RECORDAR É VIVER
sábado, 21 de janeiro de 2012
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
OUTRAS CARTAS DE COTOVELO 06
CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES, advogado e escritor
Ontem foi um dia mais ou menos chuvoso. Não ensejaria, teoricamente, nenhuma novidade.
Thereza convalesce de uma gripe e, por isso, fiquei mais caseiro, para não lhe faltar assistência.
Cadeiras postas no alpendre do primeiro andar para “desparecer”, tendo por visão os tantos coqueiros existentes na vizinhança, coisas próprias de praia.
Súbito surge altaneiro o beija-flor do meu jardim. Foi nosso primeiro encontro do ano, ocorrido já ao despedir da tarde, como que para dar um cumprimento de boa noite.
Confesso que isso mexeu comigo. Em seguida o séquito de outros passarinhos – bem-te-vi, andorinhas, pardais e lavadeiras (havia outros, mas eu não entendo desse riscado!).
Para comemorar o reencontro, resolvi colocar para tocar um cd – ‘Nossos Grandes Seresteiros’ – vol. I, com 20 faixas e cantores variados, que me fizeram recuar no tempo, desde as minhas serenatas, onde cantava, entre outras, as canções que estão no cd: ‘Arranha Céu’ e ‘Vestido das Lágrimas’, criações do imortal Sílvio Caldas.
Mas, emoção mesma, foi quando escutamos a faixa 9 – ‘Só nós dois no salão (e esta valsa)’, da autoria de Lamartine Babo e interpretação do Rei da Voz, a exata melodia escolhida pela minha filha mais velha, Rosa Ligia, para servir como sua primeira valsa ao completar 15 anos (20 de janeiro de 1979) e que causou enorme impacto em papai que teve de ser atendido pelo Dr. Almir Onofre, médico e amigo que estava na festa.
Todos comentaram o inusitado da escolha daquela peça musical, pois o comum era a execução de famosas valsas vienenses.
Este fato, agora narrado, constitui uma grata coincidência, pois neste dia 20 de janeiro de 2012 Rosa está completando 48 anos, que serão comemorados, em família, aqui em Cotovelo, oportunidade em que, outra vez, dançaremos:
Só nos dois num salão e esta valsa
E uma orquestra de anjos divinos
Uns acordes de um toque de sinos
Nos finais desta valsa de amor.
Pelo chão
Umas pétalas de flor
Luz azul percorrendo o salão
Só nós dois
Mais ninguém
Mais ninguém
Só nós dois
A saudade virá depois.
(20/01/2012) - Dia de São Sebastião
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
CARTAS DE COTOVELO 05 (18/01/2012)
Carlos Roberto de Miranda Gomes, advogado e escritor
Depois de devidamente lidos/vistos e achados conformes as notícias dos jornais do dia e da TV, a danada da preguiça retorna o corpo velho cansado. Então aproveito o verso do vate pernambucano Ascenso Ferreira, que Wandyr me lembrou por e-mail:
Hora de comer – comer!
Hora de dormir – dormir!
Hora de vadiar – vadiar!
Hora de trabalhar? Pernas pro ar que ninguém é de ferro!
Consultei, então, dois livros de que hoje me abasteci – Do Sindicato ao Catete, do ex-Presidente João Café Filho, cujo primeiro volume comecei a ler e Ensaios de Filosofia Caseira, do estimado amigo Kerubino Procópio, também em início de leitura e pude constatar a importância da prosa livre ou memorialista, esta com suas contradições e influências.
O tema nos leva, necessariamente, às Actas Diurnas, (de Cascudinho – expressão que uso pelo carinho e nunca pela petulância).
O Mestre Maior das Letras Potiguares interrompe a prescrição do esquecimento, registrando fatos, lugares e relembrando pessoas que estariam no rol do olvido, gerando, no bom sentido, uma inveja de não ter vivido aqueles tempos referidos em suas crônicas.
Redação cândida, linguagem agradável, parágrafos curtos, nos enlevam no conhecer o emaranhado do Natal de Ontem.
