sábado, 17 de maio de 2014

UM MOMENTO DE SAUDADE 

E UM POUCO DE ESPERANÇA

Para os meus leitores, reproduzo a minha indignação contra o ato que se pretendia perpetrar e que efetivamente aconteceu. Tentei sensibilizar para a sua consumação, mas não consegui. Agora relembro aquela luta, mas PROTESTO contra aqueles que querem prejudicar o esperado sucesso da Copa de 2014. Não é por aí. 

O fato é consumado e agora só nos resta pugnar pela realização das obras prometidas para que o legado da copa não seja mera ilusão.

Vamos procurar dar aos que aqui virão a segurança de que carecem para a sua passagem por Natal. Vamos mostrar que ainda existem resquícios de solidariedade em nosso povo. VAMOS COMEÇAR UMA NOVA HISTÓRIA!

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segunda-feira, 25 de abril de 2011



RÉQUIEM PARA UM ESTÁDIO (*)

Sob o impacto da manchete de O Jornal de Hoje, edição de 23/24 deste abril: “O último suspiro”, já recolhido à meditação da Semana Santa, ainda mais voltei no tempo e me deparei com o desamor, com a insensatez e com a falta de vontade política para atender às necessidades do povo, que ainda persiste nestas plagas de Poti.
A imprensa vem alardeando o fechamento de hospitais infantis em Natal e Parnamirim, a falta de medicamentos, a insegurança, escola caindo, ruas alagadas, transporte precário, ganância de alguns postos de combustíveis, falta de fiscalização, constatação do caos nos hospitais e estabelecimentos prisionais, estradas e ruas esburacadas. Ao reverso, os políticos especulam o próximo titular da Prefeitura de Natal, os burocratas que já atuaram ou atuam nos palcos da província, sem nada de novo, sem proposta e sem projetos públicos estruturantes, mas apenas os da sobrevivência das oligarquias.
Enquanto isso acontece, são contadas as horas da demolição de um bem público que somou grandes feitos, que alegrou a população mais desprovida de recursos, que ofertou momentos de glória.
Num passe de mágica, tudo isso é passado, não o passado que fica, mas o que se esquece. Alguns cronistas especializados registram o fato como algo comum – Machadão com dias contados - e até relacionam minúsculos acontecimentos negativos como brigas, suicídios, crimes ou quedas fatais em simetria com conquistas. Mas apontam lenitivos - a destruição é sem implosão para não incomodar os vizinhos. Já se comenta como ex-colosso.
Há uma canção que retrata bem esse episódio: “Nossa história acabou, sem um aplauso sequer, quando o pano baixou, uma cena banal, mas um ponto final”.
Sim, o Machadão vai ao chão, foi condenado sem nenhuma defesa, a não ser o grito de um vetusto arquiteto que o concebeu e o apoio de poucos amigos. Os órgãos públicos pouco fizeram; audiências frustradas por orquestrações exóticas, inúteis – somente para seguir o figurino.
Muitos pais e mães se apresentaram para a nova Arena do Futebol, chamada das Dunas e até usaram como argumentos de campanha política. Esqueceram-se, porém, que, de certa forma condenaram o próprio esporte bretão. O América e o Alecrim ameaçam licenciamento, e será que o ABC terá como sobreviver sozinho?
Não sei realmente, mas pressinto que alguma coisa de ruim vai acontecer e justifico: primeiro um julgador declarou improcedente ação do Ministério Público porque entre o tempo do ajuizamento e o seu julgamento o megalomaníaco projeto foi modificado – não mais atingiria outras áreas (o Centro Administrativo, por exemplo), mas somente os Estádios Machadão e Machadinho, sem atentar que o questionamento era em razão da ilegalidade da contratação, sem licitação, para um projeto que não existia e sim uma simples maquete. Mesmo assim o prazo de recurso foi perdido. Aliás, tudo começou com um parecer de um jurista do Estado, que hoje está no píncaro da glória.
Depois disso, dirigentes declararam que a FIFA e a CBF não condicionam, necessariamente, a realização da copa em Natal à complementação do aeroporto de São Gonçalo do Amarante e de obras de mobilidade urbana. Em outras palavras, em relação a isso podemos mesmo continuar na “m”.
E se a coisa der errado, quem vai assumir? Qual o discurso já preparado para o insucesso? E o povo vai deixar impunes esses visionários?
Vão aprendendo logo a música de Chico Buarque sobre o destino da Geni.
Enquanto isso, constrangidamente faço o meu “Réquiem para um Estádio”:

Um dia, numa tarde - a grande festa.
A cidade se engalanava, em fantasia.
O povo, na sua incontida alegria,
Fazia um coro, como uma grande orquestra.

O tempo passa, a festa acaba – desilusão.
Momentos lúdicos ficam pra traz, sem constrangimento.
O povo, na sua infinita letargia, aplaudirá novo momento,
Da cruel, incontornável e definitiva demolição.

Não há certeza, se por algum milagre,
Um novo poema de concreto surja na cidade.
Se o povo, em dia de alegria, ainda poderá sentir,
O sabor de um gol perfeito de um Alberi.
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(*) CARLOS ROBERTO DE MIRADA GOMES – escritor
Fonte: Blog DO MIRANDA GOMES

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Delírio do Gigante
(*) Rinaldo Barros

“Lutar contra tudo o que ofenda a dignidade humana é obrigação de todos nós. Sem sonhar, nada acontece”. (Oscar Niemayer)

Quando eu era jovem acreditava que os sonhos se tornavam realidade. Agora, continuo procurando a Estrela da Manhã, mas o céu está carregado de nuvens escuras, como se estivéssemos numa viagem sem destino e sem mapa. Parece que a realidade está invertida, como se fora fantasia ou imaginação.  
            Após queimar parte da massa cinzenta, creio que estou quase encontrando a trilha para tentar entender o teatro político atual, cujo elenco principal encontra-se em Brasília.
            É possível encontrar subsídios para entender esse fenômeno no livro “O Pós-Modernismo” de Ana Mae Barbosa e Jacó Guinsburg, publicado pela Editora Perspectiva. Talvez encontremos ali luzes para compreender o mensalão, processo disparado por Roberto Jefferson, há sete anos. 
A cartilha pós-modernista afirma que tudo é permitido, nada é proibido, inclusive chafurdar na realidade, seja ela política, social, econômica ou cultural, individual ou coletiva, praticando todo o tipo de mestiçagem libertina ou libertária. “Tudo é descartável e inútil”, afirmam os pós-modernos.
            Pois bem, simbolicamente, o detonador da crise política do PT, ex-líder da tropa de choque do Collor, ex-inimigo e agora aliado do Lula; assumiu teatralmente o papel de Santo Guerreiro e, com transmissão ao vivo para todo o país pelas principais cadeias de rádio e televisão, desconstruiu o PT governo, eletrizando milhões de espectadores. Até porque quem governa não está no poder, e o poder real não está no governo.
O “bandido” desconstruiu o “herói sem caráter”, num espetáculo extraordinário. Assistimos à verdade da mentira. Em outras palavras, por motivos escusos, acabou-se revelando a verdade.
            Nessa realidade fantástica, em ninguém existe a preocupação se é verdadeiro ou falso o que se afirma. Trabalha-se com a verossimilhança (de verossímil), aquilo que parece ou pode ser verdade, ou ser plausível.
            Verdades ou mentiras já não significam mais nada, nem interessa ao telespectador nem ao internauta. O que importa e hipnotiza é o espetáculo em si, não a verdade.
Percebo um certo descolamento da realidade que não se confunde com o cultivo de utopias, o qual fazia parte da atividade política, quando ainda “ardia em mim o fogo ingênuo da paixão”.
Hoje, restou apenas um imenso delírio coletivo, no qual o consumismo e o endividamento das famílias é considerado como o surgimento de uma “nova classe média”. Sem qualquer contestação.
            Ou seja, encena-se o tempo todo e, assim como na arte pós-moderna, só interessa o que chega à mídia ou ao Facebook. Para completar o entendimento, o valor dominante hoje no patropi, na sociedade sob a hegemonia do deus-mercado, pode ser traduzido por uma palavra: dinheiro.
            Por ele, pode-se tudo: negociar a Dignidade, o corpo, a mente, a Liberdade. Em nome do dinheiro, tudo se transforma em mercadoria: os ideais, as crenças, as esperanças, o futuro das novas gerações.
            Tempo da corrupção generalizada, da venalidade, da banalização da vida, da lassidão moral; o tempo em que qualquer coisa, moral ou física, é levada ao mercado para ser apreciado por seu valor ou preço, reforçando o individualismo do “salve-se quem puder”. É a Lei do “deve-se levar vantagem em tudo”.
            A mídia, igualmente, também trabalha com a verossimilhança. Daí, as notícias ligadas ao espetáculo correrem como rastilho de pólvora. Aumentam a audiência e a venda de anúncios. E são esquecidas na mesma velocidade.
Pergunto: será que já não está mais do que na hora de quebrar o silêncio e fazer escolhas; de mostrar que o rei e a rainha estão nus, de resgatar a ética na política, atuar claramente em defesa dos trabalhadores, das crianças, dos jovens, das mulheres, dos negros, dos excluídos, dos oprimidos em geral e das instituições republicanas, sem as quais não há perspectivas de desenvolvimento civilizatório?
Será que não é preciso e urgente desarquivar as “velhas” ideias que animaram o Iluminismo?
Liberdade, Igualdade e Fraternidade foram lemas do nascimento da sociedade moderna. Onde estão?
Oxalá, e esse é o maior dos oxalás, esta crise seja sinônimo de oportunidade.
Ou, em seu delírio, o Gigante saltará de vez, de guarda-sol aberto, no pátio da barbárie...

