sábado, 6 de agosto de 2011

CONVITE PARA A SOLENIDADE DE POSSE DOS SÓCIOS FUNDADORES DA ACADEMIA CEARAMIRINENSE DE LETRAS E ARTES - ACLA. - EM 10-08-2011, 19 horas na Estação Cultural Roberto Pereira Varela - Ceará-Mirim..


PATRONOS/ACADÊMICOS

Cadeira n.1 – Nilo Pereira; VAGO
Cadeira n.2 – Edgar Barbosa; Cléa Bezerra de Melo Centeno
Cadeira n. 3 – Juvenal Antunes; Paulo de Tarso Correia de Melo
Cadeira n. 4 – Maria Madalena Antunes Pereira; Lúcia Helena Pereira
Cadeira n. 5 – Adelle de Oliveira; Ciro Tavares
Cadeira n. 6 – Augusto Meira; Emmanuel Cavalcanti
Cadeira n. 7 – Rodolfo Garcia; VAGO
Cadeira n. 8 – Júlio Magalhães de Sena; Gibson Machado
Cadeira n. 9 – Inácio Meira Pires; Anchieta Cavalcanti
Cadeira n. 10 – Jayme Adour da Câmara; VAGO
Cadeira n. 11 – Padre Jorge O´Grady de Paiva; VAGO
Cadeira n. 12 – Elviro Carrilho da Fonseca; VAGO
Cadeira n. 13 – Herculano Bandeira de Melo; VAGO
Cadeira n.14 – José Emidio Rodrigues Galhardo; Janilson Dias de Oliveira
Cadeira n. 15 – José Alcino Carneiro dos Anjos; VAGO
Cadeira n. 16 – Francisco Pereira Sobral; VAGO
Cadeira n. 17 – Etelvina Antunes Lemos; VAGO
Cadeira n. 18 – Antonio Glicério; VAGO
Cadeira n. 19 – Dolores Cavalcanti; VAGO
Cadeira n. 20 – Francisco de Salles Meira e Sá; Pedro Simões
Cadeira n. 21 – Anete Varela; VAGO
Cadeira n. 22 – Rafael Fernandes Sobral; Franklin Marinho de Queiroz ]
Cadeira n. 23 – José Pacheco Dantas; Leonor Soares
Cadeira n. 24 – Manuel Fabrício de Souza (Amarildo). VAGO
Cadeira n. 25 – Bartolomeu Correia de Melo; Ormuz Barbalho Simonetti

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Dramaturgia sem Ítalo

O ator Ítalo Rossi morreu anteontem, no Rio de Janeiro. Ele tinha 80 anos e estava internado no hospital Copa D’Or. Em janeiro, o ator havia completado 80 anos de idade, com o lançamento da biografia Ítalo Rossi: Isso é tudo. Na ocasião, também comemorou 60 anos de carreira.

O ator nasceu em Botucatu, no interior de São Paulo, e foi integrante do Teatro Brasileiro de Comédia. Ítalo fez carreira no teatro, tendo sido um dos fundadores do Teatro dos Sete. Também atuou na televisão e no cinema. Sua última participação na TV foi no programa humorístico Toma lá, dá cá, da Globo, em que vivia o personagem Seu Ladir, em 2008. No mesmo ano, foi lançado o filme Sexo com amor?, em que interpretou um padre. O enterro ocorreu ontem à tarde no Cemitério do Caju, zona norte do Rio de Janeiro.
Rossi morreu de insuficiência respiratória. Ele fumara por boa parte de seus 80 anos, mas tinha largado o cigarro havia vários meses, segundo Humberto Rossi, seu sobrinho. A morte pegou de surpresa mesmo os mais chegados. O ator foi internado na segunda-feira, com dificuldade para respirar. “Ele tinha problemas respiratórios há muito tempo, mas tinha parado de fumar, depois de várias tentativas. Era vibrante e a cabeça estava excelente”, disse o sobrinho.
Carreira
Ítalo Balbo Di Fratti Coppola Rossi nasceu em Botucatu, interior paulista, no dia 19 de janeiro de 1931. Iniciou a carreira no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC). Já no primeiro espetáculo, sob a direção de Maurice Vaneau, em A Casa de Chá do Luar de Agosto (1956), recebeu o prêmio revelação de ator da Associação Brasileira de Críticos Teatrais, ABCT.
Em 1959 fundou, ao lado de Fernanda Montenegro, Sergio Britto e Fernando Torres, o Teatro dos Sete, em que atuou com exclusividade durante seis anos, até o encerramento da companhia. No teatro, participou do elenco de mais de 400 montagens. Com 55 anos de carreira, o ator atuou em diversas novelas pela TV Globo, como Escrava Isaura, Senhora do Destino e Belíssima, e era considerado um dos mais importantes atores do País.
Planos

