sábado, 26 de outubro de 2013
sexta-feira, 25 de outubro de 2013
ARTIGO ESPECIAL 81 ANOS DA OAB/RN:
ECOS DA OAB NO EXILIO
MARCOS GUERRA – Vice Presidente
22/10/2013
Durante os “anos de chumbo” poucas instituições se
destacaram no Brasil graças à destemida atuação de alguns de seus membros, e em
particular de alguns de seus dirigentes. Dentre estas, pelo que pudemos
acompanhar no exterior, destacam-se nitidamente a OAB, a CNBB e a ABI.
Apesar da natural diversidade de opiniões de seus
integrantes, e convivendo até mesmo com algumas divisões internas, passado um
período inicial hesitante ou adesista, as entidades assinaladas souberam
preservar durante a maior parte do período sua fidelidade aos princípios que
nortearam sua criação, principalmente a partir do endurecimento do AI-5 e da
convicção que os governantes da hora pretendiam se eternizar no poder. Saíram
reforçadas, porque lutaram diretamente contra os desvios de um poder
arbitrário, e na maioria dos casos apoiaram as lutas em favor das liberdades,
da dignidade, dos direitos humanos, e da democracia.
Desejamos destacar alguns dos ecos do exílio
político, durante o período em que de longe podíamos atuar numa frente
secundária para combater a ditadura civil e militar, e contribuir para
denunciar as práticas que os governantes de então, e seus aliados, tentavam
encobrir.
Através de mecanismos que se tornam pouco a pouco
conhecidos, grupos organizados de exilados, podíamos lá fora não somente
acolher algumas das vitimas dos porões da ditadura como também repercutir nas
mais diversas instancias o que sabíamos. Atos e fatos que aqui se tentava
esconder da maioria da população brasileira. Por isto alguns de nós chegamos a
ser perseguidos pela famosa Operação Condor, tivemos passaportes confiscados,
nomes vetados para ocupar funções em órgãos especializados da ONU, perseguições
por agentes da repressão ocupando funções diplomáticas, e outras peripécias.
Por ocasião de mais um aniversário da OAB desejamos
ressaltar os ecos que recebíamos sobre sua ação, ecos que procurávamos
multiplicar e repercutir. Contribuímos para repercutir denuncias de violências
que atingiram diretamente as três instituições, ou seus integrantes mais
destacados, mobilizando apoio e solidariedade de setores representativos nos
países onde atuávamos, de forma a isolar cada vez mais os que tentavam mascarar
a ditadura.
Destaque-se a franca oposição da OAB à Lei de
Segurança Nacional, e à violação das prerrogativas dos Advogados na defesa de presos
políticos, posição clara desde junho de 1964 quando o Conselho Federal decidiu
que os advogados cujos direitos políticos foram suspensos não estavam impedidos
de exercer sua profissão. Em resposta, métodos espúrios e covardes, bombas como
a que destruiu um andar da sede da ABI (Agosto de 1976), a que vitimou na sede
da OAB (Agosto de 1980) a funcionaria Lyda Monteiro da Silva, destinada ao seu
Presidente SEABRA Fagundes. Para a Igreja Católica, destacam-se perseguição
direta ou a auxiliares de Bispos como Dom Helder Camara, Dom Paulo Evaristo
Arns, Dom Pedro Casaldaliga e Dom Valdir Calheiros, entre tantos outros.
Dentre tantos outros, um resultado exemplar. Não
conseguiram impedir articulação vitoriosa, altamente confidencial, entre
Advogados e Igrejas, incluindo em Genebra o Conselho Ecumênico das Igrejas, que
ajudou a catalogar e conservar extensa documentação recolhida por Advogados
brasileiros. Documentos que percorreram caminhos na época indizíveis e com
parceiros rigorosamente selecionados. Investigação perigosa e laboriosa, hoje
no livro BRASIL – NUNCA MAIS, que recolheu testemunhos em 700 processos nos
Tribunais, relatando torturas e maus tratos, denunciando torturadores mais
conhecidos, ainda hoje impunes.
quarta-feira, 23 de outubro de 2013
FEIJOADA BENEFICENTE DA ACLA-ACADEMIA
CEARAMIRINENSE DE LETRAS E ARTES.
