São Pedro
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São Pedro ou
São Pedro Apóstolo, em
hebraico:
כיפא, em
grego koiné:
Πέτρος,
Petros, "Rocha", segundo a interpretação
católica e
ortodoxa,
fragmento (de pedra), "pedrinha", segundo a interpretação
protestante.
[nota 1] (
Betsaida,
século I a.C., —
Roma,
cerca de 67 d.C.)
[nota 2] [2] foi um dos
doze apóstolos de
Jesus Cristo, segundo o
Novo Testamento e, mais especificamente, os quatro
Evangelhos.
A
Igreja Católica considera Pedro como o primeiro
bispo de Roma[3] [4] e, por isso, o seu primeiro
papa. Ele seria, até hoje segundo o catolicismo, o detentor do mais longo
pontificado da história: cerca de trinta e sete anos.
Nome e importância
Segundo a
Bíblia, seu nome original não era
Pedro, mas
Simão. Aparece ainda uma variante do seu nome original,
Simão Pedro, no livro dos Atos dos Apóstolos (
Atos 10:18) e na II Epístola de Pedro (
II Pedro 1:1).
No Evangelho de João (
João 1:42), Cristo muda seu nome para
כיפא,
Kepha (
Cefas em português), que em
aramaico significa "pedra", "rocha", nome este que foi traduzido para o
grego como
Πέτρος,
Petros, "Rocha" segundo a interpretação
católica,
fragmento
(de pedra), "pedrinha" segundo a interpretação protestante, a qual
sustenta que a palavra grega que significa "rocha", "pedra" é
πέτρα,
petra e que, posteriormente, passou para o
latim como
Petrus. Ocorre que o aramaico de "fragmento de pedra" ou ''pedrinha" é a palavra
évna e não
Képha, a qual foi traduzida para o grego bíblico para
Petros, que realmente significa "Rocha".
Na interpretação da
Igreja Católica para a razão de Jesus ter mudado o nome do apóstolo, bem como seu significado na citação bíblica
«Também
eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha
igreja; e as portas do Hades não prevalecerão contra ela.» (
Mateus 16:18), a chamada
Confissão de Pedro,
Jesus estava comparando Simão a uma rocha. Desta forma, Cristo seria o
fundador da Igreja Católica, fundada sobre Simão Pedro e sendo-lhe
concedido, por este motivo, o título de "Príncipe dos Apóstolos". Esse
título é um tanto tardio, visto que tal designação só começaria a ser
usada cerca de um século mais tarde, suplementando o de
Patriarca (agora destinado a outro uso). Pedro teria sido o primeiro
Bispo de Roma. Essa circunstância é importante, pois daí provém a
primazia do Papa e da diocese de Roma sobre toda a Igreja Católica; posteriormente esse evento originaria os títulos "Apostólica" e "Romana".
Já para os cristãos protestantes,
protestantismo histórico ou ainda
pentencostais e
neopentecostais
a "pedra" referida por Jesus é a confissão de fé de Pedro. O assunto
que estava sendo abordado e tratado por Jesus não era sobre a pessoa do
discípulo Pedro; mas sim "quem era Jesus", na opinião dos discípulos. Na
pergunta de Jesus aos discípulos:
«Quem diz o povo ser o filho do homem?» (
Mateus 16:13),
estes Lhe responderam: "Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e
outros: Jeremias, ou algum dos profetas." e Jesus novamente pergunta:
"Mas vós, quem dizeis que sou eu?" e Pedro responde: "Tu és o Cristo, o
Filho do Deus vivo", isto é, que Cristo seria o Messias.
[5] De acordo com estes textos da pergunta feita por Jesus aos seus discípulos, entende-se que a pedra seria o próprio Jesus. No
grego, a palavra para
pedra é
petra, que significa uma "rocha grande e maciça", a palavra usada como nome para Simão, por sua vez, é
petros, que significa uma "pedra pequena" ou "pedrinha".
No entanto, os eruditos católicos, entre os quais se destacam
Leonel Franca,
Scott Hann e muitos outros, acreditam que, em grego, inicialmente as palavras
petros e
petra seriam sinônimos no
primeiro século. A língua vernácula nos tempos de Jesus e dos apóstolos era o grego
koiné, devido à influência
helênica na região desde mais de dois séculos antes de Cristo. Ademais, é sabido que os judeus do
primeiro século falavam principalmente o
aramaico, mesma língua em que teria sido escrito originalmente o
Evangelho de Mateus. Em aramaico a palavra para
fragmento de
pedra ou
pedrinha seria a palavra évna e não
kepha. Logo. o mais provável é que o a palavra "Képha" ou "Céfas" traduzida para o grego
Petros nos
Evangelhos,
Atos dos Apóstolos e
escritos paulinos, todos escritos nesta mesma língua, realmente signifique
Rocha. Jesus parece ter usado um trocadilho com o nome dado por Ele a Simão com base na Igreja de Jesus estar firmada na
confissão de Pedro de que
Jesus é o
Cristo, o Filho de Deus e não apenas um profeta.
