sábado, 14 de março de 2015

QUE SAFRA!
Públio José – jornalista
                                     
                   Parafraseando um certo líder latino-americano, nunca nesta região se viu uma safra tão ruim de governantes e lideranças políticas. Até onde alcança o olhar do analista político (livre e desembaraçado de qualquer ideologia, ressalte-se) o cenário é desolador. Particularmente, desconheço outro período da história tão árido e carente da presença de lideranças ajuizadas como o que atravessa atualmente a América Latina. No Brasil, a catraca do desenvolvimento – agente catalizador para a conquista de um razoável padrão de crescimento – está rodando para trás há bastante tempo. A Venezuela, por sua vez, já cansou a plateia, tanto interna quanto externa, de tanto causar vexames. No país a crônica da insensatez chegou a tal ponto que o prato de rotina do venezuelano é a insuportável escassez de tudo – seus moradores já encontram dificuldades até para adquirir papel higiênico. Já pensou?
                        Na Argentina, a treslouquice de seus mandatários tirou o país do patamar, a até poucas décadas atrás, de um dos mais prósperos e avançados do mundo, para jogá-lo numa trilha de empobrecimento e atraso cujo desfecho final se afigura de cores trágicas e de indigestas consequências, culminando com a ascensão ao poder da Presidente Kirchner, cuja desmiolabilidade vem alcançando índices inimagináveis. Correndo por fora, numa desabalada e incompreensível disputa para ver quem alcança a primeira posição desse verdadeiro campeonato do caos, outros países da região também se dizem presentes, como a sinalizar a existência, entre eles, de uma irmandade de ações e pensamentos. De quebra, atiram para longe qualquer atitude de bom senso e de sensatez, demonstrando que, quanto mais ilógico e estapafúrdio for o desempenho de seus governos, mais pontos perfazem na disputa.
                        As consequências, diante da existência de tal trupe, são nefastas. Desabastecimento generalizado, contas públicas em frangalhos, déficits públicos monumentais, portos, aeroportos e estrutura viária em pandarecos, dificuldade para obtenção de créditos externos, moratória, falência de empresas e bancos – e uma imagem na comunidade internacional que condiz com o ditado popular: “fulano está mais sujo do que pau de galinheiro”. Entretanto, e apesar dos altíssimos sacrifícios impostos às populações, tais mandatários administram seus países com mão de ferro, impondo-lhes um regime que vacila, no fio da navalha, entre a democracia de araque e a ditadura. Em comum, a adoção de medidas que amordaçam a Imprensa, escravizam o Judiciário e emporcalham o Legislativo através da concessão de cargos, verbas de origem criminosa e vantagens de fazer corar o mais sem-vergonha dos canalhas.     
                        E o Brasil? O Brasil também não fica atrás nesse contexto – embora ainda conte com uma Imprensa razoavelmente livre, um Judiciário não escancaradamente governista e um Congresso onde ainda se vê lampejos de oposição. O futuro, porém, é incerto. E para se ombrear aos demais integrantes do bloco, conta com uma Presidente que desperdiçou o primeiro mandato, prepara-se para fazer o mesmo no segundo – e segue com um discurso de difícil entendimento, caracterizado por uma tortuosidade mental insondável e um labiríntico raciocínio que ninguém alcança. Difícil. De quebra, se vê às voltas com uma onda de corrupção como nunca se viu, para a qual demonstra solene desprezo pela punição aos envolvidos, e uma ferrenha disposição de defender amigos e aliados – quando tudo aponta para o oposto. Um desastre! Que pode ficar bem pior: pelo risco de vê-la vencedora do certame.      

