sábado, 13 de dezembro de 2014
Maria
de Oliveira Barros
Felizes os que tiveram a
oportunidade de conhecê-la. Na beleza de seu rosto angelical, na perfeição escultural
de seu corpo, na intimidade da alcova, na amizade sincera e cativante, na
maneira justa e respeitosa como tratava os seus subordinados, na bondade para com
os deserdados da sorte e na solidariedade que prestava aos seus familiares.
Foi uma mulher à frente do seu
tempo. Corajosa em contraponto a uma sociedade que ocultava os seus mais íntimos
desejos e necessidades no preconceito e justificava as suas mais incongruentes
atitudes através de sofismas ilusórios. Sociedade que rotulava de virtuosas as
mães que estufavam o peito ao exclamarem: “prendam as suas éguas por que os
meus cavalos estão soltos”! O cuidado e as virtudes eram para as meninas!
Maria viveu esse tempo e foi chamada
de a primeira grande dama de Natal. Era proprietária de um cabaré, (local de
trabalho das damas da noite que, guardadas as devidas proporções, se
assemelhava ao Moulin Rouge e ao Lido de Paris) que lhe rendeu o cognome de
Maria Boa. O seu estabelecimento era refúgio
para os visitantes e homens da cidade que conversavam, bebiam, assistiam a
shows e, no imaginário erótico, buscavam a compra de fantasias luxuriosas que
lhes eram negadas na alcova familiar.
Maria de Oliveira Barros nasceu em Campina Grande em 1920
e, aos vinte anos de idade, foi trazida para trabalhar como babá na residência
de um importante cidadão natalense. Alguns meses depois, não se contentando com
as atividades desempenhadas pela linda donzela, inerentes à função para a qual
foi contratada, o cidadão avançou o sinal e, para não ter complicações com a
família, alojou a linda jovem em uma residência, patrocinando as suas despesas.
Era dado o primeiro passo para a criação da casa lendária que passaria a
integrar, mais tarde, os pontos turísticos de Natal.
A importância de Maria Boa era tamanha que ela avalizava
títulos bancários de empréstimos feitos por figurões da cidade e os militares
gravaram o seu nome no avião militar B-25 5079, utilizado na 2ª Guerra Mundial.
Maria foi às lágrimas quando recebeu a homenagem que foi conferir com os seus
próprios olhos.
Vivi com Maria de Oliveira Barros três experiências
marcantes. A primeira, exercendo o pastorado da igreja Batista, quando formamos
um grupo ecumênico que, além de minha pessoa, era composto pelo padre Pedro
Ferreira da Costa, a farmacêutica Izolda Leite da Fonseca, as assistentes
sociais Salete Nóbrega e Ivanize Silva e a artesã e alfabetizadora Maria Silva.
Todas as segundas-feiras à tarde – naquele dia o cabaré não funcionava –
realizávamos um trabalho de autoestima com as mulheres internas com o objetivo
de proporcionar-lhes uma nova opção de vida. Eram palestras educativas,
religiosas e atividades de artesanato. Na primeira reunião, através da gerente Maira,
nos foi apresentado o regulamento da casa. Aquele documento divulgava a forma
honesta e respeitosa como Maria tratava as internas de seu estabelecimento.
Causou-me surpresa e admiração.
A segunda experiência quando, por ocasião de seu
aniversário, eu e alguns servidores da Escola Técnica Federal, fomos lhe ofertar
um buquê de rosas. Recebidos carinhosamente por ela, que até discurso de
agradecimento fez, saímos deslumbrados.
A terceira, já depois de estar aposentada, quando tive o
privilégio de ser convidado para alguns réveillons em sua residência
particular. Foram momentos
inesquecíveis. Tenho guardada, inclusive, uma foto em que estou sentado ao seu
lado. Em 1996 foi o último réveillon de que participamos. A sequência foi
interrompida com o seu falecimento, no dia 22 de julho de 1997.
Junto com Maria morreu todo um romantismo de uma época.
