Festa junina
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Nota:
Este artigo é sobre os festejos populares também chamados de "Festa de
São João". Para a festa cristã de São João Batista, veja
Festa de São João.
Festas juninas ou
festas dos santos populares são
celebrações indianas que acontecem em vários países e que são
historicamente relacionadas com a festa dudana santo de verão (no
hemisfério norte) e de inverno (no
hemisfério sul), que é celebrado no dia
24 de junho, segundo o
calendário juliano (pré-
gregoriano). A festa que teve origem na
Idade Média na celebração dos chamados
Santos Populares (
Santo António,
São Pedro e
São João). Além de São João, comemorado no dia 24, os outros são
São Pedro (no dia 29) e
Santo António (no dia 13). Em
Portugal, as festas dos três marcam o início das festas católicas por todo o país.
Essas celebrações são particularmente importantes no
Norte da Europa —
Dinamarca,
Estónia,
Finlândia,
Letônia,
Lituânia,
Noruega e
Suécia —, mas também ocorrem em grande escala na
Irlanda, na
Galiza, em partes do
Reino Unido (especialmente na
Cornualha),
França,
Itália,
Malta,
Portugal,
Espanha,
Ucrânia, outras partes da
Europa, e em outros
países como
Canadá,
Estados Unidos,
Porto Rico,
Brasil e
Austrália.
Etimologia
Existem duas hipóteses para o origem do termo:
- pode vir de "São João", nome de um dos santos homenageados, através do termo "joanina";
- pode vir de "junho", mês em que as festas são celebradas.1
Tradições e costumes
Origem da fogueira
De origem europeia, as fogueiras juninas fazem parte da antiga tradição
pagã de celebrar o
solstício de verão. Assim como a cristianização da árvore pagã "sempre verde", que se tornou a famosa
árvore de natal, a fogueira do dia de
Midsummer (25 de junho) tornou-se, pouco a pouco, na Idade Média, um atributo da
festa de São João Batista,
o santo celebrado nesse mesmo dia. Ainda hoje, a fogueira de São João é
o traço comum que une todas as Festas de São João Europeias (da Estônia
a Portugal, da Finlândia à França).
Uma lenda católica cristianizando a fogueira pagã estival afirma que o
antigo costume de acender fogueiras no começo do verão europeu tinha
suas raízes em um acordo feito pelas primas
Maria e
Isabel.
Para avisar Maria sobre o nascimento de São João Batista e, assim ter
seu auxílio após o parto, Isabel teria de acender uma fogueira sobre um
monte.
O uso de balões
O uso de
balões e
fogos de artifício
durante o São João no Brasil está relacionado com o tradicional uso da
fogueira junina e seus efeitos visuais. Este costume foi trazido pelos
portugueses para o Brasil e se mantém em ambos os lados do Oceano
Atlântico, sendo que é na cidade do
Porto,
em Portugal, onde mais se evidencia. Fogos de artifício manuseados por
pessoas privadas e espetáculos pirotécnicos organizados por associações
ou municipalidades tornaram-se uma parte essencial da festa na
Região Nordeste do Brasil,
em outras partes do Brasil e em Portugal. Os fogos de artifício,
segundo a tradição popular, servem para despertar São João Batista. Em
Portugal, pequenos papéis são atados no balão com desejos e pedidos.
Os balões serviam para avisar que a festa iria começar; eram soltos
de cinco a sete balões para se identificar o início da festança. Os
balões, no entanto, constituem atualmente uma prática proibida por
lei em muitos locais, como no
Brasil, por exemplo, devido ao risco de incêndio e mortes.
Durante todo o mês de junho, é comum, principalmente entre as
crianças, soltar bombas, conhecidas por nomes como "traque", "chilene",
"cordão", "cabeção-de-nego", "cartucho", "treme-terra", "rojão",
"buscapé", "cobrinha", "espadas-de-fogo", "chuvinha", "pimentinha",
"bufa-de-vei" , "biribinha" e "bombinha".
O mastro de São João
O mastro de São João, conhecido em Portugal também como o mastro
dos Santos Populares, é erguido durante a festa junina para celebrar os
três santos ligados a essa festa. No Brasil, no topo de cada mastro são
amarradas, em geral, três bandeirinhas simbolizando os santos. Tendo,
hoje em dia, uma significação cristã bastante enraizada e sendo, entre
os costumes de São João, um dos mais marcadamente católico, o levantamento do mastro
tem sua origem, no entanto, no costume pagão de levantar o "mastro de
maio", ou a árvore de maio, costume ainda hoje vivo em algumas partes da
Europa.
