sábado, 13 de abril de 2013


DPASSADO VII – VELHOS BLOCOS CARNAVALESCOS- Part

      DE VOLTA AO PASSADO VII
VELHOS BLOCOS CARNAVALESCOS - Parte I
Ormuz Barbalho Somonetti
          Por mais de quatro décadas, entre 1945 e 1980, desfilaram pelas ruas e avenidas da cidade de Natal, um tipo de bloco carnavalesco que só existia em nossa aldeia. Eram os chamados “blocos de elite”. Essas agremiações geralmente tinham suas origens nas turmas de amigos de bairro ou de colégio. Com um número de componentes bem mais reduzido, em relação aos blocos de hoje, que chegam a contar com mais de 1000 participantes, nos blocos daquela época o número de participantes girava em torno de 30 a 40 componentes.

Uma das condições básicas para participar dessas agremiações era conhecer alguns de seus componentes. Havia também os novatos, aqueles que chegavam de outros estados ou mesmo do nosso interior, para passar o período carnavalesco na casa de parentes ou amigos. Quando acontecia de algum membro dessas famílias participar de algum bloco carnavalesco, fatalmente o visitante era convidado a se integrar a esse bloco. Entretanto, só era possível sua admissão se contasse com a aprovação de todos os componentes. O mesmo não ocorria quando o pretenso participante era do sexo feminino. Nesses casos, sua entrada era aprovada sem maiores delongas. 

A presença feminina nos blocos daquela época ocorreu no início dos anos 60, quando o bloco Milionários do Ritmo, exibiu em sua alegoria componentes dos “Brotinhos Indomáveis”, uma extensão do bloco na versão feminina, composto em sua maioria, pelas namoradas dos participantes. Entre seus componentes destacamos: Sônia Simonetti, Carminha, Eunice, Eloisa, as irmãs Graça e Lúcia Galvão, Noelza Saldanha, Eunice Lyra, Paula, as irmãs Isolda e Idalma, Dilma Ribeiro e outras.
       
        Na década de 50, os blocos bem mais elaborados e estilizados, desfilavam em local pré-determinado pela Prefeitura e concorriam a prêmios, oferecidos pelo Poder Municipal, nos quesitos fantasia, samba-enredo e bateria.

Nessa época era comum ver pelas ruas “troças” e “bagunças” que se formavam nos bairros e saíam pelas ruas animando as manhãs de carnaval, com destaque para os papangus – denominação para as pessoas que se disfarçam vestindo trapos, usando máscaras e adereços e saem às ruas sozinhas ou em grupos, durante os dias de carnaval.  
                       Deliciosos na folia

De 1956, a 1966, Os Deliciosos na Folia, um dos blocos mais antigos de Natal desfilava e concorria a prêmios no período carnavalesco. Entre seus componentes estavam: Carlos Gomes, Múcio Nobre (magro), Airton Ramalho (compositor) Oldeman da Confeitaria Atheneu, Airton Lepolodo, Daniel (baixinho) Zilson Eduardo Freire, pai do atual presidente da OAB, Francisco Eider Lopes, filho do famoso saxofonista Mainha, Betinho, o rei do passo, Lelé do Trombone, irmão do saudoso violonista Efrain, Picado do Trio Goiamum, e outros. Tinha como principal rival a agremiação Ases do Ritmo, formada justamente por alguns dissidentes. Dentre seus componentes podemos citar: Arnaldo França, Evaniel Máximo de Souza, os irmãos Wallace, grande jogador de futebol, e Wilton Gomes da Costa, Odúlio Botelho, Severino Manoel dos Santos, Luiz MeirelLes e Jader Correia da Costa, juízes de futebol, Badeco, funcionário dos Correios, Vavá do Surdo, Canelinha, sobrinho do humorista do mesmo nome, José Botelho também conhecido como Cabo Zé, que era o mascote.
                         Deliciosos na folia

Também se constituíam em grandes adversários na disputa das premiações os blocos Imperadores do Samba e o famoso Aí vem a Marinha, formado por fuzileiros navais, marinheiros e até mesmo oficiais, geralmente procedentes do eixo Rio/São Paulo, que aqui chegavam para servir, por determinado período, na Base Naval de Natal e no CIAT- Centro de Instrução Almirante Tamandaré. Com muito samba no pé e exibindo belas alegorias, atraíam a atenção, principalmente das moçoilas casadoiras.
                             Clube Albatroz
Temos conhecimento, também, que os sargentos da Aeronáutica, criaram um animado bloco carnavalesco, se não me falha a memória de nome Albatroz, deixando como legado o clube do mesmo nome, defronte a eterna “Praça Pedro Velho”. 
                       Praça Pedro Velho
Na década de 60, recordo apenas de sete blocos. Bacurinhas, Plebe, Jardim de Infância, Karfajestes, Cacarecos, Xamego, e Milionários do Ritmo, conhecido somente como Milionário. 

Mesmo com pouca idade, tinha muita aproximação com a turma dos Milionários, pois se reunia na esquina do Cinema Rio Grande, na confluência da Rua Assu com a Avenida Deodoro da Fonseca, bem próximo de minha casa. Além do mais, o presidente do bloco era Valério Marinho, na época namorado minha irmã, que posteriormente seu marido.

