sábado, 4 de junho de 2011


INAUGURAÇÃO DO CASTELÃO (atual "MACHADÃO")

Em maio de 1972 João Havelange visita Natal e inspeciona as obras para verificar da possibilidade de sua utilização para a Taça Independência (Mini-Copa) aprazada para o dia 11 de junho, que seria a data da inauguração do estádio. De última hora houve a determinação de antecipá-la para antes daquele Campeonato e assim acontecendo no dia 04 de junho, dividindo o espaço útil com pedaços de andaimes e material restante de construção.
Chega o dia ansiado – inauguração do “Castelão”, homenagem apressada ao Ilustre Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, sem tradição no campo esportivo, mas o principal articulador do movimento de 31 de março de 1964 e oficial de incontestável valor.
Antes disso o estádio foi apelidado de “Agnelão”, que seria homenagem ao Prefeito que teve a coragem de iniciar a concretização do sonho, mas que caiu na desgraça do governo militar e, sequer foi convidado para a festa.
Posteriormente, num lance de extrema felicidade, resolveram os desportistas em batizá-lo como Estádio João Cláudio de Vasconcelos Machado, o “Machadão”.
A solenidade foi presidida pelo Governador Cortez Pereira que, ao fazer alusão sobre o estádio o proclamou como um “poema de concreto armado”, ladeado pelo Prefeito Jorge Ivan Cascudo Rodrigues e muitos convidados ilustres. Era o dia 04 de junho de 1972 o batismo efetivo daquela obra.
Paraquedistas descem sobre o gramado, foguetões e a presença do povo a testemunhar aquele feito – uma festa.
O primeiro clássico ABC 1 X 0 AMÉRICA. Primeiro gol – William. Em seguida VASCO DA GAMA 0 X 0 SELEÇÃO OLÍMPICA DO BRASIL. O estádio era uma realidade.
Vale aqui reproduzir trechos de depoimento prestado pelo Arquiteto Moacyr Gomes, porque detalha lances da história do “Machadão”:

"1.... foi exclusivamente por força do grande prestigio de João Machado perante àquele presidente da então CBF, conforme relato a seguir: Fui ao Rio em agosto de 1971 portando um simples bilhete de apresentação de João Machado àquele importante paredro, o qual me recebeu de imediato, com todo cavalheirismo que lhe era peculiar, demonstrando toda a amizade e consideração pelo nosso "Joca Macho". Confessando a sua impossibilidade de nos ajudar financeiramente na conclusão do estádio, me fez portador de um recado a Cortez e Jorge Ivan, prometendo incluir Natal no torneio do Sesquicentenário da Independência (mini-copa do mundo, muito mais expressiva do que as duas ou tres peladas que a FIFA promete para a Copa 2014), e. ainda mais, em consideração ao fato da origem portuguesa do amigo, mandaria pra cá a notável seleção portuguesa comandada pelo grande Eusébio, o que de fato aconteceu, tendo esta se sagrado vice campeã do torneio, no Maracanã, sendo o Brasil Campeão com um gol de Jairzinho, partida que fomos assistir no Rio, eu, com minha mulher, e os amigos Mario Sergio Garcia de Viveiros e sua Lucia de Fátima;
2 - A atitude do Sr. Havelange mudou todo o quadro de dificuldades e a obra tomou novo impulso, toda a cidade acreditando e aplaudindo, todos querendo ajudar, clima de expectativa e credibilidade (naquele tempo não havia PPP, a não ser como desaforo chulo) a imprensa acreditando em nós (alguns hoje , ex-colegas, ex-discípulos e ex-admiradores de João Machado são apologistas da demolição do Machadão em nome da "modernidade do legado" de um mundo novo prometido pela FIFA,... Freud explica) . Cabe destacar que o esforço do desportista Humberto Nesi para nos ajudar naquele momento decisivo, reconhecido posteriormente em justa homenagem com a aposição do seu nome ao ginásio '"Machadinho", estará condenado a somar-se aos escombros do "Machadão" e da creche Katia Garcia (...a mão que afaga é a mesma que apedreja" ... já dizia Augusto dos Anjos);
3 - Cabe ainda o relato de alguns fatos curiosos como por exemplo: a inauguração do estádio estava prevista para 11/6/1972 quando jogariam Portugal x Equador, porém foi antecipado para o dia 4, o que nos causou angustiosa correria, pois na véspera até Humberto Nesi estava ajudando na marcação de cal no campo de futebol, na madrugada tivemos, Mário Sergio e eu, que ajudamos a carregar os pesados móveis dos vestiários, chegados num momento em que não havia mais ninguém no recinto, e no dia do jogo saímos para almoçar e pegar nossas esposas quase em cima da hora de começar o espetáculo; outro fato curioso é que negaram convite a Agnelo para as solenidades oficiais, por isso devolvi o meu, no que fui acompanhado pelos colegas presentes, em solidariedade àquele que era o verdadeiro pai do estádio e que recebia o voto da ingratidão. Encontrei-o anônimo no meio da multidão, dei-lhe o abraço que se dá aos vitoriosos, com os votos da gratidão que lhe devia, e desde então consolidamos uma longa e afetuosa amizade."