Além de sua cristianização profunda em Portugal e no Brasil, é
interessante notar que o levantamento do mastro de maio em Portugal é
também erguido em junho e a celebrar as festas desse mês — o mesmo
fenômeno também ocorrendo na Suécia, onde o mastro de maio, "majstången",
de origem primaveril, passou a ser erguido durante as festas estivais
de junho, Midsommarafton. O fato de suspender milhos e laranjas ao
mastro de São João parece ser um vestígio de práticas pagãs similares em
torno do mastro de maio. A tradição do Cambeiro é celebrada em Janeiro.
Hoje em dia, um rico simbolismo católico popular está ligado aos
procedimentos envolvendo o levantamento do mastro e os seus enfeites.
A quadrilha brasileira tem o seu nome originário uma dança de salão francesa para quatro pares, a
quadrille, em voga na
França entre o início do
século XIX e a
Primeira Guerra Mundial. A
quadrille francesa, por sua parte, já era um desenvolvimento da
contredanse, popular nos meios aristocráticos franceses do
século XVIII. A
contredanse se desenvolveu a partir de uma dança inglesa de origem campesina, surgida provavelmente por volta do
século XIII, e que se popularizara em toda a Europa na primeira metade do século XVIII.
A
quadrille veio para o Brasil seguindo o interesse da
classe média e das
elites portuguesas e brasileiras do
século XIX por tudo que fosse a última moda de
Paris (dos discursos republicanos de
Gambetta e
Jules Ferry, passando pelas poesias de
Victor Hugo e
Théophile Gautier até a criação de uma
academia de letras, dos cabelos cacheados de
Sarah Bernhardt até ao uso do
cavanhaque).
Ao longo do século XIX, a quadrilha se popularizou no Brasil e se
fundiu com danças brasileiras preexistentes e teve subsequentes
evoluções (entre elas, o aumento do número de pares e o abandono de
passos e ritmos franceses). Ainda que inicialmente adotada pela elite
urbana brasileira, esta é uma dança que teve o seu maior florescimento
no Brasil rural (daí o vestuário campesino), e se tornou uma dança
própria dos festejos juninos, principalmente no Nordeste. A partir de
então, a quadrilha, nunca deixando de ser um fenômeno popular e rural,
também recebeu a influência do movimento nacionalista e da
sistematização dos costumes nacionais pelos estudos
folclóricos.
O nacionalismo folclórico marcou as
ciências sociais no Brasil e na Europa entre os começos do
romantismo e a
Segunda Guerra Mundial.
A quadrilha, como outras danças brasileiras como o pastoril, foi
sistematizada e divulgada por associações municipais, igrejas e clubes
de bairros, sendo também defendida por professores e praticada por
alunos em colégios e escolas, na zona rural ou urbana, como sendo uma
expressão da cultura
cabocla
e da república brasileira. Esse folclorismo acadêmico e ufano explica,
de uma certa maneira, o aspecto matuto rígido e artificial da quadrilha.
No entanto, hoje em dia, essa artificialidade rural é vista pelos
foliões como uma atitude lúdica, teatral e festiva, mais do que como a
expressão de um ideal folclórico, nacionalista ou acadêmico qualquer.
Seja como for, é correto afirmar que a quadrilha deve a sua
sobrevivência urbana na segunda metade do
século XX
e o grande sucesso popular atual aos cuidados meticulosos de
associações e clubes juninos da classe média e ao trabalho educativo de
conservação e prática feito pelos estabelecimentos do ensino primário e
secundário, mais do que à prática campesina real, ainda que vivaz, porém
quase sempre desprezada pela cultura citadina.
Desde do
século XIX
e em contato com diferentes danças do país mais antigas, a quadrilha
sofreu influências regionais, daí surgindo muitas variantes:
- "Quadrilha Caipira" (São Paulo)
- "Saruê", corruptela do termo francês "soirée", "noite"2 (Brasil Central)
- "Baile Sifilítico" (Bahia)
- "Mana-Chica" (Rio de Janeiro)
- "Quadrilha" (Sergipe)
- "Quadrilha Matuta"
Hoje em dia, entre os instrumentos musicais que normalmente podem acompanhar a quadrilha, encontram-se o
acordeão,
pandeiro,
zabumba,
violão,
triângulo e o
cavaquinho. Não existe uma música específica que seja própria a todas as regiões. A música é aquela comum aos bailes de
roça, em compasso binário ou de
marchinha, que favorece o cadenciamento das marcações.
