sábado, 9 de junho de 2012

MENSAGEM DE GRATIDÃO DE UM POETA POTIGUAR AOS SEUS AMIGOS PORTUGUESES
CARTA AO POETA PORTUGUÊS CARLOS MORAIS DOS SANTOS E A ESCRITORA SELMA CALASANS SUA ESPOSA


Meus Amigos Carlos e Selma:

“Não basta que seja justa a nossa causa. É preciso que a justiça e a beleza existam dentro de nós” (Agostinho Neto, poeta angolano.)

Mais uma vez muito obrigado. Vocês são nota 10. Li hoje à tarde e fiquei profundamente emocionado. Só um Poeta da sua grandeza, ancorado no olhar vigilante da esposa, consegue encontrar tantas virtudes em mim e palavras de consolação que vieram na hora certa. Beleza há no sorriso bonito das crianças, como no da minha neta Rebeca, que tem sido minha amiga nas horas amargas. Desde o ano passado, quando um ciclo de mortes se abateu sobre minha família, que nos aproximamos muito. Hoje, ela está morando conosco. Tem sido o alfa, o ômega, a minha estrela da manhã!

Perder Fausto foi o golpe mais duro que levei na vida. Ao escrever o poema FAUSTO na terça-feira, dia 22 de maio, antes de ir vê-lo na UTI, veiculado no blog da UBE, tive uma consolação divina: ao chegar no hospital antes de entrar no seu leito, abri a Bíblia aleatoriamente e me deparo com o Salmo 24, versículos 4 e 5, que dizem:

“4: Aquele que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à vaidade nem jura enganosamente

5: Este receberá a bênção do Senhor e a justiça do Deus da sua salvação.”

Ao contrário do Fausto da Literatura que vendeu a alma ao Diabo, o meu Fausto era doce. Muito difícil para ele se adaptar a este mundo de ilusões. Por saber que o nosso destino é partir e regressar preferiu antecipar seu regresso à casa do Pai porque, com certeza, fica entre o azul e o infinito.

Um grande abraço do
Eduardo Gosson

sexta-feira, 8 de junho de 2012

“Tout homme nait e se forme pour une grande heure de sa vie”.

( Albert Cohen, 1943)

Marcos,andei relendo o seu texto sobre Otto Guerra. Não teria nenhuma modificação a fazer quanto à forma. Idem em relação ao conteúdo. Apenas, algumas observações quanto ao partido que vc tomou ao falar sobre OG, seu pai.

Reparando bem, se tenta colocar as instituições e o seu contexto histórico num mesmo nível, ou até mesmo num nível superior ao do personagem. Trata-se de uma espécie de cacoete intelectual do final do século passado. As pessoas teriam um peso menor que as organizações e tambem em relação ao momento da história em que, eventualmente, viveram.

Considero o dr. Otto uma das figuras mais marcantes da Natal dos anos 1960, onde vivemos e militamos politicamente. Marcante pela sua sabedoria, capacidade de fazer e pela imensa compreensão da natureza humana. Que alguém tente situar OG nas correntes político-ideológicas daquele período. Duvido que consiga. Acho que OG pairava muito acima daquela região de conflitos. Como se estivesse, pelo menos 30 anos á frente do seu tempo. E veja – esqueça, se possível seu parentesco tão próximo – como a figura do dr. Otto cresce, naturalmente, na avaliação dos que tiveram o privilégio do seu convívio. Sem nenhum exagero, acho que ele é a estátua de si mesmo. Pelas suas obras, pelo seu legado social e familiar. É uma lembrança que cresce, cada vez que o evocamos. Como agora, no seu centenário. Quem sabe, o INSTITUTO OTTO GUERRA seja o locus ideal, na dimensão exata para conter a sua obra. Mais do que qualquer monumento, em pedra, cimento e cal...

Andei folheando uma biografia de Winston Churchill, escrita por um francês ilustre, François Bédarida, que criou e dirigiu o “Institut d’Histoire du Temps Presént” e é diretor do CNRS. Transcrevo, adiante, um trecho que reforça a importância do Indivíduo no seu tempo:

“(...) a biografia se inscreveu no cerne do grande movimento atual da historiografia, marcada pela recuperação do indivíduo –ator, isto é, do agente da história. Após trinta anos dominados pela primado das forças coletivas e das tendências seculares, ou multisseculares, assistimos ao regresso do sujeito, à reabilitação do individual; o homem –“ ser único de carne e osso”, no dizer de Marc Bloch – retoma, pois, um lugar central. A atenção volta-se para os indivíduos concretos e respectivas vivências, em vez de se concentrar em pessoas abstratas e anônimas formando grupos”.

Podemos imaginar as oito primeiras décadas do século passado sem a presença ímpar de Otto Guerra? A Igreja, a Universidade, a Imprensa sem a sua ação direta, criadora e modificadora? Como teriam evoluído estruturas sociais , políticas e econômicas, o processo democrático, enfim, órfãs da sua contribuição lúcida criativa?

É este homem, inserido na concretude do seu tempo, de sua época, que precisamos pontuar. Vivendo momento histórico marcado pela presença atuante de Homens, comuns em sua aparência singela, mas que se tornavam gigantes diante dos desafios impostos por uma terra de contrastes e desigualdades, desafiadoras da inteligência e da capacidade criadora dos seus filhos. O dr. Otto soube enfrentar estes desafios com serena coragem, inteligência e fé. A ele rendemos as nossas homenagens e reconhecimento pelo seu legado. Exemplo para as gerações futuras. Esta a imagem, Marcos, que o seu pai, OTTO GUERRA, projeta nos dias atuais. E se agiganta,na medida em que o Tempo, dono e senhor da verdade, o julga na justa medida da sua grandeza.
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Geniberto Paiva Campos. Cardiologista, formado pela UFRN.
Brasilia, Maio de 2012

BONS LIVROS DOS NOSSOS BONS ESCRITORES
Carlos Roberto de Miranda Gomes, advogado e escritor

Tenho o costume de ler dois, três livros de uma só vez. Às vezes até mais. Cansado de um tema, passo para outro e isso me proporciona uma assimilação suave dos assuntos dissertados.