Logo em seguida (11 de junho) teríamos o início da Mini-Copa (Taça Independência), comemorativa dos 150 anos do Grito do Ipiranga, o que comentaremos no próximo artigo.
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Reprodução de artigo que escrevi neste blog em 17.12.2010



COINCIDÊNCIA ?

Exatamente nos seus 39 anos de existência, Natal assiste, atônita, o começo do desmonte do nosso Machadão, mercê da sanha criminosa de pessoas de visão curta, que insistem em destruir um patrimônio do povo, plenamente aproveitável, para erguer em seu lugar uma "arena" que poderia ser construída em outro local mais adequado, uma vez que o progresso da cidade implicará, brevemente, na necessidade de espaço para a mobilidade urbana.
Num momento em que o Estado do Rio Grande do Norte amarga dificuldades financeiras sem conta e convivendo com um número record de greves, sem capacidade de investimento, se insiste nesse empreendimento temerário, em detrimento de tantos outros equipamentos públicos reivindicados, que muito melhor atenderiam à qualidade de vida do povo.
A figuração que nos ocorre, na insistência desse projeto megalomaníaco, é a de um MENDIGO DE FRAQUE E CARTOLA, nada mais que isso.
VERGONHA! TRISTEZA!IMPUNIDADE!

A imprensa é preconceituosa?
Luiz Gonzaga Cortez (*)

Nós somos copiadores e imitadores. E preconceituosos. De quê? De tudo. Mas, um lembrete: vou escrever sobre o comportamento dos nossos ilustres colegas jornalistas brasileiros. Além da decadência do jornalismo investigativo, aliás, acompanhando o rumo (ou sem rumo?) da grande imprensa do eixo Rio de Janeiro-São Paulo-Brasília, que de “grande imprensa” só tem a fama, os repórteres e redatores dos jornais potiguares foram contaminados pelo vírus da copiação, da imitação e da cultura preconceituosa. E imitam errado. Como, rapaz, diga aí? Vamos devagar.
Observem o noticiário da imprensa do eixo que antigamente era chamado de “sul maravilha” e as notícias dos jornais diários da província potengina sobre um assunto atual: a caixa com os gravadores do avião da Air France que caiu no Oceano Atlântico em 2009, no trajeto Rio de Janeiro-Paris. Essas caixas são laranjas (outros dizem que são cor de rosa, vermelhas), mas os jornais e televisões do Brasil chamam-nas de “caixas pretas”. Elas sempre foram laranjas para facilitar a sua identificar na terra e no mar e em qualquer lugar do planeta. Você já pensou uma caixa preta no fundo do oceano, a três, quatro ou cinco metros de profundidade, ao lado ou dentro de possíveis vegetações marinhas? Claro, seria mais difícil a sua localização. Mas, todos os comunicadores já estão habituados a tachar de preta, negra ou preto os eventos e acontecimentos ruins. Recentemente, a Tribuna do Norte fez uma chamada de primeira página intitulada de “noite negra no futebol brasileiro”, se reportando as derrotas de times do América e do Grêmio, no Brasil e num país vizinho. E a matéria na página interna acompanhava a chamada de capa. Essa “cultura” já está incorporada na imprensa nacional? Creio que sim.
Outro exemplo: estive numa casa de câmbio no “Praia Shopingue”, na avenida Roberto Freire, e vi um pequeno cartaz com os seguintes dizeres: “Mercado negro é crime federal”. Aí eu pergunto: onde está o mercado branco, o mercado amarelo? Cambiar moedas estrangeiras se faz em qualquer esquina deste país, nas calçadas de bancos particulares e estatais. A moda agora é cambiar nos bares e restaurantes chiques, digo, freqüentados por pessoas de maior poder aquisitivo. O cartaz da casa de cambio não poderia se referir ao criminoso mercado paralelo?
É por isso que concordo com Alberto Einstein (1879-1955), cientista alemão naturalizado americano, quando disse que “é mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito”.
Além de preconceituosa, a imprensa e a mídia nacional é imitadora e copiadora do que se diz, como se veste, o que se usa, no estrangeiro. E nós embarcamos nessa canoa. Estamos copiando o que se diz e se faz nas televisões do novo “Eixão” (Rio de Janeiro-São Paulo-Brasília). Querem um exemplo? Trocaram a palavra comum por recorrente. Quando se referem a um caso comum, os empavonados apresentadores e noticiaristas da Globo e das demais redes de televisão dizem que o caso é recorrente. Mestre Aurélio diz que recorrente é quem recorre de um feito judicial, quem recorre de uma sentença para outra instância superior, etc. Vejam os dicionários. E substituíram a palavra classificação por “ranking” (palavra americana que significaria colocação nos campeonatos de voleibol nos EUA).

