sábado, 9 de novembro de 2013


SÓ SAUDADES


Paulo Molin, por Carlos Gomes

 
 
Paulo Molin, quando garoto
 
 
PAULO MOLIN
(Carlos Roberto de Miranda Gomes, ex-integrante da Rádio Poti)

Após mais uma noite insone, como vem ocorrendo nestes últimos meses, aguardo amanhecer com extrema ansiedade e, logo nos últimos instantes da madrugada, religiosamente, chegam os jornais do dia.

No último sábado, ao abrir a Tribuna do Norte, deparo-me com o artigo do meu amigo Woden Madruga: “Paulo Molin”, despertando-me imediata curiosidade em razão da afinidade com a pessoa nominada. Não era a notícia que aguardava há tantos anos, mas a informação de que falecera aos 66 anos em um hospital do interior de São Paulo.
Recostei-me, fechei os olhos e busquei das prateleiras da memória o passado, o nordeste do final dos anos 40 para começo dos 50. Natal com os seus 400 mil habitantes, serena, romântica, solidária.

A Rádio Educadora de Natal – REN, a Sociedade Artística Estudantil – SAE, a juventude ativa nas atividades artísticas. O prédio da ladeira da Rádio Poti em remodelação para assumir o seu futuro e os seus programas iam sendo deslocados para os Cinemas São Luiz, Rex e Rio Grande. Vesperal dos Brotinhos aos sábados, com Luiz Cordeiro; Domingo Alegre, sob a batuta do “Cacique Genar Wanderley” e à noite o Turbilhão de Novidades de Jaime Queiroz. Orquestras de Júlio Granados e Jonathas Albuquerque, regional com Gil Barbosa, Duca Nunes, Renato Tito e outros que já não mais me lembro. À margem dos grandes artistas, os meninos talentosos Odúlio Botelho, Edmilson Avelino, José Filho, Paulo Eduardo Firmo de Moura, Denise Vieira, Dulce Maria e Laudicéia Paiva e, no meio destes, Agnaldo Rayol, Elino Julião e eu, então conhecido como Carlos Gomes.

Concursos de calouros patrocinados por Vic-Maltema e a Voz de Ouro ABC, programas de auditório sempre lotados. Atrações semanais de nomes famosos nacionais e internacionais. Esses eram os anos dourados de Natal.

De Fortaleza tínhamos Keila Vidigal, Solteiro e Fátima. Do Recife, considerada a “Meca” do nordeste, despontava PAULO MOLIN, o melhor de todos: “A época em que isto aconteceu era propícia aos pequenos cantores. Em Recife, principalmente, era de se invejar o entusiasmo das platéias pela voz de Paulo Molin” (trecho de reportagem do jornalista Sebastião Carvalho em 1954, em o Diário de Natal, que tinha por título ‘Carlos Gomes e a ação do tempo”.

Os discos de 78 rotações de PAULO MOLIN eram disputados. Ali estavam consagradas as criações de Capiba Olinda, Cidade Eterna (Continental, 1950), Recife, Cidade Lendária (Continental, 1950), Igarassu, Cidade do Passado (Continental, 1951) as quais foram remasterizadas em CD, no Projeto Reviver, com o nome “Pernambucanos simplesmente”.

Todos queriam imitá-lo. Eu tive maior sorte, logrei ser o Campeão Vic-Maltema 1950, e em uma das etapas do concurso recebi a medalha daquele ícone da mauricéia. Fiz viagem ao Ceará (PRE-9, Rádio Clube), onde cantei com a orquestra de Mozart Brandão e fui acompanhado pelo violonista Evaldo Gouveia, do Trio Nagô e hoje estrela de primeira grandeza. Contratado para temporada na Rádio Tamandaré do Recife, resolvi abandonar o rádio e o meu contrato foi cumprido por Agnaldo Rayol.

Mas …existe o tempo implacável … (como dizia Sebastião Carvalho em sua reportagem). O destino daqueles “meninos prodígios” foi bastante diversificado – uns venceram na profissão liberal, José Filho e as meninas nunca mais tive notícias, Paulo Eduardo faleceu prematuramente, Edmilson andou pelas veredas do cárcere, enfrentou grandes dificuldades até a viagem definitiva para outra dimensão, Paulo Eduardo faleceu prematuramente. Permaneceram na carreira, apenas, Agnaldo e Elino.