Como diretor, Rossi tinha duas peças planejadas. A atriz Ester Jablonski contou que para ontem estava planejada a primeira reunião do próximo espetáculo: uma peça escrita por Marcelo Rubens Paiva que Rossi dirigiria, tendo Ester como assistente e também como atriz, que se baseia em relatos recebidos pelo Disque-Denúncia e se chama C’est la Vie. “Vamos fazer sem Ítalo. Ele estará presente do jeito dele.” Já Camila Amado, amiga desde os anos 50, revelou outro projeto. “Queríamos levar as crônicas de Danuza Leão para o teatro.”
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Fonte: TRIBUNA POP

terça-feira, 2 de agosto de 2011


LUIZ DA CÂMARA CASCUDO

Aos 20 anos, em 1918, fez sua estréia nas páginas de A Imprensa, o jornal do seu pai. Foi o repórter que acompanhou Joca do Pará numa reportagem sobre as rondas da polícia montada vigiando a noite da cidade. Aos 21,fez sua estréia como escritor ao lançar seu primeiro livro - Alma Patrícia, há noventa anos. E há 25 anos fechou seus olhos para sempre, aos oitenta e seis anos e mais de uma centena de livros. Genial e humilde. Pobre e feliz.

Filho único de Francisco Justino de Oliveira Cascudo e Ana Maria da Câmara Cascudo, ele comerciante e coronel da Guarda Nacional, ela dos afazeres domésticos, nasceu Luís da Câmara Cascudo em Natal, a 30 de dezembro de 1898, onde viveu 88 anos até seu coração parar na tarde do dia 30 de julho de 1986.

Na água do primeiro banho, a mãe despejou um cálice de vinho do Porto para ter saúde e o pai temperou com um patacão do Império, para ganhar fortuna. O padre João Maria, o santo da cidade, batizou-lhe na Igreja do Bom Jesus Dores, na Ribeira, ali onde nasceu, anunciando seu nome em latim: Ludovicus! E a poetisa Auta de Souza, amiga de sua mãe, embalou nos braços tépidos, o choro forte do menino-homem.

Como o sobrevivente de quatro irmãos, teve a infância guardada entre cuidados com ama de companhia, professora particular e proibido do encanto das ruas. No verão, vivia os dias de calor na beira do mar, entre barcos e pescadores, e o inverno passava no sertão, ouvindo o aboio dos vaqueiros e o desafio de cantado. E assim sedimentou, entre espumas e espinhos, a sua cultura descobridora do homem brasileiro.

Desejou ser um nobre médico de província e chegou a cursar os primeiros anos Faculdade de Medicina da Bahia e no Rio de Janeiro. Mas terminou cumprindo destino de ser bacharel em Direito, na velha Faculdade de Direito do Recife onde ainda ouviu o eco dos discursos de Joaquim Nabuco e Tobias Monteiro versos de Castro Alves horrorizados com a escravidão.
Sonhou ser jornalista, e foi. Seu pai, nessa época ainda um homem rico, instalou o jornal A Imprensa para o filho. Nas suas páginas, o estudante que lia até a madrugada, passou a exercitar o gosto de escrever, mantendo a coluna Bric-à-Brac, na qual treinou seu olhar perscrutador observando costumes, hábitos e tradições de seu povo. Um repórter a registrar os quadrantes da vida comum.