(*) Luiz Gonzaga Cortez, jornalista.
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Publicado em O Jornal de Hoje (03.6.2011)

sexta-feira, 3 de junho de 2011


SOMOS DO TEMPO EM QUE...
Por Francisco de Assis Barros

Somos do tempo em que papel higiênico era
quadrado (papel Tico-Tico?). Lembram-se quando o papel higiênico era
quadrado? Não confundam com o “papel higiênico tipo-jornal”. Falo
daquele comprado em mercearias – também não tínhamos supermercados -,
que vinha imprensado entrem dois papelões, lembrando, atualmente, um
pacote de guardanapos. Aquele pacote de papel higiênico já vinha com
um arame para dependurar na parede.
Somos do tempo em que a revista O
Cruzeiro era a preferida. Naquele tempo não existia a variedade de
revistas informativas que temos hoje. Mas tínhamos, além de A Cigarra
e Realidade, a revista O Cruzeiro, com suas seções: artigos de David
Nasser, o Pif-Paf, com textos de Emanuel Vão Gôgo (pseudônimo de
Millôr Fernandes), Carlos Estevão, O Amigo da Onça e, na última
página, sempre um maravilhoso artigo de Raquel de Queiroz.
Ininterruptamente, a revista O Cruzeiro foi editada de 1943 a 1975.
Somos do tempo em que se vendia rolete de
cana-de-açúcar (caiana) e amendoim torrado, na porta do cinema. E tem
mais, nós podíamos entrar com aqueles produtos e, lá dentro, ficar
jogando o bagaço na cabeça dos outros. Lembram-se como eram
acondicionados os roletes de cana? Uma taboca aberta e os rolinhos
espetados ali.
Somos do tempo em que brincar os
carnavais com confetes e serpentinas era normal, e, o que era melhor,
tomando muito porre de lança- perfume Rodouro. Tínhamos também o
lança-perfume Colombina, mas este não tinha um bom odor. Quem não ia
aos bailes com um lencinho no bolso? Quem esquecia o lenço tomava seus
porres na manga da camisa mesmo. Qual a marca do lenço? Presidente.
Somos do tempo em que táxi se chamava
“carro de praça” e taxista era “motorista de praça”. E os carros de
praça eram: Sinca Chambord, Studebaker Street, Buick Roadmaster,
Mercoury,DeSoto, Hillmann, Nash, Packard, Dodge, Lincoln, Plimouth
Belvedere, Ford Vitória, Aero Willys e até Rural da Willys.
Somos do tempo em que se escrevia de
caneta tinteiro, atropelada pela caneta esferográfica. Íamos para o
colégio com a nossa caneta tinteiro, que, às vezes, derramava a tinta
no bolso e ficava aquela mancha difícil de tirar (posteriormente
criaram a Parker Quink, lavável). Portávamos também o tinteiro, para o
caso dela secar e não passarmos vexames. As marcas eram Sheaffer,
Compactor (muito popular entre nós), Pilot e a sofisticada Parker 51,
depois a 61, mais moderna.
Somos do tempo em que as motos, tipo
Scooter, eram apenas duas: Lambreta e Vespa. Ambas de origem
italiana tinham seus pneus muito pequenos, o que gerou muitas quedas.
Como não havia a obrigatoriedade de usar capacetes, aqueles tombos
trouxeram péssimas conseqüências para alguns. A Vespa, para complicar,
ainda tinha o motor do lado, o que obrigava o condutor a empenar o
corpo para compensar. Atualmente as Scooters estão de volta, mas se
observa que agora seus pneus são bem maiores.
Somos do tempo em que andávamos de bonde,
marinete e auto-lotação. Natal tinha duas linhas de bondes:
Ribeira/Alecrim e Alecrim/Lagoa Seca. Era um transporte barato e
lento, mas muito prazeiroso. A linha Alecrim – Lagoa Seca era muito
perigosa para quem andava em pé do lado de fora (era um charme!); como
os bondes passavam muito próximos dos postes, muitos marmanjos
quebraram as cabeças ali. Porém, o mais gostoso mesmo era saltar do
bonde com ele andando.
Somos do tempo em que dávamos corda em
relógio de pulso. Nossos relógios ainda não eram automáticos, eram
mecânicos e ainda tinham “cabelo”, então, ou se dava corda,
sistematicamente, ou eles paravam de funcionar. Os relógios de
categoria teriam que ser made in Suisse, todos com corda manual:
Tissot, Omega, Mido, Eternamatic, Seiko. Posteriormente, os mesmos
fabricantes suíços criaram o relógio automático, como dizia a
publicidade da época: “... com o movimento regular e preciso da âncora
de rubis que move todo o relógio de qualidade”.
Somos do tempo em que menino tomava
purgante. Tomamos muitos purgantes. Entrávamos de férias e as nossas
respectivas mães nos impingiam aqueles terríveis purgativos:
batata-de-purga, maná-com-sena, óleo-de-ricino e, os farmacêuticos:
Neocitram, Limonada Purgativa, Salamargo e Licor de Cacau Vermífugo
Xavier. Eca! Já recuperados de tantas caganeiras, era o momento delas
(as mães) nos obrigarem a tomar Iofoscal (para a memória da criança) e
Emulsão de Scott (a base de óleo de fígado de bacalhau). Eca, de novo!
Quando tossíamos? Phimatosan. Ainda tomamos: Licor de Cacau Xavier,
Cibalena, Pílulas de Vida do Doutor Ross, Cafiaspirina, Bromil,
Capivarol e Biotônico Fontoura.
Somos do tempo em que as nossas mães,
irmãs e, até, namoradas começaram a usar o laquê em spray da Helena
Curtis, desobrigando-as de usar pente ou escova durante as festas.
Vimos também essas mulheres usarem os seus primeiros cílios postiços e
as roupas íntimas da DeMillus, aposentando definitivamente as
calcinhas (elásticos ou botões), de tecido (morim ou cambraia de
algodão), anáguas, combinações, cintas e sutiãs com enchimento. Usavam
também: vestido tubinho, vestido de organdi com a cola de tafetá,
calças da Lewis, blusa banlon e saia plissada. Para o embelezamento:
Pó de arroz da Cachemere Bouquet, da Coty ou Royal Briar, Rouge, Creme
Rugol, Antissardina, Pomada Minâncora e Creme Ponds.
Somos do tempo em que a inflação gerava
“carestia”. Ouvimos muito nossas mães falarem na grande carestia e
nunca vimos ninguém em pânico com medo de perder o emprego ou o seu
patrimônio. Gosto muito de dizer que a “carestia” que os nossos pais
enfrentaram era mais branda do que “a inflação” que enfrentamos nos
dias atuais.
Somos do tempo em que o nosso banheiro
ficava lá no final do quintal da casa, conseqüência: tínhamos que,
invariavelmente, utilizar o indefectível urinol. Naquele tempo
chamávamos o Demônio de Cão.
Somos do tempo em que a rapaziada só
transava com prostituta ou empregada doméstica e usava brilhantina no
cabelo: Glostora, Royal Briar, Promesa e Gumex; sapatos Clark, Paso
Doble ou Vulcabrás e meia Lupo ou Lobo; após a barba sempre Áqua
Velva. Se chovia, usávamos capas e galochas. Naquele tempo os padres
rezavam a missa, em latim e de costa para os fiéis, com a mulherada de
xale na cabeça.
Somos do tempo em que dançávamos ao som
do Trio Los Panchos, Benvenido Granda, Lucho Gatica, Gregório Barros,
Orquestras de Waldir Calmon (Feitos Para Dançar nº 1, 2, 3...) e de
Perez Prado. O Long Play? Continental, RCA, Rosenblit ou Mocambo.
Acompanhamos o nascimento e a morte do Twist. Dormíamos numa cama
patente Faixa Azul, o colchão era Probel e os lençóis eram da
Santista. Tomávamos Toddy, Ovomaltine e Vic Maltema e combatíamos os
insetos com Detefon e chatos com Neocid.
Somos do tempo em que pingávamos no olho
Colírio Moura Brasil e Lavolho; tomávamos refrigerantes Crush,
Clipper, Grapete (ainda existe) e Guaraná Caçula. Má digestão e azia
eram curadas com Sal de Frutas Eno; nossas bicicletas eram Monark ou
Bianchi; colávamos nossas figurinhas com água e farinha de trigo – o
famoso grude – ou com Goma Arábica; chupávamos Drops Dulcora, nosso
chocolate era Diamante Negro e fumávamos cigarrinhos de chocolate da
Garoto.
Somos do tempo em que nossas mães limpavam
os móveis com Óleo de Peroba ou Lustrol e lustravam o chão com Cera
Parquetina; o sabão em pó era Rinso ou Lux; as suas máquinas de
costuras eram: Vigorelli, Singer, Elgin e Leonam (Manoel ao
contrário); abanavam o fogo à lenha com a tampa da panela, enquanto
usavam a Gordura de Côco Brasil; usavam ovo de madeira para coser
meias com Linha Corrente; usavam areia de rio para limpar as panelas
(daí o verbo: arear) e anil para clarear as roupas lavadas.
Somos do tempo em que todas as geladeiras
eram brancas (lembram-se da Kelvinator?) e todos os telefones eram
pretos; todo menino tinha um terninho de marinheiro e tirava fotos com
ele (ridículo!); jogavam futebol com bola de capotão (devidamente
besuntada com sebo); havia half e center-half, todos de suporte
anatômico Big, que chamávamos de sunga (aquela do Gorila),
tornozeleiras e os goleiros usava joelheiras.
Finalmente, somos do tempo em que, no
futebol, Pelé e Coutinho faziam uma famosa tabelinha. Porém, aí, já
seria uma outra história.
Meu Deus! Como o tempo passa rápido!
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Colaboração de Ciro Tavares