PAULO MOLIN teve uma carreira meteórica. Na idade adulta chegou a gravar outro disco. Uma das músicas era “Bem Sabes”, sem qualquer sucesso. Sua voz estava irreconhecível e tudo ficou por aí.

Eu nunca esqueci dele, apesar de não mais viver no meio artístico, mas não consegui notícias precisas do seu paradeiro, nem mesmo em Recife onde vivi algum tempo.

Muitos anos depois li uma reportagem em revista nacional que dava conta de PAULO MOLIN como empresário no interior de São Paulo. A fotografia já não lembrava aquele menino bonito, cabelos encaracolados, olhos claros de outrora. Então os cabelos rareavam. Daí para cá somente a notícia de Woden.

Vieram-me lágrimas atrevidas e na noite seguinte, também insone, meus ouvidos remoíam “Eu ando pelo Recife, noites sem fim. Percorro bairros distantes sempre a escutar: Loanda, Loanda onde estás. Era a alma do preto a penar …”

Saudades de um tempo de paz, felicidade e amor. Cidade de vida artística em ebulição. Muitos jovens talentosos no rádio e no Teatro: José Maria Guilherme, Geraldo José de Melo, Eunice Campos, José de Anchieta, Rosália Pinto, Francisco Cândido, Janda Mesquita, Hilton Paiva, Jorge Ivan Cascudo Rodrigues, Ary Negreiros e até o garoto Marcus Vinícius. Evoco Jaime e Sandoval Wanderley e Clarice Palma, criadora do Clube dos 7. O empresário Francisco Sales, que lançou o Trio Irakitan. Meu Deus, são tantas lembranças, que o coração dói.

Woden, foi importante a sua lembrança. Que PAULO MOLIN tenha o descanso merecido – ele marcou a minha geração!
 
(PUBLICADO NA TRIBUNA DO NORTE de 24/10/2004)
 
OBS.: A notícia que ensejou este artigo foi publicada no Jornal de WM em 09/10/2004.
LEMBRANÇAS DE VICENTE CELESTINO
 
Recebi do primo Sérgio Guedes da Fonseca Neto, que reside em São Paulo, um e-mail que nos conduz a um passado muito feliz. Vicente Celestino, que tive a honra de conhecer na Rádio Poti, onde trabalhei num pequeno espaço de tempo, Ao contrário do filme que o consagrou, Vicente Celestino não bebia. Veja cenas do filme "O Ébrio", de 1946.

O Ébrio

Vicente Celestino


Recitativo - Falado : Nasci artista. Fui cantor. Ainda pequeno levaram-me para uma escola de canto. O meu nome, pouco a pouco, foi crescendo, crescendo, até chegar aos píncaros da glória. Durante a minha trajetória artística tive vários amores. Todas elas juravam-me amor eterno, mas acabavam fugindo com outros, deixando-me a saudade e a dor. Uma noite, quando eu cantava a Tosca, uma jovem da primeira fila atirou-me uma flor. Essa jovem veio a ser mais tarde a minha legítima esposa. Um dia, quando eu cantava A Força do Destino, ela fugiu com outro, deixando-me uma carta, e na carta um adeus. Não pude mais cantar. Mais tarde, lembrei-me que ela, contudo, me havia deixado um pedacinho de seu eu: a minha filha. Uma pequenina boneca de carne que eu tinha o dever de educar. Voltei novamente a cantar mas só por amor à minha filha. Eduquei-a, fez-se moça, bonita... E uma noite, quando eu cantava ainda mais uma vez A Força do Destino, Deus levou a minha filha para nunca mais voltar. Daí pra cá eu fui caindo, caindo, passando dos teatros de alta categoria para os de mais baixa. Até que acabei por levar uma vaia cantando em pleno picadeiro de um circo. Nunca mais fui nada. Nada, não! Hoje, porque bebo a fim de esquecer a minha desventura, chamam-me ébrio. Ébrio...
Tornei-me um ébrio e na bebida busco esquecer
Aquela ingrata que eu amava e que me abandonou.
Apedrejado pelas ruas vivo a sofrer.
Não tenho lar e nem parentes, tudo terminou...
Só nas tabernas é que encontro meu abrigo.
Cada colega de infortúnio é um grande amigo,
Que embora tenham, como eu, seus sofrimentos,
Me aconselham e aliviam o meu tormento.
Já fui feliz e recebido com nobreza. Até
Nadava em ouro e tinha alcova de cetim
E a cada passo um grande amigo que depunha fé,
E nos parentes... confiava, sim!
E hoje ao ver-me na miséria tudo vejo então:
O falso lar que amava e que a chorar deixei.
Cada parente, cada amigo, era um ladrão;
Me abandonaram e roubaram o que amei.
Falsos amigos, eu vos peço, imploro a chorar:
Quando eu morrer, à minha campa nenhuma inscrição.
Deixai que os vermes pouco a pouco venham terminar
Este ébrio triste e este triste coração.
Quero somente que na campa em que eu repousar
Os ébrios loucos como eu venham depositar
Os seus segredos ao meu derradeiro abrigo
E suas lágrimas de dor ao peito amigo
 
