- HOMENAGEM -
ALFREDO MESQUITA FILHO
Valério Mesquita*
Alfredo Mesquita Filho nasceu em Macaíba, a 23 de maio de 1901. Filho de Alfredo Adolfo Mesquita e Ana Olindina de Mesquita. Fez os seus estudos preparatórios em Macaíba, Natal e Recife, quando cursava medicina, teve que retornar à Macaíba por motivo do falecimento do seu pai, ocorrido em 1929. Passou a se dedicar junto com os irmãos às atividades de comércio, agricultura e criação. Na sua infância, o desejo da família era vê-lo padre. Resistiu. Não foi para o seminário.
Em 1946, foi constituinte elegendo-se deputado estadual pela legenda PSD. Reelegeu-se em 1950 e 1954, exercendo nesses períodos diversos cargos e comissões. Já em 1958, candidatou-se novamente a prefeito vencendo as eleições, tendo este sido o seu último mandato eletivo, até, 1963. Como deputado estadual a ele se credita o esforço da vinda de inúmeras obras para os municípios que representava na Assembleia, tais como: Macaíba, São Gonçalo do Amarante, Bom Jesus, Serra Caiada (Presidente Juscelino), Caiada (Eloy de Souza), São Pedro, Ielmo Marinho entre outros. Não obstante seus 40 anos de vida pública, 30 dos quais militou na Oposição. Mesmo assim, conseguiu com os governos escolas e estradas, além de junto com todos os amigos da época, haver experimentado o triunfo da implantação da Escola de Jundiaí e a construção da ponte da cidade de Macaíba. Sobre essa ponte há um episódio. A antiga ponte de Macaíba havia desabado. Como deputado pessedista cobrou do governo do Estado (Dr. José Varela) a sua construção.
Como o erário estadual não podia arcar com as despesas, teve que recorrer ao antigo Ministério de Obras e Viação.
Entretanto, ao aguardar a resposta da bancada federal do seu partido, recebeu espontaneamente a ajuda do então deputado federal, Aluízio Alves, udenista que se prontificava a conseguir os recursos. Tal fato, no Rio Grande do Norte calcinado das brigas do PSD x UDN, em 1950, em Macaíba, aceitar apoio de um udenista era um opróbrio.
Houve cenas de tumultos, pressão e rompimentos políticos. Mas, como Macaíba para Alfredo Mesquita era mais importante que os partidos, aceitou a ajuda, o dinheiro chegou e a ponte foi construída e até hoje está lá. Em 1961, após a campanha de Djalma Marinho a quem ajudou por haver o PSD se fracionado para apoiar dois udenista, vendeu a sua propriedade Uberaba, em Macaíba, por "treze mil contos" ao fazendeiro Adauto Rocha, a fim de poder pagar os compromissos da campanha. As eleições de 1962, 1965, 1966 e 1968 quando, já doente, enfrentou sua última campanha política, testemunham a fidelidade do seu espírito partidário e sua dedicação exclusiva ao seu povo.
No dia 12 de abril de 1969, pobre mas querido pelos humildes, morreu Alfredo Mesquita. Nesse dia sua cidade parou. Não para lhe dizer adeus, mas, para lhe garantir que ele e ela formariam naquele dia, mais do que qualquer tempo, um binômio inseparável: um pacto de identificação. Ele e ela. Abraçados permanentemente em suas entranhas.