sábado, 28 de maio de 2011

DOIS MOMENTOS CONFLITANTES

Hoje, sábado – dia 28 de maio de 2011, a sociedade potiguar tem a oportunidade de assistir dois momentos conflitantes de sua existência:

Um, o regozijo da posse de Ângela Maria Paiva Cruz na Reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, aliás a primeira Reitora, com a obrigação de dar continuidade à profícua gestão de Ivonildo Rego, na dinamização daquela Instituição de Ensino Superior, em todos os seus segmentos, seja na triplicação dos seus equipamentos físicos, quanto nos seus quadros docente, discente e administrativo, a par de uma elevação de qualidade, reconhecida nacionalmente. Ah! Quem nos dera um Prefeito dessa qualidade para Natal!

O segundo evento, ao reverso, é de profunda tristeza, porque o nosso Machadão se despede para a vida – será demolido, mercê da sanha criminosa de burocratas desinformados e despidos de sensibilidade pública, quando vemos o Estado e a cidade de Natal envoltos em atropelos, grandes dificuldades financeiras, carência total de qualidade nas áreas básicas da educação, da saúde e da segurança.
A propósito, reproduzo o desabafo do meu irmão Moacyr, autor do projeto que seja agora destruído:

“SOLENIDADE MACABRA

Não sei se Nero fez uma festa para comemorar o incêndio de Roma, diz a história que ele tocava arpa enquanto a cidade pegava fogo. Aqui em Natal, as governantes vão fazer um espetáculo circense na despedida do condenado "Machadão", com banda de música, desfiles militares, desfiles de atletas, benção ecumênica, discursos de autoridades e homenagens, enfim, todo um festival diabólico para comemorar a demolição de um patrimônio público, Circo onde o povo pobre desfilava suas alegrias e emoções, somente pela volúpia mórbida de ver o circo pegar fogo. Verdadeira PALHAÇADA.
As instituições sérias e respeitáveis que terão parte no evento, por certo estarão cumprindo regras disciplinares, ou equivocadamente foram envolvidas pelo conto da Copa .
Sem dúvida, isso ficará para a historia de Natal com a mesma importância do incêndio de Roma. Haverá para gáudio dos serviçais do poder, a entrega pela Prefeita do Símbolo do Machadão à Governadora, tudo levando a crer que tal obra de arte venha a ser uma um alto relevo de um asno com MARRETAS amarradas em suas patas traseiras, em homenagem aos auxiliares marreteiros.” Moacyr (27/05/2011)
Afinal, vale repetir a frase lapidar, cuja origem desconheço, quando diz: é difícil a convivência com quem pode mais do que sabe.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

O VELHO PROFESSOR QUE NUNCA SE OMITE!


Leia o recado que mandei para a governadora pelo Novo Jornal .

Prezada Governadora:
Tenho por Vossa Excelência uma admiração respeitosa e continuo torcendo que seu governo consiga deslanchar depois de resolver todos os problemas herdados do governo passado. Entretanto, tem umas contas que não estão batendo não minha cabeça. Acredito realmente que o governo do estado não tem recursos financeiros para pagar os reajustes exigidos pelos grevistas e que nem querendo poderia fazê-lo por conta da Lei de Responsabilidade Fiscal. Então, de onde se vai tirar o dinheiro para pagar as obras para a Copa do Mundo? Só a Arena das Dunas custará uma fábula. As vozes que tenho escutado nas ruas me perguntam: Como não tem dinheiro para pagar aos professores, se tem para o estádio novo? Se me fosse dado o direito de lhe dar um conselho eu diria: Governadora Rosalba, desista dessa obra faraônica para não ter sérias dificuldades no futuro. Talvez a maioria não aceitasse, mas os que têm os pés no chão iriam aplaudir. Como essa obra não poderá ser paga nem em um nem em dois mandatos, como reagiriam os seus sucessores tendo que pagar uma conta que eles não autorizaram?
Geraldo Batista.