ONDE ANDARÁS JOSELITO!
 
 
PS
olha o que achei é espanhol mesmo
Após adulto passou a cantar baladas românticas. Teve uma vida atribulada , servindo como mercenário em Angola. Após voltar , retomou a carreira de cantor. Apareceu no programa da TVE Cine de Barrio no dia 16 de dezembro de 2006. Em 2008 participou do reality show Supervivientes, do Telecinco, permanecendo duas semanas, até 31 de janeiro de 2008.

DESCOBRIMOS O JOSELITO DE HOJE

……. Há meses atrás publicámos um post que recordava Joselito, o cantor/actor que com 10 ou 11 anos encantou meio mundo com a sua voz cristalina e fora de vulgar para um menino da sua idade.
……. É certo que quase todos os dias ao consultar os amigos ou simples desconhecidos de diversos países do mundo que visitam a Louletania, há sempre um que aparece na busca de Joselito. Mais que provado está, que passado mais de cinquenta anos sobre os seus dias de glória, os seus admiradores espalhados pelo Planeta continuam a interessar-se por ele.
……. Canções como Campanera, El Pastor, La Malaguena ou Granada, aparecem hoje no “you tube” com enorme quantidade de visitantes. E foi assim, que descobrimos o menino prodígio das décadas de cinquenta e sessenta, agora com 67 anos ( já que nasceu em 11 de Fevereiro de 1943) cantando num desses tais programas.
……. Joselito esteve muito tempo retirado, pois quando da mudança da voz aos 16 ou 17 anos, caíu práticamente no esquecimento pois os que antes se aproveitaram do «filão » do menino prodigioso, depressa se afastaram, como acontece tantas e tantas vezes a muitos actores e cantores. Talvez por isso tenha passado por uma fase menos boa na sua vida e que foram causa de alguns actos que o levaram aos Tribunais de Espanha onde foi julgado e até detido. Mas os seus admiradores de sempre, perdoaram-lhe essas loucuras e continuam admirando os seus velhos filmes e as suas tão belas canções, demonstrando hoje esse apreço nos mais variados lugares por onde ele passa.
…….. Palma -
 
 
 
 
 
_________________________________________________________
Publicação inspirada em lembrança do meu amigo Odúlio Botelho

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

ALEJURN - Academia de Letras Jurídicas do Rio Grande do Norte


Caros Acadêmicos,
Foi publicado no D. Oficial do Estado, edição do dia 05 de novembro, o resumo da alteração do novo Estatuto da ALEJURN.

ACADEMIA DE LETRAS JURÍDICAS DO RIO GRANDE DO NORTE - ALEJURN
A V I S O
ACADEMIA DE LETRAS JURÍDICAS DO RIO GRANDE DO NORTE – ALEJURN, em cumprimento às normas estatutárias e para os fins e efeitos de direito, comunica aos seus associados (Acadêmicos) e às pessoas interessadas, que a Assembleia Geral Extraordinária da ALEJURN, reunida no dia 11 de outubro do ano em curso, pela maioria absoluta dos seus membros, APROVOU o texto da alteração do seu Estatuto Social (Proposta apresentada pelo Acadêmico Carlos Roberto de Miranda Gomes), que passa a vigorar com as seguintes alterações:
a)     Nova redação da EMENTA;
b)     Inclusão do TÍTULO I – DA INSTITUIÇÃO, SEUS SÓCIOS E ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO, com quatro capítulos, cinco seções e vinte e sete artigos;
c)      Art. 5º, acrescido de dois itens (IV e V);
d)     Art. 6º acrescido de três itens e parágrafos 2º e 3º;
e)     Art. 7º com nova redação e alteração de nomenclatura dos cargos;
f)       Art. 8º com acréscimo de um parágrafo e alteração da redação do outro;
g)     Art. 10 com acréscimo de duas alíneas;
h)     Art. 11 acréscimo de um parágrafo único;
i)       Art. 12 do original foi suprimido, sendo feita a devida renumeração até o art. 20;
j)       Inclusão do CAPÍTULO III – DOS ACADÊMICOS (artigos 21 ao 26);
k)      Inclusão do CAPÍTULO IV – DA PERDA DA QUALIDADE DE ACADÊMICO, com o art. 27 e quatro parágrafos;
l)       Inclusão do TÍTULO II – DAS FONTES DE RECURSOS, DA DISSOLUÇÃO E DAS DISPOSIÇÕES FINAIS com três Capítulos, sendo: Art. 28 com nova redação; Capítulo II – Da Dissolução, com o art. 29 com nova redação; e o Capítulo III – Disposições Finais, com os artigos 30 ao 37 com novas redações.
O texto integral está publicado no quadro de avisos da ALEJURN e à disposição em sua Secretaria.
Natal, 1º de novembro de 2013
 