Venho me deliciando com a obra de Carlos de Souza, “Cidade dos Reis” que conta, de forma romanceada, a história do Rio Grande do Norte, ao mesmo tempo em que reproduz o sentimento da população ao longo do tempo.

Coincidentemente, nele encontrei três assuntos que estão sendo objeto de trabalhos meus – sobre Saint Exupèry, que faz parte de um capítulo do meu livro “O Velho Imigrante”, a ser lançado no dia 05 de julho vindouro, a partir das 19 horas, na Academia Norte-rio-grandense de Letras, numa coedição “Nave da Palavra”, da UBE/RN e “Sebo Vermelho”, de Abimael Silva.

Carlos de Souza, às páginas 122 e 123, aborda o assunto de maneira deliciosa – “Nas esquinas surgiram rumores sobre a presença em Natal de um piloto-escritor francês, um tal de Antoine Saint-Exupéry” e, lá às tantas, narra o testemunho de várias pessoas, como Rocco Rosso, meu sogro e sobre quem cuida o meu livro, viúva Machado, D. Nati Cortez, jornalista Nilo Pereira, as Senhoras Severina Alves (D. Siva), e Lair Tinoco, tudo originariamente registrado por Pery Lamartine no livro “Epopéia nos ares”. A propósito, minha alegria com a notícia da recuperação deste valoroso escritor.

O outro trabalho que estou terminando, diz respeito a um ensaio sobre o Governador Alberto Maranhão, como desencargo de obrigação acadêmica - elogio ao Patrono da cadeira nº 2, da Academia Macaibense de Letras, que pretendo publicar para distribuição nas escolas de Macaíba. Sobre ele há registros interessantes a propósito da opinião do povo naquele período de consolidação do movimento republicano, da oligarquia dos Albuquerque Maranhão e da pregação oposicionista de José da Penha, mostrando os dois lados da história. Por último, oferece boas indicações para um pequeno estudo sobre Giácomo Palumbo, em cogitação.

Estou lendo, também, o trabalho de Marcelo Alves denominado “Retratos ingleses”, o segundo de uma trilogia iniciada com “Ensaios ingleses” onde retrata suas observações durante cursos realizados nas Universidades da Terra Britânica, com artigos interessantes que abordam as temáticas Direito e Literatura; Direito e Cinema; Direito e Educação; Direito e Ciência Política e Direito e Filosofia. É a estreia da editora “Feedback”, do jornalista e escritor Franklin Jorge.

Por derradeiro, estou me deleitando com os ensaios de Laurence Bittencourt, que têm um título sugestivo – “Por que não o que é nosso”, com excelentes comentários sobre as coisas da cultura geral e da província. Suas frases merecem meditação, até mesmo aquelas com as quais não concordo – “Quem tem saudades do passado prova que cruzou os braços para o presente...”.

Não custa nada dar uma esticadinha, com as necessárias cautelas, no “Guia politicamente incorreto da filosofia”, de Luiz Felipe Pondé, este é de fora!

quinta-feira, 7 de junho de 2012

EDUARDO GOSSON CONCLAMA

CAMPANHA A FAVOR DO ENVOLVIMENTO DAS FORÇAS ARMADAS NO COMBATE AO NARCOTRÁFICO – EMENDA CONSTITUCIONAL


Amigos,

Eu acabei de criar minha própria petição e espero que possam assiná-la. Ela se chama: emenda constitucional aprovando a participação das Forças Armadas no combate ao narcotráfico.

Eu realmente me preocupo sobre este assunto e juntos nós podemos fazer algo a respeito disso! Cada pessoa que assina nos ajuda a chegarmos mais próximo do nosso objetivo de 100 assinaturas --será que você pode nos ajudar assinando a petição?

Clique aqui para ler mais a respeito e assine:

http://www.avaaz.org/po/petition/emenda_constitucional_aprovando_a_participacao_das_Forcas_Armadasno_combate_ao_narcotrafico/?launch

Campanhas como esta sempre começam pequenas, mas elas crescem quando pessoas como nós se envolvem -- por favor reserve um segundo agora mesmo para nos ajudar assinando e passando esta petição adiante.

Muito obrigado,
Eduardo Gosson

CORPUS CHRISTI
Corpus Christi
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Corpus Christi (expressão latina que significa Corpo de Cristo) é uma festa Cristã. É um evento baseado em tradições católicas. É realizada na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade que, por sua vez, acontece no domingo seguinte ao de Pentecostes. É uma festa de 'preceito', isto é, para os católicos é de comparecimento obrigatório participar da Missa neste dia, na forma estabelecida pela Conferência Episcopal do país respectivo.

A procissão pelas vias públicas, quando é feita, atende a uma recomendação do Código de Direito Canônico (cân. 944) que determina ao Bispo diocesano que a providencie, onde for possível, "para testemunhar publicamente a adoração e a veneração para com a Santíssima Eucaristia, principalmente na solenidade do Corpo e Sangue de Cristo." É recomendado que nestas datas, a não ser por causa grave e urgente, não se ausente da diocese o Bispo (cân. 395).

História

Procissão de Corpus Christi, Moosburgo, Alemanha, 2005.A origem da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo remonta ao Século XIII. A Igreja Católica sentiu necessidade de realçar a presença real do "Cristo todo" no pão consagrado. A Festa de Corpus Christi foi instituída pelo Papa Urbano IV com a Bula ‘Transiturus’ de 11 de agosto de 1264, para ser celebrada na quinta-feira após a Festa da Santíssima Trindade, que acontece no domingo depois de Pentecostes.

O Papa Urbano IV foi o cônego Tiago Pantaleão de Troyes, arcediago do Cabido Diocesano de Liège na Bélgica, que recebeu o segredo das visões da freira agostiniana, Juliana de Mont Cornillon que teve visões de Cristo demonstrando desejo de que o mistério da Eucaristia fosse celebrado com destaque.

