sábado, 12 de março de 2011

DE NOTICIAS, FILMES E CARNAVAL (*)

Gosto da noite, não vou negar. Gostando da noite, gosto do Carnaval, mesmo que a fuzarca seja às vezes de dia. Mas sem Carnaval por aqui e ainda tomado pela vitória de “The King’s speech” no Oscar, meu primeiro momento de lazer em Londres decidi dedicar ao cinema. “Nada a ver”, o leitor mais exigente poderá dizer; bom, faz-se e escreve-se sobre o que se pode. Assim, tomei a Bakerloo Line e fui bater nos cinemas do British Film Institute (BFI) em Southbank. Uma explicação: Southbank (leia-se a área imediatamente ao sul do rio Tâmisa), embora menos glamorosa que a área ao norte do rio, vem ganhando cada vez mais atrações (museus, teatros, restaurantes etc.) e tornando-se um “point” para alguns mais descolados. De minha parte, acho a melhor área de Londres para uma caminhada, sobretudo pelo calçadão que acompanha boa parte da extensão do rio.

Não é preciso dizer que a vitória de “The King’s speech” é notícia na mídia inglesa. Orgulhosos, jornais como o “Evening Standard” afirmam que a realeza ainda é a melhor coisa que os britânicos têm. Não poderia ser diferente, até porque as notícias (e as “gossips”) sobre a realeza, uma fixação por aqui, andam em alta com o casamento do Príncipe William e Kate Middleton no dia 29 de abril próximo. Quanto a mim, faço questão de registrar: já que não fui convidado, em represália marquei minha passagem de volta para o Brasil no dia 28 (mas não contem a ninguém, senão minha mãe vai me matar por essa deselegante ausência de tietagem).

Mas o fato é que o principal assunto na mídia inglesa hoje é a situação de quase caos no Oriente Médio, sobretudo na Líbia de Kadafi. Falo das manchetes dos impressos, do “The Guardian” ao “Daily Telegraph”, da esquerda à direita midiática, se é que isso realmente ainda existe por aqui. E são horas nos telejornais da BBC, ITV e SKY, os principais canais de televisão do Reino. Bem mais que no Brasil, chegando a ser uma fixação. Há interessantes abordagens, é verdade, mas as baboseiras de sempre prevalecem, como se estivéssemos vendo uma luta do bem contra o mal, da democracia (à moda ocidental) contra ditadores sanguinários (outrora apoiados pelo mesmo ocidente). Como se viu no Egito, com a assunção explícita dos militares, tenho minhas dúvidas de que as coisas mudem substancialmente, até porque não existe naqueles países uma oposição organizada e responsável que possa realmente assumir o poder e fazer uma revolução de costumes (que não precisa ser, nem deve ser, à moda ocidental). Em um primeiro momento, talvez venha caos. Ao final, o petróleo terminará nos mesmos postos, embora mudem alguns intermediários.

E de fato nem nos cinemas da BFI consegui ver-me livre dessa fixação “anglo-arábica”. Isso eu explico melhor.

Como menino em um fábrica de chocolate, quedei-me passeando pelas inúmeras atrações proporcionadas no momento pelo BFI: um documentário sobre a propaganda socialista em filmes na antiga União Soviética, uma retrospectiva do diretor francês François Truffaut, a “filmstore” do Instituto, sem falar no restaurante e no café de primeira. Mas foi na “Mediatheque” da BFI - uma espécie de biblioteca de filmes e vídeos que só vi parecida na Biblioteca da “Cinémathèque française” em Paris – que, juntando cinema e as notícias do dia, dei de cara com “Lawrence of Arabia”, testemunho de uma secular ligação do “Império” britânico com a região conflituosa. Não com o lendário T. E. Lawrence (1888-1935) em carne e osso (nem com seu espírito, graças a Deus), mas com o filme, dirigido por David Lean em 1962, com Peter O’Toole no papel da personagem título.

Baseado na obra “Seven Pillars of Wisdom” de T. E. Lawrence (não confundir com o escritor D. H. Lawrence) e com um elenco de primeira (além do O’Toole, inclui Alec Guinness, Anthony Quinn, Omar Sharif, Jack Hawkins e Arthur Kennedy, entre outros), o filme, mitifica o papel de Lawrence, durante a primeira guerra mundial, junto aos povos árabes, unindo-os em uma força militar efetiva que ajudaria os ingleses a vencer a guerra naquela península. “Lawrence of Arabia”, apesar das suas imprecisões histórias, possui qualidades inquestionáveis: a poética, a fotografia do deserto e a música de Maurice Jarre. Mas ele certamente exagera o papel de um oficial de patente inferior – e, mais do que isso, mitifica o cavalheiro inglês – em um conflito de variantes mais complicadas e às vezes inconfessáveis. E o mais importante: ao final, os árabes, estão e são enganados nos seus sonhos de independência e liberdade.