Diferente da pecadora, descrita no Evangelho, ela não foi denunciada e,
certamente, o Mestre dos mestres não precisaria aconselhá-la a ser cuidadosa no
viver, pois ela viveu todo o seu tempo na discrição e recato, consciente de sua importância e do seu
valor ante uma sociedade que está sempre pronta para jogar pedra nas Genís.
Os apelos do Natal fazem renascer, em meus olhos, as
luzes do seu cabaré e, no meu coração, o sentimento de gratidão pela dádiva de
sua amizade e o reconhecimento e o aplauso pela mulher coragem que ela soube
ser.
______________________________________________________________________
Nivaldo Ferreira da Silva
é professor aposentado do Instituto Federal de Educação Tecnológica do Rio
Grande do Norte. silvanfeni@gmail.com
sexta-feira, 12 de dezembro de 2014
AGRADECIMENTO
APÓS A GRATIFICANTE NOITE DE AUTÓGRAFOS REALIZADA NO LARGO VICENTE LEMOS, DO IHGRN, POR DEFERÊNCIA DO PRESIDENTE VALÉRIO MESQUITA, VENHO AGRADECER O GRANDE NÚMERO DE AMIGOS MEUS E DO ARQUITETO MOACYR GOMES - O HOMENAGEADO.
CONTAMOS COM A PRESENÇA DE AUTORIDADES E VELHOS COMPANHEIROS DO VELHO "MOÁ". FOI MOTIVO DE EMOÇÃO.
A SOLIDARIEDADE DA IMPRENSA FOI CATIVANTE E FORAM TANTOS QUE ME ATREVO A ENUMERÁ-LOS, MAS COM A OBRIGAÇÃO DE UMA COMPLEMENTAÇÃO POSTERIOR. PROMOVERAM O EVENTO OU ESTIVERAM PRESENTES AO LANÇAMENTO DO LIVRO "O MENINO DO POEMA DE CONCRETO": A TRIBUNA DO NORTE, O NOVO JORNAL, O JORNAL DE HOJE, A TV ASSEMBLEIA, TV TROPICAL E OUTROS VEÍCULOS DA IMPRENSA, CUJOS NOMES RESGATAREI PARA REGISTRAR, ALÉM, PARTICULARMENTE, DOS JORNALISTAS VICENTE SEREJO, WODEN MADRUGA, ROBERTO GUEDES, JOÃO BATISTA MACHADO (MACHADINHO), ÉRIKA NESI, FRANKLIN JORGE, ALEX MEDEIROS, CASSIANO ARRUDA, RUBENS LEMOS FILHO, YUNO SILVA, VALÉRIO ANDRADE, LÚCIA HELENA E SÍLVIO ANDRADE.
VÁRIOS IMORTAIS DE DIVERSAS ACADEMIAS DE LETRAS (ANRL, AML, ALEJURN E ACLA ) E INSTITUTOS DE CULTURA, (IHGRN, INRG, UNIÃO BRASILEIRA DE ESCRITORES), ROTARY CLUBE NATAL-SUL E UM GRUPO DE AMERICANOS (MECÃO), QUE VIERAM PRESTIGIAR OS CONFRADES.
NOITE DE ALEGRIA E HOMENAGEM AO GRANDE
ARQUITETO MOCYR GOMES DA COSTA
10 DE DEZEMBRO DE 2014 - SERÁ INESQUECÍVEL
GRATIDÃO À IMPRENSA TELEVISADA E ESCRITA
RUBENS LEMOS FILHO FEZ UM BELÍSSIMO POSFÁCIO. TICIANO, O DECANO.
Enzina Falce comentou uma publicação em que você foi marcado. |
Enzina escreveu: "E un piacere vedervi" (
) |
Tio Carlos,
Que evento bonito o de ontem! Fiquei com vcs até o final exatamente
poque foi contagiante para mim a alegria das pessoas, em especial, a
de Tio Moá! Como ele estava feliz! Que belo presente de Natal você deu
a seu mano Moacyr!