Estamos numa fase de resgate da memória contemporânea, em todos os seus seguimentos, sem excluir os temas mais polêmicos como religião, futebol e política.
A sociedade reclama e cobra os depoimentos, as histórias e estórias de Manoel de Brito, Luizinho Bezerra e Aluízio Menezes, em suas respectivas atividades. Seria importante a interferência dos órgãos oficiais de cultura, como está para acontecer com um trabalho de João Alves sobre a passagem de aviadores importantes por Natal e o desvendar final da questão da passagem ou não de Exupèry pela nossa terrinha.
Serejo, Diógenes, Gosson, Jurandyr dêem uma catucada no assunto!
Eu já estou fazendo o meu dever de casa e muito breve o colocarei ao conhecimento de todos os meus leitores e amigos.
De coisas chatas já estamos cheios. Nada é melhor do que uma boa prosa “ad perpetuam memória”.
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
11 Anos de Folia Popular
Valorizando o Carnaval de Natal
Boletim da Folia Natalense
B a n d a A n t i g o s
Carnavais vai promover novamente em parceria com o Clube de Engenharia o
Ba i l e d o s An t i g o s Carnavais regatando uma tradição do carnaval de
clube em Natal. O baile será realizado no dia 04 de fevereiro, sábado, a partir das 15h. A proposta é trazer um grande número de foliões fantasiados e mascarados para marcar o reinado momesco de 2012 com um baile carnavalesco para lembrar as novas e antigas gerações como esse símbolo
do carnaval, fazia a alegria de milhares de pessoas em vários clubes da cidade.
Haverá uma premiação de kits para as 10 melhores fantasias carnavalescas. O
baile de máscaras vai se realizado nas dependências do Clube de Engenharia (Clube dos Radioamadores) na Av. Rodrigues Alves, 1004, Petropolis (vizinho a Cidade da Criança).
VENDAS ANTECIPADAS DIARIAMENTE NO BAR DO
CLUBE A PARTIR DAS 17 HORAS ATÉ 22 HS.
O BAILE É COM BANDA DE FREVO E O FOLIÃO DEVE
IR FANTASIADO CASO QUEIRA... HAVERÁ BRINDES
PARA OS FANTASIADOS PRESENTES COM MAIS
ORIGINALIDADE E CRIATIVIDADE.
HAVERÁ SORTEIOS DURANTE O I N T E R V A L O D A BANDA...
NÃO HAVERÁ VENDA DE MESA E A SENHA SERÁ INDIVIDUAL AO
PREÇO DE R$20,00.
AMBIENTE FAMILIAR...
CONVIDE SUA FAMILIA E TURMA DE AMIGOS,
VENHA SE DIVERTIR COM MUITA ALEGRIA!
Banda faz baile de 11 anos no dia 04 de fevereiro Circular 01/2012
Visite nosso site: http://antigoscarnavais.tripod.com
Contatos: Gutenberg (fone 9427 3363)
E-mail - antigoscarnavais@yahoo.com.br
O Movimento Antigos Carnavais surgiu em 2002, quando o escritor,
pesquisador e folclorista Gutenberg Costa organizou uma exposição
fotográfica a partir do material que ele vem coletando há duas décadas sobre a memória carnavalesca de Natal, desde o início do século XX até os dias atuais. E foi a partir do sucesso obtido com a mostra que o projeto incluiu a
realização de um baile carnavalesco à moda antiga.O primeiro baile foi promovido em 2003, com música de orquestra, repertório antigo,
decoração de época e espaço reservado à memória do carnaval da Banda.
Valorizando o Carnaval de Natal
Boletim da Folia Natalense
B a n d a A n t i g o s
Carnavais vai promover novamente em parceria com o Clube de Engenharia o
Ba i l e d o s An t i g o s Carnavais regatando uma tradição do carnaval de
clube em Natal. O baile será realizado no dia 04 de fevereiro, sábado, a partir das 15h. A proposta é trazer um grande número de foliões fantasiados e mascarados para marcar o reinado momesco de 2012 com um baile carnavalesco para lembrar as novas e antigas gerações como esse símbolo
do carnaval, fazia a alegria de milhares de pessoas em vários clubes da cidade.