Conclusão ligeira: por aqui, para cada fixação, um filme, sobretudo para mitificar valores bem próprios. Mas para a “minha” fixação? Será que eu acho algum “filme” para substituir - romanticamente, por favor – a fuzarca do meu “perdido” Carnaval? Prometo apreciar sem moderação.
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(*)Marcelo Alves Dias de Souza
Procurador da República
Mestre em Direito pela PUC/SP
Doutorando em Direito pelo King’s College London – KCL
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FONTE: O SANTO OFÍCIO (11/3/2011)

sexta-feira, 11 de março de 2011

Risco de esvaziamento

OAB sai em defesa do Conselho Nacional de JustiçaA Ordem dos Advogados do Brasil lança no próximo dia 21, em Brasília, o Movimento em Defesa do Conselho Nacional de Justiça. A campanha é fruto da insatisfação da entidade com decisões do Supremo Tribunal Federal que anularam o afastamento de juízes acusados de corrupção. A informação foi publicada na coluna Painel, da Folha de S.Paulo.

De acordo com a jornalista Renata Lo Prete, que assina a coluna, o presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, afirmou que a corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, aceitou convite para participar do evento. Após receber críticas de entidades de magistrados, ela foi aconselhada a renunciar no final de 2010, o que não fez.

A OAB teme que a partir de junho, com a escolha de novos conselheiros, o órgão de controle externo do Judiciário ganhe um perfil mais afinado com o ministro Cezar Peluso, que preside o conselho e o STF.

A coluna lembra ainda que, no ano passado, os ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes e Marco Aurélio reconduziram juízes afastados pelo CNJ em três estados. "Na Ordem e no meio jurídico em geral, há um temor de que isso possa levar ao esvaziamento do órgão de controle", diz o presidente da OAB.

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Fonte: Consultor Jurídico de 11/3/2011

quinta-feira, 10 de março de 2011

OPINIÃO SENSATA E INDEPENDENTE SOBRE A COPA


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quarta-feira, 9 de março de 2011


DEPOIS DO CARNAVAL ... CINZAS
Mais um carnaval chega ao fim, agora são cinzas de uma quarta-feira de saudades.
A data tem merecido, fora da liturgia da Igreja, a atenção dos boêmios, dos poetas e dos escritores.
Há uma infinidade de poemas, canções e artigos, os quais podem ser obtidos na internet. Contudo, para não me alongar, gostaria de registrar alguns desses trabalhos.
O primeiro, que tanto cantei nas quartas-feiras de cinzas da minha vida, foi imortalizado por Carlos Galhardo e Chico Alves e tem o título de “Restos do Carnaval do meu amor", da autoria do grande músico Benedito Lacerda e do notável poeta Aldo Cabral:

Quarta-Feira de Cinzas, amanhece.
Na cidade há um silêncio que parece
Que o próprio mundo se despovoou.

Um toque de clarim já bem distante
Vai levando consigo agonizante
O som de um Carnaval que já passou.

E repetem-se as cenas de costume,
Cacos dispersos de lança-perfume,
Confetes, serpentinas pelo chão.

É a máscara que a vida jogou fora,
Lembrando que a alegria foi embora
Nos braços da passagem da ilusão.

Minha vida também durou três dias,
Alimentada pelas fantasias,
Recordações de uma existência inteira.

Um flerte, um bilhete, uma aliança,
Na maior festa da minha esperança,
que também teve a sua quarta-feira.

Hoje, ante o silêncio sepulcral
Dos despojos de mais um Carnaval,
Confronto esse cenário à minha dor.

E o que antes para mim era iluminado
Hoje são sombras mortais do passado,
Restos do Carnaval do meu amor.

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CINZAS DA QUARTA-FEIRA
Ciro José Tavares

“Uma a uma estrelas submergem
E a cinza faz o “caminho”.
Patrice De La Tour Du Pin