"Quadrilha Caipira" (São Paulo)
Em geral, para a prática da dança é importante a presença de um
mestre "marcante" ou "marcador", pois é ele quem determina as figurações
diversas que os dançadores devem desenvolver. Termos de origem francesa
são ainda utilizados por alguns mestres para cadenciar a dança.
Os participantes da quadrilha, vestidos de matuto ou à
caipira,
como se diz fora do Nordeste do Brasil (indumentária que se
convencionou pelo folclorismo como sendo a das comunidades caboclas),
executam diversas evoluções em pares de número variável. Em geral, o par
que abre o grupo é um "noivo" e uma "noiva", já que a quadrilha pode
encenar um casamento fictício. Esse ritual matrimonial da quadrilha
liga-a às festas de São João europeias que também celebram aspirações ou
uniões matrimoniais. Esse aspecto matrimonial e a fogueira junina
constituem os dois elementos mais presentes nas diferentes festas de São
João da Europa.
Outras danças e canções
No nordeste brasileiro, é utilizado o
forró, assim como ritmos aparentados tais como o
baião, o
xote, o
reisado, o
samba de coco e as cantigas típicas das festas juninas.
Costumes populares
As festas juninas brasileiras podem ser divididas em dois tipos distintos: as festas da
Região Nordeste e as festas do
Brasil caipira, ou seja, nos estados de
São Paulo,
Paraná (norte),
Minas Gerais (sobretudo na parte sul) e
Goiás.
No Nordeste brasileiro, se comemora com pequenas ou grandes festas
que reúnem toda a comunidade e muitos turistas, com fartura de comida,
quadrilhas, casamento matuto e muito forró. É comum os participantes das
festas se vestirem de matuto, os homens com camisa quadriculada, calça
remendada com panos coloridos, e
chapéu de palha, e as mulheres com vestido colorido de
chita e chapéu de palha.
No
interior de São Paulo, ainda se mantém a tradição da realização de
quermesses e danças de quadrilha em torno de fogueiras.
Em
Portugal,
há arraiais com foguetes, assam-se sardinhas e oferecem-se manjericos,
as marchas populares desfilam pelas ruas e avenidas. No Porto, usam
martelinhos de plástico nas cabeças de quem passa e
alho-porro
nas cabeças e no nariz. O costume teve origem nas rusgas que se
dirigiam para o bairro das fontaínhas na cidade do Porto; pelo caminho
os populares recolhiam os alhos floridos que crescem na época para mais
tarde os guardar atrás da porta de casa e assim "dar boa sorte". A quem
não tinha a planta, batia-se com ela na cabeça transmitindo a boa
fortuna. No início da década de 1950 o martelinho começou a substituir o
alho e hoje é muito mais popular.
Na vila de
Sobrado, município de
Valongo no distrito do
Porto a
Festa da Bugiada é uma manifestação popular tradicional que se realiza anualmente, no dia 24 de junho, sob a invocação de
São João.
É uma tradição antiquíssima que tem por detrás uma lenda transmitida
oralmente de geração em geração, que remontaria ao tempo em que os
muçulmanos ocuparam boa parte da
Península Ibérica.
Essa lenda dá conta da disputa de uma imagem milagrosa de São João,
detida pelos bugios, a que os mourisqueiros pretenderiam também recorrer
para salvar a filha do seu rei.
Simpatias, sortes e adivinhas para Santo Antônio
O relacionamento entre os devotos e os santos juninos, principalmente
Santo Antônio e São João, é quase familiar: cheio de intimidades, chega
a ser, por vezes, irreverente, debochado e quase obsceno. Esse caráter
fica bastante evidente quando se entra em contato com as simpatias,
sortes, adivinhas e acalantos feitos a esses santos:
-
- Confessei-me a Santo Antônio,
- confessei que estava amando.
- Ele deu-me por penitência
- que fosse continuando.