NO PRÓXIMO DOMINGO, DIA 27 DE OUTUBRO DE 2013, A
ACLA-ACADEMIA CEARAMIRINENSE DE LETRAS E ARTES ESTARÁ REALIZANDO UMA FEIJOADA
BENEFICENTE, NO CLUBE DA UNISESP DE CEARÁ-MIRIM/RN-BRASIL, A PARTIR DAS 12
HORAS. HAVERÁ SORTEIOS DE BRINDES E SHOWS COM ARTISTAS DA TERRA.
IMPERDÍVEL!
terça-feira, 22 de outubro de 2013
OAB DO RIO GRANDE DO NORTE COMPLETA 81 ANOS
Com particular orgulho registramos na data de hoje, a passagem do 81º aniversário da Ordem dos advogados do Brasil, Seção do Estado do Rio Grande do Norte.
A data histórica foi registrada no matutino Tribuna do Norte, através de artigo do Membro Honorário Vitalício Adilson Gurgel de Castro.
Nossa história começa no dia 05 de março de 1932, logo após uma reunião do Instituto dos Advogados deste Estado, que funcionava no Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, sob a presidência do eminente jurista Hemetério Fernandes Raposo de Melo e contado com a presença dos advogados Francisco Ivo Cavalcanti, Paulo Pinheiro de Viveiros, Manoel Varela de Albuquerque, Francisco Bruno Pereira e Manoel Xavier da Cunha Montenegro, que compuseram a primeira diretoria provisória da nova Entidade, com a missão de convocar todos os advogados do Estado para a oficialização da Corporação dos Advogados.
Arregimentados os causídicos, realiza-se o primeiro pleito para a escolha dos seus conseolheiros, sendo o mais votado o Doutor Hemetério que, certamente, seria o seu primeiro Presidente.
Reconhecida pelo Conselho Federal, a OAB/RN teve aprazada a sua oficialização para o dia 22 de outubro de 1932 quando seriam empossados os seus conselheiros e escolhida a Primeira Diretoria. O destino, contudo, foi implacável para com o Doutor Hemetério, falecido no dia 30 de agosto, por conseguinte, antes de ser empossado, razão pela qual o Primeiro Presidente eleito foi o Doutor Francisco Ivo Cavalcanti.
Daí em diante trilhamos uma estrada de grandes feitos e conquistas democráticas, firmando-se em definitivo como uma Instituição indispensável à consecução da Justiça e defensora intransigente da Democracia.
Tive a oportunidade de escrever em 2008 um livro "Traços e Perfis da OAB/RN" onde relato toda a trajetória de lutas, vitórias e percalços da nossa Casa dos Direitos Humanos.
Coincidentemente, nesse mesmo ano, nasceu na cidade de Macaíba Hélio Xavier de Vasconcelos, que foi chamado pelo criador para sua morada final e que hoje, precisamente, é reverenciado com a Missa de 7º Dia a ser celebrada na sede da Entidade da qual foi Presidente e grande baluarte.
PARABÉNS AOS ADVOGADOS DO RIO GRANDE DO NORTE.
Cientec deve reunir mais de
100 mil pessoas até sexta
(COMEÇA HOJE)
Publicação: TN 22 de Outubro de 2013 às 00:00
Sara Vasconcelos - repórter
Experimentos científicos, debates, congressos, atividades esportivas, shows, produção cultural e das ciências terão um mesmo endereço nos próximos cinco dias. De hoje até a próxima sexta-feira, dia 25, o campus da UFRN sedia a 19ª edição da Semana de Ciência, Tecnologia e Cultura (Cientec) e oferece um menu variado de atividades de extensão que deve somar um público diversificado. A estimativa da organização é de mais de 100 mil pessoas circulando durante a Cientec.
