sábado, 24 de dezembro de 2011

Foto: Canindé Soares

O Natal de antigamente: velho e sempre novo

Leonardo Boff

Teólogo/ Filósofo

Venho de lá de trás, dos anos 40 do século passado, num tempo em que Papai Noel ainda não havia chegado de trenó. Nas nossas colônias italianas, alemães e polonesas, desbravadoras da região de Concórdia-SC, conhecida por ser a sede da Sadia e da Seara com seus excelentes produtos de carne, só se conhecia o Menino Jesus.
Eram tempos de fé ingênua e profunda que informava todos os detalhes da vida. Para nós crianças, o Natal era culminância do ano, preparado e ansiado. Finalmente vinha o Menino Jesus com sua mulinha (musseta em italino) para nos trazer presentes.
A região era de pinheirais a perder de vista e era fácil encontrar um belo pinheirinho. Este era enfeitado com os materiais rudimentares daquela região ainda em construção. Utilizavam-se papel colorido, celofã e pinturas que nós mesmos fazíamos na escola. A mãe fazia pão de mel com distintas figuras, humanas e de bichinhos, que eram dependuradas nos galhos do pinheirinho. No topo havia sempre uma estrela grande revestida de papéis vermelhos.
Em baixo, ao redor do pinheirinho, montávamos o presépio, feito de recortes de papel que vinham numa revista que meu pai, mestre-escola, assinava. Ai estava o Bom José, Maria, toda devota, os reis magos, os pastores, as ovelhinhas, o boi e o asno, alguns cachorros, os Anjos cantores que dependurávamos nos galhos de baixo. E naturalmente, no centro, o Menino Jesus, que, vendo-o quase nu, imaginávamos, tiritando de frio, e nos enchíamos de compaixão.
Vivíamos o tempo glorioso do mito. O mito traduz melhor a verdade que a pura e simples descrição histórica. Como falar de um Deus que se fez criança, do mistério do ser humano, de sua salvação, do bem e do mal senão contando histórias, projetando mitos que nos revelam o sentido profundo do eventos? Os relatos do nascimento de Jesus contidos nos evangelhos, contem elementos históricos, mas para enfatizar seu significado religioso, vem revestidos de linguagem mitológica e simbólica. Para nós crianças tudo isso eram verdades que assumíamos com entusiasmo.
Mesmo antes de se introduzir o décimo terceiro salário, os professores ganhavam um provento extra de Natal. Meu pai gastava todo este dinheiro para comprar presentes aos 11 filhos. E eram presentes que vinham de longe e todos instrutivos: baralho com os nomes dos principais músicos, dos pintores célebres cujos nomes custávamos de pronunciar e riamos de suas barbas ou de seu nariz ou de qualquer outra singularidade. Um presente fez fortuna: uma caixa com materiais para construir uma casa ou um castelo. Nós, os mais velhos, começamos a participar da modernidade: ganhávamos um gipe ou um carrinho que se moviam dando corda, ou um roda que girando lançava faíscas e outros semelhantes.
Para não haver brigas de baixo de cada presente vinha o nome do filho e da filha. E depois, começavam as negociações e as trocas. A prova infalível de que o Menino Jesus de fato passou lá em casa era o desaparecimento dos feiches de grama fresca. Corríamos para verificá-lo. E de fato, a musetta havia comido tudo.
Hoje vivemos os tempos da razão e da desmitologização. Mas isso vale somente para nós adultos. As crianças, mesmo com o Papa Noel e não mais com o Menino Jesus, vivem o mundo encantando do sonho. O bom velhinho traz presentes e dá bons conselhos. Como tenho barba branca, não há criança que passe por mim que não me chame de Papai Noel. Explico-lhes que sou apenas o irmão do Papai Noel que vem para observar se as crianças fazem tudo direitinho.
Depois conto tudo ao Papai Noel para ganharem um bom presente. Mesmo assim muitos duvidam. Se aproximam, apalpam minha barba e dizem: de fato o Sr. é o Papa Noel mesmo. Sou uma pessoa como qualquer outra, mas o mito me faz ser Papai Noel de verdade.
Se nós adultos, filhos da crítica e desmitologização, não conseguimos mais nos encantar, permitamos que nossos filhos e filhas se encantem e gozem o reino mágico da fantasia. Sua existência será repleta se sentido e de alegria.
O que queremos mais para o Natal senão esses dons preciosos que Jesus quis também trazer a este mundo?
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Leonardo Boff é autor de O Sol da Esperança: Natal, histórias, poesias e símbolos, Editora Mar de Idéias, Rio de Janeiro 2007.