Haverá uma premiação de kits para as 10 melhores fantasias carnavalescas. O
baile de máscaras vai se realizado nas dependências do Clube de Engenharia (Clube dos Radioamadores) na Av. Rodrigues Alves, 1004, Petropolis (vizinho a Cidade da Criança).
VENDAS ANTECIPADAS DIARIAMENTE NO BAR DO
CLUBE A PARTIR DAS 17 HORAS ATÉ 22 HS.
O BAILE É COM BANDA DE FREVO E O FOLIÃO DEVE
IR FANTASIADO CASO QUEIRA... HAVERÁ BRINDES
PARA OS FANTASIADOS PRESENTES COM MAIS
ORIGINALIDADE E CRIATIVIDADE.
HAVERÁ SORTEIOS DURANTE O I N T E R V A L O D A BANDA...
NÃO HAVERÁ VENDA DE MESA E A SENHA SERÁ INDIVIDUAL AO
PREÇO DE R$20,00.
AMBIENTE FAMILIAR...
CONVIDE SUA FAMILIA E TURMA DE AMIGOS,
VENHA SE DIVERTIR COM MUITA ALEGRIA!
Banda faz baile de 11 anos no dia 04 de fevereiro Circular 01/2012
Visite nosso site: http://antigoscarnavais.tripod.com
Contatos: Gutenberg (fone 9427 3363)
E-mail - antigoscarnavais@yahoo.com.br
O Movimento Antigos Carnavais surgiu em 2002, quando o escritor,
pesquisador e folclorista Gutenberg Costa organizou uma exposição
fotográfica a partir do material que ele vem coletando há duas décadas sobre a memória carnavalesca de Natal, desde o início do século XX até os dias atuais. E foi a partir do sucesso obtido com a mostra que o projeto incluiu a
realização de um baile carnavalesco à moda antiga.O primeiro baile foi promovido em 2003, com música de orquestra, repertório antigo,
decoração de época e espaço reservado à memória do carnaval da Banda.
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
OUTRAS CARTAS DE COTOVELO 04
CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES, advogado e escritor
Nesta segunda-feira, o dia foi mais preguiçoso que os demais. Talvez seja a calmaria destas paragens, propícia para prosear e meditar, sempre usando os auspícios inigualáveis da sagrada rede nordestina.
O que dizer para os meus leitores? Bem, na semana que passou recebi várias visitas importantes – Sávio Hackradt e Adriano Gomes, do “Calangotango”, com um cafezinho feito na hora e tapioca caseira. Os familiares – Leda e Itamires e Moacyr e Iris.
Papos ecléticos dos primeiros e, obviamente, não perderia a oportunidade de explorar os demais na lembrança de fatos e pessoas que em breve utilizarei em livros que estou escrevendo.
De Leda, com a ajuda de Itamires, relacionei os funcionários do Tribunal Regional Eleitoral do nosso tempo (entre 1962 e 1971), precisamente, quando ali prestei os meus serviços. Devemos ter esquecido alguém, mas faremos outras sessões de recordação do passado.
A visita de Moacyr foi entrecortada com algumas doses de whisky com água de coco e churrasco feito por Ernesto. Aproveitei para recordar fatos importantes de sua vida, os quais serão registrados no livro que estou a escrever “O menino do poema de concreto”, onde contarei a sua interessante vida de pau-de-arara e carioca, com alguns detalhes curiosos, como também narrarei lances da operação “Arena das Dunas”, do que resultou a lamentável demolição do nosso Machadão.
Foram instantes de revelação e resgate da memória de pessoas, como José Arnaud, médico Agripino (do Hospital dos Servidores do Estado no RJ), Julinho Nelson, tio Paulo Gomes, Armando e Aníbal Cavalcanti, Eudes Moura e seu irmão “Desenho”, Jair e Jurandyr Navarro entre outros mais.