Por solicitação do Papa Urbano IV, que na época governava a igreja, os objetos milagrosos foram para Orviedo em grande procissão, sendo recebidos solenemente por sua santidade e levados para a Catedral de Santa Prisca. Esta foi a primeira procissão do Corporal Eucarístico. A 11 de agosto de 1264, o Papa lançou de Orviedo para o mundo católico através da bula Transiturus do Mundo o preceito de uma festa com extraordinária solenidade em honra do Corpo do Senhor.

A festa de Corpus Christi foi decretada em 1269.

O decreto de Urbano IV teve pouca repercussão, porque o Papa morreu em seguida. Mas se propagou por algumas igrejas, como na diocese de Colônia na Alemanha, onde Corpus Christi é celebrada desde antes de 1270. A procissão surgiu em Colônia e difundiu-se primeiro na Alemanha, depois na França e na Itália. Em Roma é encontrada desde 1350.

A Eucaristia é um dos sete sacramentos e foi instituído na Última Ceia, quando Jesus disse: ‘Este é o meu corpo…isto é o meu sangue… fazei isto em memória de mim’. Segundo Santo Agostinho, é um memrial de imenso benefício para os fiéis, deixado nas formas visíveis do pão e do vinho [1]. Porque a Eucaristia foi celebrada pela 1ª vez na Quinta-Feira Santa, Corpus Christi se celebra sempre numa quinta-feira após o vinho sangue de Jesus Cristo, em toda Santa Missa, mesmo que esta transformação da matéria não seja visível.

Corpus Christi é celebrado 60 dias após a Páscoa podendo cair, assim, entre as datas de 21 de maio e 24 de junho.

A Festa no Brasil

Procissão de Corpus Christi, pausa para o Tantum Ergo em Latim. Pirenópolis, Goiás.Em muitas cidades portuguesas e brasileiras é costume ornamentar as ruas por onde passa a procissão com tapetes de colorido vivo e desenhos de inspiração religiosa. Esta festividade de longa data se constitui uma tradição no Brasil, principalmente nas cidades históricas, que se revestem de práticas antigas e tradicionais e que são embelezadas com decorações de acordo com costumes locais.

Em Pirenópolis, Goiás, é uma tradição os tapetes de serragem colorida e flores do cerrado, cobrindo as ruas por onde passa-se a procissão de Corpus Christi, também enfeita-se cinco altares para a adoração do Santíssimo Sacramento, e execução do cântico latino Tamtum Ergo Sacramentum, esta procissão é acompanhada pela Irmandade do Santíssimo Sacramento e pela Orquestra e Coral Nossa Senhora do Rosário. É neste dia que o Imperador do Divino recebe a coroa para a realização da Festa do Divino de Pirenópolis, do ano seguinte.

Em Castelo, no estado do Espírito Santo, as ruas são decoradas com enormes tapetes coloridos formados por flores, serragem colorida e grãos.

O município de Matão, São Paulo, é famoso por seus tapetes coloridos feitos de vidro moído,dolomitas,serragem e flores que formam uma cruz que se estendem por 12 quarteirões no centro da cidade onde passa a procissão da eucaristia,um espetáculo que reúne fé, tradição, arte e muita beleza. No ano de 2011 Matão realiza a 63ª edição do Corpus Christi,onde mais de 70 toneladas de materiais foram usados para compor os desenhos.A expectativa dos organizadores é que o evento atrairia um público total de 80 mil pessoas. A praça de alimentação do evento fica por conta das entidades filantrópicas da cidade.

A cidade de Mariana, Minas Gerais, comemora a festa de Corpus Christ'i' enfeitando as ruas com tapetes de serragem e pinturas.

As cidades paulistas de Jaguariúna, Santo André, Santana de Parnaíba, São Joaquim da Barra, além da baiana Jacobina, também seguem o mesmo estilo, as ruas ao redor da matriz são enfeitadas com serragem, raspa de couro, areias coloridas - tudo o que a criatividade proporciona para este dia santo.

Em Caieiras, a juventude da cidade promove com sua criatividade tapetes que se estendem no trajeto da procissão deste solene dia, desde a Igreja Matriz de Santo Antonio até a igreja de São Francisco de Assis, um trabalho que dura doze horas e é coroado com a procissão luminosa em torno ao Santíssimo Sacramento.

Em Porto Ferreira, a festa tem como finalidade a partilha, em comunhão com as três paróquias da cidade. Arrecadam-se alimentos que integram os enfeites nas ruas por onde o Santíssimo Sacramento passa e, após a solenidade, são doados a famílias que são assistidas por pastorais, como a Pastoral da Criança e Pastoral da Saúde. Esta iniciativa é realizada desde 2008.

Em Borborema (SP), as ruas são decoradas com enxovais, bordados e artesanatos, produzidos pelas mais de 50 lojas e fábricas da cidade. Após a procissão, tudo é vendido e a renda revertida ao Lar de Idosos São Sebastião.



É LÁ E CÁ, e CÁ E LÁ!!!!!!
ATÉ QUANDO!!!!!!!!!!!!!!