quinta-feira, 26 de maio de 2011


Fonte: ALDEIA POTI
aldeiapoti-subscribe@yahoogrupos.com.br
quarta-feira, 25 de maio de 2011
ATRASOS RECOMENDAM ADIAR DEMOLIÇÃO
Atrasos em relação à Copa recomendam adiar demolição
ROBERTO GUEDES

Algumas constatações divulgadas nos últimos dias por observadores credenciados daqui e do centro-sul do país deixaram na contramão a governadora Rosalba Ciarlini, a prefeita Micarla de Souza e o choque entre a veemência verbal e o desalento visual com que o secretário estadual da Copa, engenheiro Demétrio Paulo Torres, tentou desfazer a imagem de que Natal está na marca do pênalti em termos de sediar jogos da Copa do Mundo de Futebol de 2.014.

Três delas merecem destaque. A mais recente edição da “Veja”, de longe a mais vendida revista semanal de informação do país, desembarcou aqui dizendo que Natal não tem a menor possibilidade de construir o estádio “Arena das Dunas”, adredemente
planejamento como sede dos jogos.

Num quadro apensado à reportagem para mostrar quando estariam prontos os catorze estádios eleitos para o certame, a revista disse que o “Arena das Dunas” nunca será concluído.

Em seguida, veio o “site” Globoesporte, mostrando que Natal é “uma das sedes mais atrasadas para a Copa do Mundo de 2014”.

Por último, falou o deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB), exatleta e um dos maiores defensores da atração de jogos da Copa do Mundo de Futebol de 2.014 para Natal. Trata-se do homem que em janeiro deste ano conseguiu ressuscitar a permanência de Natal como sub-sede da copa. Recorde-se que o parlamentar exerceu então fortíssima pressão pessoal, dessas que só muita amizade permite, sobre o presidente da Confederação Brasileira de Futebol(CBF), empresário Ricardo Teixeira, que esta semana novamente se viu enrascado em denúncias de corrupção na Federação
Internacional (Fifa), da qual foi diretor na gestão do sogro João Havelange.

Apesar de Demétrio ter procurado desqualificá-lo anteontem, declarando-o desinformado, Henrique Eduardo deve ser o norte-rio-grandense que mais investiu de capital próprio na tentativa de garantir a permanência de Natal na Copa, pois arrostou em várias frentes seu prestígio pessoal e o de seu cargo de líder do PMDB na câmara federal, chegando até a desfazer declarações de ministros de Estado a respeito do insucesso da candidatura potiguar.

Depois de recorrentes intervenções em que lutou contra quase tudo e todos para garantir para Natal a sub-sede ainda hoje pleiteada por outras capitais estaduais que sobraram na escolha da Fifa, no último fim de semana Henrique Eduardo capitulou.

Reconheceu, pela primeira vez que a situação desta cidade está muito difícil perante o calendário de obras para a Copa:

“Sou forçado a admitir entraves na consolidação da Copa de 2014 em Natal”, disse o Deputado a um jornal natalense. “Providências e fatos concretos em relação ao Estado e Prefeitura precisam de urgente reavalição e consequente aceleração”, avançou.

Ou seja: de maioria, Demétrio, Micarla e Rosalba viraram minoria. Antes porta-vozes do monólito que sobre a Copa detinha a verdade na ponta da língua, arvorando-se num projeto de estádio plasticamente composto apenas em versão gráfi ca em computador
e sem qualquer correspondência técnica, como provou o presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea), engenheiro Adalberto Pessoa de Carvalho, os três passaram, em poucos dias, a ser os únicos norte-rio-grandenses a dizer cabalmente que Demétrio, Micarla e Rosalba, assim como os ex-governadores Iberê Ferreira de Souza e Wilma de Faria e o ex-prefeito Carlos Eduardo Nunes Alves
fizeram, e no devido tempo, o dever de casa em relação à Copa que, de outra forma, talvez hoje até lhes rendesse o capital eleitoral que gostariam de criar e poupar em função do evento.