sexta-feira, 13 de março de 2015

O DAAC SOB JULGO DO ARBÍTRIO IMPLANTADO COM O GOLPE MILITAR DE 1964
Juan de Assis Almeida
O ano de 1964 representou para a historiografia do movimento estudantil e da própria UFRN a consagração do Diretório Acadêmico Amaro Cavalcanti (DAAC) enquanto espaço de luta e representatividade do corpo estudantil de Direito-UFRN. As experiências dos anos anteriores faziam das eleições do DAAC espaço de intenso divisionismo e de profundas e apaixonadas discussões. Nessa época, exercia a presidência do DAAC o acadêmico Silvio Procópio.
As disputas hegemônicas presentes no contexto internacional e local, notadamente a URSS versus EUA e Aluízio Alves versus Dinarte Mariz, também reverberavam nos confrontos estabelecidos no DA – Faculdade de Direito. Registra-se que grupos políticos com posicionamentos ideológicos conservadores e tradicionais se sobressaiam em tais disputas, mas não diferente, pautavam suas ações no enfrentamento dos problemas universitários e da classe pobre e trabalhadora do país.
Neste período, várias alunas e alunos do Curso se inseriam em projetos educacionais de emancipação política e social, como nas ações de alfabetização pelo sistema Paulo Freire no interior do RN e na famosa campanha de alfabetização de crianças e adultos “De pé no chão, também se aprende a ler” coordenada pelo então prefeito de Natal, Djalma Maranhão. Além do Serviço Universitário de Ajuda fraterna, ação desenvolvida por estudantes de vários cursos da UFRN em comunidades sem assistência do poder público como Mãe Luiza, Rocas e Santos Reis.
Como as ações se baseavam na emancipação, empoderamento e conscientização política das classes historicamente marginalizadas da cidade, quando do Golpe, foram logo chamadas de atividades “comunistas” ou como os órgãos de repressão da época falavam “comunizantes” numa tentativa de justificar seu aniquilamento e perpetrar violações e perseguições político-ideológicas. Setores pró-golpe em Natal encontraram espaço perfeito para suas medidas de mitigação do protagonismo estudantil e florescimento cultural ora vivenciado.
Pois bem, o Golpe de 1964 operou-se no dia 1º de abril, apesar dos acontecimentos de deposição do presidente João Goulart terem ocorridos no eixo sul-sudeste do país, os efeitos foram imediatamente sentidos nesta capital. A cidade por ser ainda muito pequena, acordara tenebrosa!! A população atônita via soldados com metralhadoras e tanques desfilando ostensivamente pelas ruas e aos poucos as notícias vinham chegando por meio da rádio Mayrink Veiga. Os natalenses perplexos, trancafiados em suas casas, ouviam as informações…
Os jornais se viram apreensivos com os acontecimentos, um deles chegou a fazer duas capas, uma a favor do golpe e outra contra, até que a situação se delineasse para um dos dois lados, findando apoio ao golpe, quando declarado pelo Governador do Estado, Aluízio Alves. De lado oposto, se comportou o prefeito Djalma Maranhão, ao reafirmar sua filiação ao presidente deposto, instalando na sede da prefeitura de Natal o chamado “QG da legalidade e resistência”, até ser violentamente retirado do Palácio Felipe Camarão e preso no 16 RI.
Entre os dias 01 a 15 de abril de 1964 uma série de ações repressivas seriam visualizadas no DAAC, nos demais diretórios e contra os estudantes, a seguir algumas delas: Invasão da sede do RU-DCE por tropas do Exército chefiadas pelo Major Estevam Mosca, com a finalidade de dissolver assembleia estudantil extraordinária; prisão dos estudantes de direito Marcos Guerra, José de Ribamar Aguiar e Pedro Cavalcanti (participantes do projeto de Paulo Freire); proibição de reuniões estudantis de caráter “político ou assemelhados” nas unidades universitárias e a cassação do mandato do presidente do DAAC, aluno Silvio Procópio, com a nomeação do interventor Carlos Borges de Medeiros (aluno), por determinação da General Omar Chaves da Guarnição Militar de Natal.
Outros episódios se seguiram como perseguições às alunas de Direito Terezinha Braga e Berenice Freitas; prisões dos alunos Eurico Reis e dos ex-alunos e membros do DAAC, Evlim Medeiros, Hélio Vasconcelos e Paulo Frassinete; instalação da Comissão do Estado de Inquérito, Comissão de Investigações da UFRN e o Inquérito do 7º Regimento de Obuses para apuração de crimes contra “a segurança nacional, o regime democrático e a probidade da administração pública” e por “condutas subversivas” de alunos da UFRN; prisão do aluno Nei Leandro de Castro pela autoria de publicações literárias consideradas comunistas; fuga do aluno Danilo Lopes Bessa e exonerações políticas proferidas pelo governador Aluízio.
Não só o movimento estudantil foi afetado, a diretoria da Faculdade de Direito se viu numa situação atentatória. A vida acadêmica também passava a sofrer intervenção militar… O professor Otto Guerra acreditando numa possível soltura do prof. Luiz Maranhão Filho, preso e torturado barbaramente pelo Exército brasileiro, adiava a realização do primeiro concurso público realizado na UFRN para professor da cátedra de Teoria Geral do Estado, já que Maranhão Filho era um dos candidatos inscritos. A prisão se alongou por meses e o professor nunca mais retornou a cidade, após viver em clandestinidade, foi morto em 1973 pela polícia política do Rio de Janeiro e depois incinerado na Usina Cambhayba no município de Campos dos Goytacazes- RJ.
A partir de então um clima de medo, temor e perseguição passou a acompanhar os brasileiros. As eleições para o DAAC passaram a ser todas indiretas, infiltrantes eram colocados, estrategicamente, nas salas de aula e espaços da administração, a vigilância e a repressão passou a ser a política pública institucionalizada e mais bem operada pelo governo militar… Gerações, sonhos e mudanças foram abortadas! Jovens idealistas sofreram na pele o expurgo e autoritarismo…
Anos depois, a Faculdade e o DAAC foram extintos e o prédio da Ribeira cedido para a Secretaria de Segurança. A ditadura militar cada vez mais desestruturava e tentava apagar a história do movimento estudantil e da própria Universidade. Panorama tão bem compreendido e ressoado pelo professor de Constitucional Edgar Barbosa que parafraseando Manuel Bandeira proclamou: “Vão demolir esta casa / Mas meu quarto vai ficar / Não como forma imperfeita / Neste mundo de aparências: Vai ficar na eternidade, Com seus livros, seus quadros, Intacto, suspenso no ar!”
Obras consultadas:
Faculdade de Direito de Natal: Lutas e Tradições (1949-1973). Gileno Guanabara de Souza.
1964: Aconteceu em Abril. Mailde Pinto Galvão.
Anistia 20 anos (1979-1999): Um resgate da luta no Rio Grande do Norte. Sindicato dos Bancários do RN e Câmara Municipal de Natal.

