sábado, 23 de janeiro de 2016



 
 
O MEDO
 
Após o falecimento do pai, o filho colocou a sua mãe num asilo, e a visitava de vez em quando.
Um dia, recebeu uma ligação do asilo, informando que ela estava morrendo. Saiu correndo para ver a mãe antes que ela falecesse. Perguntou-lhe:
- O que eu posso fazer por você, minha mãe?
Disse-lhe a mãe:
- Quero que você coloque ventiladores no asilo, porque aqui não tem. E quero que você compre geladeiras também, para que a comida não estrague. Muitas vezes dormi sem comer nada!
O filho lhe falou, surpreso:
- Mas só agora a senhora está me pedindo essas coisas! Quando está morrendo! Por que não me pediu antes?
A mãe lhe respondeu, triste:
- Eu me acostumei com a fome e o calor. Mas o que eu temo é que você não se acostume quando seus filhos o colocarem aqui, quando estiver velho!
 
 


Discursos sem fim
Geraldo Duarte*

Avesso à exteriorização da falsa intelectualidade e dos infindáveis discursos, saudoso mestre criticava os superegos.



Dizia-os sem freios e destruidores de qualquer exposição. No uso da fala, mostram esquecimento do existir de começo, meio e fim, como em tudo que ocorre na vida. Desembestam na intolerância e na ignorância. Sem rumo, indo e voltando. Do nada à coisa nenhuma. Em desafio as paciência, educação e compreensão dos ouvintes. Anestesiam ouvidos, causam leseira, sono e cochilos na plateia.



Ainda acrescia. Tais pessoas, inadvertidas e desprovidas de autocensura, tornam-se furtadoras do tempo alheio.



Afirmava apiedar-se das sofredoras vítimas submetidas a palavrórios rebuscados e termos exóticos e ocos. Asseverava parecer tratar-se de mal contagioso e, por sorte, atacar tão somente aos vaidosos e aos ditadores.



Citava Hitler, Mussolini, Stalin e um rosário interminável de mandatários seus imitadores.



Enfeixava aduzindo a mais longa alocução de posse presidencial americana: 8433 palavras de William Henry Harrison. E a mais breve: 133, de George Washington.



Parece inacreditável, porém verdadeiro. Na cidade de Perpignan, Sul da França, viveu o homem que conseguiu tagarelar, ininterruptamente, durante cinco dias e quatro horas.



O francês Lluis Colet, guia do Museu de Artes e Tradições Catalãs. Ingerindo alimentações rápidas conseguiu o recorde mundial de falação. Das 10 horas do dia 12 até as 14 do dia 17 de janeiro de 2009. Exatas cento e vinte e quatro horas de falatório. Os temas enfocaram a cultura Catalunha e o pintor surrealista Salvador Dali.
                                 
                                              *Geraldo Duarte é advogado, administrador e dicionarista.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016