O confronto entre o discurso de Demétrio, Micarla e Rosalba, pela ordem alfabética, e as constatações em contrário sugere que mais do que nunca o Rio Grande do Norte está na iminência de reproduzir aquele salto do início do filme “Um corpo que cai”, de Alfred Hitchcock.

É a cena em que um policial tenta pular do alto de um edifício para outro, a poucos metros de distância, e cai, estatelando-se vários metros abaixo, entre as duas construções.

Seria igual a Natal saltar do Machadão apenas para a miragem da “Arena das Dunas”
e se estatelar sobre os escombros do estádio atual.

Esta é a imagem que há mais de dois anos alguns defensores da preservação do estádio João Machado invocam quando dizem que a conduta dos governantes potiguares pode destruir o estádio atual e deixar Natal sem o sucedâneo exigido pela CBF.

Talvez seja em decorrência destas constatações que, contrapondo-se cautelosamente
a seu próprio discurso de até então, neste início de semana Demétrio passou a admitir que ainda não tem data para o início da destruição do “Poema de Concreto” erigido pelo arquiteto Moacir Gomes da Costa. E talvez seja por isto que desde a última sexta- feira alguns defensores do Machadão passaram a espalhar em Natal a informação de que os governantes locais resolveram demolir o estádio na calada da noite, alojando esta cidade, irremediavelmente, no papel do malfadado policial hitchcockiano que se perdeu entre fi car no lugar seguro em que estava e aventurar-se em vôo além do seu alcance.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

"Inesquecível Veneza"- crônica por Rizolete Fernandes*

Veneza

Dia desses, enquanto remexia no baú de guardados, caiu-me às mãos um bilhete de Dona Martha Salem (artista plástica) datado de 1983, que transcrevo: Risó querida! Tenho me deliciado com as coisas lindas que seu carinho me trouxe. Fiquei apaixonada por Veneza – que nem fazia parte do meu “roteiro”... Pronto, estavam de volta as lembranças dessa cidade há tanto tempo visitada, em meio à cuja beleza senti ganas de estar na companhia de amigos, para dividir o embevecimento! E embora me dê conta de que alguns deles começam a partir, como a própria autora do delicado texto acima, lembro que continua valendo o meu propósito de ali retornar junto com eles.

Em agosto daquele ano, depois de um mês conhecendo o sul da França, eu havia tomado um trem em Nanci para a Itália, perambulado por lugarejos como Montecatini e Vinci (que deu ao mundo o famoso artista) e conhecera a Florença dos muitos sítios históricos, entre os quais a Galleria dell’Accademia, onde perdi o fôlego ante o famosíssimo il David di Michelangelo. Depois do que, rumei para Veneza, ao nordeste do país, na Região do Vêneto. A bela cidade constitui-se de 118 ilhotas, interligadas por 400 pontes sobre mais de uma centena de canais, através dos quais barcos e gôndolas transportam habitantes e turistas. No seu centro não circulam automóveis, anda-se a pé.

Na chegada, tinha apanhado o “táxi aquático” na gare e atravessado o Grande Canal, visto a bonita Ponte de Rialto, para desembarcar na Piazza di San Marco, que extasiou meu nordestino olhar. Fazia-me acompanhar de uma amiga francesa que conhecia Veneza de carnavais passados - literalmente - e portava o endereço de uma hospedaria de custos razoáveis para o lugar onde a intensa atividade turística eleva preços à estratosfera. Somente desse modo pude passar quatro dias ali, hóspede do Allogio Betina, nas proximidades da Piazza, com fácil acesso às atrações da cidade.

Durante esse tempo, visitei o mais que pude museus e igrejas com ricos acervos de arte, de que é pródiga a cidade. Por ocasião da visita à Chiesa di San Sebastiano, decorada com afrescos de Veronese, artista que a freqüentava e onde repousam suas cinzas, deu-se algo inesperado. Apreciando as pinturas, perdi a noção do tempo, do que só me dei conta quando se fecharam as portas da igreja. Dirigi-me, presto, ao responsável pelo ato, um velho senhor, talvez aborrecido porque o horário de visitas findara, enquanto eu tentava me desculpar, pedindo para sair. Não foi sem valorizar o susto que o dono das chaves me desobrigou de passar a noite entre quadros e santos.