Não li o livro, ainda! Mas a homenagem que vc me fez, sim! Não
lembrava mais do texto e, ao lê-lo, mais uma vez, me veio à memória
todo o movimento em favor da não derrubada do estádio. E aí fiquei a
pensar: É um texto de protesto, simplesmente! Porque Tio Carlos o
escolheu meio a tantas matérias jornalisticas, quem sabe mais bem
escritas, etc. E, me veio a intuição que tenha sido o seu coração
sensível que captou a minha verdadeira indgnação e, sinceridade, além
de uma profunda tristeza pela dor de tio Moá (De fato, fui junto com
ele naquela expectativa pensando que a sociedade Natalense reverteria
o quadro de demolição do Machadão o que não aconteceu.)
Tio Carlos, até hoje não tive vontade algum de conhecer o novo
estádio! Exatamente porque à minha postura da época não mudou: É de
indignação!!!
Ter um texto meu contemplado no seu livro e, especificamente,
nessa história é algo que me deixa imensamente feliz. Obrigada! Estou
me sentindo Imortalizada!!!(rsrsrsr), lisonjeada por merecer o seu
carinho. Este livro, certamente, terá um "olhar" diverso de opiniões e
sentimentos. Comigo, será a memória de uma obra histórica que foi
terrivelmente sacrificada, muito embora, tenho certeza, que em seu
conteúdo muito de alegria haverá de aliviar esse peso.
Por fim, mais uma vez, feliz e orgulhosa por ter como tio um ser
humano tão maravilhoso como você, pois tenho certeza Carlos Gomes, que
este livro foi um "PROCESSO TERAPÊUTICO" que foi e está sendo
realizado junto a seu irmão, meu tio, Moacyr. O quanto você está
fazendo bem ao seu ego, não precisa dizer, está escrito! Está sentido!
Está transformado em sentimentos na tristeza que o abateu. Por ele,
muito OBRIGADA! Consegui enxergar além do livro. Consegui avaliar a
sua generosidade que, na minha conta, é bem maior do que a que eu
imaginava!
JESUS lhe cubra de bençãos!
Obs: Tio Carlos, na compra dos livros eu ia dar de presente o de
Júnior meu irmão, ele terminou pagando o dele e um livro dos que
peguei ficou em aberto. Lhe devemos R$40,00.
Beijo!
Cristina.
Que evento bonito o de ontem! Fiquei com vcs até o final exatamente
poque foi contagiante para mim a alegria das pessoas, em especial, a
de Tio Moá! Como ele estava feliz! Que belo presente de Natal você deu
a seu mano Moacyr!
Não li o livro, ainda! Mas a homenagem que vc me fez, sim! Não
lembrava mais do texto e, ao lê-lo, mais uma vez, me veio à memória
todo o movimento em favor da não derrubada do estádio. E aí fiquei a
pensar: É um texto de protesto, simplesmente! Porque Tio Carlos o
escolheu meio a tantas matérias jornalisticas, quem sabe mais bem
escritas, etc. E, me veio a intuição que tenha sido o seu coração
sensível que captou a minha verdadeira indgnação e, sinceridade, além
de uma profunda tristeza pela dor de tio Moá (De fato, fui junto com
ele naquela expectativa pensando que a sociedade Natalense reverteria
o quadro de demolição do Machadão o que não aconteceu.)
Tio Carlos, até hoje não tive vontade algum de conhecer o novo
estádio! Exatamente porque à minha postura da época não mudou: É de
indignação!!!
Ter um texto meu contemplado no seu livro e, especificamente,
nessa história é algo que me deixa imensamente feliz. Obrigada! Estou
me sentindo Imortalizada!!!(rsrsrsr), lisonjeada por merecer o seu
carinho. Este livro, certamente, terá um "olhar" diverso de opiniões e
sentimentos. Comigo, será a memória de uma obra histórica que foi
terrivelmente sacrificada, muito embora, tenho certeza, que em seu
conteúdo muito de alegria haverá de aliviar esse peso.