Do bloco Milionários cito alguns de seus componentes que ora me recordo: Cláudio Procópio, Marconi Furtado, Hamilton Dantas, Sinval, Decio Teixeira de Carvalho, Franklin, Ronaldo Rocha, Eduardo Maia (mamão), Nelson Cocada, Marcos Formiga, Orson, Galego Franklin, Manoel Maia entre outros, além de Fernando Bezerra que depois passou a integrar o bloco Plebe.
      
         A história da fundação do bloco “Os Karfajestes” podemos dizer que foi um tanto inusitada. Começou quando um dos integrantes do bloco Bacurinhas namorava uma moça e sua futura sogra não o suportava, nutrindo pelo pobre rapaz uma gratuita antipatia, e a explicitava sempre que era possível. Protegia a donzela como um cão de guarda protege seu dono. A mãe zelosa, por não aprovar o namoro, sempre procurava um jeito de menosprezá-lo. Certo dia, ao chegar à casa da “sogra” cumprindo o ritual do namoro, esta o recebeu como de costume, com extremo desdém. Enquanto a moça não aparecia, começou a analisá-lo e com visível desprezo apontava nele, o que enxergava como desleixo: “O senhor está com a roupa toda amarrotada!... e os sapatos... todos sujos, mais parece um cafajeste!...” Com toda certeza, a “sogra” não sabia o significado da palavra cafajeste, pois, se soubesse, certamente não a teria usado, pelo menos naquela ocasião e com a intenção desejada. Na mesma noite o nosso personagem ressentido com o tratamento da sogra, acabou o namoro. No caminho de volta para casa teve a ideia de fundar um bloco carnavalesco, batizando-o com o adjetivo pelo qual foi injustamente classificado.

Convidou alguns amigos e no ano seguinte desfilava pelas ruas de Natal um dos mais conhecidos e animados blocos carnavalescos daquela época: OS KARFAJESTES.
                                    Ibrahim Sued
A denominação “KAR” foi uma gíria criada por Ibrahim Sued (1924/1995), considerado o pai do colunismo social no Brasil, para denominar pessoa elegante, chique. O oposto de "Shangay", usada para qualificar algo cafona, de mau gosto.
                                                     
Talvez, em virtude do “trauma” sofrido com esse namoro, nosso personagem tenha se desvencilhado tantas vezes do laço “matrimonial”, prometendo que só se casaria quando a nova Catedral estivesse totalmente concluída. Promessa feita e cumprida. Apenas, com um pequeno detalhe: o casamento demorou um pouco mais do inicialmente previsto, só acontecendo após a segunda reforma da referida Catedral.

sexta-feira, 12 de abril de 2013



Casarão em ruínas será restaurado

Publicação: 11 de Abril de 2013 às 00:06

Vinícius Menna - Repórter

Construído em 1908, o prédio que abrigou a antiga Faculdade de Direito, o Grupo Escolar Augusto Severo, a Escola Normal de Natal, um anexo do Atheneu Norte-Rio-Grandense e a Secretaria de Segurança Pública, por décadas, encontra-se hoje em avançado estado de deterioração e sem nenhum uso que valorize a sua importância histórica. A cobertura e o teto da edificação estão comprometidos. Há infiltrações nas paredes, boa parte do piso está destruído e o lixo toma conta do espaço. Mas essa realidade poderá mudar em breve.
Edu BarbozaDeterioração tem avançado, ano após ano, devido ao abandonoDeterioração tem avançado, ano após ano, devido ao abandono

Em audiência realizada ontem na Justiça Federal, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) assumiu a responsabilidade de restaurar, preservar e dar um novo destino à edificação centenária. Num projeto com recursos que ultrapassam R$ 2 milhões, a UFRN – em consórcio com o Município de Natal – aguarda definição do Ministério da Cultura, pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das Cidades Históricas para iniciar a recuperação do prédio. Segundo o superintendente de Infraestrutura da UFRN, Gustavo Coelho, o resultado deve sair até o fim do mês.

Beleza

Situado em frente à Praça Augusto Severo, ponto tradicional de Natal, o prédio de nº 261 chama a atenção de quem passa tanto pela beleza que reserva, como abandono da obra.

O mato cresce farto na parte frontal do terreno, entre bancos e escadarias por onde vários estudantes transitaram durante o início do século XX. As estátuas no topo da edificação ainda resistem ao tempo, sendo testemunhas das várias camadas de tinta descascada que a fachada do prédio apresenta. Alguns azulejos das colunas que sustentam os corrimões de acesso ao prédio já não estão mais ali.

Sujeira

O piso do saguão de entrada, que aparenta ser o original, está fosco de tanta sujeira e tem buracos. No teto, se vê mais céu do que cobertura: tanto o telhado quanto o forro de gesso estão deteriorados. No interior do prédio, o piso mostra-se ainda mais comprometido. O chão de madeira de uma das salas está destruído quase em sua totalidade.
Edu BarbozaNa área interna, parte do teto já desabou em vários salõesNa área interna, parte do teto já desabou em vários salões

O mal cheiro é forte e as paredes estão cobertas de manchas, causadas por infiltrações, além de buracos. Em alguns locais, plantas brotam nas paredes, em outros cupins tomam conta da madeira de janelas de vidraças quebradas ou do chão de taco.