14/3/2015

quinta-feira, 12 de março de 2015

INFORMES DA UBE-RN


C O N V I T E E S P E C IA L

14 de Março é Dia Nacional da Poesia



A UNIÃO BRASILEIRA DE ESCRITORERS – UBE/RN , o  INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE - IHGRN e a ACADEMIA NORTE-RIO-GRANDENSE DE LETRAS-ANLconvidam Vossa Excelência/Vossa Senhoria para Sessão Solene  de entrega de Diploma de Sócio Efetivo aos novos associados da UBE-RN. Após o evento haverá um sarau no Largo Desembargador Vicente de Lemos, oportunidade em que será comemorado o DIA DA POESIA. Traga seu poema preferido para recitá-lo.

A data foi criada em homenagem a CASTRO ALVES, poeta brasileiro nascido em 14 de março de 1847, que ficou conhecido como o poeta dos escravos por ter lutado arduamente pela abolição da escravatura no Brasil.

Tomarão posse na União Brasileira de Escritores- UBE/RN os confrades e as confreiras a seguir relacionados na classe dos Sócios Efetivos:

Aline Gurgel

Carlos Rostand de França Medeiros

Cícero Martins de Macedo Filho

Diulinda Garcia de Medeiros Silva

Dione Maria Caldas Xavier

Eulália Duarte Barros

Geraldo Ribeiro Tavares

Ion de Andrade

José Ivam Pinheiro

José Evangelista Lopes

Liacir dos Santos Lucena

Luiz Gonzaga CortezGomes de Melo

Maria Audenôra das Neves Silva Martins

Moacir de Lucena

Odúlio Botelho Medeiros

Luciano Lucimar de Oliveira

Rinaldo Claudino de Barros

Thiago Gonzaga dos Santos

_______________________________________________________________________

DATA: 12 de março (quinta-feira)HORA: 18h às 20h - LOCAL: INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RN – IHGRN - Rua da Conceição, 622 – Centro

UBE-RN- Roberto Lima de Souza - Presidente

IHGRN - Valério Mesquita– Presidente

ANL - Diógenes da Cunha Lima- Presidente

A conta da UBE-RN

CAIXA ECONÔMICA
*Ag. 0033*
*Op. 003*
*C/c 874-0*
*CNPJ   11.034.721/0001-39*

*ANUIDADE PARA 2015*

*01.**  (Sócios adimplentes)  *
*Valor R$  150,00 - 30,00  = 120,00*
*02. (Sócios Inadimplentes) *
* Valor R$  150,00*

*03. (Sócios Inadimplentes) *
* até  três anos a Diretoria da UBE-RN*
* aprovou **a seguinte  proposta:*
*Ano  2015 = R$ 150,00  até 30.01.2015*
*Ano  2014= R$ 60,00 até 28.02.2015*
*Ano 2013 =R$  60,00 até 30.03.2015*

*Pedro Lins Neto*
* Tesoureiro *

quarta-feira, 11 de março de 2015

terça-feira, 10 de março de 2015

Lucila Barbalho
Lucila Barbalho
"O presente trabalho procura analisar a construção simbólica do engenho açucareiro em José Lins do Rego, romancista que se fez e foi feito como o grande expoente da literatura de engenho no Brasil da primeira década do século XX. Interessa-nos enveredar pelos sentidos e significados com os quais o escritor forjou de uma determinada maneira o banguê. A partir de sua produção discursiva, uma dimensão simbólica foi agrupada ao engenho, constituindo-o de um dado jeito, de uma dada cor, com uma tal faceta. 'Des-agrupar' essa dimensão imaterial do espaço, ou seja, mostrar o processo histórico de atribuição de significados, de colagem de sentidos, devolvê-los a história, é a nossa tarefa neste livro."
NÃO PERCAM:
LANÇAMENTO do livro "Contando o passado, tecendo a saudade".
QUANDO? 10 de março, a partir das 17h.
ONDE? Caffè Trieste Brasil (Av. Hermes da Fonseca, 384 - Térreo - Petrópolis, Natal/RN - próximo ao Mercado Público)
Terra, rio, poesias e canções
Chumbo Pinheiro