JOSÉ ADALBERTO TARGINO ARAÚJO
PRESIDENTE

Waleska Maux
ALEJURN
Telefax (84)3232-2761/2898
 alejurn2007@gmail.com

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Cultura
 
   Coletivo Aboio inaugura exposição ‘Uma Parte de Nós’, na Pinacoteca do Estado

Clarissa Torres, Rodolfo Fernandes e Viviane Fugiwara unem seus estilos e trabalham em conjunto na exposição coletiva


Por Assessoria da FJA
Com a licença poética das artes visuais, o Coletivo Aboio pensou na definição de Câmara Cascudo sobre o trabalho do vaqueiro, para nomear a pequena quantidade de pessoas que se reúne para discutir referências artísticas, desenhar no mesmo esboço e pintar trabalhos a seis mãos. O trio composto pelos artistas visuais Clarissa Torres, e Rodrigo Fernandes e Viviani Fujiwara  realiza a primeira exposição dos trabalhos produzidos em coletividade. O vernissage de Uma Parte de Nós será nesta quinta, às 18h, na Pinacoteca do Estado. A mostra permanecerá em cartaz até o dia 7 de dezembro.
Exposição permanece em cartaz até 7 de dezembro
Exposição permanece em cartaz até 7 de dezembro
Cada qual com uma linguagem visual marcante, desenvolvida dentro de muito estudo e seguindo referências que guiaram os artistas à marca registrada de cada um, sejam personagens femininas, animais ou figuras geométricas, todos têm seus trabalhos elaborados dentro de um estilo peculiar. A ideia do grupo é experimentar e explorar novas técnicas pesquisadas em trabalhos de outros artistas que são referências para o trabalho individual, procurar novos suportes de pintura e desenho, sentir o outro e complementar o traço já feito na obra, criar novas personagens e universos artísticos em cada tela.
“A ideia mesmo era sair do comodismo do estilo de cada um e criar uma nova assinatura a seis mãos. Nosso grito é visual, nossa linguagem é urbana, nossa produção é coletiva”, declara Clarissa Torres. Ela e os colegas explicam que o título da mostra, Uma Parte de Nós, faz referência à natureza e a interação com ela. “Somos parte da natureza, viemos dela e, no final, nos juntaremos a ela. Essa é a essência dos trabalhos, onde algumas vezes, homem e bicho e plantas se confundem e se unem, se mutam num único ser”, afirma Viviane. Os trabalhos trazem, para o contexto emocional e atual, cores e reflexões visuais da busca dos artistas pela evolução. Mostra com sensibilidade e poesia a relação do ser humano com a natureza e seus ensinamentos.
Significado da palavra Aboio, do Dicionário do Folclore Brasileiro de Luís Da Câmara Cascudo:
1) canto entoado, sem palavras, pelos vaqueiros enquanto conduzem o gado. Os vaqueiros aboiam quando querem orientar os companheiros dispersos durante as pegas de gado.
2) Canto em versos, modalidade de origem moura, berbere, da África Setentrional; veio para o Brasil, possivelmente da Ilha da Madeira… Para “aboiar” o vaqueiro gera sons – música! – compreensíveis dentro do grupo, o trabalho é em conjunto e o desafio é se manter e manter o gado unido.
Serviço:
Uma Parte de Nós – Coletivo Aboio – Vernissage, quinta-feira, 7, às 18h, Pinacoteca do Estado. Visitação: de terça a domingo, das 8h às 17h, até 7 de dezembro. Entrada franca. Tel.: (84) 3201-3498.
H O J E
 

