sábado, 16 de abril de 2022

 

Novas Cartas de Cotovelo – OUTONO de 2022-12

Por: Carlos Roberto de Miranda Gomes

         Tenho que me conformar com a idade. Outrora, ou seja, até 2021, mantive em meu blog o registro de cada momento da Semana Santa, na medida dos dias de celebração.

        Agora, os percalços da vida me tiraram o vigor de escrever e prefiro assistir pela televisão ou presencialmente nas igrejas, com mais fervor pois já vislumbro o final da escada.

        Só para exemplificar - no ano que passou publiquei sequencialmente as solenidades da Última Ceia e do Lava-pés, momentos em que o Nosso Senhor criava a EUCARISTIA; depois provava a sua humildade.

 

 



 

 Depois o sofrimento do julgamento e o martírio até o instante final da crucificação. 

 



 

 


 
 

Afinal chegou o Grande Dia

Cristo vive

É a Vitória,

A Ressurreição.

É a Glória

 

Sabemos que a Páscoa representa “Passagem”

Assim como aconteceu com o Povo de Israel liberto do Egito,

Jesus volta ao nosso convívio

Apenas na simbologia litúrgica

Pois Ele jamais saiu do nosso lado.

Páscoa é uma importante celebração da igreja cristã em homenagem à ressurreição de Jesus Cristo.

Páscoa se origina da palavra em latim Pascha, que deriva do hebraico Pessach/Pesach, que significa “a passagem”. Essa “passagem” está descrita no Antigo Testamento como a libertação do povo israelita da escravidão no Egito. A Páscoa era celebrada pelos judeus para comemorar a liberdade conquistada pelo seu povo.

Já no Novo Testamento, a Páscoa é a celebração da passagem da morte para a vida, através da ressurreição de Jesus Cristo.

 

FELIZ PÁSCOA A TODAS AS CRIATURAS VIVENTES E ÀS QUE ESTÃO, EM ESPÍRITO, JUNTO DO SENHOR, COMO A NOSSA THEREZINHA ROSSO GOMES. QUE SEJA AGORA O TEMPO DA VITÓRIA, DA FÉ, DA ESPERANÇA E DA SOLIDARIEDADE. SÃO ESSAS AS GARANTIAS DA VIDA PLENA, CRISTÃ E VERDADEIRA.

 

Adoto, como mensagem definitiva, neste ano de 2022, o maravilhoso artigo do Padre JOÃO MEDEIROS FILHO, já publicado e que merece ser lido e meditado sobre todos os seus termos.

 

terça-feira, 12 de abril de 2022

 

Celebrar a Semana Santa

Padre João Medeiros Filho

Neste ano de 2022, vamos relembrar o sofrimento de Cristo em tantos irmãos nossos, vítimas de injustiça, desprezo e abandono. Em cada Semana Santa, renovam-se o mistério da dor e a alegria da vitória. O Filho de Deus assume a nossa existência em tudo o que ela contém de esperança e desespero. Sua Morte é a manifestação da fragilidade de nosso ser e sua Ressurreição, o sinal da dimensão infinita do homem. Nossa história faz-se presente. Não celebramos apenas fatos do passado, e sim tudo o que somos e o Verbo Divino encarnou, quando se “fez homem e habitou entre nós (Jo 1, 14). Sofrendo, Ele desmascara a estrutura injusta da humanidade. Ressurgindo, proclama a vitória sobre o pecado, simbolizado na destruição e na angústia humana. A Semana Santa – memorial da misericórdia divina –revive a resposta suprema de Cristo à tentação e ao desafio cotidiano do mal.

Jesus provou sua solidariedade incondicional pelo ser humano. Por isso, deixou-nos o sacramento da Eucaristia: sinal inefável e permanente da bondade de Deus. Jesus não tem somete palavras de conforto. Mas, entrega sua vida para selar a união do Pai com a humanidade. “Não vos deixarei órfãos(Jo 14,18). A presença diária de Cristo em nossa vida está assegurada pelo Pão Eucarístico, que se torna nossa força. Ele caminhará ao nosso lado, como outrora fizera com os discípulos de Emaús. Ao se entregar como nosso alimento, Ele quis mostrar que tomar a refeição juntos representa partilha e comunhão. Convida-se à mesa quem se ama e considera. Eis o sentido da atitude do Redentor, que expressa sua plena doação, vivenciada na Quinta-feira Santa.

