CARTAS DE COTOVELO 08
(versão 2015)
Carlos Roberto de
Miranda Gomes
Nas necessárias idas à Capital para
honrar compromissos e reabastecer mantimentos no veraneio, infelizmente, somos
atingidos pelos percalços e mazelas do cotidiano, através da atualização dos
noticiários dos jornais.
No retorno, podemos avaliar com mais
calma alguns acontecimentos registrados por esses veículos de comunicação de
massa e firmarmos uma idéia do que está se passando no País, no Estado e nas
cidades.
Verificamos que o início de 2015 se
nos apresenta sombrio e tumultuado com indicativos de baixo grau de competência,
a merecer cuidados, a teor da medição pelas entrevistas e declarações dos novos
dirigentes que, à falta de uma política sólida de projetos e programas
recuperadores da economia e da administração, encontram o caminho mais curto - a
atemorização dos servidores, atitude pouco democrática já bastante conhecida.
Tais pronunciamentos apressados
provocam revolta e movimentos de rebeldia em contrário, contaminando também
alguns Prefeitos que, igualmente, não se prepararam para as adversidades
através de planejamento adequado. Tudo é feito de supetão, com demissões
sumárias, gerando uma crise no poder aquisitivo com reflexos no consumo e,
consequentemente na produção, fragilizando uma economia que já está rastejando
o PIB em relação aos Países vizinhos e de além mar.
Por outro ângulo, o Estado
brasileiro penaliza a classe trabalhadora com a redução de algumas de suas
conquistas históricas, sobretudo nos instantes em que a fatalidade atinge
pessoas e as retiram da essência vivencial, deixando restrições na
sobrevivência dos familiares.
Anunciam-se o aumento da tarifa de
energia elétrica, anuidades escolares, tudo em descompasso com a inflação e as
perdas do poder aquisitivo, provocando incontornável estágio de inadimplência e
caos, somando-se à escassez de água que vem afligindo todos os estados
brasileiros.
No Rio Grande do Norte parece que os
marginais estão a desafiar o estado de direito, com aumento da violência, motivado
pelo sucateamento da máquina de repressão e prevenção, que se ressente do recebimento
de ganhos pactuados no governo anterior do que fica impedida de um
reordenamento na política de segurança.
Enfim, atente-se para a desfeita dos
malfeitores em violar prédios públicos (Museu Café Filho e Palácio da Cultura),
exatamente situados entre os organismos maiores da Administração estatal e do
Município, no centro da cidade, os quais perderam objetos do seu patrimônio
histórico, consoante reportagens recentemente publicadas.
A população aguarda ansiosamente por
atitudes eficientes, em todas as esferas, capazes de lhe restituir a confiança
no futuro.
Na verdade, 2015 não está tendo um
bom começo!