ECOLOGIA E EIXO IDEOLÓGICO

Tomislav R. Femenick – Historiador e Mestre em economia.
 vinheta39
            Rios foram transformados em cloacas a céu aberto e em vertentes de agrotóxicos. Florestas são devastadas e viram campos desnudos de flora, onde os animais silvestres estão ausentes. Mares e oceanos são transformados em depósitos de lixo. Lagos que secam, pelo consumo descontrolado das águas que os alimentam. O ar que se respira em certas cidades está carregado de elementos danosos à saúde. Isso não é catastrofismo de ambientalista. Este é o cenário do planeta, neste século XXI. O canal do Manque no Rio de Janeiro; os rio Tietê e Pinheiros, em São Paulo; Beberibe e Capibaribe, no Recife; Pium e Potengi, em Natal, e o rio Apodi-Mossoró são alguns exemplo da mutação de cursos de água em esgotos. O Brasil é campeão mundial em desmatamento de florestas. A Baia da Guanabara recebe diariamente toneladas de excrementos e detritos domésticos e industriais, ali jogados irresponsavelmente.
No meado dos anos 1980, estive na região centro-ocidental do continente africano. É uma região extremamente seca e de altas temperaturas, onde o Lago Chade destoa pela sua grandeza. É a únicas fontes de água potável e tão importante que é ponto de encontro das fronteiras de quatro países: Chade, Camarão, Nigéria e Níger. Mas o lago está morrendo. Originalmente com cerca de 350 mil quilômetros quadrados, em 1963 tinha 25 mil e hoje tem apenas dois mil. Essa redução é ocasionada por uma enorme redução da quantidade de chuvas nas últimas décadas e o aumento da demanda de água para abastecimento da população e para irrigação. O mesmo problema atinge o Mar Morto, que já perdeu um terço da sua superfície, pelo desvio das águas do Rio Jordão, seu maior vertedouro de água – 60% por Israel, e o restante por represamentos da Síria e da Jordânia.
Em todo o mundo a urbanização da população e o desenvolvimento industrial vêm ocasionando um aumento crescente da emissão de poluentes atmosféricos. Cidades como São Paulo, Belo Horizonte e México são exemplos típicos desse fenômeno. Nelas o ar que se respira é um dos piores do mundo. Essa poluição atmosférica afeta a saúde de milhões de pessoas, transformando-as em vítimas de doenças respiratórias como a bronquite, rinite e asma.
Quando o governo dos EUA abandonou o acordo de Kyoto (que estabelecia prazo para reduzir as causas do aquecimento global), ativistas ambientais justamente se indignaram. Para uns tudo estava claro: os interesses do mundo capitalista eram causas e efeitos dos desastres ambientais. Essa posição norte-americana levou grande número de ambientalista a se posicionar ideologicamente, apontando o furor destrutivo do planeta como resultado da ganância capitalista. Será que é bem assim? Londres, quando foi o centro do mundo capitalista e capital do Império Britânico, era também o exemplo marcado da poluiação, com a putrefação do Tâmisa e o seu célebre fog, um nevoeiro espesso carregado de fuligem. Hoje, Londres e o capitalismo são outros. Tanto os governos dos países capitalistas como as grandes corporações mais conscientes, lutam contra o custo da depredação da natureza. Londres voltou a ser exemplo e hoje é referencia pela recuperação da pureza das águas do seu rio e pela quase ausência de poluição atmosférica.
O mundo socialista também teve seus pecados ambientais. Uma das maiores obras da finada União Soviética foi a construção do Canal Volga-Don, ligando o Rio Volga ao Rio Dom. O problema é que o governo soviético não levou em conta que o Mar Cáspio (o maior lago no mundo, chamado de mar por causa do seu tamanho) e o rio Volga compõem um mesmo sistema ecológico. Consequência: entre 1930 e 1978, o nível das águas do Mar Cáspio apresentou uma diminuição continuada, resultado da diminuição do fluxo de água vinda dos rios que ali têm sua foz, principalmente do Volga.
A China de Mao Tsé-tung tem direito a carro alegórico e destaque. Em 1958, o “grande timoneiro” lançou um projeto ambicioso: o “Grande Salto para a Frente”. Os camponeses foram obrigados a se agrupar em gigantescas comunas agrárias e até as aldeias tiveram que construir pequenos fornos siderúrgicos, para aproveitar restos de metal. A consequência foi a desorganização da economia chinesa, o que causou a morte, pela fome, de 20 a 40 milhões de chineses, até 1962. Estima-se que foi “a pior fome da história”, acompanhada de ondas de canibalismo e de campanhas de terror contra camponeses acusados de esconder comida. O “grande salto” provocou devastação de grandes áreas florestais, poluição em aldeias e vilas e contaminação dos rios.
Ambientalista de esquerda ou de direita é balela. Nas questões ecológicas, as posições políticas tradicionais perdem terreno e se transformam em projeções pessoais, desprovidas de bases e eixo cognitivos.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

SÁTIRA DESCABIDA (Carta 07/2016)


CARTAS DE COTOVELO 07/2016

CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES, veranista


               O veraneio, entre outras coisas, permite mais tempo para assistir a televisão e cuidar de coisas mais triviais, inclusive aguçar as habilidades manuais para pequenos consertos.