Os objetos utilizados nas simpatias e adivinhações devem ser virgens,
ou seja, estar sendo usados pela primeira vez, senão… nada de a
simpatia funcionar! A seguir, algumas simpatias feitas para
Santo Antônio:
Moças solteiras, desejosas de se casar, em várias regiões do Brasil,
colocam um figurino do santo de cabeça para baixo atrás da porta ou
dentro do poço ou enterram-no até o pescoço. Fazem o pedido e, enquanto
não são atendidas, lá fica a imagem de cabeça para baixo. Para arrumar
namorado ou marido, basta amarrar uma fita vermelha e outra branca no
braço da imagem de Santo Antônio, fazendo a ele o pedido. Rezar um
pai-nosso e uma
salve-rainha. Pendurar a imagem de cabeça para baixo sob a cama. Ela só deve ser desvirada quando a pessoa alcançar o pedido.
No dia 13, é comum ir à igreja para receber o "pãozinho de Santo
Antônio", que é dado gratuitamente pelos frades. Em troca, os fiéis
costumam deixar ofertas. O pão, que é bento, deve ser deixado junto aos
demais mantimentos para que estes não faltem jamais.
Em
Lisboa,
é tradicional uma cerimónia de casamento múltiplo do dia de Santo
António, em que chegam a casar-se de 200 a 300 casais ao mesmo tempo.
Esta "tradição" começou nos anos do
salazarismo, e desapareceu com a
Revolução de 1974. Voltou a reaparecer há uns anos, promovida por uma cadeia de televisão.
Festas juninas por país
Brasil
Aparência típica de uma Festa Junina brasileira, com bandeirinhas coloridas e dançarinos de quadrilha, fotografados em
Salvador.
As festas juninas são, na sua essência, multiculturais, embora o
formato com que hoje as conhecemos tenha tido origem nas festas dos
santos populares em Portugal:
Festa de Santo Antônio,
Festa de São João e a
Festa de São Pedro e São Paulo
principalmente. A música e os instrumentos usados (cavaquinho, sanfona,
triângulo ou ferrinhos, reco-reco etc.) estão na base da música popular
e folclórica portuguesa e foram trazidos para o Brasil pelos povoadores
e imigrantes do país irmão. As roupas caipiras ou
saloias
são uma clara referência ao povo campestre, que povoou principalmente o
nordeste do Brasil e muitíssimas semelhanças se podem encontrar no modo
de vestir caipira tanto no Brasil como em Portugal. Do mesmo modo, as
decorações com que se enfeitam os arraiais tiveram o seu início em
Portugal, junto com as novidades que, na época dos
descobrimentos,
os portugueses trouxeram da Ásia, como enfeites de papel, balões de ar
quente e pólvora, por exemplo. Embora os balões tenham sido proibidos em
muitos lugares do Brasil, eles são usados na cidade do Porto em
Portugal com muita abundância e o céu se enche com milhares deles
durante toda a noite. A
dança de fitas típicas das festas juninas no Brasil é, provavelmente, originárias da
Península Ibérica.
1
No
Brasil, recebeu o
nome
de "junina" (chamada inicialmente de "joanina", de São João), porque
acontece no mês de junho. Além de Portugal, a tradição veio de outros
países
europeus cristianizados dos quais são oriundas as comunidades de imigrantes, chegados a partir de meados do
século XIX.
Ainda antes, porém, a festa já tinha sido trazida para o Brasil pelos
portugueses e logo foi incorporada aos costumes das populações
indígenas e
afro-brasileiras.
As grandes mudanças no conceito artístico contemporâneo acarretaram
na "adequação e atualização" destas festas, onde ritmos e bandas não
tradicionais aos tipicamente vivenciados são acrescentadas às grades e
programações de festas regionais, incentivando o maior interesse de
novos públicos. Essa tem sido a aposta de vários festejos para agradar a
todos, não deixando de lado os costumes juninos. Têm-se, como exemplo,
as festas do interior da Bahia, como a de
Ibicuí,
Amargosa e a de
Santo Antônio de Jesus,
que, apesar da inclusão de novas programações, não deixa de lado a
cultura nordestina do forró, conhecido como "pé de serra" nos dias de
comemoração junina.