As divisas geográficas da Paraíba e do Rio Grande do Norte mostram-nos que entre estes dois estados brasileiros existe uma interterritorialidade. O Rio Grande do Norte adentra a Paraíba e a Paraíba o Rio Grande do Norte. A terra se irmana num entrelaçamento geográfico aproximando-se além do físico relevo, do clima, da hidrografia, mas também na arte e na cultura fortalecendo suas relações fraternais.
A terra potiguar se orgulha de ter registrado entre seus poetas a paraibana Zila Mamede. Aqui Zila se encantou e encantou-se. Conjugou solidão, amor, terra e mar em versos que navegam pelo Brasil inteiro. Zila sertão, agreste, mas, sobretudo mar. Mar natalense.
Chega-nos a poesia de outro paraibano de coração potiguar. Este traz em suas mãos, por entre os dedos, os grãos da areia, o pó da terra que compõe o chão sertanejo de onde nascem suas canções como raízes que se fortalecem e crescem sob o sol abrasador e o clamor pela chuva. Ei-lo inteiro, no soneto ALMA POTI: “Em chãos da Paraíba eu nasci / Mas cedo vim morar no Rio Grande. / Minh’alma fez-se então monja poti, / Aberta a toda sina que Deus mande.” Terra de chuva escassa, mas berço onde nasce o rio que dá nome ao estado. Nasce em Cerro Corá, terra que acolheu o poeta, e cortando cidades segue seu rumo, abriga o porto de Natal que recebe navios que vão e vêm, além-mar, deixando saudades e levando lembranças. O olhar do poeta traz uma perspectiva nova aos que cantam o Potengi já desaguando e encantando com o seu pôr do sol. Ele o vê da nascente aonde “Nas águas cálidas / Do Potengi / Vai rosa flor / Boiando... / O rio desce serras / Cruza montes / Molha pedras / Abre chãos...” (ÁGUAS DO POTENGI).
A poesia de Antonio Fabiano nasceu ali no sertão com a força e a sensibilidade do sertanejo. Uma poesia feita com inspiração, mas também com rigor metódico e estudo singular. Abre o livro com sonetos, muito bem analisados pelo prefaciador Wilson Azevedo “... Cancioneiro da Terra revela um poeta em pleno domínio do verso...” e seguem-se seis partes as quais como a primeira trazem o substantivo LÍNGUA em seu título, denotando a fala, a expressividade sonora, vocal e espiritual da natureza e da pessoa humana. Dos sonetos ao verso livre, deste ao canto e a écloga (poesia pastoril dialogada pelos campesinos, nos versos do poema AVE CORAÇÃO há essa proximidade), formas antigas que o autor reaviva dando sentido ao título da obra: Cancioneiro da Terra, conjunto de formas poéticas reunidas em um só livro, demonstrando um diálogo hoje cada vez mais intenso do homem contemporâneo e sua arte, com a arte moderna, com o passado e a história.
A diversidade das formas não compromete o autor e nem a obra. Ao contrário, põe o leitor diante da trajetória da própria poesia. Não de forma cronológica, uma que vez, as formas antigas estão inseridas em seu conjunto. Das línguas de pedra e fogo ou línguas de anjos até as línguas avoengas, notamos o encontro do poeta no seu tempo a dialogar com os seus antepassados, com a esperança e a fé sertaneja na vida permanente do rio, no sonho de asas das aves de arribação, fé e esperança nos homens e na chuva que venha talvez do mar e nas lembranças avoengas.

segunda-feira, 9 de março de 2015

THIAGO - DIA 10



        O bom ou o mau ladrão?

Augusto Coelho Leal, sócio efetivo do IHGRN

                Ser ou não ser, eis a questão. Um amigo me fala - nesses últimos dias, tenho pensado muito na vida. Vou estudar bem direitinho se serei um bom ou um mau ladrão, ou se não serei nenhum dos dois, pois não tenho mais idade para me arrepender dos meus atos.

                Pensei um pouco e vi que muita gente está com essa dúvida. Eu na verdade, tenho verdadeiro pavor a roubos, furtos, falcatruas ou qualquer tipo de desonestidade que se possa praticar, por menor que sejam esses atos, mas...

                Nesses últimos meses, tenho visto fatos espantosos nos atos do governo federal. A economia á deriva, a falta de um rumo definido nas outras políticas administrativas, enfim uma nave sem comando, sem plano de vôo, voando em um espaço muito perigoso.

                O que me espanta mais é ver pessoas que estudaram ou estudam: professores, aposentados, profissionais liberais, pessoas do comércio, da indústria, prestadores de serviço, enfim, de toda classe produtiva e cultural deste país dando apoio ou justificativa ao slogan “Roubamos porque os outros também roubaram”. Gente isto é uma vergonha, institucionalizaram as falcatruas neste país, vamos aceitar tudo isto calados? Tentam enganar os menos esclarecidos. A falta de justificativa é tão grande, que a nossa presidenta sem argumentos, procura colocar a culpa dos escândalos da Petrobrás, no governo FHC. Gente, uma presidenta falar essa asneira? Abre brecha para outro canalha chegar e afirmar que a culpa é de Getúlio Vargas que criou a Petrobrás, ou de Monteiro Lobato, que foi um dos primeiros brasileiros a explorar o petróleo em terras brasileiras. Quer dizer que se os outros roubaram, por que nós não podemos roubar? Gente paciência, as pessoas que acreditam são ingênuas demais ou interessadas em manter essa situação. Infelizmente a grande maioria da nossa população não é politizada, tem pouco estudo e pouca compreensão do que está se passando. Existe grande parcela de fanáticos e o fanatismo cega, para esse povo não adianta operar a catarata emocional que venda os seus olhos, mas infelizmente, eles influem na grande massa desinformada. Triste Brasil.

                Mas a roubalheira é institucionalizada neste país, se rouba nos três poderes descaradamente, escancararam as portas e janelas da “Roubobras”, é ladrão saindo pelo ralo. O que fazer? Rezar e pedir para quem? A Câmara dos Deputados que devia representar os anseios do povo, aprova um “bolo” de resoluções recheado das maiores imoralidades, se não ilegais, mas amorais, aéticas e cheio de vantagens pessoais. Enquanto se prega contenção de gastos, pune o povo com aumento de impostos e as futuras e atuais viúvas com corte nas suas pensões. E a justiça? Ah! A justiça. Um Juiz que é chamado de excelência é flagrado desfilando abertamente em veículo que não lhe pertence e que está sob guarda da justiça. Vejam bem, tudo isto feito claramente, “ao meio dia” mostrando a cara, sem constrangimento nenhum. Estamos em um país que praticar falcatruas é normal, e a população aceitando.