CONTAGEM REGRESSIVA PARA O NATAL 2011-1

O Menino nasceu – comemoração.

O Menino sofreu – reflexão.
O Menino salvou a Humanidade – gratidão.
O Menino é nosso Deus, é nossa luz, é verdade e é vida. Louvemos!



Estimados Amigos,
Que todos tenham um Natal Feliz e um Ano Novo repleto de saúde, paz e sucesso.


Carlos Roberto de Miranda Gomes e Família

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

CONTAGEM REGRESSIVA PARA O NATAL 2011-2
A porta larga da investidura está sem trinco?
Carlos Roberto de Miranda Gomes*

Pelo noticiário dos dias presentes, em que a corrupção ganhou lugar de destaque, nos deixa a dúvida se o concurso público, de que cuida o art. 37, inciso II, da nossa Carta Magna, ainda representa a porta larga da investidura no serviço público.
Tal indagação decorre dos vários concursos anulados em todo o Brasil motivados pela inobservância de requisitos da lei e para cargos elevados dos três poderes, mercê da missão constitucional exercida com coragem e eficiência pelo Ministério Público.
Espera-se que suas atribuições não sejam reduzidas ou interpretadas nessa direção, como recentemente aconteceu com o Conselho Nacional de Justiça.
No pobre Rio Grande do Norte o tema já tomou proporções alarmantes, pois mais recentemente, cerca de dois concursos foram recomendados para suspensão, em decorrência de falta de idoneidade da empresa para conduzir concursos, no caso, a CONCSEL, que já responde 21 processos em decorrência da descoberta de vícios graves, notadamente face a um esquema criminoso com a venda de gabaritos e provas e alteração dos respectivos resultados, garantindo, assim, vagas a pessoas mal intencionadas.
A descoberta decorre da “Operação QI” deflagrada pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte, atitude que só merece aplauso.
Ah mundo velho aberto sem porteira, como dizia Pedro Raimundo, um popular acordeonista gaúcho de antigamente, pois o tempo não conseguiu corrigir as mazelas que datam de séculos passados.
A propósito, vendo o filme sobre a vida e a obra de Joahann Sebastian Bach, que viveu em Köthen entre 1685 a 1750, temos o exemplo do então Mestre da Capela da Corte de Leipzig, que resolve participar de um concurso para organista de São Jakobi, em Hamburgo, cujo desempenho ganhou a crítica favorável de todos os assistentes, inclusive do Alto Conselho da Igreja. Contudo, foi procurado, em nome deste para advertir que era costume somente proclamar o vencedor se este se dispusesse a pagar a importância de 4.000 marcos para os cofres da Igreja. Como recusou a cobrança, dias depois recebeu carta do Pastor Principal Neumeister comunicando que o novo organista em São Jakobi seria o Sr. Heidmann, que resgatou o cargo com o pagamento exigido.
Bach voltou ao seu lugar de origem, na condição de Mestre-capela da Corte até o fim dos seus dias.
Assim era no século dezoito, assim continua sendo no século vinte e um. E a porta larga da investidura para os cargos públicos está sem trinco?
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*Carlos Roberto de Miranda Gomes é escritor e advogado
Postado por Sávio Hackradt

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011


OBRIGADO SENHOR

Não bastasse terminar o ano com saúde e paz familiar, recebemos a dádiva de um neto ingressar no Curso de Direito (Lucas Antônio) e hoje, outra notícia radiosa, a aprovação para o Curso de Medicina da querida Renata Bezerra de Melo Onofre, filha dos nossos filhos de coração - Médicos Eduardo Jorge e Antonilda Onofre.
Rogamos, com toda a nossa fé, que os poderes do Divino Deus e do Seu filho O Redentor, ainda nos darão no findar do ano a Graça Maior do restabelecimento da saúde do nosso querido Thiago, com quem, no ano passado, comemoramos a sua vitória no vestibular de Direito da UFRN. 
Graças Vos damos por fazerem concretos os sonhos dos pais e avós, proporcionando a continuidade da vida, com os anseios por dias melhores.
PARABÉNS aos dois pela vitória atual, prenúncio de muitas outras que ainda virão e a ESPERANÇA de Boas Novas no raiar do Ano Novo para alegrar os corações já cansados de Carlos Gomes e Therezinha