Magnus Nascimento
A abertura está agendada para às 8h30 no auditório da reitoria, onde em seguida será realizada a conferencia de abertura “Educação, Esporte e Desenvolvimento Social”, ministrada pela Professora Maria Eliete Santiago (UFPE).
Com investimento de cerca de R$ 700 mil, equivalente ao do ano passado, a área instalada cresceu graças a parceria com Governo, Prefeitura de Natal e da tradicional Feira de Livros e Quadrinhos de Natal (FLiQ), que há quatro anos faz parte da programação e, com ela, a expectativa de público.
“A Cientec este ano ocupa 98% de toda a área de evento do campus central e deveremos ultrapassar os 100 mil pessoas”, afirmou a coordenadora geral da Cientec 2013, Rita Luzia Souza dos Santos, sem especificar a área ocupada.
Na manhã de ontem, os pavilhões, onde será montada a Feira, ainda recebiam os últimos retoques e não havia estandes montados. A previsão da organização é que todo material a ser exposto esteja pronto até a manhã de hoje. A Feira da Cientec tem previsão para iniciar a partir do meio-dia e estará disposto em 8 pavilhões.
A Cientec é dividida em três eventos, integrando as atividades de ensino, pesquisa e extensão em vários níveis de educação.
Com participação de todas as escolas do Município- em mais de 80 estandes -, e parte da rede estadual e da rede privada de ensino, o evento contará com pesquisadores desde as séries iniciais até estudantes de graduação e pós, além de professores da UFRN e de outras quatro universidades. Os painéis reúnem 1.300 banners e mais de 500 trabalhos nos estandes.
A interação em vários níveis de ensino é uma característica importante, avalia a coordenadora geral Rita Luzia Souza Santos, para a construção de um cultura de ciência e pesquisa desde o s primeiros anos.
“É um desafio e uma satisfação, uma vez que teremos pesquisadores desde a pré-escola e estaremos fomentando a iniciação científica”, analisou Rita Luzia. Com a Cientec, a UFRN cumpre um papel de grande importância, acrescenta a a pró-reitora de extensão da UFRN, Conceição Fraga, de integrar a universidade à sociedade em seu maior projeto de extensão. “Nossa maior missão é a de estreitar essa relação e trazer o conhecimento científico para o cotidiano da cidade”, complementou Conceição Fraga.
Além das Secretarias de Educação do Estado e de Natal, outras instituições como a Barreira do Inferno, Sebrae e Corpo de Bombeiros também trazem para a Feira da Cientec as produções e serviços. Na Reunião Acadêmico-Científica são realizados eventos Congressos, Seminários, Oficinas, Cursos e exposição de Banners. Ao todo serão quase 200 ações entre palestras, minicursos e mesas-redondas. As discussões giram desde redes sociais, genética e geotecnologia a projetos de leitura e neurociência, revisando clássicos da literatura infantil, como a obra Chapeuzinho Vermelho - em quatro versões.
A organização conta com cerca de 200 estandes que abrigarão 1200 banners, 71 oficinas e minicursos, 55 palestras e mesas-redondas, além de exposições e outros 300 trabalhos envolvendo estudantes da UFRN e outras instituições. No ano passado, cerca de 100 mil pessoas compareceram à Praça Cívica durante a semana da Cientec.
Acesso e segurança
Os acessos ao setor do anfiteatro e Deart serão modificados, a partir de hoje, a passagem de veículos e do ônibus circular pelas imediações será alterada. Desvios serão montados próximo a Escola de Música, de forma que não entrem no local do evento. A Reitoria também reservou para os ônibus escolares um espaço entre os setores de aula I e II e no entorno da reitoria. Somente para transporte de alunos da rede municipal é esperado 300 ônibus. “Há algumas dificuldades nesse sentido, mas estamos orientando para evitar congestionamento e demais problemas”, afirma. A segurança do evento será feita por 50 seguranças da guarda da UFRN e reforçada com o apoio da Polícia Militar durante os eventos noturnos.