Por fim, mais uma vez, feliz e orgulhosa por ter como tio um ser
humano tão maravilhoso como você, pois tenho certeza Carlos Gomes, que
este livro foi um "PROCESSO TERAPÊUTICO" que foi e está sendo
realizado junto a seu irmão, meu tio, Moacyr. O quanto você está
fazendo bem ao seu ego, não precisa dizer, está escrito! Está sentido!
Está transformado em sentimentos na tristeza que o abateu. Por ele,
muito OBRIGADA! Consegui enxergar além do livro. Consegui avaliar a
sua generosidade que, na minha conta, é bem maior do que a que eu
imaginava!
JESUS lhe cubra de bençãos!
Obs: Tio Carlos, na compra dos livros eu ia dar de presente o de
Júnior meu irmão, ele terminou pagando o dele e um livro dos que
peguei ficou em aberto. Lhe devemos R$40,00.
Beijo!
Cristina.
VELHOS AMIGOS
A MÚSICA A CARGO DE HUMBERTO DANTAS, ORMUZ E ZEZINHO, LADEADOS POR TEHEREZINHA (ESPOSA DO AUTOR)
MAIS DE 200 MENSAGENS PELO FACEBOOK.
OBRIGADO A TODOS.
Carinhosamente,
Moacyr Gomes da Costa e Carlos Roberto de Miranda Gomes .
ADORMECENDO UM,
ACORDANDO OUTRO
Por Flávio Rezende*
Durante toda nossa existência na matéria vivenciamos diversas experiências e, muitas vezes, passamos largos espaços de tempo da vida dedicados a alguma atividade em especial. Ciclos giram e nem percebemos, quando num certo dia, começamos a ficar incomodados ou inquietos e, de repente, passamos a gostar e querer fazer outras coisas.
Nos últimos 25 anos além das atividades de jornalista, escritor, promotor de eventos, carnavalesco, construtor, pequeno comerciante e algumas outras, dediquei parte significativa de minha existência para trabalhos sociais, evoluindo aos poucos em abrangência, ao ponto máximo de fundar uma organização não governamental e mergulhar de corpo e alma neste projeto.
Para que tudo isso pudesse acontecer algumas coisas foram fundamentais, como a vontade irredutível de ajudar, sem nunca em tempo algum pensar em ser político e nem me beneficiar financeiramente disso e nem misturar minhas crenças espirituais neste trabalho, além do fato de ser jornalista e ter congregado um mundo de amigos que me ajudaram durante todo o processo, acrescentando aí alguns outros fatores de menor relevância.
Essa mistura de ingredientes me levou nos últimos tempos a uma série imensa de ações que passaram por horas e horas de esperas para falar com autoridades, de sentadas em bancos de repartições diversas no encaminhamento de soluções e pedidos vários com fins humanitários, muitas e muitas providências de ordem burocrática, lidando cotidianamente com questões de arrumar emprego para pessoas, ajudar financeiramente em situações de todo tipo, dar vida a projetos, executá-los, conseguir item por item coisas para que os mesmos acontecessem e me envolver na obtenção de apoio para construir a Casa do Bem, aprovar seu projeto, equipar depois do prédio pronto, fazer campanhas e campanhas para conseguir voluntários, dinheiro, equipamentos e até hoje, harmonizar situações que passam por conflitos humanos, não podendo em momento nenhum sair da linha, para que não ficasse só diante de tantas pessoas necessitadas de carinho e atenção.
Nesta caminhada de dez anos enquanto dirigente da Casa do Bem nunca pude contar com nenhum funcionário por não ter dinheiro suficiente para isso, conto sim com valorosos voluntários e alguns que gratificamos para que o barco da luz continue seguindo sua rota navegatória de bem servir.
Nestes dez anos vi meu prestígio lentamente diminuir ao ponto de hoje não conseguir reunir quase ninguém nos eventos da Casa do Bem e nem nos meus pessoais. Para ilustrar, chegava a vender mil livros num lançamento antigamente, com média em torno de 350 livros, hoje não passo de 50. Olho para um lado e para outro e não vejo quase ninguém.