A Piazza di San Marco concentra a maior movimentação e é onde fica a Basílica do mesmo nome, mais conhecida igreja de Veneza, considerada exemplo da arquitetura bizantina. Ao seu lado e igualmente belo, o Palácio dos Duques, que foi sede da administração local e abriga, desde 1923, o Museo Cívico di Palazzo Ducalle, com três andares de um acervo que afaga qualquer alma: Tintoretto, Alessandro Vittoria e tantos outros. Em sala de fatos históricos, um cinto de castidade, daqueles referidos em livros. Ao vê-lo, deitei a imaginar o incômodo que devia ser para as mulheres da Idade Média, o uso da pesada peça de aço, imposta pelos guerreiros amados que iam às Cruzadas!

Enfim, os passeios pelas calçadas às margens dos canais, no anoitecer de Veneza, momentos de beleza e pura magia, para ficar gravados na memória. De um dos inúmeros cafés ou restaurantes, libando uma taça de vinho, me deleitava à passagem das gôndolas cheias de turistas e a ouvir o canto dolente dos gondoleiros, cena que me punha nostálgica. Não me aventurei numa delas, o alto preço do passeio extrapolava as provisões desta aprendiz de turista, que ficava a olhar de longe os barcos passando sob a Ponte dos Suspiros, de tão triste memória e a suspirar com tanto encantamento.

Realmente, quem Veneza conhece, jamais a esquece!

*e-mail da autora: mrizolete@yahoo.com.br
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Este belo texto foi disponibilizado pelo escritor Lívio Oliveira no seu blog O Teorema da Feira

terça-feira, 24 de maio de 2011

COPA DO NUNCA

"Falta de planejamento, incompetência, megalomania e roubalheira. Os cofres públicos pagarão a conta. Algo precisa ser feito, ou o vexame é certo. Sugiro a contratação da empresa de Antônio Palocci. Os custos podem subir um tanto, mas, dizem, esse 'resolve'."
Reinaldo Azevedo

2014 - OURO OLIMPICO DO LIXÃO
Moacyr Gomes da Costa

No país do mensalão, de Palocci, da capital mundial da corrupção, dos ministros das assessorias empresariais, da Ferrari F 458, modelo 2011, do Luís Estevão, cúmplice do Lalau, do TRT de São Paulo (lembram-se?); país do Rio Grande do Norte do foliaduto, da Operação Higia e quejandos, surge a copa 2014 como prato cheio para dinheiro em cuecas e outras peças íntimas.

Enfim, nesse país, tudo é possível, e temos tudo para ganhar a medalha de ouro olímpico do lixão moral em que se transformou.
Por que a demolição da creche, do ginásio Machadinho, do estádio Machadão, para dar lugar à uma arena multiuso, inevitável "Elefante Branco", de vida curta, destinado a morrer de inanição, por falta de sustentabilidade econômica, e pela tradicional incúria e irresponsabilidade dos gestores desta capitania hereditária, hoje em mãos de algumas dinastias fortemente coladas com poderoso adesivo chamado miséria e ignorância?

Quem disse que a FIFA exige a arena construída no mesmo local do Machadão, destruindo nosso patrimônio material, histórico/cultural, ambiental, acabando nosso esporte?

Se verdadeiro, que se apresente ao público as provas e critérios para essa decisão esdrúxula e atentatória à nossa soberania!
Afirma um dos demolidores do governo que agora é tarde para fazer noutro lugar (o governo tem ótimos terrenos para isso), porque vai atrasar o cronograma.

Como, se a obra ainda não começou? Nem sequer fizeram a demolição e a limpeza do terreno?