Experimentos científicos, debates, congressos, atividades esportivas, shows, produção cultural e das ciências terão um mesmo endereço nos próximos cinco dias. De hoje até a próxima sexta-feira, dia 25, o campus da UFRN sedia a 19ª edição da Semana de Ciência, Tecnologia e Cultura (Cientec) e oferece um menu variado de atividades de extensão que deve somar um público diversificado. A estimativa da organização é de mais de 100 mil pessoas circulando durante a Cientec.
Magnus Nascimento
Cientec deste ano ocupa 98 por cento de toda a área de eventos
do campus central da UFRN, em Lagoa Nova
do campus central da UFRN, em Lagoa Nova
saiba mais
Com investimento de cerca de R$ 700 mil, equivalente ao do ano passado, a área instalada cresceu graças a parceria com Governo, Prefeitura de Natal e da tradicional Feira de Livros e Quadrinhos de Natal (FLiQ), que há quatro anos faz parte da programação e, com ela, a expectativa de público.
“A Cientec este ano ocupa 98% de toda a área de evento do campus central e deveremos ultrapassar os 100 mil pessoas”, afirmou a coordenadora geral da Cientec 2013, Rita Luzia Souza dos Santos, sem especificar a área ocupada.
Na manhã de ontem, os pavilhões, onde será montada a Feira, ainda recebiam os últimos retoques e não havia estandes montados. A previsão da organização é que todo material a ser exposto esteja pronto até a manhã de hoje. A Feira da Cientec tem previsão para iniciar a partir do meio-dia e estará disposto em 8 pavilhões.
A Cientec é dividida em três eventos, integrando as atividades de ensino, pesquisa e extensão em vários níveis de educação.
Com participação de todas as escolas do Município- em mais de 80 estandes -, e parte da rede estadual e da rede privada de ensino, o evento contará com pesquisadores desde as séries iniciais até estudantes de graduação e pós, além de professores da UFRN e de outras quatro universidades. Os painéis reúnem 1.300 banners e mais de 500 trabalhos nos estandes.
A interação em vários níveis de ensino é uma característica importante, avalia a coordenadora geral Rita Luzia Souza Santos, para a construção de um cultura de ciência e pesquisa desde o s primeiros anos.
“É um desafio e uma satisfação, uma vez que teremos pesquisadores desde a pré-escola e estaremos fomentando a iniciação científica”, analisou Rita Luzia. Com a Cientec, a UFRN cumpre um papel de grande importância, acrescenta a a pró-reitora de extensão da UFRN, Conceição Fraga, de integrar a universidade à sociedade em seu maior projeto de extensão. “Nossa maior missão é a de estreitar essa relação e trazer o conhecimento científico para o cotidiano da cidade”, complementou Conceição Fraga.
Além das Secretarias de Educação do Estado e de Natal, outras instituições como a Barreira do Inferno, Sebrae e Corpo de Bombeiros também trazem para a Feira da Cientec as produções e serviços. Na Reunião Acadêmico-Científica são realizados eventos Congressos, Seminários, Oficinas, Cursos e exposição de Banners. Ao todo serão quase 200 ações entre palestras, minicursos e mesas-redondas. As discussões giram desde redes sociais, genética e geotecnologia a projetos de leitura e neurociência, revisando clássicos da literatura infantil, como a obra Chapeuzinho Vermelho - em quatro versões.
A organização conta com cerca de 200 estandes que abrigarão 1200 banners, 71 oficinas e minicursos, 55 palestras e mesas-redondas, além de exposições e outros 300 trabalhos envolvendo estudantes da UFRN e outras instituições. No ano passado, cerca de 100 mil pessoas compareceram à Praça Cívica durante a semana da Cientec.