                Mas penso também nas pessoas que realmente “pensam”. “O que dirão o que farão o funcionário eficiente, o operário exausto, o professor mal pago, o médico incansável, a dona de casa aflita, o pai de família revoltado, que com seus impostos sustentaram entidades ineficientes que deveriam prover boa saúde, educação transportes e outros”? Pressinto o desânimo, a apatia que surgem nessas pessoas. É triste, muito triste assistimos tudo isso.

                Não sei, mas existem muitas pessoas de bem ou do bem, que também estão pensando como meu amigo, em pedir á Deus que nos oriente escolher entre o bom e o mau ladrão. Se ficarmos com o bom, que foi chamado de Dimas e canonizado em vida vem o perdão, o arrependimento, talvez a primeira “delação premiada” da história.  Se ficarmos com o mal também chamado de Simas iremos direto para o inferno, não o inferno de Dante, mas o inferno de Dilma, Lula, Zé Dirceu, Delúbio e outros, em compensação, ficaremos ricos em pouco tempo.

                Aonde chegamos – ter vergonha de ser honesto! Sim, o homem de bem tem vergonha disto tudo que ele está vendo, que ele está passando, talvez se não sente vergonha, se sente um bobo da corte, vendo seus direitos sumirem por atos escusos.

 A minha geração, geração dos jovens dos anos sessenta, está morrendo sem ver vingada a morte do estudante Edison de Lima Souto morto pela polícia em 28 de março de 1968. Sem ver um pais que eduque os jovens e tenha uma saúde publica digna para todos. Uma velhice menos sofrida. Um país em que alguns políticos podiam até roubarem – sempre roubaram, mas em atos isolados. Não vamos acabar nunca com gente desonesta. Mas não se juntarem em verdadeiras quadrilhas, até com a contabilidade feita por um tesoureiro “despachudo” e competente nesta contabilidade do mal. Os nossos sonhos de jovens se esfumaram e não temos mais tempo de recuperá-los. Foram anos dourados, sonhos perdidos.

Falou Martin Luther King “A verdadeira medida de um homem não se vê na forma como se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas em como se mantém em tempos de controvérsia e desafio”. Acho que está na hora de acabar com o silêncio dos bons. Acho que está na hora da sociedade digna deste país reagir e exigir a punição de todos aqueles que saquearam e saqueiam o erário, independente de cor, sigla de partido político, independente do grau social ou religioso que representem. Está na hora de dizer BASTA.