EM SINGELA SOLENIDADE NO PALÁCIO DA CULTURA, FOI LANÇADA ONTEM, SOB A COORDENAÇÃO DA SECRETÁRIA ISAURA ROSADO E PRESENÇA  DO PRESIDENTE DO IHG/RN EM EXERCÍCIO, DR. JURANDYR NAVARRO, A REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RN, ORGANIZADA POR ENÉLIO LIMA PETROVICH, EDITADO PELA GRÁFICA MANIBU DA FUNDAÇÃO JOSÉ AUGUSTO.

A REVISTA É UMA EDIÇÃO COMEMORATIVA DO CENTENÁRIO DO INSTITUTO (1902 A 2002).
A OBRA É TAMBÉM UMA HOMENAGEM AO PRESIDENTE ENÉLIO LIMA PETROVICH, QUE SE ACHA HOSPITALIZADO.
CONTAGEM REGRESSIVA PARA O NATAL 2011-3

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011



CONTAGEM REGRESSIVA PARA O NATAL 2011-4

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

CONTAGEM REGRESSIVA PARA O NATAL 2011-5

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

DO FATO AO ATO
PARA ENTENDER O CASO

Isensibilidade estúpida da FJA com Deífilo Gurgel
Por Sergio Villar

A insensibilidade da Fundação Zé Gugu para com a figura de Deífilo
Gurgel beirou a sacanagem. E medi bem o peso da palavra antes de
escrevê-la. Se não é uma sacanagem completa e embrulhada pra presente,
é porque a Fundação ainda patrocinou o livro do Romanceiro Potiguar,
do mestre. Mas vejam: uma pesquisa de décadas; a mais aprofundada no
assunto no Brasil e, quiçá, no mundo. Um trabalho difícil e extenuante
para um idoso de 85 anos já com dificuldades até de terminar a
dedicatória da obra, que o próprio Deífilo reporta como a mais
importante de sua trajetória.
Este livro, senhores, seria lançado com pompa e merecimento. A ideia
seria fechar, por poucas horas, a rua onde Deífilo mora, ali em Tirol.
Rua de pouco movimento. Isso para apresentação de brincantes, do
Fandango e Chegança de Canguaretama, de grupos de São Gonçalo e da
presença das filhas e netas de Dona Militana. Seria um verdadeiro
sonho para o mestre assistir da calçada de sua casa tudo isso. Muito
mais do que um lançamento, seria uma homenagem merecidíssima. Talvez a
mais bonita recebida por ele.
Mas eis que a insensibilidade estúpida aterrissa pela FJA. E colocaram
a solenidade de lançamento do livro de Deífilo junto ao lançamento da
Revista Preá, da mostra de fotografia do Agosto da Alegria e do
lançamento de um livro do Instituto Histórico e Geográfico. Tudo
junto, na Pinacoteca, próximo dia 21. Boa sorte a quem for. Tal qual o
próprio Deífilo, eu não vou. Não compactuo com esse tipo de
despretígio. Soube que Deífilo está mergulhado em decepção e disse
sequer ter força para qualquer reação ao que fizeram com ele.
(in DN-Muito,17.12.2011)