(*) Rinaldo Barros é professor – rb@opiniaopolitica.com
OS GRITOS CHEGARAM ATRASADOS

Os movimentos populares articulados ontem em algumas partes do Brasil, em protesto contra a COPA, chegaram bastante atrasados.
Aqui no Rio Grande do Norte, por exemplo, desde o primeiro momento em que se levantou a possibilidade de Natal sediar a copa, protestei em meu blog contra esse absurdo, levando em conta as inúmeras prioridades reclamadas pelo povo.
Bati nessa tecla em reiterados artigos e contei com pouquíssimas vozes em meu socorro.
Mostrei que poderia ser dada outra solução e não fui ouvido.
Moacyr Gomes da Costa, autor do projeto do Machadão foi um baluarte e se imolou numa campanha com poucos Cirineus para ajudar a diminuir o peso da cruz, arriscando-se a conduzir uma marcha para abraçar o nosso estádio, cujo resultado ensejou manchetes e artigos como os aqui reproduzidos:


segunda-feira, 16 de maio de 2011


MARCHA FÚNEBRE EM DEFESA DO MACHADÃO

TRISTEZA
MANIFESTAÇÃO CONTRA A DEMOLIÇÃO DO MACHADÃO ATRAI POUCAS
PESSOAS, MAS É MARCADA PELA EMOÇÃO DO “PAI” DO ESTÁDIO

RAFAEL DUARTE
DO NOVO JORNAL
Foto: Humberto Sales

"A tarde de sábado tinha tudo para marcar a resistência dos natalenses que não aceitam o fato de que para construir um estádio com os padrões exigidos pela Fifa seja necessário derrubar um patrimônio do Estado. Mas não foi.

Nenhum político, nenhuma personalidade, nenhuma autoridade.

A chuva que poderia justificar as ausências de quem se diz contra a demolição foi só mais um ator num cenário chapliniano que deve virar pó daqui a alguns dias.

“As pessoas que têm convicção dos seus ideais não deixariam de vir por causa de uma chuva”, comentou o arquiteto diante de um parente que tentou responsabilizar o pé d´água pela pouca quantidade de gente.