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Morre em Natal o advogado José Arno Galvão

Publicação: 05 de Novembro de 2013 às 08:18 (TN)
              
Faleceu na manhã desta terça-feira (5) o advogado José Arno Galvão, em Natal, em consequência de um câncer. O velório teve início às 10h, no Centro de Velório São José, e o sepultamento deve ocorrer por volta das 16h no Cemitério Parque Nova Descoberta.
Advogado José Arno Galvão estava em tratamento contra câncer
Filho do também advogado e historiador Hélio Galvão, José Arno era colaborador da TRIBUNA DO NORTE, onde mantinha artigos na coluna Quadrantes, com publicação aos domingos.

O advogado faleceu às 2h25 de hoje, vítima de um câncer de pulmão que levou à metástase. José Arno estava internado há cerca de um mês na Policlínica, no Alecrim e, segundo seu sobrinho Jorge Galvão, "fez tudo o que foi possível de tratamento, inclusive quimioterapia na UTI, que não é muito comum".
Pedro Andrade/ celularAmigos e familiares estiveram presentes no velório de José Arno GalvãoAmigos e familiares estiveram presentes no velório de José Arno Galvão

A filha de José Arno e procuradora do Ministério Público Estadual, Vaneska Galvão, lamentou a morte de seu pai e destacou algumas características dele. "O tempo que ele passou aqui, conseguiu transmitir valores como justiça, honestidade e disciplina à família e aos amigos", lamenta.

H O J E
5 NOVEMBRO
2013
 
 

segunda-feira, 4 de novembro de 2013


quinta-feira, 25 de outubro de 2012




Franklin Jorge é jornalista profissional e, desde jovem, publica nos jornais de Natal. Escreveu vários ensaios a respeito de escritores potiguares, entre eles estão Palmyra Wanderley, João Lins Caldas, Myriam Coeli, Edgar Barbosa, Maria Eugênia Maceira Montenegro, Luis da Câmara Cascudo e Nilo Pereira. O escritor lançou poemas, contos e crônicas. Seus livros são: Impróprio para menores de 18 anos, de 1976, Jornal Amado, de 1978, que traz crônicas inspiradas no convívio com o escritor Jorge Amado que veio a Natal para lançar o livro Tieta do Agreste a convite de Franklin Jorge, Isso é que é e Poemas diabólicos e dois temas de satã, ambos de 1982, Jornal de bolso, de 1985, Fantasmas cotidianos e poemas apócrifosSpleen de Natal, de 1996, Myriam Coeli memórias, de 1997, e Ficções Fricções Africções, de 1999, um conjunto de oito volumes de contos, obra vencedora do Prêmio Literário Luis da Câmara Cascudo. Atualmente, Franklin Jorge edita o blog O santo oficio.


PET- Quando nasceu e de que forma se dá sua relação com as artes?
FRANKLIN JORGE- Vem de muito longe, essa relação; vem da infância. Minha avó, por exemplo, era uma mulher que tinha cultura e gostos refinados. Leu muito e tinha muitos outros talentos; um deles era o teatro. Então, na propriedade rural onde me criei, no Estevão,às margens do rio Açu, nós tínhamos durante minha infância duas festas, a de São João, que é o padroeiro da sede do município, e a do Natal. Essas duas festas tinham sua parte artística. Tínhamos então os dramas, os bailados, as representações teatrais e isso era resultado de um trabalho coletivo que durava às vezes dois, três meses: os ensaios, a confecção das roupas com papel crepom, feitas para serem usadas em um único espetáculo; roupas decoradas com purpurina colorida; essas roupas eram artisticamente decoradas com desenhos e aplicações que as tornavam peças luxuosas que deslumbravam o público entusiamado. Tínhamos na casa dos meus avós esse amor à cultura e às tradições de uma cultura rural que fazia parte da nossa vida cotidiana. Eu aprendi muita coisa nessa época ouvindo os antigos, como esses contos populares com ressaibos quinhentistas que nos vieram de Portugal e tudo isso era pretexto para que déssemos vida a essa cultura. Havia uma oralidade muito viva que a gente não encontra mais pelos sertões.

