abrindo as cortinas
Do grande palco da vida.
Quero-o com novo figurino, bons atores,
Quero um filtro delicado para o licor do seu olhar.
EU QUERO!
__________________________
(*) Lúcia Helena Pereira
Nasceu em Ceará-Mirim/RN - 09-07-1945
Licenciatura Plena em História/UFRN - 1974
Autora: dos livros: Pássaro Azul de Asas Cor de Rosas
Breve Coletânea de Juvenal Antunes
Casa de Lembranças - história Romanceada
Palcos Da Infância - história romanceada
Participação em dezenas de Antologias, Revistas Literárias
Acadêmica de várias Academias do Brasil
Membro do Inst.Histórico-Geográfico do RN.Brasil
Ex-Presidente Regional e Nacional da AJEB (1990 A 2000)
Cônsul do Movimento Internacional de Poetas Del Mundo
Membro da Academia Feminina de Letas do RN
Membro da Academia Cearamirinense de Letras e Artes (ACLA)
Membro da Academia de Teófilo Otoni/MG
Participação no Dicionário de Mulheres - 2011
Várias medalhas: Clara Camarão/ Nisia Floresta/ Boca da Noite/ AJEB /Nacional
Troféu Cultura em 27-05-2011
Editora dos blogs: http://letrasecanaviais.blogspot.com
http://outraseoutras.blogspot.com

TROFÉU CULTURA
VIII EDIÇÃO
NATAL 2011

"Jornalista Toninho Silveira - A noite do Troféu Cultura"
http://outraseoutras.blogspot.com/2011/05/belissima-solenidade

segunda-feira, 6 de junho de 2011


O Estado e a Lei de Responsabilidade Fiscal
Carlos Roberto de Miranda Gomes
Membro Honorário Vitalício da OAB/RN

Tendo em conta os últimos acontecimentos locais, em função da Lei de Responsabilidade Fiscal, em boa hora, o Deputado Getúlio Rego convocou uma Audiência Pública para discutir os problemas vividos pelo Governo do Estado frente às dificuldades com as despesas com pessoal, para o que convidou o publicista Raul Veloso, do Estado do Piauí, comprovadamente experiente no campo específico das finanças públicas, para fazer uma palestra sobre o tema específico.
Com excessivo atraso, no último dia do mês passado, o certame teve início, tendo à mesa, além do Deputado referido, representantes do Governo do Estado, Justiça Federal, Ministério Público Estadual, Tribunal de Contas, OAB/RN e dois representantes sindicais, os quais se manifestaram após concluída a fala do Dr. Veloso.
Na parte que coube à Ordem dos Advogados, por meu intermédio, foi enaltecida a objetividade do palestrante, mas a perplexidade da situação apresentada, onde sistematicamente ultrapassado o limite prudencial nas despesas com o pessoal do Estado, as reivindicações das categorias funcionais, com parcela substancial de servidores em greve e as dificuldades para o atendimento dos pleitos apresentados e a pífia execução do setor de investimentos no primeiro quadrimestre do ano corrente, que apenas chegou ao percentual de 1%.
Fizemos ver da necessidade de dar atenção à Lei Complementar nº 101/2000, cujo campo de ação é bastante largo, objetivando o estabelecimento de normas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, consagrando princípios constitucionais e promovendo o equilíbrio das finanças do Estado, como corolário principal.
Lamentamos, na oportunidade, a pouca atenção do Governo ao enviar projetos de lei concedendo aumentos e vantagens a certas categorias de servidores, sem a realização do seu impacto orçamentário-financeiro, tornando letra morta, em princípio, pela força do art. 15 da LRF que declara: “São consideradas não autorizadas, irregulares e lesivas ao patrimônio público a geração de despesa ou assunção de obrigação que não atendam o disposto nos arts. 16 e 17”. O primeiro, exatamente o que exige a realização do aludido impacto.
Por outro lado, enfatizamos na ocasião, que o inciso I, do Parágrafo único do art. 22 da discutida Lei, excepciona das vedações por superação do limite prudencial, a concessão de vantagens, aumentos, reajustes etc. quando decorrentes de sentença judicial ou de determinação legal ou contratual, o que vale dizer – os direitos dos servidores de obtenção dessas vantagens previstas nas leis que estipularam os planos de cargos e salários, não podem ser desrespeitados, porque contidos na excepcionalidade legal. Isso, obviamente, gera um grande conflito na ordem financeira, o que só poderá ser solucionado através de um esforço de austeridade nas despesas públicas, paralelamente ao trabalho pelo aumento da receita.
Diante disso, sugerimos que fosse aproveitada a indicação do Dr. Veloso no sentido de se criar uma mesa de debates técnicos com todos os segmentos do Estado, incluindo parlamentares, Universidades, Poder Judiciário, MP, OAB, controles interno e externo e sindicatos, para ser encontrada uma solução, a par da elaboração de um planejamento sustentável para investimentos, tendo cautelas com a ideia inoportuna de demolição do Machadão, o que consumirá as receitas do Estado e comprometerá o seu patrimônio, pois com perigo de execução do fundo garantidor por parte do contratado-empreiteiro da Copa de 2014.
Infelizmente, a participação dos parlamentares, em sua maioria, deu conotação pouco técnica aos assuntos em debate, enveredando por discursos políticos partidários, com repercussão apenas na platéia, mas sem apoio aos problemas financeiros expostos.
Reputamos válida a iniciativa e a sociedade espera que alguma coisa seja feita de produtivo para recuperar as finanças do Estado e permitir que sejam implementados investimentos voltados para a melhoria da qualidade de vida do seu povo, como serve de exemplo o Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, distanciados de sonhos inexeqüíveis que só evidenciam uma visão figurativa de um mendigo vestido de fraque e cartola.
___________________________