Pixação

Como se não bastasse a ação do tempo, em uma das paredes laterais, no lado de fora do prédio, há registros que apontam para a depredação feita pela mão do homem, evidenciada pela pixação: “Centro de Recuperação / Não cabre (sic) mais gente”. O cenário é triste. Não tem como não lembrar dos versos do poeta Vinícius de Morais: “Era uma casa muito engraçada / não tinha teto, 
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FONTE: TRIBUNA DO NORTE (11.4.2013)

COMENTÁRIO DO BLOGUEIRO:
Foi uma luta de mais de duas décadas, da qual participei ativamente, mas sem sucesso. Agora, no entanto, com as providências do Juiz IVAN LYRA DE CARVALHO e do advogado público RICARDO ALCÂNTARA, ambos professores da UFRN, acredito que a coisa vai mudar. VAMOS À LUTA PARA RECUPERAR A MEMÓRIA DOS ESTUDANTES DE DIREITO, RESTAURANDO A VELHA E TRADICIONAL FACULDADE DE DIREITO DA RIBEIRA.

 

Notícias



Advogado Lívio Oliveira toma posse como Delegado Estadual da UNAFE nesta sexta

por Maiara Cruz
 
O conselheiro seccional da OAB/RN, Lívio Oliveira, toma posse nesta sexta-feira (12) em Brasília como Diretor Estadual da União Nacional dos Advogados Públicos Federais (UNAFE) para o Biênio 2012/2014. O evento terá início às 09h, no Hotel Brasil 21 Meliá.

O período de votação para a escolha dos Delegados Estaduais da UNAFE ocorreu entre os dias 05 e 12 de março.

Dentre as atribuições do cargo, cabe ressaltar a importância dos Delegados efetivos e suplentes, haja vista a amplitude de suas ações, que fortalecem a atuação dos Advogados Públicos Federais de todo o País. Destaca-se; participação do Colégio de Representantes, fiscalização em sua unidade de atuação, bem como o cumprimento dos princípios e valores da UNAFE.
Os nomes dos candidatos eleitos para o cargo de Delegado Estadual para administração da UNAFE são:
RIO GRANDE DO NORTE:
Titular: Lívio Alves Araújo de Oliveira
Suplente: Vital Nogueira de Souza

ESPÍRITO SANTO:
Titular:Jose Guilherme Barbosa de Oliveira
Suplente: Sem candidatura

MINAS GERAIS:

Titular: Rodrigo Miranda Mendes
Suplente: Não tem suplente

PARÁ:
Titular:Vilberto da Cunha Peixoto Júnior
Suplente: Não tem suplente

PIAUÍ:
Titular: George Barbosa Jales de Carvalho
Suplente: Paulo de Tarso Lages Cavalcanti Filho

RIO DE JANEIRO:

Titular:Diogo Alvarez Tristão
Suplente:Fátima Cristina da Silva Mendes

SANTA CATARINA:
Titular: Alexander Santana
Suplente: Não tem suplente

SERGIPE:
Titular: Carlos Augusto Maciel Almeida
Suplente: Fábio de Azevedo Viana




PAULO EDUARDO TEIXEIRA, ELEITO PARA O CNJ.
Aniversariante do dia: Paulo Eduardo Teixeira, presidente da OAB-RN - Paulo-Eduardo-Teixeira
O Rio Grande do Norte tem novo representante no Conselho 
Nacional de Justiça. O conselheiro federal Paulo Eduardo Teixeira foi eleito pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
 OAB apresenta Paulo Teixeira para corregedor nacional de Justiça
Parabéns ao nosso Conselheiro Federal da OAB/RN e Membro Honorário Vitalício.

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quinta-feira, 11 de abril de 2013

H O J E
(11-4-2013)
A UBE/RN CONVOCA PARA A ASSEMBLÉIAS GERAL EXTRAORDINÁRIA
UNIÃO BRASILEIRA DE ESCRITORES - UBE/RN

 Edital para Assembléia Geral Extraordinária
 Fica Vossa Senhoria convocado a comparecer à Assembleia Geral Ordinária da UBE-RN às 16h, do dia 11 de Abril (quinta-feira) em primeira convocação e às 16h30 em segunda convocação e com qualquer número com a finalidade de deliberar a seguinte ordem do dia: 1. Aprovação de novos sócios; 2. Apresentação e deliberação da prestação de contas do exercício do ano de 2012; 3. Previsão orçamentária de 2013
 Local: Academia Norte-Rio-Grandense de Letras,  à Rua Mipibu, 443 - Petrópolis.
  Data: 11 de Abril de 2013 (quinta-feira)
 Hora: 16h - 1ª Convocação e 16h30 em 2ª.

  Eduardo Antonio Gosson 
 Presidente
O MUNDO PERDEU UMA MULHER DE VALOR

Margaret Thatcher morre na Inglaterra

Primeira mulher premiê do Reino Unido morreu aos 87, vítima de derrame.
Polêmica, Thatcher era chamada de Dama de Ferro devido ao pulso firme.