PET- Em Informação da Literatura Potiguar Tarcisio Gurgel diz que você “na adolescência já dava sinais de rebeldia”. De que forma essa rebeldia aparece no seu texto?
FJ- Na facilidade com que às vezes tomo posições que me são extremamente desfavoráveis. Mas as pessoas enfatizam muito isso. Bobagens alimentadas pela inércia e comodismo tão característicos. Somos intelectualmente muito preguiçosos, e o natalense padece desse mal, a preguiça de pensar –, o que parece contraditório -; não há a pratica da reflexão, não há crítica, não cultivamos esse hábito tão salutar de dissecar e analisar. Eu me criei no meio dos sertanejos e aprendi com eles a prática de pensar, um lenitivo para os momentos de solidão e os dias em que nada acontece. Muitos dizem, mesmo em entrevistas, que eu penso antes de falar. Frequentemente me dizem isso. Como o sertanejo cuja voz arrastada trai uma carga de pensamentos, tenho a tendência de analisar os fatos. Quanto à polêmica, quero ressaltar mais uma vez que ninguém é profissionalmente polemista. A polêmica decorre do exercício intelectual; se você não é covarde, nem parvo, se você não é
alienado e é capaz de ver, de ouvir, de interpretar e de fazer comparações, fatalmente em algum momento há de se aborrecer com as coisas do mundo e principalmente da política. E aí, se formos minimamente decentes, não podemos calar diante os fatos. Para mim, ver e calar denuncia pusilanimidade moral ou coisa pior.

PET- De que forma se dá o encontro do jornalismo com a literatura?
FJ- Na síntese. Mas é um encontro muito difícil de ocorrer, porque exige uma cota adicional de sacrifício do jornalista. Para ele chegar a ter essa convivência com o espírito das letras significa ter que abrir mão de muita coisa, porque esta é uma relação muito absorvente. Mas quando isso ocorre é muito bom – quando ocorre esse encontro entre jornalismo e literatura -, porque o jornalismo doa à literatura, como doou a mim, a velocidade, o timing, a síntese, entre outras coisas; e a literatura é boa para o jornalismo porque estimula a reflexão e exige, de nós, escritores, profundidade, densidade e, sobretudo, que possamos transcender a circunstancia. Não há produção literária de qualidade, isto é, digna de atenção, sem elaboração e exercício do pensamento, do qual a leitura parece-me, por excelência, o fermento.

PET- Como você enxerga o cenário literário potiguar hoje?
FJ- Como eu enxergava há trinta ou quarenta anos atrás. É uma coisa impressionante porque tudo de alguma forma evolui ou, em nosso caso específico, no caso do Rio Grande do Norte, involui. Aqui tudo fica estagnado e as mudanças, quando ocorrem, são para nos levar a lugar nenhum. Isoladamente a gente tem grandes valores, mas não temos uma política cultural e isso se reflete sobre o anonimato da nossa cultura; ela não tem visibilidade. A maioria dos autores braceja, braceja, braceja e morre ali, na praia; não ultrapassa Macaíba. Nós não repercutimos. Jarbas Martins disse há muito tempo, e Paulo Francis o repetiu, Natal é a cidade mais silenciosa do Brasil; nada acontece aqui.

PET- O Spleen é um livro de destaque na literatura do Rio Grande do Norte. É seu filho querido?
FJ- Não. Eu não sei por que esse livro, que é tão jornalístico e nasceu de uma espécie de astúcia do escritor, isto é, de realizar o trabalho jornalístico sem comprometer muito seus interesses literários. Eu dava então para os editores uma coisa que para eles era muito boa: retratos e memórias desses natalenses com o quais ia conversando no curso dos anos, não de maneira deliberada, mas por acaso e ao sabor das circunstancias que em mim estimulam a criação e que se tornaria uma constante do meu exercício jornalístico - o resgate da
memória, sobretudo, dos idosos. Memória, para mim e para os gregos, a rainha das artes; cultivei nesse livro essa perspectiva e dei atenção às vivências de cada um. Mas, na verdade, essas entrevistas não foram a princípio premeditadas. Foi uma coisa que eu descobri para fazer e a um tempo, ao fazê-las, satisfazia a insaciável fome de publicação dos editores, sem sair muito do universo intelectual que construí para mim a partir da perspectiva de criação de uma obra literária que me justificasse no futuro. Pensei que a prática do jornalismo podia colaborar com esse projeto de escritura que resultou em livros como “O Spleen de Natal”, em três volumes dos quais apenas o primeiro foi publicado e reeditado pela editora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Meu livro mais íntimo e pessoal e, também o meu preferido, é Fantasmas Cotidianos.