quinta-feira, 2 de junho de 2011



C O N V I T E

O INSTITUTO NORTE-RIOGRANDENSE DE GENEALOGIA – INRG tem a satisfação de CONVIDAR os seus associados e pessoas interessadas para assistirem a reunião-palestra, que será realizada com a participação especial da confreira CLOTILDE TAVARES, a qual abordará o tema: “Fundamentos da Genealogia”.
DATA/HORÁRIO: dia 16 de junho, às 19,30 horas.
LOCAL: Solar Bela Vista – Av.Câmara Cascudo (antiga Junqueira Aires) – Natal
Natal, 01 de junho de 2011.

ORMUZ BARBALHO SIMONETTI
Presidente

quarta-feira, 1 de junho de 2011


NOVA LEI BRASILEIRA SOBRE PRISÃO.
Não é só para conhecimento, mas também para indignação...E DIVULGACÃO!!!

VEJA QUE ABSURDO!!!!

Desabafo de um Promotor.

Caros colegas, após 15 anos de atuação na área criminal estou
pensando seriamente em abandonar a área com a nova LEI 12.403/2011
aprovada pelo CONGRESSO NACIONAL e sancionada em 05/05/2011 pela Presidente DILMA ROUSSEF e pelo Ministro da Justiça JOSÉ EDUARDO CARDOZO.