O primeiro livro, Alma Patrícia, um olhar pioneiro sobre os poetas e prosadores de sua cidade, sai dos prelos em 1921. Na véspera da Semana de Arte Moderna de 1922 que aconteceria, meses depois, em São Paulo. O movimento estético encontrou no jovem escritor natalense um dos precursores no Nordeste. O professor de História que se revelara com as biografias do Marquês de Olinda e do Conde d'Eu, publicadas na Coleção Brasiliana, foi além dos feitos históricos. Voltou seu olhar para o Brasil para ser um dos grandes fundadores do homem brasileiro, ao lado de Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda

Leitor dos clássicos e das vanguardas dos anos vinte, não demorou a entrar sintonia com os modernistas. Colaborou nas suas revistas, recebeu Mário de Andrade em Natal, e começou a sua construção da cultura popular do seu povo. Ergueu as bases da etnologia, psicologia, antropologia e sociologia do homem brasileiro, vendo e ouvindo, anotando e estudando. Crenças e costumes, hábitos e tradições, cantos e danças, jogos e técnicas, no lazer e no trabalho, na vida e na morte - tudo para conhecê-lo na sua riqueza, singularidade, mutações e permanências.

No final dos anos trinta, lança Vaqueiros e Cantadores e fixa seu nome como legenda nos estudos folclóricos que chamaria de Ciência do Povo. Funda a Sociedade Brasileira de Folclore; propõe uma teoria em tomo do conceito de Cultura Popular; ergue com erudição o corpus conceitual da Literatura Oral no Brasil e sistematiza sua classificação; e faz a sua longa viagem de estudos ao continente africano, como um grande viajante do Século XX, para beber nas fontes ancestrais o vinho arcaico do passado e escrever Made in África, restauração da arqueologia cultural brasileira, cartografia indispensável à compreensão das nossas raízes que pareciam perdidas há cinco séculos. .

Autor de verdadeiros clássicos da cultura brasileira, como o Dicionário do Folclore, Cultura e Civilização, História da Alimentação e História dos Nossos Gestos; ensaísta insuperável da Jangada e da Rede de Dormir; etnólogo dos costumes e superstições; tradutor de Montaigne e Henry Koster; estudioso das lendas, da novelística popular, dos contos infantis, e observador dos medos e assombrações, a obra de Câmara Cascudo é um vasto continente a contracenar com um arquipélago de ilhas temáticas nascidas de todos os seus olhares e saberes específicos articulados entre si.

Com mais de uma centena de títulos. entre livros, traduções, opúsculos, e alguns milhares de artigos publicados no Brasil e em vários países, traduzido na França, Itália, Espanha e Japão, viveu como um descobrir, vendo e ouvindo, lendo e perguntando, anotando e escrevendo, sem nunca pensar em deixar a sua terra Natal, entre o rio, o mar e os morros, traços de sua própria fisionomia. Ainda nos anos trinta, o seu pai ficou pobre e o menino virou arrimo de família com a rica fortuna de um destino que faria de sua obra uma marca vitoriosa na história intelectual do Brasil.

Uma vez, em 1960, foi convidado para reitor da Universidade Nacional de Brasília pelo próprio presidente Juscelino Kubitschek que veio a Natal visitá-lo. Não aceitou. Convidado para ensinar em várias universidades da América Latina, Europa e Estados Unidos, nunca aceitou. Quando se negou a lançar a sua candidatura à Academia Brasileira e Letras, Afrânio Peixoto, seu amigo, in¬conformado em não vê-lo imortal, biografou numa frase perfeita o traço mais determinante de sua personalidade de espírito e de gênio: Câmara Cascudo é um provinciano incurável.