Revelações da cidade do Natal do tempo da guerra e do seu pós-guerra, e também dos costumes de então.
A minha vida bucólica de praia não fica somente aí, pois tenho assistido filmes memoráveis como A Papisa Johanna – história de uma mulher que se tornou Papa, numa época em que nem se permitia que ela aprendesse a ler. O filme épico tomou por base um livro polêmico, cercado da dúvida entre a verdade escondida pelo Vaticano ou obra de ficção. A trama ocorre em 814 do tempo presente, na aldeia de Ingelheim, no tempo conhecido como Idade das Trevas. Reagindo a tudo isso Joana foge de sua aldeia, vai viver, como homem em um Mosteiro, aprende a ler e estuda medicina, chegando a tratar do próprio Papa. Evolui no seu ministério religioso e é escolhida Papa, com a curta duração de apenas dois anos. A trajetória da Papisa Joana foi conhecida até o século XVII, quando o Vaticano resolveu apagá-la da história da Igreja. Verdade ou ficção, trata-se de um verdadeiro romance em que aventura, sexo e poder cruzam-se com maldições, guerras e heresias.
Outro filme: Vá e Veja – tendo por cenário a Bielorússia, próxima à fronteira com a Polônia, em 1943, contando a história do adolescente Florya (Aleksei Kravchenko), que é separado de sua mãe e levado de sua aldeia por um grupo de guerrilheiros antinazistas. Florya encontra em seu caminho uma garota, Glasha (Olga Mironova), deixados para trás e testemunham o bombardeio de uma vila pelos alemães, do que resulta sua surdez. Com algum tempo passado decidem voltar para casa de Florya, mas encontram a aldeia abandonada e descobrem que a família do rapaz foi dizimada. Florya, perturbado mentalmente com os acontecimentos, vaga por pântanos e florestas, testemunhando as maiores atrocidades, até reencontrar o grupo de resistência, ao qual passa a identificar líderes nazistas que deverão ser executados.
Em seguida, o DVD marcante, com o título - Uma mulher contra Hitler, contando fatos vividos no âmbito de universitários no prelúdio da segunda guerra, em que narra a resistência de um grupo conhecido por “Rosa Branca”, refratário à filosofia nazista, na pessoa de Sophie Scholl, ativista presa, julgada e condenada à morte. No espaço entre a instrução processual e a farsa do seu julgamento a moça dá exemplos exuberantes de coragem e argumentos filosóficos contrários ao regime, impressionando um agente da Gestapo, ao mesmo tempo em que consegue proteger os demais membros do grupo.
Assisti, ainda, algo de Betty Davis, Mário Lança e alguns “bang bangs” sem futuro.
Também consegui devorar alguns livros – Cangaceiros do Nordeste, de Pedro Baptista, me deleiteitando com a linguagem da prosa, do que grifei algumas frases para uso oportuno em algum trabalho. Parabéns a Abimael do Selo Vermelho. No mesmo caminho li No Tempo de Lampião, algumas poucas narrativas de Leonardo Mota e glossário de anedotas, adágios e notas sobre a poesia e linguagem populares. Também apreciei a mais nova Revista do Tribunal de Contas do Estado, edição em homenagem à Câmara Cascudo, com depoimentos de Diógenes, Sanderson e Serejo.
Finalmente, reli as crônicas de “Cascudinho” nas “Actas Diurnas “ selecionadas por Franklin Jorge, de onde anotei algumas que despertaram a minha curiosidade, a destacar – os nomes antigos das ruas da cidade, sobre os sinos da Matriz e os significado dos seus toques, o galo da torre da Igreja de Santo Antonio, a Santa Cruz da Bica, a Redinha, os teatros em Natal, os médicos em Natal, a morte do Presidente Parrudo, ocorrido no Barro Vermelho e traços biográficos de pessoas ilustres ou interessantes da cidade. Bela edição do Ludovicus e o Novo Jornal, em seu segundo ano de existência.
