quinta-feira, 27 de agosto de 2015

DIA 28 DE AGOSTO - AGENDE-SE

LANÇAMENTOS NO DIA 28 DE AGOSTO

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

VIOLÊNCIA CONTRA A PAISAGEM


A memória desconstruída?

A memória desconstruída?

Foto: Rodrigo Dantas
Por Lívio Oliveira
Assustei-me quando me deparei com as ruínas, nada além de montes de entulhos e poeira, ocupando o terreno onde ficava o belo casarão que eu contemplava todas as vezes que passava naquele cruzamento, naquele encontro de ruas, hoje bem mais pobres. Foi como uma morte, uma espécie de morte da memória, uma morte da esperança e da permanência do sonho. Um apagar e um despertar diante da desconfortável visão da perda. Perda minha, individual, e perda coletiva, de toda a cidade que tanto se ressente de não ter o seu patrimônio arquitetônico e histórico respeitado e preservado.
Parece que tudo vai alimentando as bocas enormes das caçambas de entulhos que se multiplicam nos quadriláteros da província, ocupando espaços outrora destinados às pessoas, à passagem dos veículos, da vida que deveria ser pulsante, corrente e harmônica, mas que se depara quase sempre com a paralisia das vontades de autoridades ou com a sofreguidão de particulares alimentando seus bolsos com o lixo em que transformam nossa história.
Depois, quando cheguei em casa e liguei o computador, foi que vi as fotos do acontecimento, reproduções da tragédia, quadro a quadro, destacando-se a máquina gigantesca e destruidora, com sua mão de ferro poderosa arrancando o rosto já triste do casarão, seus olhos, portas e janelas, suas telhas, cabelos e dentes, seus batentes, paredes ao chão, ao pó, como um corpo tombando para o nada, para o esquecimento e desonra, humilhante fim para o lugar que abrigou gentes e vozes e gestos: a vida havia sido violada com a queda do casarão. O silêncio se instalara. Os ruídos e barulhos vis vieram antes. Virão depois.
Foi-se num sábado. E foi num domingo em que mais me entristeci. O que colocar no lugar? Como tapar aquele buraco aberto no peito da cidade, que vinha de mais umas e outras perdas incalculáveis? Quantos buracos ainda serão abertos no coração que sangra sem parar? O que ainda arrancarão diante dos nossos olhos perplexos e impotentes? Em que farmácia, das muitas farmácias já existentes na cidade, encontraremos remédios que amenizem a dor e que façam cicatrizar a ferida? Farmácias não curam mesmo esse tipo de mal. Fazer o quê? Nada. Chorar, talvez. Ou pedir que nos ouçam. E parem.
São as casas derrubadas, são as árvores caídas e seus pássaros desabrigados, são as memórias desgastadas, são os ideais perdidos, patrimônios materiais e imateriais abandonados, são os restos que se amontoam e se empilham e que nos fazem perguntar sobre a necessidade de tanta sofreguidão, tanta correria para não se chegar a lugar nenhum. A velha pergunta se repete mais uma vez: onde vamos parar? Onde vamos parar, meu Deus? Em que vilipendiado ponto largaremos nossos restos identitários?
Pobres de nós, os desamparados no meio das especulativas selva e guerra capitalistas, que não entendemos porque todos os dias nos roubam a herança cultural, nossos valores e princípios, ícones e símbolos, a nossa compreensão acerca dos componentes humanos da beleza artística e do engenho criativo e utópico, isso que se esfarela em poucos instantes, após tanto labor ter sido dedicado para que se erguesse.
Proponho, em face de tal realidade, que seja levantada uma estátua colossal aos “deuses” capitalistas que já tomaram conta da cidade, e que se dance sobre os cadáveres da nossa cultura, que sejam distribuídos os fármacos da ignorância eterna e que se comemore sobre os escombros da cidade que almejávamos ter. Ou, então, que urgentemente descubramos um novo sentido para empregarmos ao real e iniciemos a reconstrução do sonho, antes que tudo venha ao chão da memória, em pó e perda.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

DIA DO SOLDADO

25 de Agosto – Dia do Soldado

A data é consagrada como Dia do Soldado, exatamente o dia em que em 1803 nasceu de LUÍS ALVES DE LIMA E SILVA, o "Duque de Caxias", patrono do Exército Brasileiro.