Acesso e segurança
Os acessos ao setor do anfiteatro e Deart serão modificados, a partir de hoje, a passagem de veículos e do ônibus circular pelas imediações será alterada. Desvios serão montados próximo a Escola de Música, de forma que não entrem no local do evento. A Reitoria também reservou para os ônibus escolares um espaço entre os setores de aula I e II e no entorno da reitoria. Somente para transporte de alunos da rede municipal é esperado 300 ônibus. “Há algumas dificuldades nesse sentido, mas estamos orientando para evitar congestionamento e demais problemas”, afirma. A segurança do evento será feita por 50 seguranças da guarda da UFRN e reforçada com o apoio da Polícia Militar durante os eventos noturnos.
segunda-feira, 21 de outubro de 2013
- ACADEMIA CEARAMIRINENSE DE LETRAS E ARTES "PEDRO SIMÕES NETO"
- JPG39 KBSalvar
NO PRÓXIMO DIA 27-10 ESTAREMOS REALIZANDO, EM CEARÁ-MIRIM, NO CLUBE UNISESP, UMA FEIJOADA PARA 150 PESSOAS, EM PROL DA ACADEMIA CEARAMIRINENSE DE LETRAS QUE ESTAMOS LUTANDO PARA QUE NÃO SE PERCA JUNTO COM O PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL DO VALE VERDE.
CADA SENHA CUSTA 50,00 E TEREMOS UMA SABOROSA FEIJOADA, UM MUNDO DE BRINDES PARA INCREMENTAR O AMBIENTE, A APRESENTAÇÃO DA CANTORA SAMYA RAFAELA, SERVIÇO DE CAIPIFRUTAS DO NATAL COCKTAILS, ETC.
ESTAMOS PRECISANDO DE MUITAS COISAS AINDA, LAMENTAVELMENTE OS ÓRGÃOS QUE DEVERIAM APOIAR A CULTURA, DÃO AS COSTAS.
CASO VOCÊ NÃO POSSA IR, POR FAVOR ADQUIRA SENHAS PARA NOS AJUDAR;
BEIJOS MEUS QUERIDOS.
É SÓ LIGAR PARA MIM OU JOJÓ E VAMOS BUSCAR (NÃO COLOCAMOS AS CONTAS PORQUE SABEMOS QUE AS PESSOAS RECLAMAM, ASSIM, IREMOS BUSCAR:
LÚCIA HELENA - 8821 5195
JOJÓ - 8803 3995 - 2010 6446
UM SERVIÇO INDISPENSÁVEL
Carlos Roberto de Miranda Gomes, advogado e escritor
Não consigo e nem pretendo justificativa para o fechamento dos serviços prestados pelas "Centrais do Cidadão" no Estado do Rio Grande do Norte.
A sua criação, ainda no Governo Garibaldi Alves Filho, desde logo mostrou a sua importância, atendendo a população nas suas necessidades primárias, ali sendo possível a retirada de documentos básicos como carteira de identidade, habilitação de motoristas, alistamento militar e outros serviços afins.
A população sempre prestigiou e reconheceu o serviço, além do fato demonstrar alguma atenção ao cidadão, colaborando para o pleno exercício dos seus direitos constitucionais.
O descaso, a incompetência, o desrespeito à população passou a ser a tônica que remanescia naquelas sedes de prestação de serviços públicos, chegando a perder a segurança, haja vista que assaltos eram perpetrados em seu interior. Recentemente, inexplicavelmente, uma turba de vândalos, aproveitando-se das passeatas reivindicatórias, apedrejou e destruiu a Central da Avenida Rio Branco, que provocou a sua desativação.
Será que vamos tolerar, ad eternum, essa desatenção governamental?
Estes serviços devem ser pauta permanente nos movimentos da população, juntamente com o "tarifa zero", pois já é sentida a dificuldade para a obtenção dos serviços aqui mencionados, obrigando o povo a formar, ainda de madrugada, filas enormes para tirar um documento; ou deslocar-se para locais mais distantes para outros serviços essenciais.