quarta-feira, 6 de junho de 2012




DEUS É FIEL

Uma garotinha foi para o quarto e pegou um vidro de geléia que estava escondido no armário e derramou todas as moedas no chão.
Contou uma por uma, com muito cuidado, três vezes. O total precisava estar exatamente correto. Não havia chance para erros.
Colocando as moedas de volta no vidro e tampando-o bem, saiu pela porta dos fundos em direção à farmácia Rexall, cuja placa acima da porta tinha o rosto de um índio.
Esperou com paciência o farmacêutico lhe dirigir a palavra, mas ele estava ocupado demais. A garotinha ficou arrastando os pés para chamar atenção, mas nada. Pigarreou, fazendo o som mais enojante possível, mas não adiantou nada. Por fim tirou uma moeda de 25 centavos do frasco e bateu com ela no vidro do balcão. E funcionou!
- O que você quer? - perguntou o farmacêutico irritado. - Estou conversando com o meu irmão de Chicago que não vejo há anos -, explicou ele sem esperar uma resposta.
- Bem, eu queria falar com o senhor sobre o meu irmão -, respondeu Tess no mesmo tom irritado. - Ele está muito, muito doente mesmo, e eu quero comprar um milagre.
- Desculpe, não entendi. - disse o farmacêutico.
- O nome dele é Andrew. Tem um caroço muito ruim crescendo dentro da cabeça dele e o meu pai diz que ele precisa de um milagre. Então eu queria saber quanto custa um milagre.
- Garotinha, aqui nós não vendemos milagres. Sinto muito, mas não posso ajudá-la. - explicou o farmacêutico num tom mais compreensivo.
- Eu tenho dinheiro. Se não for suficiente vou buscar o resto. O senhor só precisa me dizer quanto custa.O irmão do farmacêutico, um senhor bem aparentado, abaixou-se um pouco para perguntar à menininha de que tipo de milagre o irmão dela precisava.
- Não sei. Só sei que ele está muito doente e a minha mãe disse que ele precisa de uma operação, mas o meu pai não tem condições de pagar, então eu queria usar o meu dinheiro.
- Quanto você tem? - perguntou o senhor da cidade grande.
- Um dólar e onze cêntimos -, respondeu a garotinha bem baixinho. - E não tenho mais nada. Mas posso arranjar mais se for preciso.
- Mas que coincidência! - disse o homem sorrindo. - Um dólar e onze cêntimos! O preço exato de um milagre para irmãozinhos!
Pegando o dinheiro com uma das mãos e segurando com a outra a mão da menininha, ele disse:
- Mostre-me onde você mora, porque quero ver o seu irmão e conhecer os seus pais. Vamos ver se tenho o tipo de milagre que você precisa..
Aquele senhor elegante era o Dr. Carlton Armstrong, um neurocirurgião. A cirurgia foi feita sem ônus para a família, e depois de pouco tempo Andrew teve alta e voltou para casa.
Os pais estavam conversando alegremente sobre todos os acontecimentos que os levaram àquele ponto, quando a mãe disse em voz baixa:
- Aquela operação foi um milagre. Quanto será que custaria?
A garotinha sorriu, pois sabia exatamente o preço: um dólar e onze cêntimos! - Mais a fé de uma criancinha.

Em nossas vidas, nunca sabemos quantos milagres precisaremos.

Um milagre não é o adiamento de uma lei natural, mas a operação de uma lei superior. Sei que você vai passar esta bola pra frente!

Lá vai ela. Jogue de volta para alguém que significa algo para você POIS HOJE É O DIA DO MILAGRE DELE! Se você recebeu este email Deus tem um milagre para você!!!!!

DE DEUS PARA VOCÊ.

Quando você estiver triste... Vou secar suas lágrimas.

Quando você estiver com medo... Eu lhe darei conforto.

Quando você estiver preocupado... Vou dar-lhe esperança.

Quando você estiver confuso... Vou ajudá-lo a enxergar.

E quando você está perdido... E não pode ver a luz,

Vou ser o seu farol... Brilhando cada vez mais.

Este é o Meu juramento... Prometo até o fim...

Por que? Você pode perguntar... Porque você é Meu amigo. Assinado: JESUS

Instantaneamente quando você receber essa mensagem, você está sendo requisitado de enviá-la para as pessoas, incluindo a pessoa que a enviou a você.
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É uma historinha que me mandou o leitor Wellington Leiros.
Pode até ser apenas aparentemente pueril, mas me tocou o coração. Reproduzo com todo prazer.




Secultrn/FJA altera os prazos de inscrições dos editais Novos da Arte e Incentivo e Apoio a Eventos


As mudanças tornam os editais de fluxo contínuo até seu prazo final

A Secultrn/FJA prorrogou o prazo de inscrições dos editais “Novos da Arte 2012/2013” e “Incentivo e Apoio a Eventos Culturais 2012/2013”. A mudança nos períodos tem como objetivo mantê-los de fluxo contínuo até os prazos de vigência que os contemplem.

Dessa forma, o edital “Novos da Arte 2012/2013”, que estava com as inscrições abertas até o dia 01 de junho, passa a ter como prazo limite para as inscrições e análise técnica e jurídica/mérito da proposta, o mês anterior a primeira terça-feira da pauta a ser contemplada, mantendo-se o período do item 2.1 do Edital. O edital contemplará propostas de espetáculos nas áreas de teatro, poesia, dança e humor, incluindo-se também projetos correlatos oriundos de escolas da rede pública e privada do Rio Grande do Norte. Os Novos da Arte deverão se apresentar no Teatro Alberto Maranhão, sempre nas primeiras terças-feiras de cada mês, a partir de julho deste ano até julho de 2013.
Já o edital “Incentivo e Apoio a Eventos Culturais 2012/2013”, terá como limite para a inscrição e a análise técnica e jurídica/mérito, o mês anterior ao mês de execução da proposta a ser contemplada, mantendo-se o período do Edital até maio de 2013. O edital tem por finalidade contribuir com apresentações culturais; cachês; prolabore; passagens aéreas e diárias a conferencistas; produção e confecção de material publicitário como: folder, cartazes, programas, convites, apostilas, pastas, blocos, crachás, certificados; produção e inserção de material de divulgação em carro de som, rádio, jornal e TV; cobertura e documentação fotográfica e de imagem do evento; sonorização e iluminação no ambiente.

Os editais completos e informações sobre as inscrições estão no site da Secultrn/FJA (www.cultura.rn.gov.br), no link Editais Abertos.

Denise Barcelos
Assessoria de Imprensa: 84 3232 5321 / 8137 2047
http://www.cultura.rn.gov.br/
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Intercâmbio: em junho a cultura potiguar chega a Cuba, Portugal, São Paulo e Rio de Janeiro.


Secultrn/FJA aproveita ensejo e lança para consulta pública o Edital Intercâmbio.

Artistas, pesquisadores e gestores da cultura potiguar estarão presentes em eventos nacionais e internacionais durante este mês de junho, com o apoio do Governo do RN/ Fundação José Augusto. Estudos, trabalhos e produção serão apresentados.