Foi um militar com uma carreira exemplar, natural da então Capitania do Rio de Janeiro, herdeiro de uma família da aristocracia militar portuguesa. 
O seu genitor também foi militar, servindo ao exército português no Brasil, que, à época do nascimento do futuro duque, em 1803, estava na iminência de entrar em estado de guerra contra as forças napoleônicas na Europa, situação que motivou na mudança da família real portuguesa para o Brasil, com a elevação do país à categoria de Reino Unido e a futura independência, em 1822, com a participação de Luís Alves.
No Brasil Imperial, sob a liderança de D. Pedro I, as forças militares também começaram a passar por uma transformação e associaram-se à figura do imperador brasileiro e às novas instituições criadas sob a égide da Constituição Imperial de 1824
No Período Regencial, quando, a partir do ano de 1838, começaram a estourar várias revoltas de teor separatista no Brasil, o Duque de Caxias já era um oficial respeitado e conseguiu uma enorme projeção por comandar exitosamente a dissipação de várias dessas revoltas.
Nesse período, especificamente no ano de 1841, Caxias recebeu seu primeiro título nobiliárquico, o de Barão de Caxias, que faz referência à cidade maranhense de Caxias, onde o exército imperial conseguiu uma de suas mais célebres vitórias. Ao longo do Segundo Reinado, Caxias teve a sua posição de nobre elevada para conde, marquês e, por fim, duque.
Além disso, Caxias foi senador do Império pelo Rio Grande do Sul, província para a qual também foi nomeado por Dom Pedro II comandante-em-chefe do Exército em operações. Nas fronteiras do Sul do país, a partir de 1852, Caxias esteve à frente das represálias contra as investidas de Argentina e Uruguai ao Brasil. 
Ao lado de outros comandantes célebres, como o general Osório, o Duque conseguiu grandes vitórias sobre as tropas do ditador paraguaio Solano Lopez entre os anos de 1866 e 1868, naquela que foi a maior guerra já vista na América do Sul, a Guerra do Paraguai.
Caxias faleceu em 1878 e até hoje sua memória é lembrada não apenas no Dia do Soldado, mas também em vários rituais e cerimônias do Exército Brasileiro, com o uso de uma réplica do seu espadim pelos oficiais formados na Academia Militar das Agulhas Negras.
*Créditos da imagem: Shutterstock e Georgios Kollidas e dados colhidos no site Brasil Escola.

Em 20 de janeiro de 1959 fui convocado a prestar o serviço militar e o fiz no 16º RI, Companhia de Comando e Serviço, liderada pelo Capitão Mílton Freire, nascido em Mossoró e tendo como Comandante Geral o Ten.Coronel Dióscoro Gonçalves Vale, seridoense de fibra. Cheguei à graduação de Cabo de Infantaria.
Ao ser licenciado em dezembro do mesmo ano, após cumprir a minha missão, registro um período de patriotismo e camaradagem mantido com os colegas de caserna de todas as patentes e graduações, a exemplo do Sargento João Gregório Filho, do Sub-Tenente Evilásio, Sargentos 35 (Lins), Waldomiro, Loureiro, Tenentes Carvalho (aspirante) e Carvalho da Seção Mobilizadora, dos Soldados Xisto Thiago, Ugoberto, Miguel Mossoró, Ivo, Carneiro, Cavalcanti, Sávio e Flávio, Pedro, Lenilson, Benvenuto e tantos outros.
SAUDAÇÕES AOS SOLDADOS BRASILEIROS.


DHNET, COMITÊ ESTADUAL DA VERDADE-RN E A COMISSÃO DO CENTENÁRIO DO NASCIMENTO DE DJALMA MARANHÃO LANÇARAM DVD MULTIMÍDIA ENFOCANDO O UNIVERSO MUSICAL E ARTÍSTICO DA GESTÃO DO EX-PREFEITO DE NATAL.

Ocorreu no dia 22 de Agosto, o lançamento do DVD Multimídia DJALMA MARANHÃO – HINOS E CANÇÕES que registra o universo musical e artístico do contexto cultural da gestão do ex-Prefeito Djalma Maranhão.

O evento segue a continuidade da Coleção Memória das Lutas Populares no RN, sendo o título número 14 de uma série de publicações produzidas pela DHnet-Rede Direitos Humanos e Cultura em parceria com o Comitê Estadual da Memória, Verdade e Justiça do RN e pela Comissão do Centenário de Nascimento de Djalma Maranhão, instituída pela Fundação José Augusto.