Disse ainda o mesmo vândalo que o projeto já estava pronto e só servia para aquele terreno. Essa besteira foi dita por um engenheiro. A verdade é que estão enganando a senhora governadora, submetendo-a a situações pouco lisonjeiras.

Muito mais simples e racional seria construir o estádio dos ricos noutro lugar e deixar o Machadão para os pobres. Assim, estaria salvo nosso futebol. Bastaria pequena reforma, sem necessidade de investimento nessa ridícula idéia de construir um “Novo Juvenal”.

Só Deus, "arquiteto do universo", conseguirá o milagre de fazer um estádio naquele campinho acanhado, projetado para uma cidade de 20 mil habitantes.

Segundo Guga Leal, “A revitalização do velho JL é fantástica. Você já pensou se construírem um mirante, com um baita estacionamento em cima do morro de Mãe Luiza ou Barreira Roxa? E, de lá, partir um bondinho para deixar a gente dentro do estádio e nos levar de volta? Certamente, vão chamar Miguel Mossoró para projetar dois elevados na Prudente de Morais e na BR-101.”

Já que o “pacote de bondade” prevê também um investimento no “Nazarenão”, de Goianinha, para o América e Alecrim, é possível que chamem nosso simpático Miguel Mossoró para projetar um “minhocão” com trem bala ou um monorail entre a zona norte de Natal e aquela encantadora cidade, para motivar as duas torcidas.

O certo é que o que vão gastar nas "gambiarras" anunciadas daria para tornar o Machadinho e Machadão dois equipamentos da melhor qualidade para nossas modestas necessidades, com arquitetos daqui mesmo, sem necessidade de gastar 14 milhões de reais com escritórios estrangeiros.

Qual é o custo da demolição programada? Seu orçamento, processo executivo e destino final dos escombros? Foram registrados no CREA/RN?

Onde estão as licenças exigidas por lei?

Que sejam mostradas ao público! Que se manifeste o MP!

Se a obra da arena for feita em outro lugar, começando de imediato, caso o projeto esteja pronto, como dizem, diminuirá o prazo da obra e não se terá o custo da demolição.

Quanto tempo levará a demolição, preparação e limpeza do terreno, destino do entulho, para iniciar a nova obra?

Que tornem pública a resposta a essas indagações, para que a sociedade decida. A recusa dessa discussão levantará suspeitas de que o aumento de custos e prazos têm objetivos escusos.

Cuidado, demolidores: a Veja nº 2218 está “pegando na mentira”. O deputado, amigo do Home, anda preocupado: as marretas poderão falhar!

As professoras mostraram que não se enganam mais. Transparência senhores: a mentira tem pernas curtas.

"Natal na Copa “do nunca"
Postado por lauritaarruda | Copa 2014 | 21-05-2011 às 18:40

Prazo que topa I
Postado por lauritaarruda | Copa 2014 | 22-05-2011
Chegou a hora H para a Copa do Mundo em Natal.
Acabou o tempo para políticos bem na fita pedirem prorrogação para o todo poderoso (CBF) Ricardo Teixeira.
O prazo é real; Natal e RN precisam mostrar trabalho real. Menos saliva, mais tijolo e concreto.
DO TL: Faz mais de um mês que a OAS assinou documento para se habilitar a linhas de crédito do BNDES. Mas até agora, nada fez.

Prazo que topa II
Postado por lauritaarruda | Copa 2014 | 22-05-2011
Esperanças diminuem até para os maiores entusiastas da Copa de 2014 em Natal.

Exemplo? A declaração do deputado federal Henrique Eduardo Alves na Tribuna do Norte deste domingo:

- Pela primeira vez, preocupado, sou forçado a admitir entraves na consolidação da Copa de 2014 em Natal. Providências em relação ao Estado e prefeitura precisam de urgente reavaliação e consequente aceleração. Fica meu dever de advertir.”