No mais, a leitura das mensagens na internet, os e-mails dos amigos, com notícias atualizadas, a leitura dos blogs e dos jornais diários, que me chegam com facilidade.
Quarta-feira vou à Natal me abastecer de novas leituras, entre as quais o livro de Querubino Procópio, ansiosamente aguardado e o vetusto “Do Sindicato ao Catete”, escrito por Café Filho e que Wandyr Villar conseguiu para mim.
(16/01/2012)
CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES, advogado e escritor
Nesta segunda-feira, o dia foi mais preguiçoso que os demais. Talvez seja a calmaria destas paragens, propícia para prosear e meditar, sempre usando os auspícios inigualáveis da sagrada rede nordestina.
O que dizer para os meus leitores? Bem, na semana que passou recebi várias visitas importantes – Sávio Hackradt e Adriano Gomes, do “Calangotango”, com um cafezinho feito na hora e tapioca caseira. Os familiares – Leda e Itamires e Moacyr e Iris.
Papos ecléticos dos primeiros e, obviamente, não perderia a oportunidade de explorar os demais na lembrança de fatos e pessoas que em breve utilizarei em livros que estou escrevendo.
De Leda, com a ajuda de Itamires, relacionei os funcionários do Tribunal Regional Eleitoral do nosso tempo (entre 1962 e 1971), precisamente, quando ali prestei os meus serviços. Devemos ter esquecido alguém, mas faremos outras sessões de recordação do passado.
A visita de Moacyr foi entrecortada com algumas doses de whisky com água de coco e churrasco feito por Ernesto. Aproveitei para recordar fatos importantes de sua vida, os quais serão registrados no livro que estou a escrever “O menino do poema de concreto”, onde contarei a sua interessante vida de pau-de-arara e carioca, com alguns detalhes curiosos, como também narrarei lances da operação “Arena das Dunas”, do que resultou a lamentável demolição do nosso Machadão.
Foram instantes de revelação e resgate da memória de pessoas, como José Arnaud, médico Agripino (do Hospital dos Servidores do Estado no RJ), Julinho Nelson, tio Paulo Gomes, Armando e Aníbal Cavalcanti, Eudes Moura e seu irmão “Desenho”, Jair e Jurandyr Navarro entre outros mais.
Revelações da cidade do Natal do tempo da guerra e do seu pós-guerra, e também dos costumes de então.
A minha vida bucólica de praia não fica somente aí, pois tenho assistido filmes memoráveis como A Papisa Johanna – história de uma mulher que se tornou Papa, numa época em que nem se permitia que ela aprendesse a ler. O filme épico tomou por base um livro polêmico, cercado da dúvida entre a verdade escondida pelo Vaticano ou obra de ficção. A trama ocorre em 814 do tempo presente, na aldeia de Ingelheim, no tempo conhecido como Idade das Trevas. Reagindo a tudo isso Joana foge de sua aldeia, vai viver, como homem em um Mosteiro, aprende a ler e estuda medicina, chegando a tratar do próprio Papa. Evolui no seu ministério religioso e é escolhida Papa, com a curta duração de apenas dois anos. A trajetória da Papisa Joana foi conhecida até o século XVII, quando o Vaticano resolveu apagá-la da história da Igreja. Verdade ou ficção, trata-se de um verdadeiro romance em que aventura, sexo e poder cruzam-se com maldições, guerras e heresias.
Outro filme: Vá e Veja – tendo por cenário a Bielorússia, próxima à fronteira com a Polônia, em 1943, contando a história do adolescente Florya (Aleksei Kravchenko), que é separado de sua mãe e levado de sua aldeia por um grupo de guerrilheiros antinazistas. Florya encontra em seu caminho uma garota, Glasha (Olga Mironova), deixados para trás e testemunham o bombardeio de uma vila pelos alemães, do que resulta sua surdez. Com algum tempo passado decidem voltar para casa de Florya, mas encontram a aldeia abandonada e descobrem que a família do rapaz foi dizimada. Florya, perturbado mentalmente com os acontecimentos, vaga por pântanos e florestas, testemunhando as maiores atrocidades, até reencontrar o grupo de resistência, ao qual passa a identificar líderes nazistas que deverão ser executados.