I
Quietos ouvimos houve sofrido soluço na noite
No exato momento do descompasso das almas
Quando avançou o ponteiro dos minutos de Deus
Assistimos tristonhos Houve o longo beijo da despedida
Noite partida no meio do dia rompendo em soluços
Apagadas lâmpadas das gambiarras
Adereços presos nos postes sob forte chuva do estio
Patéticas figuras desfiguradas
Réquiem que ouvimos meio ao doído soluço
Marcha silenciosa dos perdidos fatigados
Dor estendida na cama sonha beijos perdidos
II
Solidão ocupa ruas ventos varrem vazios.
O veículo do velho estaciona na praça
Lento coxo guarda-se à sombra do fícus
Apara o peso do corpo no frio banco cinzento
Abre o missal e murmura cantos gregorianos.
De repente a claridade oferece a fada ao cristão
Vem de um lugar qualquer fantasma de colombina
Ebúrnea, linda, olhos piscando de azuis
Adeja em volta do santo, tenta e desaparece
Fecha o missal ergue-se o amargurado ancião
Anda coxeia chora e também desparece.
No lusco-fusco da madrugada passam bêbedos
Sedentos cambaleantes, ansiosos da descoberta
Dos caminhos de ontem cruzados cambaleantes
Sem entender no envolvente desequilíbrio
Total impossibilidade da descoberta.
Portas e janelas são finalmente abertas
Esquálido o padeiro pálido grita no portão
Também o pedinte mãos trêmulas estendidas
Recebe magro jejum no início da quaresma.
III
Crianças brincam com restos de serpentinas
Umas contra outras estão posicionadas
Para imaginária batalha de confetes
Enquanto cabisbaixos andam os abandonados
Roupas ainda ensopadas do suor
Pelos poros o corpo destila o álcool
Mãe piedosa abraça quebradiço filho
Como se recebesse ricas garrafas de vidro
Estão quietos os clarins calados os instrumentos
Na rouca voz inaudíveis as alegres melodias
Que os embalavam como ondas para frente
Ou em círculos sugados nos caldeirões.
IV
No crepúsculo da noite anunciada
A pureza dos avôs regressa da imposição das cinzas
Ouvindo o soluço de quem na despedida
Não beijou nem viu amada gitana rodopiar no salão
Na festa fictícia louco corre ao seu encontro
Nas sombras noturnas somente encontra o vazio
Na viagem final do jato do lança-perfume.
Contempla o céu e murmura Patrice De La Tour Du Pin
Une à une s’abîment les étoiles
Et leur cendre fait le chemin.

Bsb/03/2011

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Quarta-feira de cinzas
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Quarta-feira de cinzas, obra do pintor alemão Carl Spitzweg.A quarta-feira de cinzas é o primeiro dia da Quaresma no calendário cristão ocidental. As cinzas que os cristãos católicos recebem neste dia é um símbolo para a reflexão sobre o dever da conversão, da mudança de vida, recordando a passageira, transitória, efêmera fragilidade da vida humana, sujeita à morte.

Ela ocorre quarenta dias antes da Páscoa sem contar os domingos ( que não são incluídos na Quaresma) ou quarenta e seis dias contando os domingos. Seu posicionamento varia a cada ano, dependendo da data da Páscoa. A data pode variar do começo de fevereiro até à segunda semana de março.

Alguns cristãos tratam a quarta-feira de cinzas como um dia para se lembrar a mortalidade da própria mortalidade. Missas são realizadas tradicionalmente nesse dia nas quais os participantes são abençoados com cinzas pelo padre que preside à cerimónia. O padre marca a testa de cada celebrante com cinzas, deixando uma marca que o cristão normalmente deixa em sua testa até ao pôr do sol, antes de lavá-la. Esse simbolismo relembra a antiga tradição do Médio Oriente de jogar cinzas sobre a cabeça como símbolo de arrependimento perante Deus (como relatado diversas vezes na Bíblia). No Catolicismo Romano é um dia de jejum e abstinência.

Como é o primeiro dia da Quaresma, ele ocorre um dia após do carnaval. A Igreja Ortodoxa não observa a quarta-feira de cinzas, começando a quaresma já na segunda-feira anterior a ela.
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A MORTE DO PIERRÔ
Bené Chaves

Na fria e molhada madrugada o Arlequim chorou. De saudades também de sua Colombina. Chorou depois na aurora de cinzas, da recordação de frevos e marchinhas de outrora. E na melancolia das ruas desertas, no encantamento e ilusão de épocas idas... Voltou a chorar. Era um choro amargo e, ao mesmo tempo, alegre. Na paradoxal vida de todos nós. Das despedidas do que jamais teria retorno. De uma fantasia que somente mostrava o invólucro do que já fora.

Lembrou os amores perdidos. Imaginou de quando na sua cidade existia ainda a salutar união e uma folia que se impregnava do que seria belo e autêntico. Hoje ele já não observava e nem mesmo poderia supor os cantos e encantos de um passado. Os clubes onde alargava sua alegria no miolo do salão. As danças com passos verdadeiros e bonitas composições. E o seu lamento foi tão enorme que ele não acreditava no que via. E por isso, o Pierrô chorou.

Das delícias e de brincadeiras inocentes, de confetes, de serpentinas, do lança-perfume. Das meninas de shortezinhos com o umbigo à mostra. Dos cabelos envoltos nos rostos pueris. De como o objeto retangular e de cor dourada servia apenas para jogar o líquido friozinho nas pernas e coxas das mesmas. Lembrou de como era a meiguice da retribuição ao gesto singular. De como as garotas ficavam felizes com um afago. Com um beijo na face. E do que dali poderia sair também um namoro ou algo similar.