               A propósito disso, no último programa "Zorra Total", da Rede Globo, foi apresentado um quadro humorístico, em meu sentir, desrespeitoso para com a Igreja Católica quando, encenando uma eleição de um Papa, com os cardeais vestidos com suas vestes tradicionais para tão Magno Certame, centraliza o fato na fala do eleito o momento da escolha do seu nome para o pontificado, com a indicação de sucessivos nomes femininos? e sendo questionado pelos seus pares termina escolhendo nome "Beyoncé", cantora, compositora, atriz, dançarina, coreógrafa, arranjadora vocal, produtora, diretora de vídeo e empresária americana. Em sendo aceito o nome, segue-se o cometimento de trejeitos no que é seguido por todo o colégio cardinalício.

            Essa brincadeira, principalmente agora, com o surgimento de um Papa (Francisco), líder carismático, com características de evolucionista, conciliador e tolerante, representa uma crítica inoportuna para denegrir a reputação de sua Igreja.

            Mesmo reconhecendo a liberdade de expressão nos dias presentes e sem a pretensão de impor censura, entendo que a ética deve ser cultivada em todas as atividades públicas, com respeito vertical e horizontal a todas as crenças, pois os telespectadores não comungam desse exagero que agride as religiões de qualquer origem.

            Nos dias atuais sentimos a necessidade de cultuar a crença da união universal da temática religiosa, com a compreensão entre os povos, seja qual for a sua base, imune à intolerância e aos atos de terrorismo em nome de um "Deus" de ódio e rancor.

            



A LINGUAGEM DA MULHER SAPIENS*
[Por Antenor Laurentino Ramos]
"Dilmês, o idioma da mulher sapiens", é o livro que escreveu Celso Arnaldo Araújo. Não foi fora de tempo que esta obra chegou. Oportuna e valiosa, contribui muito para que compreendamos a importância de uma boa e adequada comunicação em língua portuguesa "este rude e doloroso idioma" de Bilac.
O pouco respeito e descuido que se tem com o nosso Português Culto, tão bem ilustrado no citado livro, é um alerta para todos nós, falantes desse código verbal de origem latina.
Nem tanto à terra nem tanto ao mar, diríamos nós. O uso abusivo da língua-padrão, no ato comunicativo, poderia nos levar, como sempre acontece, à uma linguagem preciosística, enquanto que a língua vulgar descambaria num linguajar chulo. Aquilo que se diz caracteriza bem aquilo que se é. É o nosso distintivo.
Em outras palavras, o nosso discurso expressa com propriedade, o conhecimento e o domínio do nosso falar. a língua é um fato social, novidade nenhuma, incorpora, quanto ao seu uso, todos os traços que nos são peculiares e nos diferencia na vida em sociedade. E é para isso que nos chama a atenção o Autor de o "Dilmês". O falar bem, com correção, coerência, clareza e sequência logica, implica um mínimo satisfatório de conhecimento de vários aspectos que constituem o nosso idioma. A pronúncia, a escrita, a estrutura da palavra, seu sentido, concordância, regência, tudo isso é o que, nas escolas, nos é dado a aprender. Para que sejamos cultos, faz-se necessário que tenhamos zelo e respeito por nossa língua. O bom uso de nosso idioma é uma coisa séria. Brincar com ele, repercute negativamente perante os outros; soa mal. É lamentável que nossa autoridade maior nos envergonhe com seus tropeços gramaticais. O que podemos esperar de uma nação que pretensiosamente se diz Pátria Educadora? Pátria Educadora significa aquela que educa e prepara, e isso mais parece uma piada. Tem ares marqueteiros, sugere uma lavagem cerebral. Não temos por que confiar em Dona Dilma Rousseff, quando se faz portadora de uma mensagem desastrada e anedótica para com seu povo. Sempre tem sido assim.
Não bastassem as redundâncias viciosas e as cacofonias de seu inestimável guru, Lula da Silva, e que mesmo assim orgulha-se de ter sido Presidente da República sem nunca ter lido um livro, estamos perdidos também num mundo de trapalhadas linguísticas provocado pela petulância insistente e bossal de uma governanta de um país, que, com inconsciência doentia e prazer mórbido de assassinar o Português, infelicita e envergonha o seu povo.
De parabéns o escritor Celso Arnaldo Araújo, autor preparado no assunto de que trata. Aborda, com conhecimento de causa, os problemas que resultam da mediocridade política, dos falsos representantes da nossa cultura. O povo brasileiro tem sido vitima constante desses pseudointelectuais. Uma gente como a nossa, que já teve em sua história, um Joaquim Nabuco e um Ruy Barbosa não pode merecer isso!
*Antenor Laurentino Ramos escreve nesta página aos sábados e terças-feiras.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