Quem ama, serve e se doa. Esta é uma das lições do Senhor, antes de dar a sua vida pela salvação de todos. Ele revoluciona o conceito de importância e grandeza. Nobre, grande, importante é quem serve, não quem é servido. Devemo-nos lembrar constantemente das palavras de Jesus: “Estou no meio de vós, como quem serve (Lc 22, 27). Eis o significado maior do Lava-Pés. Para os cristãos, amar é servir. Na Última Ceia, o Salvador recomenda: quem ocupa o lugar de honra, deve descer ao nível do ser humano para mostrar-lhe a sua dignidade. O Senhor ensina através de exemplos. Isto consiste também em ser Mestre. “Vós me chamais de Mestre e Senhor (Jo 13,13). O Filho de Deus inaugura uma nova mentalidade pelo gesto insólito do Lava-Pés.

A Semana Santa é a celebração da total doação divina. Esta, diante da lógica dos homens, chega a beirar à insanidade. E ninguém pode duvidar: é a “loucura de Deus” (cf. 1Cor 1, 25), que se traduz e plenifica na entrega de seu Filho Único à morte, a fim de que ninguém se perca. A Paixão e a Ressurreição de Cristo são a prova maior de seu amor por nós. Jesus aceitou padecer e aniquilar-se na cruz para demonstrar nossa condição, o nada de nosso ser humano. Mas, Ele ressurgiu para revelar nosso destino e nossa vocação, sobretudo a magnitude divina que existe em nós. Para os cristãos, a cruz tornou-se símbolo de conversão e sede de salvação.

A Ressurreição significa os anseios de uma vida nova e busca da dimensão verdadeira de nossa existência. É fruto da clemência de Deus, que tudo recria. Assim é a Páscoa, também esperança e não apenas memorial. Dá-nos a certeza: Ele ressuscitou e não morre mais! Ensinou-nos que o amor, nascido do perdão, é mais forte que a própria morte, pois é vida. Quem ama, fala muito do amado. É o testemunho. Por isso somos chamados a proclamar o Ressuscitado. Cabe-nos, pois, levar o Cristo à sociedade marcada por sinais de opressão e aniquilamento. No primeiro dia da semana (Jo 20, 1), Maria Madalena foi à procura do corpo do Salvador. Inicia-se assim a nova criação, nascida da alegria e da vitória. Somos vencedores e não derrotados, eis a mensagem central da Semana Santa! Feliz Páscoa, marcada pelo desejo de um Brasil melhor e um mundo sem guerras!

 

 

O QUE FOI BOM FICOU PRA TRÁS –

 

  • Banho de bica na chuva de inverno.
  • Saborear uma boa galinha torrada surrupiada no sábado de aleluia.
  • Malhar o judas no sábado da aleluia.
  • Jogar peladas nas ruas largas e de frouxo areial, nos bairros de Tirol, de Petrópolis e no campo duro da Salgadeira.
  • Tomar banho no poço de dentão (praia do forte).
  • Assistir ao jogo ABC X América, no Juvenal Lamartine, no “conforto” dos galhos das mangueiras do sítio das freiras.
  • Gastar o dinheiro da entrada do jogo, saboreando o inigualável e cheiroso cachorro-quente em pão fatiado, vendido em frente ao campo.
  • Jogar conversa fora, à noite, na Praça Kennedy.
  • Vibrar com as retretas da Banda de Música da Polícia Militar, na Festa da Apresentação, na Praça André de Albuquerque.
  • Participar dos jogos estudantis e ganhar do Colégio Marista, jogando futebol pelo Atheneu.
  • Assistir a filmes faroestes americanos, no sábado de manhã, no Cinema Rex.
  • Almoçar no Restaurante Galinha de mãe, no domingo.
  • Comer uma saborosa carne assada do Lira.
  • Almoçar um bom peixe na Peixada da Comadre.
  • Tomar um caldinho quente de feijão preto na Tenda do Cigano, na praia do meio, no final da farra, para amenizar a fome e os efeitos colaterais etílicos.
  • Nadar no rio Potengi e descobrir suas gamboas.
  • Tomar umas geladinhas no Bar Briza del Mare, na margem do rio Potengi, em noite de lua.
  • Pegar caranguejo na lama dos manguezais do outro lado do rio Potengi, na maré
  • Pescar com isca de tamaru (espécie de camarão de lama) no navio velho semiaterrado do outro lado do rio Potengi.
  • Ir de bote à vela, nos domingos, para a praia da Redinha.
  • Ver e admirar o trabalho artesanal do mestre Isac em seu estaleiro construindo botes, na margem do rio Potengi.
  • Participar das festas no Redinha Clube.
  • Soltar pipas (corujas) inocentes e coloridas, sem cerol.
  • Assistir brigas de galo no rinhadeiro da avenida Alexandrino de Alencar.
  • Presenciar as mais inusitadas apostas entre Liliu, Tatu e Nilsen Farol.
  • Assistir às disputadas regatas no estuário do rio Potengi, entre Náutico X Sport.
  • Admirar as robustas lutas corporais e as “marmeladas” entre os lutadores Aderbal, Bernardão e Takiano.
  • Presenciar as belas disputas de futebol de salão entre ABC, America e Bola Preta, no Palácio dos Esportes.
  • Estudar no Colégio Atheneu Norte-Riograndense.
  • Conviver com o secundarista Manoel Filgeiira Filho (Pecado), o líder nato.
  • Tirar o sal do corpo depois do banho de mar, nos tanques de águas doces e frias (piscinas) da Praça Pedro Velho.
  • Criar trilhas e comer camboim (fruta silvestre) nas dunas da mata atlântica por trás do Juvenal Lamartine.
  • Vibrar e se empolgar com a torcida do Alecrim FC, no seu habitat especial no JL, a mais fiel e barulhenta da cidade.
  • Vestir com honras duas camisas 5: uma do time “Periquito” – Alecrim – bicampeão da cidade (1963/4); outra do tricolor da nossa seleção Estadual; e, finalmente, a de número 6 do América, campeão de 1967.