Pelas ausências sentidas e a própria tristeza presente nos discursos ao microfone, o clima deixou a manifestação com jeito de marcha fúnebre.

“Não sei se vou morrer no dia da demolição. Obrigado por essa homenagem
que vocês estão me prestando embora seja um pouco fúnebre. A sensação é de que estou perdendo o filho mais querido da minha vida profissional”, disse emocionado Moacir Gomes".

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HOJE é grande a quantidade de pessoas que protesta e, aliados ao movimento, vândalos depredam o patrimôio público e privado.




quinta-feira, 15 de maio de 2014

A tenda dos sonhos



Elísio Augusto de Medeiros e Silva


Empresário, escritor e membro da AEILIJ

elisio@mercomix.com.br



Em agosto de 1773, nosso personagem Tibério desembarcou na cidade do Rio de Janeiro. Após a longa viagem marítima da Inglaterra até o Brasil grande parte da tripulação tinha contraído escorbuto, e precisavam de frutas frescas para ajudar a combater a doença, que já tinha vitimado vários marujos a bordo.
Ao chegarem à baía pediram licença para atracar no porto. No dia seguinte, o capitão da embarcação solicitou audiência pública com o vice-rei no seu vasto palácio. Após a audiência, todos voltaram para bordo, pois não era permitido aos visitantes comer ou dormir em terras brasileiras.
Depois das treze horas voltaram a terra, onde foram recebidos por três oficiais portugueses, pois era costume na época os estrangeiros serem acompanhados por militares locais.
Inicialmente, foram até um mercado situado mais ou menos a meia légua da cidade. Ali foram mostrados rubis, esmeraldas e diamantes, que vinham de minas bastante longes da cidade.
Ali estava o que procuravam, mas não em qualidade e preço desejado. Pedras preciosas muito mal talhadas e por preços abusivos.
Desinteressados, nem propostas chegaram a fazer e nada compraram. Já de retorno ao navio, nas imediações da cidade, um dos escravos que os acompanhavam fez sinal para que o seguissem até um local ali próximo, onde havia algumas pedras preciosas a venda.
Chegaram a um jardim em que havia várias tendas. A primeira delas abrigava uma pequena capela ricamente decorada com móveis de ouro maciço. Todos ficaram encantados com o que viram.
Na segunda tenda estavam quatro enormes camas, cujas cortinas eram de seda, precioso tecido da China. As colchas das camas eram de Damasco e incrustadas de franjas e grãos de ouro. Os lençóis eram de musselina bordada com fios do rico metal. Uma riqueza espantosa!
A terceira tenda era toda composta de peças de prata e pelo visto servia como cozinha. Quando entraram na última e quarta tenda não podiam acreditar no que seus olhos viam. Em cada um dos quatro cantos, havia um armário repleto de baixelas de ouro e grandes vasos de cristal contendo bons vinhos. A enorme mesa era coberta por uma rica toalha bordada, cravejada de rubis, esmeraldas e diamantes. Sobre a mesa, frutos da terra, carnes exóticas, peixes e aves nunca antes saboreados por eles. Um verdadeiro banquete!
Não podiam acreditar no que estavam vendo. Sentaram-se à mesa e foram servidos generosamente por mulheres negras bem vestidas, que aparentavam ser escravas.
O proprietário de tudo aquilo era um mercador de aproximadamente 50 anos, muito rico, que fazia questão de viver a vida luxuosamente.
No outro dia, foram novamente convidados a voltar ao local. Nesse dia, o ambiente estava mais requintado, com a presença de belas mulheres nativas. Foram recebidos por elas com muita curiosidade. Quase todas eram morenas de longos cabelos lisos. Os seus olhos negros davam certo ar de mistério e inclinação para o amor.
Após o almoço, um concerto foi apresentado para eles. Depois de algum tempo, as comidas da mesa foram sendo retiradas, e em cima dela colocadas as mais belas pedras preciosas que já tinham visto.
Depois de muita negociação com o rico mercador português, suas ofertas foram aceitas.  De volta a bordo, todos estavam muito satisfeitos com as suas aquisições. Isso, sim, era o que eles desejavam!


quarta-feira, 14 de maio de 2014

AGENDE-SE PARA O LANÇAMENTO DO DIA 15/MAIO

A FUNDAÇÃO JOSÉ AUGUSTO LANÇA LIVRO DO ESCRITOR IVONCISIO MEIRA MEDEIROS.