Em seguida, o DVD marcante, com o título - Uma mulher contra Hitler, contando fatos vividos no âmbito de universitários no prelúdio da segunda guerra, em que narra a resistência de um grupo conhecido por “Rosa Branca”, refratário à filosofia nazista, na pessoa de Sophie Scholl, ativista presa, julgada e condenada à morte. No espaço entre a instrução processual e a farsa do seu julgamento a moça dá exemplos exuberantes de coragem e argumentos filosóficos contrários ao regime, impressionando um agente da Gestapo, ao mesmo tempo em que consegue proteger os demais membros do grupo.
Assisti, ainda, algo de Betty Davis, Mário Lança e alguns “bang bangs” sem futuro.
Também consegui devorar alguns livros – Cangaceiros do Nordeste, de Pedro Baptista, me deleiteitando com a linguagem da prosa, do que grifei algumas frases para uso oportuno em algum trabalho. Parabéns a Abimael do Selo Vermelho. No mesmo caminho li No Tempo de Lampião, algumas poucas narrativas de Leonardo Mota e glossário de anedotas, adágios e notas sobre a poesia e linguagem populares. Também apreciei a mais nova Revista do Tribunal de Contas do Estado, edição em homenagem à Câmara Cascudo, com depoimentos de Diógenes, Sanderson e Serejo.
Finalmente, reli as crônicas de “Cascudinho” nas “Actas Diurnas “ selecionadas por Franklin Jorge, de onde anotei algumas que despertaram a minha curiosidade, a destacar – os nomes antigos das ruas da cidade, sobre os sinos da Matriz e os significado dos seus toques, o galo da torre da Igreja de Santo Antonio, a Santa Cruz da Bica, a Redinha, os teatros em Natal, os médicos em Natal, a morte do Presidente Parrudo, ocorrido no Barro Vermelho e traços biográficos de pessoas ilustres ou interessantes da cidade. Bela edição do Ludovicus e o Novo Jornal, em seu segundo ano de existência.
No mais, a leitura das mensagens na internet, os e-mails dos amigos, com notícias atualizadas, a leitura dos blogs e dos jornais diários, que me chegam com facilidade.
Quarta-feira vou à Natal me abastecer de novas leituras, entre as quais o livro de Querubino Procópio, ansiosamente aguardado e o vetusto “Do Sindicato ao Catete”, escrito por Café Filho e que Wandyr Villar conseguiu para mim.
(16/01/2012)
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
domingo, 15 de janeiro de 2012
3 x 3 em poesias
DOCE LAMENTOLúcia Helena
Peço-te a primeira estrela que desponta
Nos cristais de luz do peito das auroras
Vestidas do sol que aponta
No horizonte incendiado de abóboras.
Espero-te numa tarde de primavera
Para ouvirmos o silêncio das florestas distantes
E contemplarmos aquela solitária palmeira
Embelezando caminhos verdejantes!
Enche meu céu com todas as aquarelas
Colorindo as minhas paisagens íntimas
Com tonalidades azuis, violetas e amarelas!
E ouve o doce lamento
Das minhas esperas tecidas de lágrimas
Caídas, liricamente, do meu desalento!
- o – o – o – o – o –
Ninguém nas ruas sob o gris estirado no espaço,
cedo só o vento trouxe a chuva, calou o que restava
de ruídos de fogos de artifício, volatizou encantos,
deprimiu o dia na sua forma humana,
brancos de repente encardidos de sol que não surgia.
A água vergastava telhas com fúria de chicotes,
fluía pelas velhas cicatrizes temporais do teto,
caindo na mesa sobre restos das comemorações
e de bêbedos parecendo ratos anestesiados.
Os antigos, ao contrário,e seus rotos guarda-chuvas,
têm roupas encharcadas, sapatos molhados,
ofegantes pela pressa na fuga do mau tempo,
ao contornar poças e buscar proteção sob marquises.