O Pierrô chorou, chorou muito. Lembrou-se de sua meninice. Dançou, então, um frevo, jogou confete e atirou serpentina para uma avenida deserta. Derramou o lança-perfume na rua fria e solitária. Apenas ele ali sozinho, sem mais a sua companheira. Sem mais os seus amigos e sem mais ninguém. E ele voltou a chorar e a cantar e a sorrir e a soluçar de um lado para o outro na sua solidão. E saiu a pular entre os paradoxos de uma existência e desengano.

Na sua memória ficaram os momentos bons de uma época de ouro, de um tempo inocente e sem violência e corrupção e rancor. E a brutal transformação de um mundo e o progresso feroz que destrói o que o próprio ser que se dizia humano construiu. E entre as razões de um universo abjeto, o Arlequim não parou de chorar. Suas lágrimas inundaram um ilusório corredor da folia. E seus olhos incharam.

Na larga avenida de postes iluminados não vi mais nada. As luzes apagaram. Fiquei a lamentar a solitária figura de um pobre homem com seu disfarce a esconder o rosto de uma outrora alegria. Hoje apenas mesclada com a tristeza de um crepúsculo onde se baralhavam cinzas de uma quarta-feira de completa escuridão.

E o Pierrô tirou a máscara e a jogou fora. Desfez-se também de sua falsa indumentária e voltou a chorar. Neste exato instante os soluços aumentavam e faziam eco entre as pálidas cinzas de uma sumida esperança. Ele já na sua casa a olhar no espelho para um rosto nu e sem o sorriso e a alegria de viver.

terça-feira, 8 de março de 2011


(Nísia Floresta Brasileira Augusta)>

DIA INTERNACIONAL DA MULHER

DIA INTERNACIONAL DO AMOR

DIA INTERNACIONAL DA DEDICAÇÃO


Minha homenagem a Dona LÍGIA, minha mãe, em memória; Dona THEREZINHA, minha companheira; ROSA LIGIA, THEREZA RAQUEL, minhas filhas, GABRIELA E MARIA CLARA, minhas netas; VALÉRIA E DANIELA, minhas noras; LEDA, ELZA E SOCORRO, minhas irmãs; MARIA DE LOURDES E MARIA DA CRUZ, minhas tias; Dona RACHELE, matriarca dos Rosso Nelson; ALBANIZA, FRANCISCA TAMBLIN, MIRANDOLINA, ARQUIMÍNIA, ISABEL, IRACEMA,IVONETE, minhas mestras; Dona JANDIRA MEDEIROS, CARMEN VIMARANDO, IÁRA BASTOS, ALBANIZIA (Banban), minhas ex-auxiliares. A todas as amigas, colegas e familiares do sexo feminino, meu mais profundo respeito e admiração.
PARABÉNS A TODAS.

segunda-feira, 7 de março de 2011


CARNAVAL, PEDACINHO COLORIDO DE SAUDADE

Mais um período de Momo - tempo de alegria, mas também de saudade. A lembrança dos carnavais da minha juventude nos blocos de "bagunça", dos Deliciosos na Folia, dos bailes inesquecíveis do Aero Clube e do América, também do Brasil Clube, da Assen e do Alecrim Clube; Grandes farras, porres homéricos. A nossa troça "Os feras", assaltando a casa dos amigos.
Tudo continuou quando chegaram os filhos. nas matinês do América, de saudosa memória.
O Carnaval de rua, com a pobreza de alegorias, mas com o amor dos carnavalescos, as tribos de índios.
Vou-me embora pro passado!!!!!!!!!!!!
Agora estou curtindo apenas uma rede, as notícias da TV e a visita dos amigos enquanto não chega a quarta-feira de cinzas para recomeçar a labuta.
TCHAU!

domingo, 6 de março de 2011


BALADA CARNAVAL
Ciro José Tavares

Amanhã, a alegria ilusória dos clowns regressará
às ruas da infância desaparecidas como fantasias
espalhafatosas consumidas pelo tempo.

Correrei para ver no, meio da turba barulhenta,
o exagero dos sapatos e da indumentária,
a policromia da maquilagem negra,
vermelha e branca, no rosto acobertando
a melancolia dos dias solitários.

Na esquina fictícia, criança revelada
assiste arrebatada a dança dos fantasmas,
indiferentes às paixões de pierrôs e colombinas.
Amanhã, de manhã será domingo, carnaval.

No canto dos cordões a máscara e a face,
estranho paradoxo nas mãos entrelaçadas,
alegria, dor lágrimas sorrisos.

Amanhã de manhã será domingo, carnaval.
Assisto nas ruas da infância consumidas pelo tempo,
outono e morte dos clowns que não regressarão.
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(Recebido em 05/3/2011.)