PET- Você escreveu uma crônica sobre a passagem de Jorge Amado por Natal. Conte-nos um pouco dessa experiência.
FJ – Essa crônica foi uma espécie de malandragem, digamos assim, não a considerei coisa séria, a não ser como registro histórico. A última vez que ele esteve aqui foi a meu convite e aqui, acompanhado de Zélia Gattai, sua mulher e de Calasans Neto, passou uma semana em Natal, em 1978. Ele tinha uma ligação antiga com Natal e alguns bons amigos como Newton Navarro e Cascudo e tinha a mim também, se bem que eu era o mais jovem de todos, era quase um menino. Naquela época eu me aborrecia muito porque queria ser reconhecido como uma pessoa séria e sempre me viam, por minha aparência, como um menino... Foi uma semana riquíssima de convivência e calor humano. Jorge Amado tinha um afeto profundo por Natal e Natal está na obra dele, está em Velhos Marinheiros, em Seara Vermelha. Quando ele esteve aqui, da última vez, pediu para que eu o levasse a um bar lá nas Rocas, na Dona Elvira, que ele havia conhecido há muito tempo naquele boteco ele pôs em A Seara Vermelha. Ele sabia muita coisa de Natal e do Rio Grande do Norte, que creio tenha absorvido em seu convívio com o escritor Milton Pedrosa, de Apodi, que teve destacada atuação no jornalismo do Rio de Janeiro e escreveu aqueles livros deliciosos que ninguém lê mais, esgotados desde muitos anos e sem notícias de reedição. Quando dirigia a Sucursal do Diário de Natal, em Mossoró - depois de ter perdido o contato com ele desde que fui para a Amazônia e me deixei absorver de tal forma por aquela cultura que me descuidei de meus compromissos e relações de amizades -, num fim de tarde toca o telefone na redação e era ele me ligando de Paris ou Portugal, não lembro ao certo. Estava na companhia de Calasans Neto, cuja arte e a verve
eram muito apreciadas pelo escritor baiano. Conversou e começou a contar histórias de Mossoró e às vezes eu ficava muito intrigado, pensando se as histórias que ele contava sobre Mossoró e Natal eram inventadas, mas na verdade eram historias que ele já conhecia há muito tempo e faziam parte do repertório dele.

domingo, 3 de novembro de 2013


1942 – O BRASIL e sua GUERRA QUASE DESCONHECIDA
Carlos Roberto de Miranda Gomes, escritor.
           