EM CUBA:
Geraldo Cavalcante e Guaraci Gabriel participam em Havana, Cuba, no período de 16 de maio a 16 de junho da Bienal de Cinema de Havana. Na mostra, produzida pelo Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográfica, realizada de 01 a 4 de junho, os produtores cinematográficos vão apresentar 8 filmes realizados no RN :

"Lendas do Catu", produzido em Goianinha; "Os Causos de Tomás Cabe" de São Tomé, "Belíssima", trabalho dos produtores de Caicó; "O Retorno", trabalho dos artistas de Jardim do Seridó; "Esquizofrenia", produzido em São José do Mipibu; "O Pacto", que contou com o apoio da Prefeitura de Serra Negra do Norte; "Em família" envolveu artistas e produtores de São José de Campestre, São Gonçalo do Amarante e Macaíba; e, as "As Marias", que envolveu equipes de Santana dos Matos, Areia Branca e Natal.

Além de participarem da Mostra será entregue ao governo cubano os trabalhos da Escola Fidel Castro de Canguaretama e da Escola José Martim de Santa Fé, Cuba, que destacam o líder Fidel Castro. Na agenda de Geraldo e Guaraci, constam contatos com a Escola de Cinema de Santo Antonio de los Banos com o objetivo de estabelecer parcerias na área de cinema entre o Governo do Estado e Cuba.

PORTUGAL – SERPA
O fotógrafo norte riograndense Teotônio Roque participa em Serpa, Portugal, da IX Edição de Encontros de Cultura realizado pelo Centro Internacional de Música e Dança do Mundo Ibérico - MUSIIBERIA, que se realiza no período de 7 a 17 de junho. Teotônio participa com fotografias de uma exposição coletiva de fotógrafos de origem latina e deverá negociar com os organizadores do encontro a vinda da exposição para
o Estado.

RIO DE JANEIRO
O Coral Harmus realiza concerto dia 08/06, na Sala de Música Leopoldo Miguez, da Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro, integrando-se às comemorações dos 10 anos de criação do Madrigal Cruz Lopes, que como coro anfitrião, realizou o convite.

Com regência da maestrina Leninha Campos e de José Machado, será executado no programa: Glória de Vivaldi, M.J.Lauridsen, Ernani Aguirar, Luiz Gonzaga. O Coral Harmus apresenta também composições e arranjos de Humberto Luiz, Leonardo Rocha, Harisson Dantas, integrantes do próprio coro. Os integrantes do Coral Harmus realizam um trabalho voluntário.

SÃO PAULO
Nada mais propicio para quebrar a “sizudez” da grande metrópole que a invasão dos mamulengos. Em São Paulo, realizado no período 28 de maio a 03 de junho, a Terceira Edição do Encontro de Mamulengos de São Paulo, contou com a presença de Graça Cavalcanti presidente da Associação aqui no Rio Grande do Norte. Pesquisadora e estudiosa do João Redondo, mestra, com trabalhos publicados sobre Dona Dadi, importante mamulengueira do Estado, Graça Cavalcanti realizou no Agosto da Alegria de 2011 o segundo encontro de João Redondo no Estado, com a participação de mais de 30 brincantes e apresentações nas feiras livres, escolas e praças da capital. Neste encontro os participantes juntamente com representantes do IPHAM e universidades estabeleceram os pleitos da categoria a ser apoiado pelo Governo do RN.

E, como uma forma de incentivar o intercâmbio da cultura potiguar, como os que estão acontecendo durante o mês de junho, a Secultrn/FJA colocou em consulta pública o Edital de Intercambio que pretende conceder apoio, através de passagens, a artistas, produtores que desejem levar divulgar a cultura potiguar através de apresentações, performances, estudos e trabalhos em eventos realizados em outros países e/ou estados brasileiros.

Denise Barcelos
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terça-feira, 5 de junho de 2012

A APOSENTADORIA DO DESEMBARGADOR CAIO ALENCAR E O QUINTO CONSTITUCIONAL
Carlos Roberto de Miranda Gomes, advogado e escritor

A sociedade potiguar lamenta a aposentadoria do Desembargador Caio Alencar, pela lacuna aberta em nosso Tribunal de Justiça em um momento tão difícil e onde ele ofereceu,com honra e competência, cerca de 30anos da sua vida.

Sóbria foi a tônica da sua despedida, coincidindo com a postura que marcou todo o tempo de judicatura, o que não evitou a notoriedade do momento, mercê do brio do seu comportamento como magistrado, dando mostras sobejas de senso de justiça e independência, marcando o seu nome nos anais da história daquela Casa Centenária.

Agora tem início outra batalha - quem o substituirá, dentro da vaga oriunda do quinto constitucional o que, para uns, pertencerá à classe dos advogados, que até então estava em desvantagem numérica, enquanto para outros, a vaga é definida pela origem de quem foi o último a ocupá-la.

A imprensa relata que o TJ/RN está dividido e o assunto ganhará maior vulto na próxima reunião plenária, a primeira após a aposentadoria do Desembargador Caio Alencar.

Numa leitura inicial, registramos que a figura do "quinto Constitucional" surgiu na Constituição Federal de 1934, que inovava a anterior via única de ingresso reservado aos integrantes da carreira de Magistratura, o concurso público. A novidade foi adotada pelo art. 104, parágrafo 6 º, daquela Carta, assim prescreveu:

"Na composição dos Tribunais superiores serão reservados lugares, correspondentes a um quinto do número total, para que sejam preenchidos por advogados, ou membros do Ministério Público de notório merecimento e reputação ilibada, escolhidos de lista tríplice, organizada na forma do § 3º".

O novo critério foi mantido nas constituições subsequentes de 1937 à vigente, de 1988, que lhe deu foros definitivos, in verbis:

“Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes.

Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos 20 dias subseqüentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação.”

O texto constitucional, ao longo do tempo, causou dificuldades em se garantir a paridade consagrada pelo legislador, até que, com a edição da Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Lei Complementar nº 35, de 1979), foi regulamentada a matéria ao dispor em seu art. 100, parágrafo 2 º da LOMAN, in verbis:

"§ 2º. Nos tribunais em que for ímpar o número de vagas destinadas ao quinto constitucional, uma delas será, alternada e sucessivamente, preenchida por advogado e por membro do Ministério Público, de tal forma que, também sucessiva e alternadamente, os representantes de uma dessas classes superem os da outra em uma unidade."