Do G1, em São Paulo
1113 comentários
Morreu nesta segunda-feira (8) aos 87 anos Margaret Thatcher, primeira mulher a se tornar primeira-ministra britânica, cargo no qual ficou por três mandatos consecutivos, entre 1979 e 1990.
Ela foi uma das figuras dominantes na política inglesa no século XX, ao dirigir um governo que reduziu o tamanho do Estado e transformou o Reino Unido.
Sua política neoliberal, que entrou para a história com o nome de “thatcherismo”, ainda influencia líderes mundialmente e é criticada e elogiada até hoje, inclusive no Brasil.
O porta-voz da família de Thatcher informou ela morreu em Londres, em consequência de um acidente vascular cerebral.
"É com grande tristeza que Mark e Carol Thatcher anunciam que sua mãe, a baronesa Thatcher, morreu em paz depois de um derrame, esta manhã," disse o Lorde Tim Bell, o porta-voz.
Repercussão
Após sua morte, o atual premiê britânico, o conservador David Cameron, disse que o Reino Unido "perdeu uma grande líder, uma grande primeira-ministra e uma grande britânica".
O premiê voltou ao Reino Unido, interrompendo uma visita a países europeus. Ele estava em Madri, capital da Espanha, para encontrar seu colega Mariano Rajoy, quando soube da morte. Ele iria depois a Paris, para conversar com o presidente Francois Hollande.
A Rainha Elizabeth II também lamentou a morte de Thatcher. "A rainha recebeu com grande tristeza a notícia da morte da baronesa Thatcher", comunicou o palácio de Buckingham.
Doença
Thatcher havia sido internada pela última vez em dezembro de 2012, quando passou por uma cirurgia na bexiga.
Ela não falava em público desde 2002, quando os médicos desaconselharam a presença diante de audiências após uma série de pequenos derrames que deixaram como sequela confusões ocasionais e perdas de memória.
A filha Carol escreveu em suas memórias, publicadas em 2008, que, nos piores momentos, Thatcher tinha dificuldades para terminar as frases e esquecia que o marido, Denis, havia morrido em 2003.
Cerimônia fúnebre e cremação
O governo britânico anunciou que Thatcher, cujo nome completo era Margaret Hilda Thatcher, terá um "funeral cerimonial", com honras militares, mas não um "funeral de Estado". Ele será realizado na Catedral de Saint Paul, em Londres.
O funeral cerimonial está abaixo do funeral de Estado, realizado pela última vez no Reino Unido para alguém de fora do círculo da monarquia em 1965, por ocasião da morte de Winston Churchill.
Os últimos funerais do mesmo tipo reservado a Thatcher foram realizados pela morte da rainha Elizabeth, a "Rainha-mãe", em 2002, e de Diana, princesa de Gales, em 1997.
Ainda não foi definida uma data, e mais detalhes serão divulgados nos próximos dias.
"Uma ampla e diversa variedade de pessoas com grupos e ligações com Lady Thatcher vai ser convidada", disse o escritório do premiê.
"O serviço vai ser seguido por uma cremação privada. Todos os preparativos estão sendo tomados em linha com os desejos da família", diz o texto de Downing Street.
Arte Margaret Thatcher versão 2 - vale esta (Foto: Arte/G1)
Vida
Margaret Hilda Roberts nasceu em 13 de outubro de 1925 em Grantham, Lincolnshire.
Seu pai era pastor e membro do conselho da cidade, além de comerciante.
Na casa da família, a missa era obrigatória, e o trabalho, em casa ou ajudando o pai no comércio, era uma segunda religião, razão pela qual a jovem saía pouco.
Por conta disso, ela se tornou uma "viciada em trabalho".
Pessoas próximas contam que ela costumava dormir quatro horas diárias e trabalhava "o resto do tempo".

Maggie graduou-se em química em Oxford em 1947 e depois também estudou direito, formando-se em 1954.
Desta época, data o seu interesse e sua aproximação da política
Em 1951, casou-se com Denis Thatcher, um rico homem de negócios, com quem, dois anos depois, teve dois filhos gêmeos, Carol e Mark.
Além de lhe dar seu nome, Denis a acompanhou e apoio durante mais de 50 anos de casamento, até morrer em 2003.
Carreira política
Thatcher se tornou membro dos Tories, como é chamado o Partido Conservador, no Parlamento de Finchley, ao norte de Londres, em 1959, onde cumpriu mandato até 1962.
Seu primeiro cargo parlamentar foi como ministra-assistente para previdência no governo de Harold Macmillan.
De 1964 a 1970, quando o Partido Trabalhista assumiu o poder, ela ocupou diversos cargos no gabinete de Edward Heath. Heath se tornou primeiro-ministro em 1970, e Thatcher, sua secretária de Educação.
Durante o período que ocupou a pasta, ela aumentou o orçamento da educação no país, mas foi criticada por abolir o leite que era gratuito em escolas para crianças.
A medida polêmica lhe deu o apelido de “Thatcher the Milk Snatcher”, algo como “Thatcher, a Ladra de Leite”.
Após os conservadores sofrerem nova derrota, em 1974, Thatcher concorreu com Heath pela liderança do partido e, para surpresa de muitos, venceu a indicação. Em 1979, o Partido Conservador venceria as eleições gerais, e ela se tornaria primeira-ministra, aos 54 anos.
Cinco anos antes, ela havia declarado: "Serão necessários anos - e não verei isso de novo durante a minha vida - para que uma mulher dirija este partido ou se torne primeiro-ministro".
‘Thatcherismo’
Com ideias arrojadas, ela criou uma nova expressão no dicionário inglês: “thatcherismo”, que significa uma política que privilegia a liberdade de mercado, as privatizações, preconiza menos intervenção do governo na economia e mais rigor no tratamento com os sindicatos de trabalhadores.
Suas políticas conseguiram reduzir a inflação, mas o desemprego aumentou dramaticamente no período.
Durante seu governo, os sindicatos foram amordaçados, setores inteiros da economia (telecomunicações, ferrovias, aeronáutica) foram privatizados, e o chamado "Estado de bem-estar social" foi desmantelado.
Os impostos e os gastos públicos foram reduzidos. Veja o legado econômico do governo Thatcher.
Adversários diziam que Thatcher havia criado uma nação dividida entre o sul, mais rico, e o norte, mais pobre.