Luis da Câmara Cascudo viveu e morreu na sua aldeia Genial e humilde. Pobre e feliz.

Vicente Serejo 31/07/2011
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Fonte: Blog Genealogia e História - Ormuz Barbalho Simonetti

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

DESPEDIDA DO TREMA


É uma tremenda aula de criatividade e bom humor, por sinal, com acentuada inteligência. A consequência não poderia ser outra: uma agradável leitura.

Despedida do TREMA_________

Estou indo embora. Não há mais lugar para mim. Eu sou o trema. Você pode nunca ter reparado em mim, mas eu estava sempre ali, na Anhangüera, nos aqüíferos, nas lingüiças e seus trocadilhos por mais de quatrocentos e cinqüenta anos.

Mas os tempos mudaram. Inventaram uma tal de reforma ortográfica e eu simplesmente tô fora.
Fui expulso pra sempre do dicionário.
Seus ingratos! Isso é uma delinqüência de lingüistas grandiloqüentes!...
O resto dos pontos e o alfabeto não me deram o menor apoio... A letra U se disse aliviada porque vou finalmente sair de cima dela. Os dois pontos disseram que eu sou um preguiçoso que trabalha deitado enquanto ele fica em pé. Até o cedilha foi a favor da minha expulsão, aquele C cagão que fica se passando por S e nunca tem coragem de iniciar uma palavra. E também tem aquele obeso do O e o anoréxico do I.
Desesperado, tentei chamar o ponto final pra trabalharmos juntos, fazendo um bico de reticências, mas ele negou, sempre encerrando logo todas as discussões.
Será que se deixar um topete moicano posso me passar por aspas?...
A verdade é que estou fora de moda. Quem está na moda são os estrangeiros, é o K e o W, "Kkk" pra cá, "www" pra lá.
Até o jogo da velha, que ninguém nunca ligou, virou celebridade nesse tal de Twitter, que aliás, deveria se chamar TÜITER.
Chega de argüição, mas estejam certos, seus moderninhos: haverá conseqüências! Chega de piadinhas dizendo que estou "tremendo" de medo.
Tudo bem, vou-me embora da língua portuguesa. Foi bom enquanto durou. Vou para o alemão, lá eles adoram os tremas. E um dia vocês sentirão saudades. E não vão agüentar!...
Nós nos veremos nos livros antigos.
Saio da língua para entrar na história.
Adeus, Trema.
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Colaboração do leitor DIDI AVELINO, RJ

domingo, 31 de julho de 2011

CORES DA DOR

       foto do Machadão sem o gramado

TRISTE FIM

Carlos Roberto de Miranda Gomes

Dos dias de glória e alegria,
O velho estádio hoje sofre o revés,
No desmonte dos algozes infiéis,
Provoca agora apenas nostalgia.


Nenhum clamor ecoa na cidade,
Parece aguardar o seu destino,
Esperançoso que da Graça do Divino,
Possa acontecer algum milagre.
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JAMYLES

Tu foste
o nosso Sol
neste mundo
sem amor,
sem esperança,
sem poesia.
De velas cegas
e de vazio esquecimento.
Os pássaros, agora,
executam uma Sinfonia:
"Jamyles Mimosa"
"Jamyles Mimosa"
Anunciando-te
Ao Reino de Deus.

Natal/RN, 29/30.07.2011
Eduardo Gosson
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INCLEMÊNCIA
Rizolete Fernandes

Img: Christian Coigny - Women Outside_09

Inda pensada
a dor
é ferroada

Quando sorrateira
se instala
gota em gota
vira enxurrada

Se de repente
aguda inteira
fica
sendo passageira

A dor
faz inclemente
quem a sente

(Fonte: blog Márcia Sanchez Luz)