Com essa determinação ficou assentado eficientemente o princípio do "quinto constitucional", a partir do momento em que privilegia a paridade e a alternância entre as classes envolvidas, garantindo o equilíbrio de oportunidades entre integrantes da OAB e do MP, seja na igualdade absoluta, quando o número de integrantes for par ou, privilegiando a categoria que estiver momentaneamente em desvantagem.

Casuística do STF:

“Tribunal Regional Federal. Composição. Quinto constitucional — "Número par de juizes. CF, art. 94 e art. 107, I. LOMAN, Lei. Compl. 35/1979, art. 100, § Nomeação de Juiz do quinto constitucional: ato complexo de cuja formação participam o Tribunal e o Presidente da República: competência originária do SupremoTribunal Federal. A norma do § 22do art. 100 da LOMAN, Lei Compl. n. 35/1979, é aplicável quando, ocorrendo vaga a ser preenchida pelo quinto constitucional, uma das classes se acha em inferioridade na composição do Tribunal. No preenchimento, então, dessa vaga, inverter-se-á a situação: a classe que se achava em inferioridade passa a ter situação de superioridade, atendendo-se, destarte, ao princípio constitucional da paridade entre as duas classes, Ministério Público e advocacia" (STF, MS 23.972, Rei. Min. Carlos Velloso, D) de 29-8-2001). Precedente: STF, MS 20.597/ DF, Rei. Min. Octavio Gallotti, RT), 120:75.”

No mesmo sentido manifestou-se o insigne Ministro Jorge Mussi, Superior Tribunal de Justiça:

“...quando for ímpar, procede-se ao critério de alternância, independentemente da classe de origem, resultando que, em determinado momento histórico, uma das classes ficará com maior número de desembargadores;”

No entanto, quando se tratar de quinto constitucional, em Colegiado com número ímpar decorrente de criação de nova vaga é que existem interpretações diferenciadas, que vêm tumultuando a escolha do representante legal, adotando-se, nessas ocasiões, uma linha exegética que,em meu sentir, não condizem com a ideia original. Vejamos:

“quando a criação de um novo cargo de Desembargador ensejar um número ímpar de membros reservados ao quinto constitucional, surgem quatro alternativas:

a) aplicação da regra da alternância tendo em vista a última nomeação; b) aplicação da regra da alternância tendo em perspectiva a composição imediatamente anterior, antes do número se tornar par; c)aplicação da regra da sucessividade, de molde a manter a nomeação de acordo com o primeiro provimento; d) e uma quarta, ainda, de se levar em conta o histórico da composição do Tribunal.

No caso da hipótese da alínea ‘c’, iniciando a nomeação por uma classe, as vagas decorrentes do número ímpar serão preenchidas por pertencentes a essa mesma classe, destinando-se as relativas ao número par aos da classe distinta.

E, quanto a esta última hipótese, a alínea ‘d’, não parece demais afirmar que esta decorre do que restou decidido no julgamento pelo Superior Tribunal de Justiça do Recurso em Mandado de Segurança n. 24.992-GO, Quinta Turma, Relator Ministro Jorge Mussi (j. 18.12.2007, DJU de 17.03.2008).”

Essas hipóteses estão fora do caso do Rio Grande do Norte, porquanto a vaga não decorre de criação nova, mas da composição natural. Há, todavia uma outra grande preocupação – a escolha da lista sêxtupla dos advogados, em um pleito direto, razão pela qual, os advogados eleitores devem tomar todas as precauções para a seleção de nomes capazes de honrar a Classe, sem a nefasta injunção política, que não deve prevalecer em se tratando de cargo do Judiciário.



RETRATOS INGLESES
postado por O Santo Ofício
junho 4, 2012
Por Marcelo Alves Dias de Souza
Charles Dickens (1812-1870) tem sido assunto frequente nos meus escritos, seja em citações periféricas, como em “Os esnobes do Direito”, seja em crônicas inteiramente dedicadas a ele, como são os casos de “Charles Dickens e o Direito” e “Dickens é preciso?”. Nada mais justo, acredito, para com o mais afamado dos romancistas ingleses, o autor de “The Pickwick Papers”, “Oliver Twist”, “Nicholas Nickleby”, “The Old Curiosity Shop”, “Christmas Carol”, “David Copperfield”, “Bleak House”, “Hard Times”, “Little Dorrit”, “A tale of Two Cities” e “Great Expectations”, para mencionar apenas os seus mais badalados títulos.

Desta feita, decidi homenagear o grande romancista – nascido em Portsmouth, mas que, ainda garoto, se mudou para Londres – no título do meu novo livro: “Retratos ingleses”. Para quem não sabe, Dickens é autor de um livro chamado, na tradução brasileira da Editora Record (2003), “Retratos londrinos” (no original em inglês, “Sketches by Boz”). E assim como os meus “Retratos”, os “Retratos” de Dickens são, também, uma coletânea de artigos/crônicas, com a diferença, claro, de serem obra de um gênio.

E se homenageio o criador de “Oliver Twist” e “David Copperfield”, o faço não só pela qualidade da sua obra, mas também porque seus retratos/crônicas londrinos têm sido para mim um motivo de inspiração, para não dizer, às vezes, de imitação. Se, em Londres, “As carruagens de aluguel e suas estações” da era vitoriana já não são mais vistas, “O amanhecer nas ruas”, na grande capital do Reino, ainda encanta um visitante como eu. “O rio” de Dickens é o mesmo Tâmisa por onde, margeando suas águas, quase todos os dias caminho. Outro dia, seguindo um de seus retratos/crônicas, fui visitar “O Scotland Yard”, não o prédio atual da famosa polícia, mas a rua onde outrora essa força pública estava sediada. E mais ao norte dessa via, fui xeretar o animado comércio e confirmei muitas das impressões de Dickens “Sobre lojas e lojistas”. Se não frequento os “Jantares públicos” dos tempos de Dickens, procuro, quando posso, ir à busca dos “Divertimentos londrinos” dos seus “Retratos” nas tardes e noites da Bloomsbury, da Holborn e da Covent Garden de minha predileção.