A Fundação José Augusto realizará o lançamento do livro de Ivoncísio Meira Medeiros "CONTANDO HISTÓRIAS... (Ensaios históricos e biográficos)", no próximo dia 15 de maio, pelas 19 horas, na Pinacoteca do Estado. O exemplar será vendido ao preço de 20,00 (vinte) reais, e todo o rendimento será revertido para a LIGA NORTE RIOGRANDENDENSE CONTRA O CÂNCER.
GOVERNAR É...

Públio José – jornalista
 
                        É atribuída ao Presidente Washington Luiz a frase “governar é construir estradas”. À época, tomou-se a expressão ao pé da letra, fato que não constitui nenhum demérito. Afinal, no Brasil daquele tempo, com uma malha viária praticamente inexistente e com uma deficiência enorme nas condições de tráfego nas estradas então existentes, a melhor solução estava realmente na disposição presidencial de estender, às mais remotas regiões brasileiras, a construção de boas rodovias, para, com isso, prover os inúmeros segmentos econômicos nacionais de condições ideais de produção, comercialização e exportação de mercadorias e serviços. Se não teve as circunstâncias perfeitas para materializar seus desejos na ocasião, Washington Luiz teve, pelo menos, o condão de cunhar uma máxima que reverberou pelo tempo e se concretizou no governo empreendedor e realizador de Juscelino Kubitschek.
                        Entretanto, nestes tempos bicudos que atravessamos, coincidentemente recheados de novos postulantes aos governos, é chegada a hora de se fazer uma reflexão mais profunda, uma releitura da famosa frase de Washington Luiz. Que, aliás, continua atualíssima – porém, até os dias atuais, contemplada, atingida por uma leitura superficial, linear, rasa, pobre em seus nobres significados. Governar é, sem sombra de dúvidas, construir estradas. Mas hoje, com a complexidade que sobreveio ao Brasil, manter a expressão em seu contexto original seria uma atitude no mínimo simplista. Mesmo assim, como base, como lastro para outras projeções, outros vislumbres, “governar é construir estradas” permanece perfeitamente atual, se ampliarmos, se enlarguecermos a essência do seu significado. Pois construir é um termo muito mais abrangente do que simplesmente juntar pedra, areia e cimento.
                        E estrada tem um conteúdo muito mais amplo e profundo do que simplesmente aplainar terrenos e abrir caminhos para a passagem de veículos. Assim, numa linha de raciocínio, digamos, mais madura e condizente com a complexidade e demandas atuais, construir significa, além do mais, consolidar sonhos, anseios e aspirações do povo, sejam eles emoldurados em função de itens físicos e materiais ou de ordem política, ideológica e social. Já estrada sinaliza para o contato com novos horizontes, novas realidades, novos contextos. Enfim, um forte instrumento de acesso do povo aos produtos e serviços prestados pelos poderes públicos. Entretanto, quando se observa atualmente a péssima qualidade dos serviços essenciais prestados pelo governo em seus vários níveis, conclui-se que os tais mandatários não vislumbraram, em toda a sua extensão, a nobreza do que seja “construir estradas”.
                        Pois construí-las nos encaminha para um patamar muito mais amplo e arrojado na análise das carências coletivas. Ou por outra: “construir estradas” nos leva a criar, para os necessitados, acessos mais substanciais e eficazes aos serviços de saúde; a estabelecer caminhos que liguem os analfabetos ao mundo do conhecimento; a projetar rumos que interliguem os jovens ao mercado de trabalho; a direcionar o povo para dias de menos violência; a aplainar realidades e obstáculos para, assim, priorizar as questões ambientais; a asfaltar espaços que melhorem a qualidade do sistema de ensino; a terraplanar... Como se vê, a essência da fala de Washington Luiz pode ser redimensionada, ampliada, aprofundada. Só basta querer. Por enquanto, já seria um bom início apensar-lhe uma nova moldura conceitual: “governar é construir o bem estar do povo”. Você concorda? Já soa bem mais completo, não é verdade? 