Os círculos empresariais a veneravam, mas sua revolução também se chocava com fortes resistências, uma divisão vigente até hoje na avaliação de seu legado.

Nos primeiros anos de seu mandato, foi superada a marca de três milhões de desempregados, nível inédito desde os anos 1930, pós-Grande Depressão.
Cresceram o mal-estar social e os confrontos com os sindicatos, contra os quais declarou uma guerra sem quartel. Não por menos, alguns britânicos foram às ruas celebrar a morte da ex-premiê.
No início dos anos 1980, os mineradores em greve se chocaram com a intransigência da Dama de Ferro, diferente do modo de atuar dos governos anteriores. Seus aliados afirmam que ela evitou que o país caísse vítima de  uma crise energética.
Nova vitória
Apesar dos confrontos e polêmicas, o sucesso militar na guerra com a Argentina pelas Ilhas Malvinas, em 1982, e uma oposição trabalhista rachada ajudaram Thatcher a conquistar uma nova vitória nas eleições de 1983.
Em 1982, quando as tropas argentinas desembarcaram no arquipélago austral das Malvinas, sob dominação britânica desde 1833, Thatcher enviou uma força naval que em dois meses, facilmente, recuperou as ilhas, chamada de Falklands pelos britânicos.
A vitória encaminhou sua reeleição em 1983.
Atentado
Em 1984, Thatcher escapou por pouco de um atentado do IRA (o Exército Republicano Irlandês, com quem foi intransigente), que instalou um carro-bomba numa conferência do Partido Conservador em Brighton. Cinco pessoas morreram e vários ficaram feridas, inclusive colegas dela.
Horas depois do atentado, cumprindo a agenda, ela fez o pronunciamento de encerramento da conferência anual do Partido Conservador, prometendo não fazer concessões na luta contra o terrorismo.
Fim da Guerra Fria
Thatcher cultivou uma relação muito próxima e pessoal com o então presidente dos EUA, o republicano Ronald Reagan, e o reformista líder soviético Mikhail Gorbachov, o que a fez ter um papel importante no fim da Guerra Fria, que opunha os blocos capitalista e comunista.
Por conta disso, nessa época, recebeu, da imprensa soviética, o apelido de “Dama de Ferro”. Era para ser uma crítica, mas ela gostou e "adotou" o apelido.
"Margaret Thatcher era uma grande personalidade política e uma pessoa brilhante. Ela permanecerá na memória e na história", disse Gorbachov sobre a morte, citado pela agência russa Interfax.
Com cartaz 'a bruxa está morta', mulher comemora a morte de Margaret Thatcher nesta segunda-feira (8) em Londres (Foto: AFP)Com cartaz 'a bruxa está morta', mulher comemora a morte de Margaret Thatcher nesta segunda-feira (8) em Londres (Foto: AFP)
Ceticismo europeu
Ao nacionalismo de Thatcher, somou-se uma desconfiança em relação à União Europeia. Suas críticas aos "burocratas de Bruxelas", gestores do bloco, entraram para a história.
A União Europeia (UE) lamentou nesta segunda a morte da ex-primeira-ministra britânica , que será recordada por suas "contribuições e por suas reservas ao projeto europeu".

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, destacou que a ex-dirigente foi "uma pessoa-chave, e também circunspecta" em relação à construção do projeto europeu.

Terceiro mandato e queda
Nas eleições de 1987, Thatcher ganhou um inédito terceiro mandato. Mas suas políticas controversas, como a adoção de novos impostos (a famosa "Poll Tax", que provocou protestos de rua) e a oposição a qualquer integração mais próxima com a Europa, levaram sua popularidade a cair para o nível mais baixo desde que ela havia assumido o poder, em 1979.
A política interna da primeira-ministra começava a fracassar. Com a inflação alta, o país caminhava para a recessão, e sua liderança começou a ser questionada dentro do próprio Partido Conservador.
Em novembro de 1990, ela concordou em renunciar ao cargo e à liderança do partido, sendo substituída por John Major. A renúncia ocorreu em 22 de novembro.
Ela foi a recordista de tempo de permanência no poder no século XX, com 11 anos.
Bandeira britânica a meio mastro nesta segunda-feira (8) em Downing Street 10, residência oficial do premiê, em homenagem a Margaret Thatcher (Foto: Reuters)Bandeira britânica a meio mastro nesta segunda-feira (8) em Downing Street 10, residência oficial do premiê, em homenagem a Margaret Thatcher (Foto: Reuters)
Aposentadoria
Após sua saída em prantos de Downing Street, residência oficial do premiê britânico, a baronesa Thatcher se refugiou no elegante bairro londrino de Belravia, onde continuou preparando lucrativas conferências e redigindo suas memórias.

Em fevereiro de 2007, ela tornou-se a primeira ex-chefe de Governo a ser homenageada com uma estátua no Parlamento ainda em vida.

Na época, já havia uns cinco anos que ela não falava e praticamente não era vista em público, depois de ter sofrido dois acidentes vasculares cerebrais leves e devido ao aumento de sua demência senil.