Mas Dickens não tem sido apenas um companheiro de passeios e divertimentos. Também nas minhas aventuras jurídicas, como deixei entender em “Charles Dickens e o Direito” e “Dickens é preciso?”, o autor de “Christmas Carol” e “Bleak House” tem sido um bom guia. Aliás, foi na primeira dessas duas crônicas que registrei haver tido Dickens considerável formação jurídica, tendo trabalhado, segundo seus biógrafos, como ajudante em escritório de advocacia, clerck (no direito inglês, uma espécie de escrivão) e repórter judiciário. Em “Retratos londrinos”, a crônica “Doctor’s Commons” é um exemplo perfeito da mais fina ironia jurídica. O título é uma referência à antiga faculdade de Direito e, dos séculos XVI ao XIX, sede das cortes civis de Londres que, segundo destila Dickens, “tornou-se famosa como o lugar onde se tira a licença para que casais apaixonados possam se casar e onde todas as infidelidades terminam em divórcio”. E nela Dickens nos leva para passear pelo mundo do direito de família e das sucessões. Damos de cara com manifestações de bem-querer e, sobretudo, de desafeto. Com ciúmes e vinganças, com o amor desafiando e o ódio sobrevivendo até mesmo ao espetáculo da morte. Ali, poucos são os exemplos da nobreza da alma; muitos, os retratos das piores paixões da natureza humana. Já na crônica “A paciente do hospital”, Dickens visita o mundo do direito criminal. Ele nos conta o caso de uma “Maria de Penha” vitoriana que, no leito de morte, após duramente espancada pelo amante, por amor, deixa de reconhecê-lo, perante o diligente magistrado, como seu criminoso agressor. E, por incrível que pareça, tudo isso é relatado suavemente – às vezes, divertidamente, pode-se dizer – na pena do grande cronista.

Bom, para mim, os poéticos “Retratos” de Dickens têm sido um guia completo da capital do Reino. Mas já ficarei satisfeito se os meus “Retratos” forem para você, caro leitor, um bom começo de jornada, seja para conhecer um pouco do direito inglês, seja como motivo para frequentar os sebos da grande cidade em busca de outros Dickens ou de Shakespeare, de Shaw ou de Chesterton, de Conan Doyle ou de Ian Fleming, de Agatha Christie ou de Hitchcock. Nem que seja apenas para uma simples caminhada pela Londres de minha afeição.

Sim, já ia esquecendo: farei o lançamento dos meus “Retratos ingleses” no Solar Bela Vista, no dia 06 de junho de 2012 (a próxima quarta-feira), às 19 horas. Você está convidado.
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.Marcelo Alves Dias de Souza é Procurador Regional da República, Mestre em Direito pela PUC/SP e Doutorando em Direito pelo King’s College London – KCL



segunda-feira, 4 de junho de 2012

Edital Lei Câmara Cascudo para o período de agosto de 2012 a julho de 2013.


A criação do Fundo Estadual de Cultura (FEC) e a adesão do Rio Grande do Norte ao Sistema Nacional de Cultura (SNC) levaram, obrigatoriamente, a algumas adequações na Lei Câmara Cascudo, a fim de aumentar o alcance, dimensionamento, e democratização dos incentivos para as produções da cultura norterriograndense. Após o acatamento das sugestões, o primeiro passo é o lançamento do Edital Lei Câmara Cascudo, com prazo de inscrição dos projetos de 01 de junho a 31 de julho de 2012, para propostas que compreendam o período de julho de 2012 à agosto de 2013.

Visando as melhorias e necessidades peculiares ao nosso Estado, a Secultrn/FJA e os membros da Comissão da Lei Câmara Cascudo, em suas últimas reuniões, debateram, levantaram as demandas e chegaram a algumas conclusões que ensejaram nas sugestões de mudanças no funcionamento da lei de incentivo por renúncia fiscal, baseadas e influenciada pelas discussões nacionais, pelos parâmetros já propostos na política do MINC, que beneficiarão de forma mais direta e ética, respeitando as linguagens e expressões da cultura potiguar. Após consulta pública, tais mudanças foram publicadas no Diário Oficial do Estado.

Dentre as mudanças está a inclusão da renúncia fiscal no Orçamento Geral do Estado. Isto é, os recursos que a Lei Câmara Cascudo disponibiliza para cada exercício serão incluído no OGE, assunto já tratado com a Governadora Rosalba Ciarlini e as Secretarias de Planejamento e Tributação. Com isso, não haverá mais a necessidade de espera no início de cada ano para se conhecer os valores a serem captados e trabalhados, permitindo aos artistas um planejamento antecipado em ao menos seis meses, e tornando o fluxo de captação praticamente contínuo. Além disso, no intuito de agilizar as aprovações de um maior número de projetos, o prazo de entrega das inscrições passará a ser menor, fazendo com que a Comissão possa compatibilizar as demandas das diversas linguagens e aumentar o leque dos projetos que receberão incentivos da lei.

Para o Edital Lei Câmara Cascudo os recursos disponibilizados para a captação foram fixados na renúncia fiscal anunciada pelo Governo do Estado no DOE, no valor de R$ 6 milhões, mediante conjunção do Poder Público Estadual e recursos particulares. E, os projetos apoiados estarão nas áreas de artes cênicas, plásticas e gráficas; cinema e vídeo; fotografia; literatura; música; artesanato, folclore e tradições populares; museus; bibliotecas e arquivos; e, patrimônio cultural, material e imaterial.

Ainda: seguindo a tendência nacional das leis de incentivo, novas recomendações passarão a ser observadas – a principal, que não serão mais aceitos quaisquer projetos cujos responsáveis tenham algum vínculo com a administração da Fundação José Augusto ou com a Comissão da LCC, já a partir do edital desse ano.

Tais mudanças não provocarão nenhuma alteração nos projetos aprovados no ano de 2011 ou mesmo naqueles em tramitação, que poderão continuar normalmente o processo de captação.

O Edital Lei Câmara Cascudo está disponível no site da Secultrn/FJA (www.cultura.rn.gov.br), no link Editais Abertos.