domingo, 8 de março de 2015


Nova publicação em WE LOVE THE BEATLES FOREVER


Listas foram feitas para serem contestadas, isso desde que Moisés cunhou as Tábuas da Lei.
Nenhuma lista, seja dos melhores ou dos piores, é completa, mas elas servem de parâmetro para se avaliar melhor o tema pelo qual se gerou tal amostragem.
O movimento Jovem Guarda foi o que melhor traduziu o pop internacional da época e que inseriu a instrumentação básica do rock na música jovem brasileira, expandindo o universo da juventude com canções românticas, mas também repletas de gírias e de toques juvenis. Muitas dessas canções ainda hoje soam modernas e atualíssimas.
As listas representam um guia daquilo que se propõe analisar e conhecer melhor. Por isso, não foi tarefa fácil elaborar esta dos melhores álbuns da Jovem Guarda, pois muitos outros grandes discos acabaram ficando de fora, mas acredito que estes 50 álbuns, uns mais outros menos, representam bem o que foi o movimento Jovem Guarda, cuja expressão ultrapassou os limites de um programa de TV, generalizando o termo "Jovem Guarda" já naquele momento em que ocorriam os fatos.
Foi baseado no movimento como um todo, e não apenas no programa Jovem Guarda, que elaborei esta lista como uma forma de homenagear estes 50 anos de música e curtição.
Alguns álbuns fundamentais que não entraram na lista, como o primeiro da Martinha, o primeiro da Elizabeth, o álbum do grupo The Sunshines e também o LP do grande Rossini Pinto, gravado com os Blue Caps em 1964, estes discos pretendo resenhá-los e apresentá-los como "álbuns-bônus" à lista, em breve.
A Jovem Guarda foi também responsável pela inserção do humor na música pop brasileira e avançou os sinais da sexualidade e da liberdade juvenil.
Viva os 50 anos da Jovem Guarda!
Montagem por Rubens Stone
Montagem por Rubens Stone
Álbum Nº 50
LP
"Verdadeiro Amor"
Ed Wilson
(CBS – 1966)
O garoto Edson Vieira de Barros começou sua carreira no final dos anos 50, juntamente com os irmãos Renato e Paulo Cesar Barros, no conjunto Renato e Seus Blue Caps. A banda em seu início, gravou dois 78 rotação no minúsculo selo Ciclone, acompanhando respectivamente o grupo vocal Os Adolescentes e o cantor Tony Billy, como eles, artistas lutando por um lugar ao sol.
Na TV, o grupo fez algumas apresentações no “Hoje é dia de rock”, programa de Jair de Taumaturgo, na Rádio Mayrink Veiga, até que chegaram à TV Continental, onde se apresentaram no programa do Carlos Imperial, que achou o conjunto interessante e os convidou para voltar mais vezes. Além disso, conseguiu que participassem de“Twist”, LP que Cleide Alves e Reinaldo Rayol dividiam, sob a produção de Imperial. O ano era 1962. Foi neste mesmo ano, depois de um tempo convivendo com o grupo, que Imperial sugeriu que Edson se lançasse em carreia solo, enquanto os Blue Caps continuariam suas atividades.
O garoto, que na época tinha apenas 16 anos, aceitou a proposta. Mas, segundo Imperial, para seguir carreira solo, o jovem Edson precisava ganhar um nome artístico. E o nome escolhido pelo gordo apresentado e agitador cultural, foi Ed Wilson. Na época, Imperial estava ouvindo bastante o cantor americano Jack Wilson, e ele acabou sendo a fonte inspiradora para o nome artístico do novo pupilo de Imperial.
Em seguida, Imperial conseguiu um contrato para Ed Wilson na Odeon, por onde lançou seu primeiro compacto, em 1963. Em 1964, mudou-se para a RCA e lançou “O Carro do Papai”, um rock-twist composto pelo irmão Renato Barros. A música fez relativo sucesso nas rádios, e em seguida, Ed Wilson emplacou outro sucesso, a balada “Como Te Adoro Menina”, versão de Renato Barros para o sucesso “Quiereme Mucho”, da cantora argentina Violeta Rivas.
Em 1966, foi contratado pela CBS, onde gravou em março daquele ano, seu primeiro LP, “Verdadeiro Amor”, disco que teve o acompanhamento da banda dos irmãos e do tecladista Lafayette. O disco emplacou os sucessos “Sandra” (versão de Leno para “Sorrow”, do grupo inglês The Merseys), “Pode Ir Para O seu Novo Amor” (composição de Leno) e a belíssima faixa-título, uma versão do “negro gato” Getulio Cortes para “It’s Only Make Believe”, sucesso de 1958 do cantor Conway Twitty.
Este foi o único LP de Ed Wilson na CBS, nos anos seguintes, o artista seguiria lançando compactos de sucesso, além da efetiva participação na série As 14 Mais. Mesmo sem ter uma grande discografia no período, Ed Wilson foi um dos principais nomes da Jovem Guarda. Sua importância para a música jovem da época foi devidamente registrada por Erasmo Carlos na música “Festa de Arromba”, nos versos em que o Tremendão dispara: “Lá fora um corre-corre/Dos brotos do lugar/Era o Ed Wilson que acabava de chegar/Hey, hey, que onda/Que festa de arromba”. (rstone)
Álbum 50 Ed Wilson
Álbum Nº 49
LP
"Leno"
Leno
(CBS – 1968)
Os dois primeiros álbuns solos do cantor Leno merecem constar de qualquer galeria dos grandes discos do movimento jovem guarda, porém, como tínhamos que escolher apenas um deles para essa pesquisa, dei preferência ao primeiro, por um simples motivo: “Leno” foi lançado em estéreo genuíno, enquanto o segundo, “A Festa dos Seus 15 Anos” é totalmente em mono, o que, na minha opinião, prejudicou em muito a sonoridade do álbum.
Canções como “Quando você me deixou”, “Na saída da escola”, “Chorando no parque” e a própria “A festa dos seus 15 anos” jamais deveriam ter sido lançadas somente em mono.