Mas ela viveu o suficiente para ver outro conservador, David Cameron, no poder, depois, depois de 13 anos de governos trabalhistas, embora Cameron tenha sido obrigado a formar uma inédita coalizão com os liberais-democratas.
Em um de seus primeiros discursos importantes, alguns meses depois de sua eleição, em maio de 2010, Cameron, que se apresenta como mais moderado que sua predecessora, definiu Thatcher como "a melhor primeira-ministra em tempos de paz do último século".
Suas radicais posições direitistas alteraram tão profundamente a política britânica que os governos trabalhistas que a sucederam aceitaram muitas das suas políticas, criando o chamado "Novo Trabalhismo", sob os governos de Tony Blair e Gordon Brown.

Em 2011, ela voltou a ser notícia ao ser lançado, no cinema, o filme "A Dama de Ferro". A polêmica produção rendeu a Meryl Streep seu terceiro Oscar de melhor atriz.
Meryl afirmou que Thatcher foi uma pioneira para as mulheres.
Personalidade
Thatcher notoriamente ignorava seus críticos.
"A senhora não é de recuar", disse ela num célebre discurso de 1980 a membros do seu Partido Conservador que pediam mais moderação no seu governo.
Outros que cruzaram seu caminho, particularmente na Europa, estavam sujeitos a violentas diatribes, frequentemente chamadas de "bolsadas", numa alusão à bolsa de couro preto que ela invariavelmente carregava.
"Uma tirana brilhante, cercada por mediocridades", foi como o ex-premiê Harold Macmillan a descreveu. "Aquela mulher sanguinária", foi o veredicto menos complacente de outro ex-premiê, Edward Heath, seu antecessor como líder conservador.
Thatcher deixa dois filhos, os gêmeos Carol, que é jornalista, e Mark, que é empresário.
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FONTE: globo notícias

quarta-feira, 10 de abril de 2013



ESTIMADOS CONFRADES E DEMAIS INTERESSADOS NOS OBJETIVOS DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE - IHGRN:

Temos a satisfação de informar que passaremos a alimentar o nosso blog, criado pela iniciativa do sócio João Felipe da Trindade, mas que ficou sem atualização por algum tempo.
Agora, com a assunção de uma Nova Diretoria, estamos dando um impulso diferente à Secular Instituição, conhecida como "CASA DA MEMÓRIA", como informes atualizados da nossa atuação.
Tudo começou com a proposta de um novo estatuto, o que resultou em sucesso, com aprovação unânime, na Assembleia Geral Extraordinária realizada no dia 02 de maio de 2012, registrado no Cartório do 2º Ofício de Notas da Comarca de Natal, sob o nº de ordem 8382, no Livro Próprio A-nº122, às fls. 457/468, em 10 de setembro de 2012, com o integral apoio do então Presidente Jurandyr Navarro da Costa, a quem rendemos nossas justas homenagens.
 CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES
SECRETÁRIO GERAL



MOSTRE SEU TALENTO

Prêmio Sarau Brasil 2013
Concurso Nacional Novos Poetas

Inscrições Gratuitas
De 01 de março a 05 de maio de 2013


www.concursonovospoetas.com.br

Apoio Cultural: Revista Universidade

Realização: Vivara Editora Nacional

terça-feira, 9 de abril de 2013

H O J E

Qual deserto?
François Silvestre
            O Nordeste brasileiro não vai virar deserto. Pelo menos na fisionomia geológica ou geográfica. O Nordeste brasileiro já é um deserto. Na sua forma política e administrativa. Com todo respeito às opiniões contrárias.
         Não se conhece, desde a chegada dos portugueses, uma estiagem contínua de dez anos. O ciclo das secas ou estiagens são bem conhecidos, sempre inferiores a cinco anos. “Monótona e eterna novidade”, como disse Euclides da Cunha.
         As caatingas, dominantes na região nordestina, são estuários de vegetação resistente às estiagens. Xerófilas, que gostam do seco, sobrevivem nas locas das pedras.  Tipos variados de cactos, tais como o xique-xique, mandacaru, cardeiro, croa de frade, facheiro e os primos das bromélias, macambiras e croatás.
         As xerófitas, resistentes ao seco. Gostam de água, mas sobrevivem sem ela, num processo de espera ressequida e paciente, até que uma nuvem generosa e peregrina lhe abasteça o canil.
         Assim é o marmeleiro, símbolo dessa famiação.  Juremas, mororós, catingueiras, cumarus, umburanas, mofumbos, pereiros, favelas, sabiás, ingazeiras, jucás, jaramataias, gameleiras, ipês, oiticicas, velames, aroeiras, juazeiros, cajaranas, pau mocó, mendubis, camarás e outras que me fogem.
         Este é o deserto impossível. Das plantas, da terra e dos bichos sobreviventes. Cada vez mais escassos. E dos bichos bípedes, predadores, cada vez mais populosos. Mesmo assim, o sertão é indesertificável.
         O outro deserto, político-administrativo, aqui já existe há muito tempo. O que se faz atualmente é apenas consolidá-lo.
         O Nordeste é o alvo primeiro da patifaria política da nossa federação de mentira. Desde muito. Até o Imperador prometeu vender as joias da Coroa para acudir os flagelados da seca. Não vendeu nem uma abotoadura da sua casaca imperial.
         A república velha nem conheceu o Nordeste, mesmo tendo tido dois nordestinos no seu princípio. Da república seguinte, ressalva-se JK, com um programa de açudagem que não teve continuidade.
         Jango brincou de reformas, num país irreformável, e deu pretexto aos leões do Norte e aos gorilas do Sul para a implantação da noite de 21 anos. E a milicada cuidou de “fazer inquéritos”, com a mesma desculpa esfarrapada de matar a impunidade. Matou a liberdade.
         O ditador emérito Garrastazu chorou crocodilamente sobre a miséria do Nordeste. Os políticos do Nordeste usam a pobreza regional para cuidar de suas riquezas pessoais, desfrutadas no conforto do Sudeste.
         O resto vai se resolvendo com esmolas, sem sequer os antigos programas de obras, que pelo menos deixavam estradas, pontes e açudes.
         O planeta está repleto de desertos férteis. O Brasil está deserto de fertilidade ética. Ou dignidade política.
         Há deserto na saúde, na segurança, na educação. E não é falta de chuva. Té mais.
        