Vamos iniciar uma campanha eficiente para o retorno das Centrais do Cidadão, para o que convoco os órgãos de imprensa e a criatividade das empresas de marketing.
O POVO MERECE RESPEITO!
Por Franklin Jorge
Manuel Bandeira [1886-1968] sente saudades do Rio de Janeiro antigo; de um Rio de Janeiro que tinha apenas quinhentos mil habitantes. O Rio que conheceu quando aqui chegou aos dez anos. Não esse Rio cuja luminosidade sugere-lhe automóvel noturno de novo-rico. Um Rio que ainda o fazia sonhar.
Oh que saudade que eu tenho,
Do Rio, como era antes!
O Rio que tinha apenas
Quinhentos mil habitantes…
Domina-o a melancolia ou o gosto cabotino da tristeza ao repassar o nome de ruas que havia no Rio antes do prefeito José Joaquim de Sá Freire Alvim [1909-1981]. Nomeado por Juscelino Kubitschek [1902-1976], governou o município de 1956 a 1961. Desmoralizou a tradição e passou como um trator sobre antigas denominações poéticas ou populares que resistiram a outros surtos de vandalismo, como a Rua da Princesa – nome que cheira a jardim, segundo o poeta em sua declaração de amor à cidade -, Rua da Alegria, Rua Direita da Sé (“nome firme, nome nobre; nome em que nada há que dobre; nome afirmação de fé”); Travessa do Sereno; Rua do Sabão; Largo da Mãe do Bispo e Rua do Bispo, que ainda resistiu um pouco depois que se lhe fora a genitora. Ruas de ofícios, dos Ourives; dos Latoeiros; do Ouvidor, antigamente Caminho do Mar… Um Rio onde respiravam ainda Sinhô e Tia Ciata.
Muito nome tradicional foi mudado, adverte-nos o poeta, mas o novo não pegou. Nunca ninguém falou senão Largo do Machado, apesar das tentativas frustradas de alterar-lhe a identidade familiar e habitual, lembrada por todos, em vez de Largo Machado de Assis – esse de Assis acrescentado depois, como sugere a partícula “do” que consta do largo, uma alusão direta ao descomunal objeto cortante que, colocado na fachada de estabelecimento comercial, chamou a atenção para o endereço que se tornou conhecido em toda a cidade o açougueiro e marqueteiro avant la lettre. Essa história Bandeira ouviu de um amigo que lhe contou também que ali perto, seguindo pela Rua do Catete, subindo pela rua que leva o nome de Machado de Assis [1839-1908], o mestre escreveu o Brás Cubas, em 1880, livro que inicia o realismo no Brasil.
Bandeira sofre toda vez que lê nos jornais que um velho monumento vai ser restaurado. É radical e não abre mão de um único princípio: quando não for possível restaurar dignamente um velho monumento, melhor será deixá-lo arruinar-se inteiramente, sentencia o poeta. É preferível a ruína que resulta das intempéries do que a provocada pela mão dos homens. “As ruínas apenas entristecem. Uma restauração inepta revolta, amargura, ofende…”
Nascido no Recife à Rua Joaquim Nabuco, Bandeira chegou ao Rio em 1890, depois em Santos, São Paulo, e novamente Rio (Petrópolis) e Pernambuco e Rio 1896-1902, São Paulo 1903-1908, Rio, Europa, Brasil… No Rio transcorre a vida do poeta, onde vive em diversas fases de sua vida, numa chácara na Gávea e no pequeno apartamento na Lapa, e no Rio se realiza como professor, do tradicional Colégio Pedro II, fundado pelo imperador e da Faculdade de Filosofia, e, também, pela contribuição intelectual como escritor e cronista. Membro da Academia Brasileira de Letras, morre solteiro, sem filhos, sem gatos nem criados, porém de espírito sempre jovem. O Rio está entranhado em seus escritos, usados às vezes como petardos para pressionar políticos e gestores relapsos ou ineptos.