Para contatos de entrevistas:
Conselheiros da Lei Câmara Cascudo:
Isaura Rosado – Secretária Extraordinária de Cultura - 84 8137-2043 -isaurarn@gmail.com
Danielle Brito - 84 8701-0057 - daniellebrito@uol.com.br
Paulo Sarkis - 84 9983-3343 - paulosarkis@gmail.com
Francisco Alves Sobrinho - 84 9149-1553 - eventosbr@yahoo.com.br
Denise Barcelos
Assessoria de Imprensa: 84 3232 5321 / 8137 2047
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“Camerata de Vozes do RN” tem seu concerto de estreia nessa terça-feira, 05 de junho


Da comunhão da literatura com a música surgiu na Itália, incentivadas por um conde, mais especificamente em Florença, o melodrama e as Cameratas, um encontro de músicos e literatos. E no dia 05 de junho o Rio Grande do Norte passará a ter sua própria Camerata de Vozes, regida pelo Monsenhor Pedro Ferreira, que fará seu primeiro concerto no Instituto Maria Auxiliadora, às 20h.

Idealizada e composta pelo Monsenhor Pedro, que em muito contribui com a história coralista do RN – criador da Banda Sinfônica da Universidade, Coral Canto do Povo e outros, a Camerata de Vozes do RN “foi concebida para proporcionar ao público outro gênero de música e apresentações, tendo sua origem nas raízes das cameratas italianas”, explica seu regente. O grupo é composto por 34 membros selecionados pelo próprio regente, dissidentes de outros grandes grupos do Estado, e apoiada pela Secretaria Extraordinária de Cultura e Fundação José Augusto. Em seu repertório trabalhará composições variadas, passando pela música sacra, afro-americanas e brasileiras.

Como o próprio Monsenhor Pedro destaca, a Camerata é um grupo mais selecionado e com número de componentes mais reduzidos, que permite trabalhar não somente as músicas para as apresentações, como vai a fundo no estudo e aprendizado estrutural das músicas que compõem seu rico repertório. E, as performances variam entre vocal, instrumental e declamação, trazendo à tona a junção dos músicos e literatos, por meio dos melodramas. O repertório vai ao cerne da música como expressão e tradução máxima da sua dimensão espírita de silencia, sons e sentido, da criação à linguagem e transformação dos sentidos. Assim, as cameratas permitem apresentações em locais menores, diferentemente de grandes grupos e orquestras.

Além da apresentação de abertura desta terça-feira, 05 de junho, no Instituto Maria Auxiliadora, a Camerata de Vozes, que ensaia no Memorial Câmara Cascudo, fará concertos nos dias 10 de junho, na Igreja Santa Terezinha, às 20h; no dia 18 de junho, no Seminário Maior de Natal com aula sobre polifonia com ilustração para alunos do curso de Teologia; e, no dia 20 de junho, concerto com apreciação musical em Emaús, Parnamirim. E, a Camerata de Vozes já está confirmada como uma das atrações de abertura do Agosto da Alegria – Festa À Deífilo.

Informações e entrevista com Monsenhor Pedro Ferreira – 84 9982-8382.

Denise Barcelos
Assessoria de Imprensa: 84 3232 5321 / 8137 2047
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domingo, 3 de junho de 2012


CIRO TAVARES EM QUATRO TEMPOS

ECLIPSE CREPUSCULAR
Ciro José Tavares


Apenas um banco de madeira apodrecida


abandonado no silêncio da morte vespertina,


a cortina da dor tecida pelas Parcas


pendia em farrapos sobre a solidão dos pórticos.


Os cordões da hera úmida pareciam tentáculos


presos às paredes gastas do soturno casarão.


No pátio, noite eclipsante, ritmado ruído de besouros,


o adejar sem rumo de bruxuleantes vaga – lumes.


Esquecido velho banco de madeira, folhas secas ao redor,


era tudo guardado pelo tempo.


Era vento polar, poeira no rasto cadente


da estrela absorvida na cauda da Ursa Menor.


Era tudo e nada num banco de madeira podre no jardim.



CINZAS DO PRIMEIRO DIA
Ciro José Tavares


Ninguém nas ruas sob o gris estirado no espaço,


cedo só o vento trouxe a chuva, calou o que restava


de ruídos de fogos de artifício, volatizou encantos,


deprimiu o dia na sua forma humana,


brancos de repente encardidos de sol que não surgia.


A água vergastava telhas com fúria de chicotes,


fluía pelas velhas cicatrizes temporais do teto,


caindo na mesa sobre restos das comemorações


e de bêbedos parecendo ratos anestesiados.


Os antigos, ao contrário,e seus rotos guarda-chuvas,


têm roupas encharcadas, sapatos molhados,


ofegantes pela pressa na fuga do mau tempo,


ao contornar poças e buscar proteção sob marquises.


Esse hercúleo esforço para estar diante do altar


suplicantes por uma nova aurora radiosa.


Não ouço ninguém nas ruas, só o látego da chuva


e nos templos vozes antigas repetindo: Kyrie Eleison,


ruega por nosotros Senhora Del Mar.



ÁRTEMIS SUPLICANTE
Ciro José Tavares


Dá-me teu corpo, domadora de ventos e de mim,


a ânfora de prata inundada do orvalho das manhãs,


para lavar o corpo e puro ser encantado nos mistérios.


Dá-me a chave na cor do ouro envelhecido


suspensa por fios de nuvens deitadas no teu colo


e abrirei o santuário dos teus seios escondidos.


Dá-me o sagrado alimento das ondinas,


afoga no teu leito a paixão que me devora


e abandona depois o que restou numa estrela qualquer.






HÉSTIA REDIVIVA
Ciro José Tavares


Se reclamas da terra o abandono


devolvo-te às estrelas vestida de poentes.


Suspensa no meu colo longa cabeleira,


fica para embalsamar meus sonhos mortos


e deitar no pedaço de chão onde nasceste


o resto do perfume exalado do teu corpo.


~ Amanhã serás somente esguio traço nu,


galhos que não reverdecem abertos ao espaço.


braços míticos,suplicantes diante da fornalha,


girando ao redor e devorando o tronco lentamente.