Esse hercúleo esforço para estar diante do altar
suplicantes por uma nova aurora radiosa.
Não ouço ninguém nas ruas, só o látego da chuva
e nos templos vozes antigas repetindo: Kyrie Eleison,
ruega por nosotros Senhora Del Mar.
- o – o – o – o – o –
RESPOSTA INFINITA DE ESPERANÇA
Ivam Pinheiro
A Esperança,
que alça e balança o ser.
Onde começa, quero saber?
Talvez...
No coração,
quando compasso passivo
de paixão.
Talvez...
Na mente
feito semente de outra era.
Tão coerentemente.
Como vontade,
crescente mente,
em atitudes recorrentes,
cheguem aos mortais viventes.
Quem sabe se...
No encontro abissal
dos mares do ser normal,
se encontre o rastro dela.
No procurar da viva
esperança, expectativa
de amor e luz em Distribuição Normal,
vejo o astral da possibilidade,
de quem aguarda felicidade.
Talvez num próximo dia,
na probabilidade da poesia,
a humanidade afronte a fome,
e se esqueçam do nome
tristeza: é zero no ato
E um a um – comer no prato.
Poeta, talvez essa seja a resposta?
Esperança que cresce...
Onde o infinito é o rebento do ser.
____________
* Poesia resultante de diálogo intertextual com
a poesia “ONDE” de Joaquim Alves.
- o – o – o – o – o -
Ontem você chegou em minha vida
me perfumando o corpo
me fazendo sentir em êxtase
quase no céu por está com você.
Hoje você passa por mim
me diz um oi, quase correndo
atropelando as palavras, com se tivesse
medo que eu lhe diga. Espera!
Hoje é seu dia... para você desejo
toda felicidade do mundo, que o Cristo
lhe dê os mais prazeres da vida.
Prazeres que não sejam passageiros. Amanhã?
será sempre um novo dia e que nesse novo dia
faça você sentir que o meu amor por você não é efêmero.
- o – o – o – o – o –
Maresia
Quando chegou
trazia o mar nos olhos
e nas mãos escamadas
a pescaria
Em suas palavras
vibravam
canto de sereias
e som de búzios
E um anúncio:
era próprio do nauta navegar
e tormentas expulsaram
de meu porto a paz
Ao partir
legou-me uma bússola no peito
e a alma recendendo
a maresia.
(Rizolete Fernandes - Canções de Abril p. 33)
- o – o – o – o – o -
PARTIDA
"a morte de um filho
"é uma gravidez às avessas
"volta pra dentro da gente
"para uma gestação eterna
"aninha-se aos poucos
"buscando um espaço
"por isso dói o corpo
"por isso, o cansaço
"E como numa gestação ao contrário
"a dor do parto é a da partida
"de volta ao corpo pra acolhida
"reviravolta na sua vida
"E já começa te chutando, tirando o sono
"mexendo os órgãos, lembrando o dono
"que está presente, te bagunçando o pensamento
"te vazando de lágrimas e disparando o coração,
"A morte de um filho é essa gravidez ao contrário
"mas com o tempo, vai desinchando
"até se transformar numa semente de amor
"e que nunca mais sairá de dentro de ti".
______________
(Bruno Gouveia, vocalista da banda Biquini Cavadão)
DOCE LAMENTOLúcia Helena
Peço-te a primeira estrela que desponta
Nos cristais de luz do peito das auroras
Vestidas do sol que aponta
No horizonte incendiado de abóboras.
Espero-te numa tarde de primavera
Para ouvirmos o silêncio das florestas distantes
E contemplarmos aquela solitária palmeira
Embelezando caminhos verdejantes!
Enche meu céu com todas as aquarelas
Colorindo as minhas paisagens íntimas
Com tonalidades azuis, violetas e amarelas!
E ouve o doce lamento
Das minhas esperas tecidas de lágrimas
Caídas, liricamente, do meu desalento!