CHICO ANYSIO FALA DE HIANTO DE ALMEIDA


e-mail de Chico Anysio para Leide Câmara em 06 de outubro de 2010
Leide Câmara
"
Parabéns sinceros e intensos pelo seu esplendoroso trabalho de pesquisa e organização da obra deste macauense da gota serena, cabra que era um poço de talento e de quem tive a honra de ser parceiro em mais de 30 canções. Seu livro foi o melhor presente que eu recebi nos últimos dez anos. Com toda a certeza. Vou tentar armar uma entrevista sobre o seu livro com o Jô, levando um cantor que possa  cantar um pedacinho de algumas músicas, principalmente as do Ewaldo
Ruy (Vento vadio e Memórias) que considero as melhores. Por favor me mande um livro com uma dedicatória para o Jô.
Chico Anysio"

segunda-feira, 8 de abril de 2013


 Blog DO MIRANDA GOMES
O google informou que até agora nosso blog teve o seguinte desempenho:
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OBRIGADO AOS MEUS LEITORES
ESTRANHA CAMPANHA DE DESAGREGAÇÃO

Venho recebendo, com regularidade, artigos, notas e pronunciamentos de militares brasileiros, alguns ainda na ativa, pondo em descrédito as chamadas Comissões da Verdade, denominando-as pejorativamente de "Comissões da Mentira".
Essa postura, em primeiro lugar, quebra a base fundamental dos militares, que é a disciplina, isto é, nega a fidelidade às posturas legais, fragiliza o Poder constituído, diminui a nacionalidade e põe em risco a paz pública.
Tais notas, artigos etc. em sua totalidade, têm um tom de intolerância e, por trás dos panos, induz a um novo golpe no País, em flagrante desrespeito à Constituição da República Federativa do Brasil.
A Comissão Nacional da Verdade foi criada pela Lei 12.528/2011 e instalada em maio de 2012 para apurar graves violações aos direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988. Entretanto, os seus opositores acrescentam que ela tem por objetivo apurar a história dos 500 mortos e desaparecidos nas guerrilhas urbanas e do Araguaia. Nem mesmo sei se só foram esses os vitimados! 
A minha interpretação, data venia, se encaminha para entender que se busca um reexame das ocorrências para verificar se algo foi omitido, o que é muito provável diante da pressão e violência com o que os processos tramitaram nos porões do mêdo e, por tal mister, possam ter obscurecido algumas situações que causaram prejuízos irreversíveis às pessoas, algumas que perderam completamente a própria razão de existir. O que dizer do desaparecimento de Luiz Maranhão Filho e o resultado do inquérito da morte de Wladmir Herzog, onde a Portaria de designação da Comissão já determinava "a apuração do suicídio"? Isso representou a verdade?
Na condição de presidente de uma Comissão da Verdade (a da UFRN), tenho direcionado nosso trabalho para a busca da verdade efetiva, sem retaliações, revanchismo ou grosseria, interpretando documentos e ouvindo relatos de pessoas que atuaram em lados opostos, deixando todos os convidados em total liberdade para seus depoimentos, sendo tratados com respeito, bem diferente da truculência física e psicológica que era constante no tempo da ditadura, até com o sacrifício de vidas humanas.
Não faremos terrorismo contra nenhuma Instituição ou pessoa e já temos, pelo menos, aqui em nosso Estado, dois casos que merecem uma análise mais aprofundada de injustiças possivelmente praticadas pelo autoritarismo, como aliás já foi comprovado no âmbito da UFRN com a Professora Maria Laly, que foi reintegrada graças à confissão do ex-Reitor Genário Fonseca de que a havia obrigado a assinar um pedido de demissão.
Acredito que Comissões da Verdade também poderiam existir no âmbito das forças armadas para apurar quem denegriu o nome glorioso das nossas honradas Corporações Militares, com torturas e mortes em seus espaços físicos. Isso nunca foi da índole dos militares brasileiros, que sempre demonstraram coragem e honra em todas as vezes que foram convocados a garantir a soberania nacional.
Deploro essas notas irreverentes e tendenciosas, verdadeiro desrespeito à cidadania e que precisam ser silenciadas pelas próprias instituições conscientes do seu dever cívico. 
Esse é um primeiro passo ao qual certamente se seguirão outros, como depurar e punir a corrupção nos altos escalões dos governos e criar mecanismos para o povo sair da miséria. 