O DVD “Djalma Maranhão – Hinos e Canções”, segundo o músico, poeta e compositor Prof. Roberto Lima, um dos participantes do disco, ...contempla o registro de diversas composições musicais surgidas na esteira da legenda “Djalma Maranhão”. São marchas, baiões, sambas, emboladas, frevos-canção, algumas paródias de autores anônimos, outras de compositores que se engajaram na trajetória política do Prefeito Maranhão.  Dosinho, Oscar Siqueira  e Jacira Costa, entre outros, são exemplo dos que participaram bem dessa fase. Dessa fileira, fizeram ainda parte vários cantores, cujas vozes ainda reverberam na memória dos que viveram aqueles anos de liberdade política e efervescência popular pré-64.  Destacaram-se, entre outros, Luíza de Paula, Clóvis Alves e, posteriormente, Fernando Towar que se iniciava com a sua voz fenômeno.
O trajeto histórico de Djalma Maranhão, no entanto, constituiu-se, a posteriori, em  fonte de inspiração para a criação e recriação da nossa arte, fazendo florescer pinturas como as de Dorian Gray, canções e poesias como, por exemplo, Chico Santeiro, poema de Deífilo Gurgel, musicado por Roberto Lima e a Ode ao Prefeito Djalma Maranhão igualmente de autoria deste último.  Vê-se o legado do “prefeito do povo” na evocação dos autos folclóricos da chamada época de Djalma Maranhão, todos resgatados nas diversas manifestações artísticas de gerações de autores.
Deste DVD, participam Fernando Towar, Clóvis Alves e Oscar Siqueira Filho, que canta, além de outras, uma composição do pai;  Ivo Shin com a sua flauta mágica, CATS na percussão e eu com as composições já citadas, voz e violão. Temos todos o mérito não de uma apresentação irretocável, mas o de registrar, com os poucos ensaios que coordenamos, as “Marchas e Canções” de eras memoráveis que povoavam lembranças privilegiadas,  mas que podem agora ser revisitadas e compartilhadas com as nossas novas gerações...”
Esse Lançamento faz parte de uma extensa programação em Homenagem ao Centenário de Nascimento desse importante militante político que terá Memorial Online; Exposição de Fotografias e Banners, presencial e virtual; Rodas de Conversa; Seminários; Sessão Solene; Cortejo Cultural; Show Musical e encerrando com a Entrega do XXI Prêmio Estadual de Direitos Humanos Emmanuel Bezerra onde serão homenageados Professores e Alunos da época da gestão do ex-Prefeito.

Maiores informações:
Contatar Roberto Monte – Tel. 3201-4359 / 3211-5428 / 99977-8702
Aluízio Matias – 98721-7705 / 99890-3861 (Também WathsApp)


segunda-feira, 24 de agosto de 2015

NOITE DE QUASE NENHUM AUTÓGRAFO

A imprensa local vem informando o resultado de pesquisa feita em Natal, onde 70% das pessoas não cultivam o hábito de ler livro, sendo a maioria de homens.
Deve ter sido por isso que a Feira de Livros com noite de autógrafos  foi, para mim, decepcionante. Não conseguimos alcançar o numerário de que precisávamos para oferecer como contrapartida em Convênio celebrado com a Fundação José Augusto. Vamos pensar em outra forma de obter o que necessitamos.

O Presidente Valério Mesquita tem se pronunciado dando conta da sua decepção este ano com a falta de atenção para com o IHGRN, até mesmo dos associados, que não prestigiaram a nossa promoção e boa parte sequer recolheu a anuidade 2015. 

Recentemente foi aberta uma janela pela Prefeitura de Natal. Vamos à luta.

Enquanto isso, esperamos que as pessoas de boa vontade compareçam à sede do Instituto para a aquisição de algumas obras que foram doadas pelos autores, a preços módicos e os associados inadimplentes paguem a anuidade devida. ESTE ANO TEREMOS ELEIÇÃO PARA O PERÍODO DE 2016-2019, será no próximo dia 10 de novembro e é preciso estar adimplente. Após a eleição vamos apurar os faltosos e iniciar um processo de eliminação de quem tenha demonstrado não ter interesse em continuar sócio da Casa da Memória. 