Desses não escaparam à afiada lâmina de sua verve os excelentíssimos senhores prefeitos Hildebrando Araújo de Góis [1899-1980], Ângelo Mendes de Morais [1894-1990] e Henrique Dodsworth [1895-1975]. Hildebrando, que governou de 1946 a 1947, por ter deixado no Castelo, perto da Avenida Beira-Mar – onde habitava o poeta – um pátio que é via pública transformar-se em um grande charco de imundícies, monturo regurgitando de tripas de peixe, cascas de fruta e ovo, conforme registra em versos em sua peremptória admoestação poética:
…Mandai calçar a via pública
Que, sendo um vasto lagamar,
Faz a vergonha da República
Junto à Avenida Beira-Mar!
Ao general Mendes de Morais, que governou o Rio de Janeiro de 1947 a 1951 endereça petição cobrando-lhe o fim do pântano que há se formado no quarteirão onde se encontram as avenidas Antonio Carlos, Beira-Mar, Wilson e Calógeras, pleito já encaminhado e esquecido pelo antecessor do general no cargo de prefeito:
…Fiz, por sanear-se esta marema,
Uma carta desesperada
Ao seu ilustre antecessor,
Uma carta em forma de poema:
O homem saiu sem fazer nada…
Pelo martírio do Senhor,
Ponha o pátio, insigne prefeito,
Limpo como o olhar da inocência,
Limpo como – feita a ressalva
Da muita atenção e respeito
Devidos a Vossa Excelência –
Sua excelentíssima calva!
Henrique Dodsworth, esse sequer o poeta leva à sério. Prefeito de 1937 a 1945, sob a ditadura Vargas, quis derrubar a igreja do Senhor Bom Jesus do Calvário da Via-Sacra, da Ordem Terceira, na Rua Uruguaiana, para abrir uma avenida. Bandeira compõe uma prece pela sua alma ímpia e inestética:
Senhor Bom Jesus do Calvário e da Via-Sacra
O prefeito Henriquinho
Vai derrubar o teu templo da Rua Uruguaiana
Pra abrir uma avenida!
[...]
Senhor Bom Jesus do Calvário e da Via-Sacra
Quando o prefeito morrer
Não o mandem para o inferno:
Ele não sabe o que faz.
Mas um seculozinho a mais de Purgatório
Não seria mau. Amém.
Apetece o Rio de Janeiro ao poeta. Apetece-lhe mesmo as pendências e discórdias do tempo, havidas entre o Senador Eusébio e o Visconde de Itaúna que, morando na mesma Rua Carmo Neto, uma casa em frente da outra, em perpétua desavença não podiam se bicar, aí teve o bom Dom João VI o bom alvitre de plantar entre as residências quatro renques de palmeiras imperiais para que não se avistassem ao sair e ao chegar.
Morro da Babilônia, onde morou João Gostoso, carregador de feira livre, uma noticia que o poeta leu num jornal. Celebrou João Gostoso a vida no bar Vinte de Novembro, bebeu, comeu, dançou e em seguida afogou-se na lagoa Rodrigo de Freitas. E Misael, 63 anos, funcionário da Fazenda que se apaixona por Maria Elvira, mulher que conheceu na Lapa, prostituída, com sífilis, dermite entre os dedos, os dentes em petição de miséria e uma aliança empenhada?
O Mangue – como os mangues da Veneza americana -, onde há cargueiros atracados nas docas do Canal Grande, já foi um subúrbio mais suburbano que a Baixada Fluminense se tornaria depois; e ao pé do Morro do Pinto, trapiches alfandegados, onde passam estivadores de torso nu, e sob a abóbada celeste o luar era uma coisa só. Mangue enfim verdadeiramente Cidade Nova, de casinhas tão térreas onde tantas vezes devaneou Manuel que foi funcionário público, casado com mulher feia, destinado a morrer de tuberculose pulmonar, pensando na vida que podia ter sido e não foi.
.Fragmento do livro Passeios literários no Rio de Janeiro [inédito].
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