A festa de São João brasileira é típica da
Região Nordeste. Por ser uma região árida, o Nordeste agradece anualmente a
São João Batista, mas também a
São Pedro,
pelas chuvas caídas nas lavouras. Em razão da época propícia para a
colheita do milho, as comidas feitas de milho integram a tradição, como a
canjica, a
pamonha, o
curau, o
milho cozido, a
pipoca e o
bolo de milho. Também pratos típicos das festas são o
arroz-doce, a
broa de milho, a
cocada, o
bom-bocado, o
quentão, o
vinho quente, o
pé-de-moleque, a
batata-doce, o bolo de amendoim, o bolo de
pinhão etc.
1
O local onde ocorre a maioria dos festejos juninos é chamado de
arraial, um largo espaço ao ar livre cercado ou não e onde barracas são
erguidas unicamente para o evento, ou um galpão já existente com
dependências já construídas e adaptadas para a festa. Geralmente, o
arraial é decorado com bandeirinhas de papel colorido, balões e palha de
coqueiro ou
bambu. Nos arraiais, acontecem as quadrilhas, os forrós, leilões,
bingos e os casamentos matutos.
Locais
Estes arraiais são muito comuns em Portugal e não são exclusivos do
São João, são parte da tradição popular em geral. Nessas festas, podemos
encontrar imensas semelhanças tanto no Brasil como em Portugal, mas não
só. Na África e na Ásia,
Macau,
Índia,
Malásia, na
Comunidade Cristang, os portugueses deixaram essa tradição dos santos populares bem marcada.
Atualmente, os festejos ocorridos em cidades do Norte e Nordeste do Brasil dão impulso à economia local. Citem-se, como exemplo
Cruz das Almas,
Ibicuí,
Amargosa,
Santo Antônio de Jesus,
Piritiba e
Senhor do Bonfim na Bahia, em
Mossoró no
Rio Grande do Norte; em
Arcoverde em
Pernambuco;
Campina Grande na
Paraíba;
Juazeiro do Norte no
Ceará; e
Cametá no
Pará.
Campina Grande (
Paraíba),
Caruaru (
Pernambuco) e
Cruz das Almas (
Bahia) realizam as maiores festas do Nordeste brasileiro, cada uma delas durando 30 dias. Campina Grande possui o título de
Maior São João do Mundo, embora Caruaru esteja consolidada no
Guinness Book na categoria festa
country (regional) ao ar livre.
Outra região conhecida pelas festividades do mês de junho é o
interior de São Paulo, onde ainda se mantém a tradição da realização de
quermesses e danças de quadrilha em torno de fogueiras. A culinária local apresenta pratos característicos da época, como a
paçoca, o
pé-de-moleque, o bolinho caipira, pastéis, canjica e outros. As quermesses atraem também
músicos sertanejos e brincadeiras para os mais novos.
Portugal
Em
Portugal,
estas festividades, genericamente conhecidas pelo nome de "Festas dos
Santos Populares", correspondem a diferentes feriados municipais: Santo
António em
Aljustrel,
Amares,
Cascais,
Estarreja,
Ferreira do Zêzere,
Lisboa,
Proença-a-Nova,
Reguengos de Monsaraz,
Vale de Cambra,
Vila Nova da Barquinha,
Vila Nova de Famalicão,
Vila Real e
Vila Verde; São João em
Aguiar da Beira,
Alcochete,
Almada,
Almodôvar,
Alcácer do Sal,
Angra do Heroísmo,
Armamar,
Arronches,
Braga,
Calheta,
Castelo de Paiva,
Castro Marim,
Cinfães,
Figueira da Foz,
Figueiró dos Vinhos,
Guimarães,
Horta,
Lajes das Flores,
Lourinhã,
Lousã,
Mértola,
Moimenta da Beira,
Moura,
Nelas,
Porto,
Porto Santo,
Santa Cruz das Flores,
Santa Cruz da Graciosa,
Sertã,
Tabuaço,
Tavira,
Terras de Bouro,
Valongo,
Vila do Conde,
Vila Franca do Campo,
Vila Nova de Gaia,
Vila do Porto e
Vizela; São Pedro em
Alfândega da Fé,
Bombarral,
Castro Daire,
Castro Verde,
Celorico de Basto,
Évora,
Felgueiras,
Lajes do Pico,
Macedo de Cavaleiros,
Montijo,
Penedono,
Porto de Mós,
Póvoa de Varzim,
Ribeira Brava,
São Pedro do Sul,
Seixal,
Sintra,
Torres Vedras e
Lagos
Nas cidades do
Porto e de
Braga
em Portugal, o São João é festejado com uma intensidade inigualável,
sendo que a festa é, à semelhança do que acontece no Nordeste do Brasil,
entregue às pessoas que passam o dia e a noite nas ruas das cidades,
que são autênticos arraiais urbanos.