O NOSSO MAIS NOVO IMORTAL




Marcelo Navarro Ribeiro Dantas

É uma das pessoas mais interessantes desta nossa terra potiguar. Nascido em Natal no dia 20 de janeiro de 1963, exatamente um ano antes da minha primogênita Rosa Ligia, Ele é filho dos meus amigos Múcio Villar Ribeiro Dantas e Dona Cleide Navarro Ribeiro Dantas, de saudosas memórias. 
Seu pai o levava para a Procuradoria Geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas, onde eu também trabalhava e assim pude acompanhar aquele menino irrequieto, perspicaz, que gostava de ficar desenhando coisas e as pessoas que nos rodeavam. Com o tempo fui seu professor, em alguns momentos na UFRN e daí por diante as suas asas o levaram para outros horizontes: formou-se em direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) em 1985. Pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), tornou-se mestre em 1992 e doutor em 1999. 
É professor do curso de direito da UFRN desde 1993.
Quando ele inscreveu-se no concurso para professor da UFRN eu presidia a Comissão de Inscrição e fiquei impressionado com o seu currículo - uma folha e meia no tamanho A-4 com a relação dos seus concursos - todos aprovados em 1º lugar.
Novamente nossos caminhos se cruzavam e ainda mais quando eu Juiz do Tribunal Regional Eleitoral e ele Procurador junto ao mesmo TRE, oportunidade em que pude assistir os seus trabalhos e a sua conduta irrepreensível.
Na vida social sempre demonstrou gentileza e conhecimentos profundos do Direito, da história, dos costumes, da música e dos vinhos, tornando-se presença obrigatória nos ambientes mais distintos.
O destino o leva para outras plagas e nós acompanhamos a sua ascensão pelas informações dos amigos comuns.
Outra vez voltamos a nos encontrar, quando ingressamos na Academia de Letras Jurídicas do Rio Grande do Norte, nas cadeiras cujos Patronos são os nossos genitores.
Hoje, novamente a força do destino nos une na sua posse na Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, à qual também pertenço e fui honrosamente designado para colocar as suas vestes acadêmicas.
Marcelo honra nosso Estado ocupando uma cadeira no Superior Tribunal de Justiça, coroando uma carreira notável iniciada como promotor de justiça do Ministério Público do Rio Grande do Norte de 1986 a 1987, procurador do Serviço Social da Indústria do Rio Grande do Norte (SESI-RN) de 1987 a 1991 e procurador-geral da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte de 1989 a 1991, quando ingressou no Ministério Público Federal como procurador da República.
Em 2003, tornou-se juiz do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5) através do quinto constitucional.
Em 2015, foi escolhido pela presidente Dilma Rousseff para o cargo de ministro do Superior Tribunal de Justiça, a partir de lista tríplice elaborada pelos membros da própria corte, na qual seu nome foi o segundo mais votado. Sabatinado pelo Senado Federal, foi aprovado com 65 votos favoráveis, 2 contrários e uma abstenção, e tomou posse no dia 30 de setembro.
Obrigado Senhor, por nos conceder este homem de fibra, a quem damos os nossos mais efusivos PARABÉNS.  
Ribeiro Dantas
Ribeiro Dantas