Publicado em O Diário de Natal (04.6.2011)

domingo, 5 de junho de 2011

O DOMINGO FOI FEITO PARA AMENIDADES

PÁSSARO VELHO - poema
Lívio Oliveira

nada que ouse
um quase sentido.
e basta que isso
satisfaça algo usado.
que bata asas
sem limites
nem distâncias contadas.

a máscara que cai no colo
e o fogo da memória,
a eletricidade cordial
da sujeira na esmola cedida,
é a meia-pataca que se engole.

e a dor na têmpora,
o olho fechado
e todos os demais
tentos renascidos
no absurdo espacial
do pensamento tardio:

é o que voa
no sereno,
no cortejo
blasfemo
do tempo.

mas se reflete
a luz que ateia
o fogo-fátuo
e não há mentira –
se em face do rito –
não se veja mais
que o vício
no escuro,
é só o teu nome
que é lembrado.

e é o que voa...
*************************

POESIA É ARTE QUE ALIMENTA A ALMA
E EXPÕE OS MAIS ÍNTIMOS SENTIMENTOS.
(décima em decassílabos)
Wellington Leiros

São devaneios?... são delírios?... são.
Mas que traduzem, em meio a dissabores,
Instantes de ternuras e de dores,
De amor, de alegria e emoção.
Por vezes, na volúpia, o coração
É machucado... afloram-se os tormentos.
E o poeta transmuda, em tais momentos,
O que fora euforia, em plena calma.
POESIA É ARTE QUE ALIMENTA A ALMA
E EXPÕE OS MAIS ÍNTIMOS SENTIMENTOS.

wleiros.169@digi.com.br


**************************************

SABADOSE
Pedro Simões Neto

Sábado sombrio, arredio,
cinza frio, furta-cor baldio,
chuvoso, tedioso, vazio,
pede cachimbo, chocolate
quente, cama dormente, um amor
requentado, cigarra cantando
formiga de asa pela casa
clarineta em solo, goteira
gotejando cantigas no balde,
debalde o futebol, banho de sol,
arrebol, tantas queixas antigas,
ó mundo, que vou fundo na rede
pescar sonhos para o domingo
de certa incerta incerteza.
Antes que eu adormeça, ponho
gelo no copo sobre a mesa
e afogo a infinita tristeza
no profundo poço do meu Old Parr(*).

(*) Nascido em 1483, Thomas (Thos) Parr viveu 152 anos na Grã-Bretanha. Em 1871, os irmãos James e Samuel Greenles criaram o Grand Old Parr, em homenagem ao legendário Thomas Parr. E diz a lenda que o espírito de longevidade deste incrível homem está em cada dose de Old Parr. Envelhecido por 12 e 30 anos, o principal malte de composição é o Cragganmore, o mais famoso malte de Speyside, região onde nasceu o scotch whisky.
*****************************************