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sexta-feira, 31 de agosto de 2018
FOI UMA NOITE DE REENCONTROS
A QUINTA CULTURAL DESTE DIA 30 FOI UM SUCESSO
Como era esperado, a QUINTA CULTURAL do INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE, neste dia 30 passado foi indiscutivelmente um sucesso.
"O VIOLÃO - Evolução histórica e musical" foi a palestra proferida pelo Confrade CLÁUDIO GALVÃO e pelo Professor EUGÊNIO LIMA recebendo o entusiasmado aplauso dos que compareceram ao evento, aberto de forma aberta pelo Presidente ORMUZ BARBALHO SIMONETTI.
Alguns momentos da palestra e concerto, com execução virtuose do grande instrumentista/palestrante.
Uma surpresa agradável foi o convite do palestrante para que os diretores CARLOS DE MIRANDA GOMES e ODÚLIO BOTELHO cantasse estrofes da "Serenata do Pescador" (Praieira), de Otoniel Menezes e música de Eduardo Medeiros, na condição de antigos seresteiros e "meninos prodígios", nos idos de 1950 na Rádio Poti.
Flagrantes do público que prestigiou o evento.
Pela importância cultural desse tipo de evento, o Presidente do IHGRN vem fazendo veemente apelo aos associados através de mensagem do seguinte teor:
Caro(a) confrade/confreira/diretor,
O programa, que intitulamos de “Quinta Cultural”, tem grande importância para o IHGRN, eis que se trata de divulgação da nossa história e da nossa cultura, único programa em atividade no momento. Por outro lado, contamos com a colaboração de um palestrante que, de forma espontânea e gratuita, deixa os seus afazeres para colaborar com o Instituto.
Nos dirigimos a cada um de vocês que, na qualidade diretor desta Instituição, é o anfitrião da casa. Assim sendo, necessário se faz a presença de todos, para recepcionar os convidados e prestigiar o palestrante.
Contamos com a sua compreensão e colaboração.
ORMUZ BARBALHO SIMONETTI
PRESIDENTE
quinta-feira, 30 de agosto de 2018
terça-feira, 28 de agosto de 2018
ARARA DO PÉ ROXO
Valério Mesquita*
O radicalismo
político dos anos sessenta desencadeou
paixões e ódios, às vezes, incontroláveis. Esse ambiente de alta
combustão produzia com facilidade o surgimento de figuras folclóricas,
esquisitas, extrovertidas e extravagantes como Janjão da rua do Vilar. Janjão
bebia o veneno dos contrários. Defendia o seu partido como o evangélico a
Bíblia. Gostava de repetir onde estivesse os ditos e os jargões dos comícios.
Naquele tempo combatente como Janjão era pior que militante petista, xiita ou
muçulmano. A ousadia tornara-se a marca registrada. Daí, a autodenominação de
“arara do pé roxo” que significava dizer “dinartista extremado”.
Na campanha política
de 1965, digladiaram-se dois senadores: Dinarte Mariz e Walfredo Gurgel. O Rio
Grande do Norte cobriu-se de vermelho e verde. Araras contra bacuraus. O rolo
compressor do governo Aluízio Alves dominava da capital ao sertão. Mas, em
Macaíba, Janjão do Vilar ergueu-se contra o situacionismo tal e qual um
paladino djalmista ou um samurai do rosadismo de Mossoró. Numa noite ruidosa de
comício e vigília, o delegado de polícia local proibiu a passeata da arena
vermelha. Protestos, insultos e prisões povoaram a noite da cidade. Tal um
kamikaze ou um monge vietnamita, Janjão tremulava a bandeira e passava cantando
em frente ao destacamento de polícia. “Queremos
passeata e bacurau não empata. Queremos passeata e bacurau não empata...”.
O mote ganhou as ruas e de repente de cada esquina e de cada janela das casas
vozes uníssonas entoavam a frase da resistência. “Queremos passeata e bacurau não empata”. Janjão do Vilar
transformara-se em
Antônio Conselheiro , comandando a turba e organizando a
massa. Mesmo com o carro de som apreendido pelo delegado e os músicos
dispersos, a multidão se refez e com as pedras da rua “descalça” do Barro
Vermelho desceram a rua Pedro Velho cantando alto: “Queremos passeata e bacurau não empata”. De outro flanco um grupo atrevido sugeria em compasso bemol: “Daqui ninguém foge. Vamos comer bacurau
assado com Mel Borges”. A essa altura a polícia foi impotente. O número de
manifestantes a cada minuto aumentava. Chegaram os foguetões, as pistolas de
cinco tiros e ninguém mais evitou o barulho, a festa enlouquecida e a paixão da
turba se sobrepondo à razão e ao bom senso. Dia seguinte, o pior era suportar
Janjão à porta de cada armazém, bar, farmácia e barbearia, cantando a
musiquinha chata e provocante; “Queremos
passeata e bacurau não empata...”. Ganhou o apelido pró-tempore: “Arara do
Pé Roxo”.
(*)
Escritor.
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