Natal na Copa “do nunca”
Por Reinaldo Azevedo da Veja

O Brasil será sede da Copa do Mundo de 2014? É certo que sim! A possibilidade de a Fifa perder a paciência e escolher outro país é remotíssima. Seria um vexame espetacular. Logo, ninguém deve apostar nisso. Mas o Brasil será sede da Copa sob quais condições? Eis o problema. A VEJA desta semana fez uma radiografia das obras nos 12 estádios que devem sediar o mundial.

O quadro é desolador. Apenas um — o Castelão, do Ceará — avança num ritmo que pode ser considerado adequado. O Maracanã, um símbolo do futebol brasileiro, escolhido para receber a partida final do torneio, tudo o mais constante, ficará pronto em… 2038!

Perguntará o leitor: “Se você diz que a Copa acontecerá, então qual é o problema? Há atraso agora, mas, depois, as coisas entram num ritmo adequado”. Não é bem assim, e o próprio Brasil sabe disso. O Rio foi sede dos jogos Pan-Americanos de 2007. As obras de infra-estrutura para receber a competição estavam orçadas em R$ 400 milhões. De atraso em atraso, de incompetência em incompetência, de sem-vergonhice em sem-vergonhice, ficou tudo para a última hora. Resultado: o Pan custou 10 vezes mais — R$ 4 bilhões —, e um monte de larápios encheu os bolsos com o dinheiro público.

Este é o principal problema: incompetência, incúria e malandragem elevam dramaticamente os custos. O Brasil já fez uma coisa estúpida: em vez de distribuir as partidas por nove estádios, a exemplo da África do Sul, decidiu, em razão do populismo lulo-petista, espalhá-las por 12, elevando brutalmente a conta. Abaixo, publico um quadro, elaborado com base nos dados exaustivamente levantados pela equipe de reportagem da VEJA, que traz o nome do estádio, o orçamento previsto, quanto se gastou até agora e quando o estádio ficaria pronto se o ritmo das obras fosse mantido. Acompanhem. Volto depois:

A SITUAÇÃO DOS 12 ESTÁDIOS DA COPA HOJE
Estádio Orçamento Gasto hoje Fica pronto em…
Corinthians (SP) R$ 1 bilhão Zero Nunca
A. das Dunas (RN) R$ 400 milhões Zero Nunca
A. da Baixada (PR) R$ 220 milhões Zero Nunca
Maracanã (RJ) R$ 957 milhões R$ 26 milhões 2038
Arena Pernambuco R$ 532 milhões R$ 60 milhões 2025
Arena Amazônia R$ 499,5 milhões R$ 30 milhões 2024
Mineirão (MG) R$ 666 milhões R$ 86,6 milhões 2020
Nacional (DF) R$ 670 milhões R$ 45 milhões 2021
Arena (MT) R$ 355 milhões R$ 48 milhões 2017
Beira Rio (RS) R$ 290 milhões R$ 30 milhões 2017
Fonte Nova (GO) R$ 591 milhões R$ 99,9 milhões 2015
Castelão (CE) R$ 519 milhões R$ 80 milhões 2013

O ano de conclusão da obra não se define apenas pelo montante investido. Chegou-se a ele avaliando também a qualidade do gasto. Leiam a reportagem. A coisa é bem pior do que parece. Seguem alguns descalabros:
1- O projeto de reforma do Estádio Nacional, do DF, não previa a instalação de bobagens como gramado, iluminação, cadeiras e telão… Pense bem, leitor: por que um estádio deveria ter um… gramado?;
2 - só depois de demolirem boa parte das arquibancadas do Maracanã é que descobriram que toda a estrutura de concreto que a recobre está comprometida por infiltrações;
3 - de descoberta nova em descoberta nova, o estádio do Corinthians já alcançou a fábula de R$ 1 bilhão (só não se sabe quem vai pagar): uma hora aparece um duto da Petrobrás aqui; outra hora, um córrego para canalizar ali…;
4 – dos R$ 27,5 bilhões previstos de investimentos para todas as obras da Copa do Mundo, só foram gastos, até agora, R$ 590 milhões;
5 – Se a situação é dramática nos estádios, não é melhor, como se sabe, nos aeroportos: dos 13 listados nos projetos da Copa, as obras só começaram em seis;
6 – o Brasil prometeu realizar 50 obras de mobilidade urbana para facilitar o trânsito e acesso aos estádios; até agora, só quatro tiveram início.