terça-feira, 13 de maio de 2014

Resumo



Abolição Da Escravatura No Brasil -

História Da Abolição Da Escravatura No Brasil, Os Abolicionistas, Resumo, Lei Áurea Decretada Pela Princesa Isabel Em 1888, A Questão Da Escravidão No Brasil Império.


Princesa Isabel: assinou a Lei        Áurea       
Princesa Isabel: assinou a Lei Áurea


Contexto Histórico da abolição da escravatura



No início da colonização do Brasil (século XVI), não havia no Brasil trabalhadores para a realização de trabalhos manuais pesados. Os portugueses colonizadores tentaram usar o trabalho indígena nas lavouras. A escravidão indígena não pôde ser levada adiante, pois os religiosos católicos se posicionaram em defesa dos índios condenando sua escravidão. Logo, os colonizadores buscaram uma outra alternativa. Eles buscaram negros na África para submetê-los à força ao trabalho escravo em sua colônia. Foi neste contexto que começou a entrada dos escravos africanos no Brasil.



Como era a escravidão no Brasil



Os negros africanos, trazidos da África, eram transportados nos porões dos navios negreiros. Em função das péssimas condições deste meio de transporte desumano, muitos morreram durante a viagem. Após desembarcaram no Brasil eram comprados como mercadorias por fazendeiros e senhores de engenho, que os tratavam de forma cruel e, muitas vezes, violenta. 



Embora muitos considerassem normal e aceitável, a escravidão naquela época, havia aqueles que eram contra este tipo de prática, porém eram a minoria e não tinham influência política para mudar a situação. Contudo, a escravidão permaneceu por quase 300 anos. O principal fator que manteve o sistema escravista por tantos anos foi o econômico. A economia do Brasil contava quase que exclusivamente com o trabalho escravo para realizar os trabalhos nas fazendas e nas minas. As providências para a libertação dos escravos, de acordo com alguns políticos da época, deveriam ser tomadas lentamente.



O início do processo de libertação dos escravos e fim da escravidão 



Na segunda metade do século XIX surgiu o movimento abolicionista, que defendia a abolição da escravidão no Brasil. Joaquim Nabuco foi um dos principais abolicionistas deste período.



A região Sul do Brasil passou a empregar trabalhadores assalariados brasileiros e imigrantes estrangeiros, a partir de 1870.  Na região Norte, as usinas produtoras de açúcar substituíram os primitivos engenhos, fato que possibilitou o uso de um número menor de escravos. Já nos principais centros urbanos, era grande a necessidade do surgimento de indústrias. Visando não causar prejuízo financeiros aos proprietários rurais, o governo brasileiro, pressionado pelo Reino Unido,  foi alcançando seus objetivos lentamente. 



A primeira etapa do processo foi tomada em 1850, com a extinção do tráfico de escravos no Brasil. Vinte e um anos mais tarde, em de 28 de setembro de 1871, foi promulgada a Lei do Ventre-Livre. Esta lei tornava livres os filhos de escravos que nascessem a partir da decretação da lei.



No ano de 1885, foi  promulgada a lei Saraiva-Cotegipe (também conhecida como Lei dos Sexagenários) que beneficiava os negros com mais de 65 anos de idade.



Foi somente em 13 de maio de 1888, através da Lei Áurea, que a liberdade total e definitiva finalmente foi alcançada pelos negros brasileiros. Esta lei, assinada pela Princesa Isabel (filha de D. Pedro II), abolia de vez a escravidão em nosso país.