Após o encerramento da dupla Leno e Lilian – uma das mais importantes da Jovem Guarda – , o cantor e compositor Leno seguiu em carreira solo, e no início de 1968, lançou o compacto-simples CBS-33543 que trazia no lado A, a balada “A Pobreza”, composição de Renato Barros, dos Blue Caps, e no lado B, o rock “Me Deixa em Paz”.
“A Pobreza” tornou-se um grande hit nas rádios, e em outubro daquele ano, chegou às lojas “Leno”, seu primeiro LP solo, um disco repleto de baladas e rocks flamejantes. Ainda embalado pela sonoridade da jovem guarda, Leno concebeu um dos mais belos álbuns dos anos 60, cujo repertório, apontava inclusive, para os novos caminhos que sua música iria seguir dali para a frente, ao gravar temas diversos como a versão de “Fever”, sucesso de Elvis no início dos anos 60, assim como a gravação de “Um minuto a mais”, versão assinada pelo amigo Raul Seixas, com o qual iria desenvolver uma excelente e obscura parceria nos anos seguintes.
“Leno” Abre com “Papel picado”, composição de Renato Barros e um dos sucessos do disco, segue com “Eu tenho febre” (“fever”) e “sozinho sou feliz”, versão de Leno para “Wait for me baby”, de G. Stevens. O grande hit “A pobreza” é a quarta faixa, e logo em seguida vem a balada “Um minuto a mais”, uma das primeiras versões assinadas por Raul Seixas, que buscou esta incrível canção, “I Will”, no repertório do roqueiro inglês Billy Fury.
Outras canções de destaque neste primeiro álbum de Leno: “Garotinha”, de Getulio Cortes; “Tudo que pedi a Deus”, do próprio, e a estupenda regravação de “Eu não existo sem você”, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes.
“Leno” traz no acompanhamento os grupos Renato e Seus Blue Caps e Golden Boys, além do tecladista Lafayette e o cantor Pedro Paulo, e conta também com a participação de alguns membros do grupo Os Panteras (de Raulzito Seixas). (rstone)
Álbum 49 Leno
Álbum Nº 48
LP
"Antonio Marcos"
Antonio Marcos
(RCA-Victor – 1969)
Antonio Marcos Pensamento da Silva nasceu em São Paulo, em 8/11/1945. Antes de se tornar artista, trabalhou como office-boy, vendedor de lojas de calçados e passou por diversos programas de calouros. No início dos anos 60, atuou como rádio-ator, destacando-se também como cantor, violinista e humorista. Em 1966, fundou, ao lado do irmão, Mário Marcos, o conjunto Os Iguais, banda cuja sonoridade típica da jovem guarda, lançou alguns compactos e o LP “Juventude”, em fevereiro de 1967, pela RCA.
Em meados de 1967, Antonio Marcos deixou Os Iguais para se tornar artista solo da RCA. Seu primeiro compacto, lançado em julho de 67, trazia as canções “Perdi você” e “A história de alguém que amou uma flor”, ambas de sua autoria em parceria com o irmão, Mário Marcos. Mas foi somente em março de 1968, quando lançou o compacto “Tenho um amor melhor que o seu”, uma composição de Roberto Carlos (o lado B trazia a balada “Pra que fingir”), que Antonio Marcos tornou-se conhecido em todo o Brasil, devido ao enorme sucesso da canção, que tocou em todas as rádios do país.
Em 1969, já um dos maiores ídolos da música brasileira, lançou seu primeiro álbum, “Antonio Marcos”. O disco vendeu cerca de 300 mil cópias somente naquele ano, consagrando definitivamente o artista, que passou também a atuar no cinema, nos filmes “Pais Quadrados, Filhos Avançados (1969) e “Som, Amor e Curtição” (1970).
Neste primeiro LP, Antonio Marcos mostra sua forte influência do rock, da Jovem Guarda e da música romântica, com canções que se tornaram clássicos do pop pós-jovem guardista, como “Você pediu e eu já vou daqui”, “Sou eu”, “Quando lembro você”, “Não fico mais sem o teu carinho” e “Por Que?”, todas estas canções foram sucesso radiofônico, consagrando definitivamente o artista, que a partir de então, desenvolveria uma das mais brilhantes carreiras da música brasileira.
Falecido em 5 de abril de 1992, aos 47 anos, Antonio Marcos é hoje um mito da música romântica do Brasil, seus discos são cultuados e sua obra tem sido aos poucos resgatada por fãs, artistas e pesquisadores. (rstone)
Álbum 48 Antonio Marcos
Álbum Nº 47
LP
"Edição Extra Vol. 1"
The Jordans
(Copacabana – 1967)
Na virada para os anos 60, surgiu nos Estados Unidos e na Inglaterra uma nova vertente do rock, a dos grupos instrumentais, dos quais, os maiores representantes foram The Ventures (EUA) e The Shadows (Inglaterra), estilo que depois ficou conhecido como surf rock, a partir do surgimento de novos expoentes, como Dick Dale & His Del-Tones, The Tornados e Duane Eddy.
No Brasil, um dos conjuntos mais expressivos da cena instrumental foi o The Jordans, que apareceu na TV pela primeira vez em 1958, no programa de Tony e Celly Campello (“Crush em Hi-Fi”, da TV Record). Estrearam em LP em 1962, com “A Vida Sorri Assim!...”, disco considerado um dos principais marcos do rock instrumental brasileiro, este álbum ajudou a introduzir o gênero das “guitarras que cantam” no país.
O segundo álbum, “Suspense”, de 1963, trazia versões convincentes de clássicos como “Peter Gunn”, “Apache” e “Walk Don’t Run”, além da regravação extasiante do sucesso “Blue Star”, do grupo inglês The Shadows. Com esta canção, os Jordans, liderados pelos guitarristas Aladdin e Sinval, conseguiram permanecer por diversas semanas nas paradas de todo o Brasil.