Festas de São João são ainda celebradas em alguns países europeus
católicos,
protestantes e
ortodoxos (
França,
Irlanda, os países nórdicos e do Leste europeu). As fogueiras de São João e a celebração de
casamentos
reais ou encenados (como o casamento fictício no baile da quadrilha
nordestina e na tradição portuguesa) são costumes ainda hoje praticados
em festas de São João europeias.
É ainda costume a realização de fogueiras onde o combustível é o
rosmaninho.
França
A
Fête de la Saint-Jean (
Festa de São João), tal como no Brasil e em Portugal, é comemorada no dia
24 de junho e tem, como maior característica, a
fogueira.
Em certos municípios franceses, uma alta fogueira é erigida pelos
habitantes em honra a São João Batista. Trata-se de uma festa católica,
embora ainda sejam mantidas tradições
pagãs que originaram a festa. Na região de
Vosges, a fogueira é chamada
chavande.
Polônia
As tradições juninas da
Polônia estão associadas principalmente com as regiões da
Pomerânia e da
Casúbia, e a festa é comemorada dia
23 de junho, chamada localmente 'Noc Świętojańska" (Noite de São João). A festa dura todo o dia, começando às 8h da manhã e varando a
madrugada.
De maneira análoga à festa brasileira, uma das características mais
marcantes é o uso de fantasias, no entanto não de trajes camponeses como
no Brasil, mas de vestimentas de
piratas. Fogueiras são acesas para marcar a celebração. Em algumas das grandes cidades polonesas, como
Varsóvia e
Cracóvia, esta festa faz parte do calendário oficial da cidade.
Rússia / Ucrânia / Bielorrússia
A festa de Ivan Kupala (João Batista) é conhecida como a mais
importante de todas as festas dos povos eslavos orientais de origem
pagã, e vai desde
23 de junho até
6 de julho. Há a lenda de que na noite de Ivan Kupala aparece a flor da
samambaia
e, quem encontrar essa flor, será rico e feliz para sempre (essa flor
não existe). É um rito de celebração pelo verão, que foi absorvido pela
Igreja Ortodoxa.Muitos dos rituais das festas juninas eslavas estão relacionados com o fogo, a
água, fertilidade e auto-purificação. As moças, por exemplo, colocam guirlandas de
flores
na água dos rios para dar sorte. É bastante comum também pular as
chamas das fogueiras. As festas juninas eslavas inspiraram o compositor
Modest Mussorgsky para sua famosa obra "Noite no Monte Calvo"…
Suécia
As festas juninas da
Suécia (
Midsommarafton) são as mais famosas do mundo. É considerada a festa nacional sueca por excelência, comemorada ainda mais que o
Natal. Ocorre entre os dias 20 e 26 de junho, sendo a
sexta-feira o dia mais tradicional. Uma das características mais tradicionais são as danças em círculo ao redor do
majstången, um mastro colocado no centro da aldeia. Quando o mastro é erigido, são atiradas flores e folhas. Tanto o
majstången sueco (mastro de maio) como o mastro de São João brasileiro têm as suas origens no "mastro de maio" dos povos germânicos.
Durante a festa, são cantados vários cânticos tradicionais da época e
as pessoas se vestem de maneira rural, tal como no Brasil. Por
acontecer no início do verão, são comuns as mesas cheias de alimentos
típicos da época, como o
morangos e as
batatas.
Também são tradicionais as simpatias, sendo a mais famosa a das moças
que constroem buquês de sete ou nove flores de espécies diferentes e
colocam sob o travesseiro, na esperança de sonhar com o futuro marido.
No passado, acreditava-se que as ervas colhidas durante esta festa
seriam altamente poderosas, e a água das fontes dariam boa saúde. Também
nesta época, decoram-se as casas com arranjos de folhas e flores,
segundo a superstição, para trazer boa sorte.
Durante este feriado, as grandes cidades suecas, como
Estocolmo e
Gotemburgo,
tornam-se desertas, pois as pessoas viajam para suas casas de veraneio
para comemorar a festa. E os acidentes com balão são muito frequentes.