             Com esse título, terminei de ler o livro escrito por João Barone, baterista dos Paralamas do Sucesso.
            Confesso: possuído de um injustificável preconceito – por ser o escritor um músico, acreditei tratar-se de um livro promocional. Ainda, sob o sentimento mesquinho, achei que a capa era um chamativo, haja vista a cobra representativa da FEB, uma águia da simbologia nazista, avião, fuzis e bombas.
            Dei-me à leitura e, logo nas primeiras páginas, fui constatando o meu ledo engano. É um trabalho sério, muito honesto, bem escrito e até cativante, no sentido de que, quando era obrigado a suspender a leitura, ficava numa vontade irrefreável de retomá-la.
            E assim fui devorando, capítulo a capítulo, rememorando fatos históricos que já conhecia de trabalhos anteriores, mas pontilhado o texto em comento por indicações particulares que aumentavam o meu interesse.
            Afinal, o livro me trouxe emoções e conhecimentos, transmitindo sensações de tristeza de um lado, mas orgulho de outro, ao conhecer o empenho dos nossos pracinhas, mal equipados, com pouco treinamento, mas exultantes de patriotismo e de amor à liberdade.
            Bastante didática a narração dos prolegômenos da guerra no Estado brasileiro, o recrutamento, os pendores iniciais, os torpedeamentos de navios nas costas brasileiras, relação de batalhas, de navios, batalhões, comendas, fotografias e mapas e o papel notável da mocidade da União Nacional de Estudantes - UNE, aspecto fundamental para forçar uma definição do Governo Vargas em entrar no Teatro da Guerra e ao lado dos Aliados contra a corrente nazifascista que dividia o mundo.
            Um destaque especial é a capacidade de improviso dos nossos soldados, quando em uma cerimônia de formatura e desfile de boas-vindas - enquanto a tropa americana cantava o hino da sua força aérea, o Brasil não tendo algo semelhante em razão do pouco tempo da criação da sua Força Aérea, entoou a conhecida marchinha “A jardineira”, de Benedito Lacerda e Humberto Porto notabilizada pelo Cantor das Multidões Orlando Silva, recebendo efusivos elogios dos membros do Estado Maior da Guerra. A FEB só ganharia o seu hino “Canção do Expedicionário”, no clamor da guerra, composta a música por Spartaco Rossi, ironicamente oriundo da terra itálica e simpatizante do regime nazista e a letra de Guilherme de Almeida, gravada pelo Rei da Voz Francisco Alves: “Você sabe de onde eu venho? Venho do morro, do engenho, Das selvas, dos cafezais, Da boa terra do coco, Da choupana, onde um é pouco, Dois é bom, três é demais”... Os direitos foram cedidos à Cruz Vermelha e foi assimilada pelos brasileiros.  
            O Brasil no palco da luta, as missões no campo de batalha, as tragédias, as vitórias e as perdas - heroísmo. Nomes de pessoas (dezenas) e lugares que se tornaram famosos como Natal, Recife, Montese, Monte Castelo, Fornovo, Milão, Toscana, Emília-Romanha, Porreta Terme; expressões que marcaram na história – “A cobra vai fumar”, “Senta a Pua”, a “Força Expedicionária”, a “Canção do Expedicionário”.
              No calor da batalha os pracinhas brasileiros mostraram o seu diferencial – o humanismo, repartindo alimentos com a população sofrida da Itália e por isso reconhecidos até os dias presentes, pois o alimento chegara no momento mais crítico daquela contenda.
            Por fim a paz, a desmobilização e o descaso do Governo brasileiro com os seus heróis, mas não do povo. Ficou em Pistoia o registro da grandeza dos brasileiros.
            Ao concluir a leitura, com sua última oração: “Os caboclos brasileiros, os pracinhas da FEB, foram os que deixaram as melhores lembranças”, tive um gesto espontâneo e impulsivo: beijei o livro, como o faço tão logo concluo a minha leitura diária da Bíblia. Fui dormir feliz e em paz, guardando no recôndito da alma a expressão:
  “Non dimenticare”.

José CarlosJosé Carlos publicou no grupo MPB - MÚSICA POTIGUAR BRASILEIRA 
TALENTO POTIGUAR EM REDE NACIONAL 
José Carlos
José Carlos2 de novembro de 2013 18:31
TALENTO POTIGUAR EM REDE NACIONAL

Foi ao ar, dia 31/10, o ultimo programa da fase de audições às cegas do "The Voice Brasi 2013l", reality show musical da TV Globo, e mais uma potiguar, Khrystal, passou no teste e se juntou a outras duas talentosas cantoras do Rio Grande do Norte, a Simona Talma e Swellen Pimentel.

Veja agora o perfil de cada uma e fique na torcida, pois, na próxima quinta começa a fase de duelos do programa.

SWELLEN PIMENTEL (No time do Daniel)

Swellen Pimentel começou sua empreitada na música aos 12 anos. Hoje, aos 19, faz faculdade de gestão de Recursos Humanos em Natal (RN), mas foi no rock que ela se encontrou. Fã de Amy Lee, Swellen ficou craque em imitar a cantora e compositora norte-americana da banda Evanescence. Ela, que se define como marrenta, toca violão, guitarra, teclado e bateria. Frase de uma música: “Ando devagar porque já tive pressa” (Almir Sater).

KHRYSTAL No time de Carlinhos Brown

Khrystal é daquelas nordestinas arretadas! Ela canta, cuida dos filhos e adicionou recentemente no currículo outra atividade artística: atuar. Mas tudo, claro, ligado à música. Por causa de uma participação em um programa musical, conheceu Alceu Valença e foi convidada pelo cantor e compositor a fazer um filme sobre ele. O artista, assim como Elis Regina, está na lista dos ídolos de Khrystal. Aos 32 anos, ela sonha em se apresentar nas grandes casas de música do Rio de Janeiro.

SIMONA TALMA (No time de Carlinhos Brown)

Simona Talma tem um pouco de rock, pop, blues e MPB. Aos 33 anos, faz parte de uma banda de rock com repertório que inclui músicas próprias. Nascida em Natal, no Rio Grande do Norte, Simona gosta de ficar sozinha para se concentrar antes dos shows. Ela costuma se descrever em uma palavra: determinação. É através dessa característica que ela pretende realizar um sonho: se apresentar no Rock in Rio.

Pra saber mais?
www.potiguarte.blogspot.com