Quem não é da área, fique sabendo que em 60 dias (05/07/2011) a nova
lei entra em vigor e a PRISÃO EM FLAGRANTE E PRISÃO PREVENTIVA SOMENTE OCORRERÃO EM CASOS RARÍSSIMOS, aumentando a impunidade no país. Em tese somente vai ficar preso quem cometer HOMICÍDIO QUALIFICADO, ESTUPRO, TRÁFICO DE NTORPECENTES, LATROCÍNIO, etc.. A nova lei trouxe a exigência de manter a prisão em flagrante ou decretar a prisão preventiva somente em situações excepcionais, prevendo a CONVERSÃO DA PRISÃO EM FLAGRANTE ou SUBSTITUIÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA em 09 tipos de MEDIDAS CAUTELARES praticamente inócuas e sem meios de fiscalização
(comparecimento periódico no fórum para justificar suas atividades,
proibição de frequentar determinados lugares, afastamento de pessoas,
proibição de de se ausentar da comarca onde reside, recolhimento
domiciliar durante a noite, suspensão de exercício de função pública,
arbitramento de fiança, internamento em clinica de tratamento e
monitoramento eletrônico).

Para quem não é da área, isso significa que crimes como homicídio
simples, roubo a mão armada, lesão corporal gravíssima, uso de armas
restritas (fuzil, pistola 9 mm, etc.), desvio de dinheiro público,
corrupção passiva, peculato, extorsão, etc., dificilmente admitirão a
PRISÃO PREVENTIVA ou a manutenção da PRISÃO EM FLAGRANTE, pois em todos esses casos será cabível a conversão da prisão em uma das 9 MEDIDAS CAUTELARES acima previstas. Portanto, nos próximos meses não se assuste se voce encontrar na rua o assaltante que entrou armado em sua casa, o ladrão que roubou seu carro, o criminoso que desviou milhões de reais dos cofres públicos, o bandido que estava circulando com uma pistola 9 mm em via pública, etc.

Além disso, a nova lei estendeu a fiança para crimes punidos com até
04 anos de prisão, coisa que não era permitida desde 1940 pelo Código
de Processo Penal! Agora, nos crimes de porte de arma de fogo, disparo
de arma de fogo, furto simples, receptação, apropriação indébita,
homicídio culposo no trânsito, cárcere privado, corrupção de menores,
formação de quadrilha, contrabando, armazenamento e transmissão de
foto pornográfica de criança, assédio de criança para fins
libidinosos, destruição de bem público, comercialização de produto
agrotóxico sem origem, emissão de duplicada falsa, e vários outros
crimes punidos com até 4 anos de prisão, ninguém permanece preso (só
se for reincidente). Em todos esses casos o Delegado irá arbitrar
fiança diretamente, sem análise do Promotor e do Juiz. Resultado: o
criminoso não passará uma noite na cadeia e sairá livre pagando uma
fiança que se inicia em 1 salário mínimo! Esse pode ser o preço do
seu carro furtado e vendido no Paraguai, do seu computador receptado,
da morte de um parente no trânsito, do assédio de sua filha, daquele
que está transportando 1 tonelada de produtos contrabandeados, do
cidadão que estava na praça onde seu filho frequenta portando uma arma
de fogo, do cidadão que usa um menor de 10 anos para cometer crimes,
etc.

Em resumo, salvo em crimes gravíssimos, com a entrada em vigor das
novas regras, quase ninguém ficará preso após cometer vários tipos de
crimes que afetam diariamente a sociedade. Para que não fique qualquer
dúvida sobre o que estou dizendo, vejam a lei.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm

Também para comprovar o que disse, leiam o artigo do Desembargador
FAUSTO DE SANCTIS sobre a nova lei, o qual diz textualmente que "com a vigência da norma, a prisão estará praticamente inviabilizada no
país":

http://advivo.com.br/blog/luisnassif/de-sanctis-e-o-codigo-de-processo-penal
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Colaboração de DIDI AVELINO

terça-feira, 31 de maio de 2011

LÍVIO OLIVEIRA INFORMA AOS AMIGOS


Meus textos em "O Poti"

Caras amigas e amigos d'O Teorema da Feira,

Tenho a alegria de informar que há aproximadamente quatro semanas estou escrevendo como colaborador permanente do jornal O Poti, um dos três mais importantes jornais do Rio Grande do Norte, que voltou com força total, após um período de suspensão que se deu em face de uma estratégia editorial dos Diários Associados, grupo empresarial e jornalístico colossal que o mantém.

Sinto-me honrado por ter sido convidado pela prezada editora Juliska Azevedo e pela jornalista Adriana Amorim. Antes, eu escrevia aos sábados no Diário de Natal, com a chancela inicial do meu amigo jornalista Sérgio Vilar. Agora, ganhei de presente - a partir desse novo convite - a possibilidade de publicar os meus textos no domingo, dia que - todos sabem - os leitores mais procuram a leitura de jornais.