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

ANRL




CARTAS DE COTOVELO 06/2016

CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES, veranista


A biblioteca da Comunidade

           Outra ação positiva deste veraneio, através da ação social conjunta do Projeto ATTITUDE SOCIAL e PROMOVEC - Associação dos Proprietários, Moradores e Veranistas da Praia de Cotovelo, é a criação de uma biblioteca para a Comunidade, a qual ficará à disposição de todos.

        A ideia tem condições simples de concretização porque existe um clima de cooperação que não era sentido em veraneios anteriores, pelo menos com a mesma intensidade. 

        Assim, nossa sugestão é que seja utilizado o veículo do nosso confrade Eugênio Rangel para percorrer as ruas da comunidade dando conta de que esperamos a doação de livros para a biblioteca proposta e, desde logo, marcando data para o recolhimento volante das obras, com a alternativa de serem os livros deixados em postos como no Posto Pium e na Master Segurança, parceiros na melhoria da qualidade de vida dos moradores do lugar.

            Por conseguinte, é fundamental que todos procurem entre as suas bibliotecas o que existe em duplicata ou que possa ser descartado para a formação de uma estrutura para a criação de novo espaço que permita fomentar o hábito da leitura, daí partindo para ações mais abrangentes.

          Estou selecionando exemplares de alguns livros que escrevi e outros do acervo disponível da minha biblioteca, na expectativa que a inauguração aconteça antes de terminar o veraneio. A propósito, a nossa praia tem o privilégio de contar entre os seus habitantes o grande escritor Murilo Melo Filho, da Academia Brasileira de Letras, autor de inúmeros livros que devem ter presença obrigatória em qualquer biblioteca que se preze.

            Temos notícia de que outro serviço está em estudo - a rádio comunitária. É uma excelente ideia que devemos também concretizar em breve.
            



         


JÂNIA SOUZA convida


Quinta Literária da Nobel
Quinta, 21 de janeiro às 19:00 em UTC-03
Livraria Nobel Salgado Filho em Natal (Rio Grande do Norte)

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016


CARTAS DE COTOVELO 05/2016

CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES, veranista


A solidariedade ainda existe

           O veraneio tem esse lado especial de permitir a renovação das forças físicas desgastadas pelo dia a dia desta vida atribulada, estressante da cidade grande.

           Ao chegarmos ao nosso paraíso praiano arrumamos a coisa para a jornada natural desse mês diferente, que até parece que estamos noutro planeta.

          Quer parecer que efetivamente estamos, pois os sentimentos ressurgem da sua hibernação e aflora numa coisa chamada solidariedade.

            Recentemente fui beneficiário desse benfazejo gesto, acentuado com o fato da minha disposição de lançar um livro em Cotovelo, em razão de ter partido daqui a inspiração para escrevê-lo e ter surrupiado a sua natureza e os nomes que dei aos personagens de "Amor de Verão". A ideia inicial era usar "Bar de Dona Helena", até porque dei seu nome à personagem principal do meu conto, mas com a sua enfermidade, fiquei um tanto preocupado com o que pudesse acontecer.

              Com o movimento de revitalização da PROMOVEC - Associação dos Proprietários, Moradores e Veranistas da Praia de Cotovelotomei conhecimento de uma programação de um bazar em benefício da organização ATTITUDE SOCIAL, que cuida de menores da comunidade, com a difusão de esporte e lazer, incluindo lições de cidadania preparando os jovens para enfrentar o futuro com dignidade e que seria na sede desta.