Nos eventos da Casa do Bem só conto com o pessoal do bairro. Faço apelos praticamente todos os dias para que as pessoas possam depositar algo em nossa conta corrente e raríssimos o fazem, chegando a contar nos dedos as empresas e os abnegados colaboradores.
No passado era repórter de tevê, tinha coluna nos jornais e muito prestígio na sociedade. Hoje sou muito elogiado, abraçado, mas nada disso se traduz em apoio prático para a causa humanitária e até para meus projetos pessoais.
Como não sou um santo e tampouco um anjo, minha frágil condição foi degradando e acabou minando a até então impetuosa e imbatível força de vontade. Hoje faço as campanhas com certa vergonha, estou cansado de pedir. Hoje quando me deparo com a necessidade de ir buscar nos órgãos públicos as certidões e as providências para o continuar da Casa do Bem, um desânimo encarna e se pudesse eu desapareceria. Estou exausto.
Confesso que já não tenho tanta disposição para correr atrás de nada. Sinto-me impotente. Não acredito mais nas campanhas, reuniões e muitas promessas continuam chegando, a grande maioria não dando em nada. Estou desesperançado. Não tenho mais forças para enfrentar a burocracia. Não tenho mais vontade de engolir um monte de coisas calado e precisar ter paciência diante de incompetências, ingratidões e acusações vagas e injustas.
Ao mesmo tempo em que fui ficando inválido para continuar servindo ao nível de dirigente principal de uma organização sem dinheiro e cheia de projetos beneméritos, foi crescendo dentro do meu ser o amor pelos filhos e pela família. Sempre fui louco por meus pais e dediquei à Casa do Bem a meu amado pai Fernando Rezende e um condomínio que tenho a minha mãe e outro a minha esposa, filhos e irmãos. Com a morte de papai creio ter morrido boa parte de meu entusiasmo também.
Creio que hoje meu grande projeto é cuidar de minha mãe enferma, encaminhar meus filhos adolescentes na vida, estar mais presente no cotidiano de minha pequena Mel e de minha esposa Deinha, além de estudar um pouco mais, o que estou fazendo num mestrado e pensando num doutorado futuro.
Diante de tudo aqui revelado, anuncio que estou conversando com pessoas que podem assumir o comando da Casa do Bem e a mesma continuar por todo o sempre. Fundei e dirigi por muitos anos. É chegado o momento de passar o bastão. Novos idealistas do bem com prestígio, boa vontade e muita disposição precisam assumir o comando.
A Casa do Bem é muito jovem. Certamente na sequência ela vai ser uma organização profissional, prestando relevantes serviços à sociedade e lá do outro plano poderei acompanhar sua trajetória na seara do bem. Fico torcendo para que ela possa ter esse destino.
Agradeço a todos que colaboraram e que colaboram. Esta passada do bastão não tem data, mas está madura dentro do meu ser a decisão de mudar o foco de minha vida. Deverei continuar ajudando e até fazendo parte da diretoria, mas não tenho condições de ser o timoneiro, estou realmente sem energia para isso, perdão.
Apelo a todos que continuem ajudando a Casa do Bem, ela é importante e realiza muitas ações humanitárias maravilhosas. A decisão é no sentido de fortalecer, não de acabar e, para que isto seja possível, precisamos desta força. Quando um dia as coisas estiverem todas devidamente amarradas, anunciarei os novos rumos e, desde já, muita luz para todos nós.