- o – o – o – o – o –
Cinzas do Primeiro Dia
Ciro José Tavares
Ninguém nas ruas sob o gris estirado no espaço,
cedo só o vento trouxe a chuva, calou o que restava
de ruídos de fogos de artifício, volatizou encantos,
deprimiu o dia na sua forma humana,
brancos de repente encardidos de sol que não surgia.
A água vergastava telhas com fúria de chicotes,
fluía pelas velhas cicatrizes temporais do teto,
caindo na mesa sobre restos das comemorações
e de bêbedos parecendo ratos anestesiados.
Os antigos, ao contrário,e seus rotos guarda-chuvas,
têm roupas encharcadas, sapatos molhados,
ofegantes pela pressa na fuga do mau tempo,
ao contornar poças e buscar proteção sob marquises.
Esse hercúleo esforço para estar diante do altar
suplicantes por uma nova aurora radiosa.
Não ouço ninguém nas ruas, só o látego da chuva
e nos templos vozes antigas repetindo: Kyrie Eleison,
ruega por nosotros Senhora Del Mar.
- o – o – o – o – o –
RESPOSTA INFINITA DE ESPERANÇA
Ivam Pinheiro
A Esperança,
que alça e balança o ser.
Onde começa, quero saber?
Talvez...
No coração,
quando compasso passivo
de paixão.
Talvez...
Na mente
feito semente de outra era.
Tão coerentemente.
Como vontade,
crescente mente,
em atitudes recorrentes,
cheguem aos mortais viventes.
Quem sabe se...
No encontro abissal
dos mares do ser normal,
se encontre o rastro dela.
No procurar da viva
esperança, expectativa
de amor e luz em Distribuição Normal,
vejo o astral da possibilidade,
de quem aguarda felicidade.
Talvez num próximo dia,
na probabilidade da poesia,
a humanidade afronte a fome,
e se esqueçam do nome
tristeza: é zero no ato
E um a um – comer no prato.
Poeta, talvez essa seja a resposta?
Esperança que cresce...
Onde o infinito é o rebento do ser.
____________
* Poesia resultante de diálogo intertextual com
a poesia “ONDE” de Joaquim Alves.
- o – o – o – o – o -
FELIZ ANIVERSÁRIO
Geralda Efigênia Macedo
Ontem você chegou em minha vida
me perfumando o corpo
me fazendo sentir em êxtase
quase no céu por está com você.
Hoje você passa por mim
me diz um oi, quase correndo
atropelando as palavras, com se tivesse
medo que eu lhe diga. Espera!
Hoje é seu dia... para você desejo
toda felicidade do mundo, que o Cristo
lhe dê os mais prazeres da vida.
Prazeres que não sejam passageiros. Amanhã?
será sempre um novo dia e que nesse novo dia
faça você sentir que o meu amor por você não é efêmero.
- o – o – o – o – o –
Maresia
Quando chegou
trazia o mar nos olhos
e nas mãos escamadas
a pescaria
Em suas palavras
vibravam
canto de sereias
e som de búzios
E um anúncio:
era próprio do nauta navegar
e tormentas expulsaram
de meu porto a paz
Ao partir
legou-me uma bússola no peito
e a alma recendendo
a maresia.
(Rizolete Fernandes - Canções de Abril p. 33)
- o – o – o – o – o -
PARTIDA
"a morte de um filho
"é uma gravidez às avessas
"volta pra dentro da gente
"para uma gestação eterna
"aninha-se aos poucos
"buscando um espaço
"por isso dói o corpo
"por isso, o cansaço
"E como numa gestação ao contrário
"a dor do parto é a da partida
"de volta ao corpo pra acolhida
"reviravolta na sua vida
"E já começa te chutando, tirando o sono
"mexendo os órgãos, lembrando o dono
"que está presente, te bagunçando o pensamento
"te vazando de lágrimas e disparando o coração,
"A morte de um filho é essa gravidez ao contrário
"mas com o tempo, vai desinchando
"até se transformar numa semente de amor
"e que nunca mais sairá de dentro de ti".
______________
(Bruno Gouveia, vocalista da banda Biquini Cavadão)
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