               Aproveitando a carona, resolvi lançar o meu livro na mesma oportunidade, revertendo a meda da renda obtida no lançamento com essa entidade social e mandei fazer os preparativos essenciais e um bufê para umas 100 pessoas.

                Apesar da longa experiência no ramo, pela primeira vez não fui diligente para a verificação antecipada do local e, de repente, sou surpreendido por um período chuvoso. Por sugestão do companheiro de veraneio Eugênio Rangel fui até o local e lá vi a impossibilidade de realizar o evento - o tatame fixo não permitiria o uso do galpão coberto - estávamos na antevéspera do evento. Procuro o dono da Pousada para alugar o seu local de eventos, mas não tive êxito pois ele informou que esperava vários clientes para uma festa no sábado. E agora José. Entrei em pânico, pois havia convidado muitos amigos e familiares.

         Eugênio me transmite palavras de otimismo e entra em contato com Nascimento e Roberta da Master, além do Professor Alex e então, num ato de integral de solidariedade resolveram ativar as obras da sede da PROMOVEC, atualmente em fase de colocação do piso, para que permitisse a realização evento ali. Tive sérias dúvidas, mas os amigos deram-se ao trabalho objetivo e terminaram o contrapiso, ordenaram providenciar uma limpeza de emergência, incluindo pintura, colocação de dois sanitários e iluminação provisória. Mandei fazer uma faixa com o nome PROMOVEC e fiquei à espera dos convidados. Para isso tive o trabalho e constantes deslocamentos do meu genro Ernesto Flôr que comprou tudo o que era indispensável para uma festa e Eugênio fazendo os convites no seu carro de som.

                     Precisamente às 16 horas estava  lá e já recebia os primeiros convidados - escritores Manoel Onofre Júnior e  Thiago Gonzaga, em seguida Rui Câmara e daí por diante a casa foi enchendo e o lançamento se transformou em festa realmente, amigos, colegas, familiares, os meninos do Projeto. Afinal a sede em reforma tomou um ar de vida o evento ultrapassou as 18h com a venda de cerca de 70 exemplares.

              Após feito o levantamento financeiro do evento, separei a metade do apurado e entreguei ao Dr. Carlos Dutra que o transferiu ao Professor Alex, representando uma razoável quantia capaz de atender as necessidades imediatas do Projeto, além da alegria da confraternização entre veranistas, moradores, convidados, visitantes e as crianças do ATTITUDE, que fizeram a exposição das suas medalhas conquistadas.

         Sucesso total, mercê da solidariedade de pessoas do bem, assim demonstrando o calor da união em prol de uma organização de caráter social.

                Ficamos todos felizes. Tudo deu bem e foi bom, em especial, a prova da importância de se saber que "a solidariedade ainda existe".

                    A propósito, li no jornal Tribuna do Norte, da mesma sexta-feira, um artigo assinado por Dom Heitor de Araújo Sales onde invoca a sapiência de Santo Tomás de Aquino (Suma Teológica), que fala muito bem da gratidão/obrigado, no qual proclama: "...depois do agradecimento a Deus, da piedade filial pela qual agradecemos a nossos pais, vem a gratidão, pela qual retribuímos as graças recebidas dos benfeitores. a gratidão é fundada num dever de honestidade e a fazemos espontaneamente."

                 "Assim, é tempo de agradecer a esses fiéis amigos e a todos os que compareceram, dando prestígio maior ao sucesso da festa!"

OBRIGADO.

                 

                 



        

domingo, 17 de janeiro de 2016

UM DIA DE SOL

NUM DIA DE SOL
OU NUMA NOITE DE ESTRELAS
O AMOR FLORESCE
A NATUREZA GOVERNA
A FELICIDADE CRESCE
NUMA DIMENSÃO ETERNA.

CURTA O SEU VERANEIO COM PAZ E ALEGRIA.