• É escritor, jornalista e ativista social em Natal/RN (escritorflaviorezende@gmail.com)
quarta-feira, 10 de dezembro de 2014
QUARTA-FEIRA, 10 DE DEZEMBRO=DOIS LANÇAMENTOS, NA MESMA RUA DA CONCEIÇÃO
O PRIMEIRO, do jornalista MAURÍCIO PANDOLPHI tem início às 10h, na ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO
O SEGUNDO, do advogado CARLOS GOMES tem início na boquinha da noite: 19h, NO LARGO VICENTE LEMOS, DO IHGRN
O SEGUNDO, do advogado CARLOS GOMES tem início na boquinha da noite: 19h, NO LARGO VICENTE LEMOS, DO IHGRN
terça-feira, 9 de dezembro de 2014
DIA 8 DEZ. (46 ANOS DA TURMA DE DIREITO=1964-1968)
trote da turma que ingressou em 1964
FACULDADE DE DIREITO DE NATAL
O colega da TURMA DE DIREITO 1968 - ANTONIO EDVALDO DE ARAÚJO
REGISTROU OS 46 ANOS DA NOSSA FORMATURA:
<antonioedvaldo@oi.com.br> escreveu:
Rio de Janeiro, 8 de dezembro de 2014.
Prezado amigo Dr. Carlos Gomes.
Registro os 46 anos de nossa formatura em Direito. Como vão os colegas?
Um forte abraço extensivo a todos.
Antônio Edvaldo de Araújo
Eu respondi:
Meu Caro Edvaldo,
Obrigado pela lembrança. Nossos colegas vão bem, graças a Deus.
Nossa turma foi bem sucedida. Só na Academia Norte-Rio-Grandense
de Letras, somos 5: Valério Mesquita, Cláudio Emerenciano,
Elder Heronildes, Sônia Faustino e eu.
PARABÉNS PARA TODOS. MUITAS SAUDADES.
UM GRANDE ABRAÇO DE CARLOS GOMES
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segunda-feira, 8 de dezembro de 2014
Um passeio pelas ruas e praças de Natal há de revelar, até ao transeunte mais distraído ou indiferente à paisagem, a presença de um espírito zombeteiro que escarnece de ícones e da estética aos inspirar aos governantes locais a produção de monumentos que expressam a pequenez do intelecto e a insuficiência de gosto.
Natal ostenta alguns dos mais execráveis e ridículos monumentos, como o “soldado-aleitador” chantado diante do Quartel da Polícia Militar, no bairro do Tirol; a liliputiana herma do valoroso angicano José da Penha, na Ribeira; a “mão-molenga” na qual depuseram estátua de Cascudo, na Cidade Alta; e, para não tornar extensa a lista, as raquíticas estátuas dos ex-governadores Dinarte Mariz, nas cabeceiras da Via Costeira, e a de José Augusto Bezerra de Medeiros, na esquina das ruas da Conceição e Ulisses Caldas: homenagens que constituem em deboche e desomenagem, pois à primeira vista, em vez de admiração, costumam suscitar no apreciador do belo frouxos de riso, diante de obras tão canhestras, toscas e desprovidas de grandeza.
Parecem-nos, aos observadores mais atentos, “obras de carregação”, feitas sem o arcabouço de projeto e sem nenhum estudo prévio, obras enfim contratadas às pressas por gestores destituídos de cultura e sem distinção intelectual, geralmente mal assessorados por comissionados insensíveis aos simbolismos história e à magia mesma da arte; gestores incapazes de recorrer a consultores especializados e ao planejamento de obras feitas para o desfrute público.
Uma verdadeira destonia entre o desejo e a realização que resulta sempre capenga e sem carismas de que é exemplo, no gênero, a Cidade da Criança, parque a que faltou o dedo de um arquiteto sonhador. O resultado aí está para ser visto por todos: um corolário de caixotes coloridos que não saíram baratos aos contribuintes; uma obra superfaturada que se arrastou penosamente durante uma década até a caiação final.
Sob a nascente República a cidade conheceu um surto de bom gosto que se refletiu, também, nas obras públicas. Nossos primeiros oligarcas, talvez inspirados pela Belle Époque, doaram-nos o que há de mais distinto em nossas praças e logradouros, obras realizadas segundo um nível de exigência que tem faltado a todos aqueles que os sucederam em cargos tão estratégicos.