ISTO É ALGO LAMENTÁVEL.

domingo, 23 de agosto de 2015

OPINIÃO QUE MERECE MEDITAÇÃO




A EDUCAÇÃO PELA COERÇÃO – Como Reconstruir a Ditadura
Geniberto Paiva Campos  - Brasília – DF – agosto, 2015



(Nazi fascismo, a doença infantil do Neoliberalismo)

1.    Duas recentes decisões do Congresso Nacional nos colocam a pensar sobre o presente e o futuro imediato do Brasil: a redução da maioridade penal, aprovada em segunda votação pelo plenário da Câmara e um projeto, aceito pela Comissão de Educação do Senado, que obriga os pais de alunos a comparecerem pessoalmente às escolas para acompanhar o desempenho educacional dos filhos. Com penas draconianas para os pais “infratores”. Correndo por fora, projeto recente de um deputado prevê severa punição para professores que “discutirem política em sala de aula”.
A primeira impressão é de incredulidade. Será possível que tal nível de intolerância e estupidez tenha contaminado o comportamento dos chamados representantes do povo? Estaríamos, então, caminhando inexoravelmente para um estado policial, através da criação de um aparato legal retrógrado, medieval? Incabível em escolas do século 19. E total e absolutamente inadequado para as primeiras décadas do século 21, onde a Tecnologia da Informação se introduz gradativamente no aprendizado, fulminando conceitos e paradigmas seculares do ensino tradicional. E num momento em que o acesso à informação é livre e a interatividade entre emissor e receptor de notícias e dos fatos políticos e sociais é total, através de novos (e anteriormente impensáveis) meios eletrônicos.
Por que obrigar pais de alunos a comparecerem pessoalmente às escolas, sob as penas da Lei? Não existiriam outros meios de acompanhar a evolução escolar moderna, senão com a presença obrigatória dos pais dos alunos?  Estaria em tramitação secreta no Congresso uma lei proibindo ou restringindo o uso de computadores, celulares e smart phones e da Internet em todo o  território nacional? Afinal, essas geringonças eletrônicas poderiam estar destruindo a família brasileira...
E por que proibir e punir com os rigores da Lei, os professores que discutirem política em sala de aula? Quem vai fiscalizar e definir o que é “política”, numa sociedade de consumo de um mundo globalizado?
O Conservadorismo brasileiro, expressão local do Neoliberalismo, parece, ensandeceu definitivamente. Jogar a juventude brasileira nos cárceres e nas masmorras prisionais, sem qualquer finalidade recuperação. Senão como torpe vingança da elite socioeconômica sobre pobres, negros e desvalidos em geral, nos quais coloca, precoce e implacavelmente, o estigma de criminosos. A consciência do povo brasileiro, em sua sabedoria, percebe que a redução da maioridade penal é uma lei feita sob medida para o andar de baixo da pirâmide social.
2.    No início do século 20, uma frase de conteúdo crítico, quase ferino, sobreviveu a décadas de evolução histórica: “ o esquerdismo é a doença infantil do comunismo”. Atribuindo aos “esquerdistas”  sentimentos e comportamentos intolerantes, negação do direito de  pensar diferente dos adversários, radicalismo e dogmatismo inconsequentes, vendo no diferente um inimigo. Enfim, a negação da racionalidade democrática.
Decorrido um século, esse estigma se inverte, politicamente. Abstraindo completamente as fundamentais lições dos fatos transmitidas pela História Contemporânea, a Elite brasileira vai às ruas, sob o pretexto de incontida e indignada campanha contra a Corrupção. Mas, paradoxalmente, pregando o Golpe e defendendo soluções truculentas fora da Legalidade Democrática e do Estado de Direito. Numa clara manifestação de corrupção da Política e da Cidadania, recentemente expressas através do sufrágio universal, agora negadas pelos que se acham acima da lei e das normas inscritas na Constituição do país. Dessa forma impedindo a evolução natural do Processo Civilizatório, nunca é demais repetir.

Talvez seja apropriado colocar algumas questões bem atuais: “- o nazi fascismo é a doença infantil do Neoliberalismo?”  Aonde o Congresso Nacional e os movimentos de rua da classe média – sempre aos domingos -  pretendem chegar com tais ações? Seria correto supor tratar-se da adoção, sutil, indolor, por meio  de movimentos “políticos”, de leis e editos votados às pressas, em madrugadas sombrias,  de um novo regime ditatorial na nossa pátria, como sempre dormindo, tão distraída?