Leia a reportagem. Há outros detalhes escandalosos. Volto ao começo: o Brasil vai fazer a Copa de 2014? Vai, sim! Ocorre que toda essa incúria elevará escandalosamente os custos. Já hoje está em curso um esforço para que o TCU pegue leve com a roubalheira, em nome da honra da pátria. Um exemplo: o Arena Amazônia ainda está na fase de terraplenagem, como se vê acima. O tribunal analisou contratos de R$ 200 milhões; só nessa fatia, detectou sobrepreço de R$ 71 milhões. Esse estádio, aliás, é exemplo da loucura que tomou conta dessa gente. Pronto, ele pode abrigar 44.500 pessoas. Bom para a Copa? Pode ser. Depois, será destinado ao campeonato local. A média de público do torneio amazonense é inferior a mil pagantes. Neste ano, o confronto que atraiu mais gente se deu entre Nacional e Penarol: 2.869 testemunhas. Adivinhem quem pagará a conta agora e depois…

É o lulo-petismo rumo a 2014: falta de planejamento, incompetência, megalomania e roubalheira. Os cofres públicos pagarão a conta. Algo precisa ser feito, ou o vexame é certo. Sugiro a contratação da empresa de Antônio Palocci. Os custos podem subir um tanto, mas, dizem, esse “resolve”!

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segunda-feira, 23 de maio de 2011


Irmã Dulce é beatificada em Salvador

Deixou “um prodigioso rasto de caridade ao serviço dos últimos”, diz Papa
SÃO PAULO, domingo, 22 de maio de 2011 (ZENIT.org) - Irmã Dulce (1914-1992) foi beatificada no final da tarde deste domingo, em cerimônia realizada no Parque de Exposições de Salvador, com a presença de cerca de 70 mil fiéis.
Presidiu à cerimônia o cardeal Geraldo Agnelo, arcebispo emérito de Salvador. Estavam presentes o núncio apostólico no Brasil, Dom Lorenzo Baldisseri, o arcebispo de Salvador, Dom Murilo Krieger, entre outros clérigos.
A imagem oficial da beata Irmã Dulce estava colocada no palco e foi descerrada ao final da missa.
Milhares de pessoas estavam reunidas no Parque de Exposições desde o início da tarde. Antes da missa de beatificação, houve shows, testemunhos e a encenação de uma peça de teatro que retratou a vida de Irmã Dulce.
Cláudia Cristina, que recebeu o milagre por intercessão de Irmã Dulce – a cura de uma forte hemorragia não controlável durante o parto –, emocionou-se ao falar da graça, que teve reconhecimento do Vaticano no processo de beatificação.
"Estou muito agradecida. Confio em Deus e não sabia da história de Irmã Dulce, mas o milagre é incrível. Por tudo que passei, não era para eu estar aqui hoje. Basta crer, que tudo é possível. Eu acredito totalmente no milagre", disse, entre lágrimas, segundo refere o jornal A Tarde.
Os pequenos atos de amor de Irmã Dulce se traduziram em grandes obras sociais: ela fundou a União Operária de São Francisco, um movimento cristão de operários na Bahia.
Mais tarde, começou a refugiar pessoas doentes em casas abandonadas em uma ilha de Salvador. Expulsa do lugar, ela peregrinou durante uma década, levando os seus doentes por vários lugares.
Por fim, instalou-os no galinheiro do Convento Santo Antônio, que improvisou em albergue e que deu origem ao Hospital Santo Antonio, o centro de um complexo médico, social e educacional que continua com as portas abertas para os pobres da Bahia e de todo o Brasil.
O incentivo para construir a sua obra, Irmã Dulce teve do povo baiano, de brasileiros dos diversos estados e de personalidades internacionais. Em 1988, ela foi indicada pelo governo brasileiro para o Prêmio Nobel da Paz.
Oito anos antes, no dia 7 de julho de 1980, Irmã Dulce ouviu do Papa João Paulo II, na sua primeira visita ao país, o incentivo para prosseguir com a sua obra. Os dois voltariam a se encontrar em 20 de outubro de 1991, na segunda visita do Sumo Pontífice ao Brasil.
João Paulo II fez questão de quebrar o rigor da sua agenda e foi ao Convento Santo Antônio visitar Irmã Dulce, já bastante debilitada, no seu leito de enferma.
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Colaboração do amigo Adilson Gurgel