Em anos relativamente mais recentes, a exceção ficaria com o impressionante conjunto escultórico erguido, por iniciativa do povo do Ceará-Mirim, na cidade de Mossoró, em memória do ex-governador Dix-sept Rosado, morto tragicamente como um herói popular, diferencial implícito na concepção desse monumento funerário que se equipara e ultrapassa, em suntuosidade, o monumento que os natalenses ergueram para maior glória de Pedro Velho, na praça homônima, uma obra que faz a República curvar-se diante do fundador da nossa primeira e mais ostentosa oligarquia, a dos “pantagruélicos Maranhões” - na célebre verrina do Capitão José da Penha.
Como o próprio Pedro Velho, em Petrópolis, na praça a que empresta o seu nome -, em Mossoró Dix-sept ergue-se, ma Praça Vigário Antonio Joaquim, acima do solo, em proporção colossal, simbolicamente aclamado pelo povo do Rio Grande do Norte, como Pedro Velho o foi pela República.Percebe-se claramente, nessas duas obras, a intenção de exaltar e enobrecer com a sugestão de vidas profícuas, talvez marcadas pelo destino, desses dois protagonistas da História norte-rio-grandense. Estão, assim, no centro de uma alegoria que os introduz no Panteão potiguar.
Em tudo o “oposto” das “homenagens” prestadas a dois outros ex-governadores, Dinarte Mariz, enquistado na rotatória da Avenida Roberto Freire com Via Costeira, na Zona Sul da cidade que costuma tratar mal seus maiores; e o acanhado ”boneco” de cimento pintado de dourado, representando José Augusto de Medeiros, assustadoramente entronizado, sem maiores cuidados, numa esquina da Assembléia Legislativa. Ambos, acanhados e sem expressão, como estatuária, e, no caso de José Augusto, raquítico e tosco como um boneco de feira.
A mesquinhez e a incapacidade de traduzir simbolicamente em uma imagem volumétrica o legado de cada um desses infelizes homenageados ou vitimas da pressa e do açodamento leviano de gestores sem sombra de distinção intelectual, quando não mal assessorados por pessoas talvez bem intencionadas, mas incultas e sem o discernimento estético necessário à concepção de obra pública carente de subjetivismos. Pior, ainda, o descaso com que tais obras são tratadas depois, ou destratadas – dá no mesmo – pela incúria de sucessivos governantes e gestores, entre os quais os que defraudaram um monumento natural dos natalenses, a Lagoa de Manuel Felipe, invadida pelo Hospital da Policia Militar em uma de suas ampliações. Um crime de lesa-meio ambiente que passou despercebido dos órgãos de defesa ambiental.
Não chegam, porém, a constituir tais monumentos o feio artístico, isto é, intencionalmente formal, mas o resultado da inépcia de seus idealizadores, da falta de concepção e da desproporcionalidade.Delatam, ainda, a falta de idealismo, a inexistência de utopias e o desfavor do mérito, subestimado em ações que resultam de entusiasmos frívolos que põem em xeque a capacidade de uma elite, paradoxalmente, de indigentes endinheirados que gastam sem critério o dinheiro de nossos suados impostos com a fatura de obras burlescas que surpreendem aos transeuntes.
Não admira que Kip Chinian, ao deparar-se com a estátua do escritor Luis da Câmara Cascudo trepado sobre uma mão disforme, em frente ao seu memorial, não tenha controlado o riso e perguntado, a mim e a Jota Medeiros, que mal aquele cidadão teria feito à cidade para merecer de seu povo tão ridícula homenagem. Lembrei-lhe que, na época em que era forjado o monumento, coloquei-me em confronto com os seus idealizadores, por considerar a homenagem apressada e falha em sua concepção estética.
Nos últimos anos, apesar de uma maior conscientização do fenômeno artístico, a cidade tem sido acossada por uma horda de pseudo-escultores que em sua ofensiva desovam suas pedras e espantalhos de alumínio pintados de zarcão como sentinelas de edifícios e condomínios, cujos incorporadores e arquitetos responsáveis pela ambientação apreciam o espírito cômico – quando não a tolice espaventosa – que se reflete no trivial e no acidental dessas obras toscas que enfeiam Natal e borram a sua arquitetura multifuncional.
.Fragmentos do livro Natal insólita
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