 

 

 

 

 

Berilo de Castro – Médico e Escritor,  berilodecastro@hotmail.com.br

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores

 

CONSIDERAÇÕES SOBRE O AMOR

 

Diogenes da Cunha Lima

 

         O amor é o sentimento que mais distingue o homem dos outros animais. Quando em plenitude, dá sentido à vida humana, cria aos amantes um tempo infinito.

Amar é verbo intransitivo como intuiu Mário de Andrade. O amor está escondido no mais íntimo do coração, não sendo imprescindível sua destinação.

  O verdadeiro amor não carece de disfarce, fantasia. Não pode ser condicional. Um pouquinho de amor pode ser suficiente a quem sente, mas nunca é demais.

  Todos sabem que o amor materno é o maior de todos os amores. Cortado o cordão umbilical, o filho permanece ligado à mãe por um cordão umbilical afetivo.

  Há muitas espécies de integração amorosa, como: a filial, a do parentesco, a dos amigos, mas todas decorrentes do amor pelo outro.

  O Poeta que revelou ser o amor um fogo que arde sem se ver duvida se ele pode causar a amizade, pois é sempre contrário a si mesmo. Será?

  Talvez não seja a causa, mas é indissociável da amizade. Esta definida por Câmara Cascudo como amor sem sexo.

  Com ausência de amor ninguém alcança a felicidade. Se há algum ser humano que vive sem esse sentimento, certamente, é infeliz.

Com toda certeza, o amor é condição para o permanente aperfeiçoamento da alma, além de aprimorar o funcionamento do corpo. Na história da humanidade, os filósofos procuram explicar o amor; os cientistas estudam o fenômeno; os artistas (entre eles, o poeta) adivinham as suas sutilezas. Todo poema é um ato de amor.

Will Smith, ganhador do Oscar, imitou a famosa canção brasileira para justificar a sua desculpa de ter dado um tapa na cara do humorista Chris Rock, que havia feito piada sobre a amada do vitorioso. Talvez para diminuir o risco de perder o prêmio, ele afirmou: “O amor vai te fazer cometer loucuras...”.

        Olavo Bilac sabia que somente os poetas seriam capazes de ouvir e entender estrelas, pois eles sentem que amar é a principal missão de seus corações. O mais puro de todos os amores é dedicado a Deus e é louvor à toda a natureza.

Para Dante Alighieri, o amor move o sol e as outras estrelas. Se esse sentimento maior é capaz de mobilizar os astros, merece destaque também na cyber cultura.

Nesta era da conexão rápida, o próprio livro e os CDs tornaram-se cúmplices da inovação e cedem espaço ao amor.

  A cada dia crescem as funções dos smartphones. A computação móvel, aliada ao QR Code, acrescentará uma nova apresentação literária.

A comunicação sobre o amor fará o mundo melhor.