NOTA DE ESCLARECIMENTO

A Assessoria de Comunicação da Secultrn/FJA sente-se na obrigação de repudiar veementemente o texto assinado pelo jornalista e blogueiro Sérgio Vilar, publicado em seu blog “Diário do Tempo” no dia 16, às 18h18, e intitulado “Isensibilidade [sic] estúpida da FJA com Deífilo Gurgel”. (E replicado em outros sítios eletrônicos).
Na intenção de supostamente defender a importância do folclorista no cenário das artes e cultura popular, o jornalista ataca desrespeitosamente uma instituição pública usando termos de baixo calão.
A defesa de uma figura intelectual e humana como Deífilo Gurgel é, obviamente, elogiável e inquestionável. Mas ao utilizar, como contrapartida para essa defesa, o ataque infundado, irresponsável e de baixo nível, o jornalista distorce a realidade dos fatos, falta com a verdade e atenta contra a dignidade do exercício profissional ao não apenas deixar de ouvir os dois lados da notícia, como também ao não ouvir nenhum deles, sem citar fontes, em texto pautado – pelo que se apreende de sua leitura – pelo “ouvi dizer” e pela polêmica gratuita.
O prejuízo final é sempre do leitor, a quem a Secultrn/FJA sente-se na obrigação de informar corretamente os fatos:
– Além de já ter apoiado outras obras do autor e antecipado a publicação de “Romanceiro Potiguar” – que aguardava, sem previsão, um convênio com o Senado Federal – patrocinando sua impressão, a ideia de lançar ainda este ano o livro com “pompa e merecimento” partiu da própria secretária extraordinária de Cultura Isaura Rosado, que foi à casa do Mestre Deífilo Gurgel levando a proposta.
– A ideia inicial era fazer uma grande festa e tornar o lançamento um acontecimento na cidade, com a alegria e as cores de brincantes, fandangos e cheganças desfilando diante da residência do mestre e homenageando devidamente o grande folclorista. Porém, essa ideia foi inviabilizada por motivos expressados pela própria família.
– Chegou-se a data do dia 21 de dezembro porque coincidiria com a chegada de uma filha dele à cidade, exigência da própria família.
– Novamente atendendo a pedido da família o lançamento do “Romanceiro Potiguar” fica adiado, até definição da próxima data pelos familiares.
– A Secultrn/FJA se dispõe a lançar a obra com toda a deferência e prestígio que Deífilo Gurgel sempre merece. Disposição que, aliás, sempre permeou o respeito, apoio e reconhecimento com o mestre.
A Secultrn/FJA encerra o assunto, desejando maior e melhor apuração dos fatos por parte de quem cobre jornalisticamente a Cultura do estado, e exige, da mesma forma de quem “não compactua com desprestígios”, não ser desprestigiada simplesmente por um raciocínio duvidoso através do qual toda e qualquer acusação aos órgãos públicos adquire automaticamente ares de verdade, ao mesmo tempo em que reforça sua total disponibilidade aos profissionais que buscam informações sobre o nosso trabalho diário.

Assessoria de Comunicação da Secultrn/FJA


NOTA DE REPÚDIO

A União Brasileira de Escritores – UBE/RN vem, através desta Nota, repudiar o comportamento ;antidemocrático da senhora Secretária de Cultura ISAURA ROSADO em relação ao Escritor Deífilo Gurgel, decano da entidade, merecedor de todas as homenagens.
Por sua vez, dois meses antes da realização do IV Encontro Potiguar de Escritores (de 24 a 26 de outubro passado), essa presidência, mediante ofício, solicitou uma audiência, para tratar de relevantes questões, bem como convidá-la para participar da mesa Propostas dos Gestores Públicos para a Cultura Potiguar. Não concedeu a audiência e nem compareceu ao debate (apesar do seu chefe de gabinete, senhor Nelson ter confirmado sua presença).
]No dia aprazado, após ligar para a FJA, fui informado que a mesma
estava viajando e que viria um funcionário tapa-buraco com a
finalidade de suprir a sua ausência).
A UBE que foi fundada em 14 de agosto de 1959, tendo inclusive entre os seus fundadores o seu tio Vingt-un Rosado, DÁ E EXIGE RESPEITO. O Escritor Deífilo Gurgel, a essa altura da vida, não merecia passar por mais um vexame.

Natal/RN, 18 de Dezembro de 2011
EDUARDO ANTONIO GOSSON
Presidente da UBE/RN

domingo, 18 de dezembro de 2011

Escolhi os DOMINGOS para neste blog registrar sempre uma página de poesia. Mas poesia não é só o verso metrificado, rimado, romântico ou tirânico que embelezam ou enfeiam a vida. Poesia é também expressar sentimentos maiores, verdadeiros e dignificantes. É dizer o sentir mais profundo da alma humana.
Pois bem, recebi um e-mail de um amigo - Wellington Leiros, da Academia Macaibense de Letras e me emocionei com o discurso de um jovem acadêmico de Direito, orador de uma turma concluinte da UFSC, Rodrigo Alcântara Zimmerman, que disse tudo aquilo que o meu desejo deveria dizer, mas minha oportunidade acadêmica já perdeu a chance. Que fique para a meditação dos novos bacharéis para ainda salvar este país da corrupção e da tirania. Considero a sua fala um poema em defesa do amor ao próximo e à verdade.