domingo, 22 de maio de 2011


AUGUSTO NUNES - VEJA ON-LINE - 19-05-2011

Em 15 de junho de 2007, numa cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente Lula avalizou com um sorriso e aprovadores movimentos de cabeça o palavrório de Ricardo Teixeira, comandante perpétuo da CBF. “A Copa do Mundo é um evento privado”, garantiu o supercartola. “O melhor da Copa do Mundo é que é um evento que consome a menor quantidade de dinheiro público do mundo. O papel do governo não é de investir, mas de ser facilitador e indutor”
Quatro meses depois, Teixeira repetiu no Rio a manifestação de apreço pelos pagadores de impostos. “Faço questão absoluta de garantir que a Copa de 2014 será uma Copa em que o poder público nada gastará em atividades desportivas”. Em 4 de dezembro de 2007, também no Rio, o ministro do Esporte, Orlando Silva, oficializou a promessa com o aval de Lula: “Os estádios para a Copa do Mundo serão construídos com dinheiro privado. Não haverá um centavo de dinheiro público para os estádios”.
Três anos e meio depois da discurseira, está claro que os brasileiros foram vítimas do conto da Copa. Lula queria transformar a festa esportiva em trunfo eleitoreiro. Ricardo Teixeira queria ampliar o cacife para disputar a presidência da FIFA ─ e continuar prosperando. Orlando Silva também queria continuar prosperando, e para tanto era necessário convencer os crédulos de que todo delinquente é recuperável. Como a farra dos Jogos Panamericanos de 2007, que deveria custar R$ 450 milhões, acabara de engolir R$ 5 bilhões, o campeão brasileiro de despesas superfaturadas achou prudente jurar que a Copa sairia de graça.
Conversa de vigaristas, confirmou a performance do ministro nesta quarta-feira. Com a arrogância dos condenados à impunidade, subiu a voz alguns decibéis e passou a exigir que o governo de São Paulo e a prefeitura da capital arranjem o dinheiro que falta para a construção do estádio do Corinthians. “Quando você se candidata a receber a abertura de uma Copa, eu imagino que você saiba das responsabilidades que possui”, falou grosso Orlando Silva.
Conforme o combinado, Geraldo Alckmin e Gilberto Kassab estão investindo R$ 350 milhões em obras no entorno do local onde será erguido o estádio. O aprendiz de extorsionário acha pouco. Como a Odebrecht acaba de anunciar que o colosso orçado em R$ 650 milhões vai custar R$ 1 bilhão, quer que os paulistas banquem a diferença. E invoca o precedente aberto pelo governador Sérgio Cabral, que espetou nos bolsos dos fluminenses a conta da reforma do Maracanã. Deveria custar R$ 600 milhões. Acaba de saltar para R$ 950 milhões.
Como a Odebrecht, o consórcio que age no Maracanã aumentou a gastança em R$ 350 milhões. A quantia talvez tenha resultado da soma das comissões, propinas e taxas de sucesso. Até agora, a corrupção era medida em porcentagens. A bandidagem esportiva pode ter descoberto que fixar um preço para a roubalheira dá mais dinheiro e menos trabalho.
Tags: bandidagem esportiva, CBF, Copa do Mundo, estádio do Corinthians, Fifa, Geraldo Alckmin, Gilberto Kassab, Lula, Maracanã, Odebrecht, Orlando Silva, Ricardo Teixeira


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