Depois, viria a Jovem Guarda e o grupo se tornou um dos mais requisitados no programa de Roberto Carlos. Inseridos no novo movimento, continuaram gravando excelentes discos instrumentais, como o álbum “Studio 17” (Copacabana, 1966), no qual lançaram uma versão do “Tema de Lara” com enorme sucesso, e este “Edição Extra Nº 1”, de 1967 (primeiro de uma série de cinco álbuns), cujo repertório era pura jovem guarda, com versões instrumentais de canções como “Last Train to Clarksville”, dos Monkees; “Namoradinha de Um Amigo Meu” (Roberto Carlos); “Born Free” (Matt Monro); “Vem Quente Que Estou fervendo” (Sucesso do momento com Erasmo Carlos); e mais um tema inspirado na música russa: “Midnight in Moscow”. (rstone)
Álbum 48 The Jordans 1
Álbum 48 The Jordans 2
Álbum Nº 46
LP
"A Onda É Boogaloo"
Eduardo Araújo
(Odeon – 1968)
Em 1968, a Jovem Guarda já era, e Eduardo Araújo, um dos ídolos do movimento, percebendo que a música jovem soprava para novos rumos, se despiu das vestes de cantor de iê-iê-iê para trilhar o caminho da black music, para isso, juntou-se a um cara que entendia do assunto: Tim Maia.
E como a coisa ainda estava muito imberbe, nem se usava ainda o termo soul music, Eduardo achou de intitular seu novo disco de “A Onda É Boogaloo”, talvez referindo-se a uma espécie de dança africana, algo do tipo, mas a verdade é que o disco veio repleto de versões de músicas da Motown e da Staxx, selos norte-americanos que estavam exportando para o mundo inteiro o melhor da música negra americana, e tome-lhe versões de James Brown “Cold Sweat”), Wilson Pickett (“Got To Have a Hundred”), Ray Charles (“Come Back Baby”) e Aretha Franklin (“Since You’ve Been Gone”), todas vertidas pelo síndico Tim Maia. É desse disco a primeira gravação da balada entorta coração “Você”, que se transformaria em sucesso estrondoso alguns anos depois, quando o próprio Tim Maia a lançou no seu segundo LP.
"A Onda É Boogaloo" foi mal recebido, tanto pelos fãs de Eduardo Araújo quanto pela crítica, na época do seu lançamento. A exemplo do álbum psicodélico de Ronnie Von, lançado no mesmo ano, este disco também estava à frente do seu tempo, hoje é um clássico do soul brasileiro, um dos primeiros a apontar um novo horizonte para o cenário da música pop brasileira, prenunciando o trabalho de artistas como o próprio Tim Maia, Cassiano e Hyldon, entre outros. (rstone)
Álbum 47 Eduardo Araujo 2
Álbum 46 Eduardo Araujo 1
Álbum Nº 45
LP
"George Freedman"
George Freedman
(RCA-Victor – 1967)
Nascido na Alemanha, George Freedman veio para o Brasil ainda muito criança. Fã de Elvis e do rock’n’roll dos anos 50, Freedman iniciou sua carreira por volta de 1959, quando lançou pela gravadora California seu primeiro disco, interpretando, de sua autoria, o rock balada "Leninha", e de Steve Rowlands, em versão de Fred Jorge, o rock-calipso "Hey, little baby". Nessa época, Freedman se apresentava com frequência na TV Tupi de São Paulo.
Em 1960, obteve seu primeiro sucesso com "Olhos cor do céu", versão de "Pretty blue eyes", belíssima balada que fizera sucesso com o cantor Steve Lawrence. Em 1961, gravou pela Continental, os rocks "Advinhão" e "Inveja", ambos da autoria de Baby Santiago. Em 1962, lançou um excelente compacto duplo com "O jato", "Canção do casamento", "Good luck charm" e "Um beijinho só". Nesse mesmo ano chegaria às lojas seu primeiro LP, "Multiplication", cuja faixa-título, um original do cantor Bobby Darin, fez grande sucesso nas rádios do Rio e São Paulo.
Depois de um tempo afastado da música, George Freedman retornou em 1966 com tudo, quando gravou a música "Coisinha estúpida", versão do cantor Leno para o hit “Something Stupid”, que na época fazia sucesso mundial com Frank Sinatra e sua filha Nancy. O sucesso de “Coisinha estúpida” inseriu George Freedman no movimento Jovem Guarda, e em 1967, o artista gravou um belíssimo álbum, intitulado “George Freedman”, que incluía, além de “Coisinha Estúpida”, outras canções ao estilo jovem da época, como “Uma Dúzia de Rosas”, de Carlos Imperial, também gravada por Ronnie Von no seu terceiro LP; “Meu Tipo de Garota”, “Vá Embora” e “O Autógrafo”.
Um dos grandes destaques deste disco é a regravação que Freedman fez do clássico “Beijinho doce”, a faixa de abertura do álbum. Com sua voz poderosa, Freedman resgatou com sentimento e graça este “standard” do cancioneiro brasileiro, esta é uma das melhores regravações dentre as dezenas que já foram feitas de “Beijinho doce”. (rstone)
Álbum 45 George Freedman
Álbum Nº 44
LP
"Rosemary"
Rosemary
(RCA – 1967)
Musa da jovem guarda, fada loira do iê-iê-iê. Muitos são os títulos que deram à cantora Rosemary, apesar de há muitos anos ela se recusar a falar do movimento que a propagou para todo o Brasil. Desde o final dos anos 70, nas poucas entrevistas que deu, evitou falar sobre sua participação na jovem guarda. Em uma destas, nos anos 80, a cantora afirmou que, se falasse toda a verdade sobre a Jovem Guarda, iria magoar muita gente. Que segredos guarda a “fada loira do iê-iê-iê”?
Rosemary Pereira Gonçalves nasceu no Rio de Janeiro, no dia 7 de dezembro de 1947. Começou a cantar aos 14 anos, e em 1963 gravou seu primeiro compacto pela RCA-Victor. Neste mesmo ano lançou o primeiro LP, “Igual A Ti Não Há Ninguém”. Em 1967, lançou o álbum “Rosemary”, no qual, emplacou vários sucessos, com destaque para os iê-iê-iês “Feitiço de Broto” e “Não Te Quero Mais”. Muitos consideram este o melhor álbum de toda sua carreira.
Após o fim da Jovem Guarda, Rosemary enveredou por outros estilos musicais, gravando sambas e canções românticas. Seu próximo LP só seria lançado em 1974,