Na mesma página em que escrevo, ainda temos a participação semanal do ex-Deputado Federal Ney Lopes e do jornalista Ciro Pedroza. Acredito estar em muito boa companhia, do ponto de vista textual.

Portanto, amigos e amigas, temos mais uma forte oportunidade de divulgar as nossas ideias, opiniões e textos.

Abraço a todos.

L.O.

segunda-feira, 30 de maio de 2011


O INCONFORMISTA UTÓPICO
Por Honório de Medeiros

Atingi uma idade em que posso mensurar a extensão do meu fracasso [...]. Por nenhum momento em minha vida, antes de tornar-me o que sou, conjecturei de abdicar do meu projeto ou utopia - se quereis – de, através da elaboração de uma obra que me justificasse no futuro, dar o testemunho de minha existência”. [O breviário de uma existência dominada pelo ato de escrever]. “Sempre estive convicto de que nascemos para a realização de uma obra capaz de persuadir o mérito”. – Assim o escritor e jornalista Franklin Jorge se apresenta em conversa com o seu entrevistador, Honório de Medeiros.

Nascido em setembro de 1952 no Ceará-Mirim e criado no Assu, numa propriedade rural que explorava, quando nasceu, a cultura do algodão, a que chamavam de “ouro branco”, e foi pioneira na exploração da agricultura irrigada. Franklin Jorge pertence ao seu Ceará-Mirim natal e ao Assu telúrico e primordial em sua sensibilidade e, também, ao humanismo com que se nutriu o seu precoce talento.

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VEJA, NA ÍNTEGRA, A ENTREVISTA NO BLOG "O SANTO OFÍCIO" E NO "BLOG HONÓRIO DE MEDEIROS.

domingo, 29 de maio de 2011

MOMENTOS DE INSPIRAÇÃO

1. DEVANEIOS DO SILÊNCIO

FOTO:Guillaume Dauphin

Quando eu voar para outra dimensão da vida,
Não me acharás entre os opulentos do poder,
Nem nas rodas dos intelectuais,
Tampouco nos bancos dos templos.

Certamente esquecestes o que sempre amei aqui,
A natureza exuberante do mar,
Os cantos dos passarinhos em minha janela,
O gozo dos pés descalços na areia da praia,
As estrelas cintilantes da noite escura,
O sorrir de uma criança,
O olhar de minha amada,
O cuidar dos desvalidos,
O alento aos sofredores.
O calor dos meus parentes,
O abraço dos amigos.
Valeu a pena viver.

Autor:Carlos Gomes
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2. BALADA DO NAVEGADOR
Ciro José Tavares

“Encontro-me mais uma vez sobre as ondas, uma vez mais!
E erguem-se debaixo de mim as vagas como um corcel
Que conhece o cavaleiro. Que o seu bramido seja bem-vindo!
Ah, que me guiem depressa para qualquer lugar!"

Byron, fragmentos do Childe HAROLD’S PILGRIMAGE

Novamente o antigo galeão retomou a rota do destino,
navega sem receios do mistério que faça refulgir
paixão imorredoura no oceano dos teus olhos.
Filha de Eco liberta das profundezas marinhas,
prende-me ao ancoradouro com doçura no coração,
manda teus ventos espantar para bem longe
a tempestade de estrelas que quer me arrebatar,
deixa que suspenso adormeça no teu leito de nuvens,
coberto com lençóis de algas raras da casa de Netuno.
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3. NO RETRATO DAS LEMBRANÇAS
Jansen Leiros

Há parceiros que viveram no passado
E com eles nos afirmamos como afins,
Prosseguindo juntos toda caminhada,
Pelos caminhos da vida, nos confins.

Há amores que firmamos noutras vidas
E que hoje nos parecem bem remotos
Mas na verdade, se mostram muito próximos
Quais sombras eternas, projeção dos sonhos.

Esses amores que nos acompanham
Memória longínqua, quase infinita
Nos colocando na amplidão do cosmos,
Quais raios de sois que nos energizam.

E não só isso, douram-nos as almas
Dos fios longos de cabelos ofuscantes
Refletindo a luz, com muito e muito brilho
Fortalecendo as lembranças do passado

Eis os retratos das lembranças de outrora
Que nos iincitam a planejar, ditoso
Dinamizando a visão da alma
Na projeção do hoje, do agora.

'Vespasiano'