domingo, 7 de abril de 2013

A M E N I D A D E S
DESTE DOMINGO

MOTE
NÃO HÁ CLÁUSULA MORATÓRIA.
A VISTA, É SEU PAGAMENTO.
GLOSA
A vida é uma promissória
(dissera Ascenso Ferreira).
E completou, nessa “esteira”,
NÃO HÁ CLÁUSULA MORATÓRIA.
Sou partícipe dessa estória.
O “título” tem vencimento.
Só não se sabe o momento
Em que a “letra” se vence.
O segredo a Deus pertence.
A VISTA, É SEU PAGAMENTO.
Wellington Leiros
     
 CANTIGA DO NUNCA ESQUECER
Ciro José Tavares
                        Para Jailza Simões
        
A vida não te fugiu de todo, herói troiano,
porque renasces nas auroras dos olhos de Andrômaca.
Chegas à casa diuturno, redivivo nos raios do sol
para aquecer enregelados corações
e apaixonado transformar as lágrimas
no orvalho que sacia a sede das roseiras
que a saudade fez florescer no teu jardim.
Apenas te ausentaste para semear canteiros
e amanhã  da messe brotará a luz consoladora.
No silêncio a bem amada que não podes abraçar
Contempla a vida breve dos pirilampos,
Voando nos alpendres em círculos azuis,
enquanto claros de velas no oratório
anunciam que vives entre nós, poeta amado.


Uma Torre Azul no Cotovelo
Eu sei, eu valoro muito 
a Torre medieval de António Nobre 
em Coimbra, conheço que tem espelhos, 
paredes com fantasmas que leem poesia,
nos os cores do mundo e das manhãs,
sei que um vazo tem o coraçao tristonho
e a graça do pranto do poeta...
Eu sei tudo, tudo
do António Nobre, 
da Coimbra das manhãs 
e delas noites.
Sei que Coimbra e outras cidades 
tem galos que podem cantar ate 
embaixo do asfalto 
e outros dominios subterrãneos
mas, e com perdão,  
eu prefiro uma Torrre azul,
a Torre azul 
do poeta Horácio Paiva
lá, na Praia do Cotovelo,
onde, o mar, 
o amor, 
a amizade, 
a vida,
tem as mesmas vastidões oceãnicas. 
                                     Felix Contreras
                                     março de 2013

NOTA TÉCNICA
                                               Ciro José Tavares
Deu-me um enorme trabalho essa tradução da belíssima letra da música Celtic Woman: Scarborough Fair, de autoria desconhecida, que chamou minha atenção num vídeo que apresentava manifestações culturais celtas. Deles eu já conhecia bastante, através da poesia e de outros dois livros do magistral escritor irlandês William Butler Yeats, as obras Onde Nada Existe e O Crepúsculo Celta. Yeats é reconhecidamente um autor místico, debruçado sobre a rica mitologia desse povo que habitou a Grã Bretanha antes da conquista romana. Yeats conta dos druidas, sacerdotes responsáveis por cerimônias e rituais. Politeístas, os celtas tinham na homenagem à deusa Brígida, um dos momentos místicos mais importantes, pois a festa marcava o início do plantio das sementes.
Foi para esse cenário que voltei minhas atenções e o extenuante esforço de não apenas traduzir, mas recriar poeticamente o texto, de forma a deixá-lo próximo do original. Convencido de que Celtic Woman: Scarborough Fair espelhava cenas campestres celtas, fazendo possível referência a algum importante ponto comercial mergulhei nesse filão para concluir a tarefa.
O AMOR DE ANTIGAMENTE *
Ciro José Tavares
Está indo à feira de especiarias em Scarborough?
Ali vive quem foi o meu grande amor de outrora.
Relembre nosso último encontro nas faldas da colina,
Abrigadas pelo profundo verde da floresta,
o chilrear dos pardais em revoada
enquanto colhíamos sálvia tomilho, alecrim.
Fale da túnica inconsúlti de cambraia que me deu,
 roupas de dormir tecidas no carinho
das frágeis mãos  que dispensavam agulhas e tesouras.
Ao encontrar meu antigo amor, em Scarborough,
Peça que reserve um alqueire do terreno de frente para o mar,
Para com foices de couro ceifarmos outra vez ervas daninhas,
arrependidos regar com lágrimas canteiros preparados
e ver,do coração da terra, brotar  sálvia, tomilho, alecrim.
Ao encontrar em Scarborough meu amor de outrora,
entregue esse ramo de urze- de –cheiro para lembrar
 meu verdadeiro amor de antigamente.
.
*Tradução da letra da música de autoria desconhecida
Celtic Woman: Scarborough Fair trabalho que sofreu processo de recriação.

Scarborough Fair
 Are you going to Scarborough Fair?
Parsley, sage, rosemary and thyme
Remember me to one who lives there
He once was a true love of mine
Tell him to make me a cambric shirt
Parsley, sage, rosemary and thyme
Without no seams nor needle work
Then he'll be a true love of mine
Tell him to find me an acre of land
Parsley, sage, rosemary and thyme
Between salt water and the sea strands
Then he'll be a true love of mine
Tell him to reap it with a sickle of leather
Parsley, sage, rosemary and thyme
And gather it all in a bunch of heather
Then he'll be a true love of mine
Are you going to Scarborough Fair?
Parsley, sage, rosemary and thyme
Remember me to one who lives there
He once was a true love of mine