Dados biográficos
Antes de se tornar um dos doze discípulos de Cristo, Simão era pescador. Teria nascido em
Betsaida e morava em
Cafarnaum. Era filho de um homem chamado João ou Jonas e tinha por irmão o também apóstolo
André. Simão e André eram "empresários" da pesca e tinham sua própria frota de barcos, em sociedade com
Tiago,
João e o pai destes,
Zebedeu.
[6]
Possivelmente Pedro era casado e tinha pelo menos um filho.
[7] Sua esposa era de uma família rica e moravam numa casa própria, cuja descrição é muito semelhante a uma
vila romana.
[8] na cidade "romana" de
Cafarnaum.
[9]
Segundo o relato em
Lucas 5:1-11, no episódio conhecido como "
Pesca milagrosa",
Pedro teria conhecido Jesus quando este lhe pediu que utilizasse uma
das suas barcas, de forma a poder pregar a uma multidão que o queria
ouvir. Pedro, que estava a lavar redes com
Tiago e
João, seus sócios e filhos de Zebedeu, concedeu-lhe o lugar na barca, que foi afastada um pouco da margem.
No final da pregação, Jesus disse a Simão que fosse pescar de novo
com as redes em águas mais profundas. Pedro disse-lhe que tentara em vão
pescar durante toda a noite e nada conseguira mas, em atenção ao seu
pedido, fá-lo-ia. O resultado foi uma pescaria de tal monta que as redes
iam rebentando, sendo necessária a ajuda da barca dos seus dois sócios,
que também quase se afundava puxando os peixes. Numa atitude de
humildade e espanto Pedro prostrou-se perante Jesus e disse para que se
afastasse dele, já que era um pecador. Jesus encorajou-o, então, a
segui-lo, dizendo que o tornaria "pescador de homens".
Depois de três anos, Paulo volta a Jerusalem para visitar Pedro e com ele fica quinze dias.
[13] Quatorze anos depois, Paulo retorna a Jerusalém e lá se encontra com Tiago, Pedro e João.
[14]
Tempos depois, por volta da metade do século I d.C, Pedro vai a
Antioquia, onde ocorre uma discussão entre ele e Paulo, conhecida como o
Incidente em Antioquia.
[15]
A tradição da Igreja Católica Romana afirma que depois de passar por várias cidades, Pedro haveria sido martirizado em
Roma entre 64 e
67 d.C. Desde a
Reforma,
teólogos e
historiadores protestantes afirmaram que Pedro não teria ido a Roma; esta tese foi defendida mais proeminentemente por
Ferdinand Christian Baur, da
Escola de Tübingen. Outros, como
Heinrich Dressel, em 1872, declararam que Pedro teria sido enterrado em
Alexandria, no
Egito ou em
Antioquia.
[3] Hoje, porém, os historiadores concordam que Pedro realmente viveu e morreu em Roma. O historiador
luterano Adolf Harnack afirmou que as teses anteriores foram tendenciosas e prejudicaram o estudo sobre a vida de Pedro em Roma.
[3] Sua vida continua sendo objeto de investigação, mas o seu túmulo está localizado na
Basílica de São Pedro, no
Vaticano, o qual foi descoberto em 1950 após anos de meticulosa investigação.
[4]
Alguns pesquisadores acreditam que, assim como
Judas Iscariotes, Pedro tenha sido um
zelota, grupo que teria surgido dos
fariseus e constituía-se de pequenos camponeses e membros das camadas mais pobres da sociedade. Este supostamente estaria comprovado em
Marcos 3:18, assim como em
Atos 1:13, no entanto, o certo "
Simão, o Zelote" é na realidade uma pessoa distinta dentre as nomeações descritas nas referidas citações.
O primado de Pedro segundo a Igreja Católica
Cristo entrega as chaves do céu a Pedro
Toda a primeira parte do
Evangelho gira em torno da identidade de Jesus. Quando perguntado, Simão foi o primeiro dos discípulos a responder essa pergunta:
Jesus é o filho de Deus. É esse acontecimento que leva Jesus a chamá-lo de Pedro e é conhecido como
Confissão de Pedro.
Encontramos o relato do evento em
Mateus 16:13-19: Jesus pergunta aos seus discípulos (depois de se informar do que sobre ele corria entre o povo):
"E vós, quem pensais que sou eu?".
Simão Pedro, respondendo, disse:
"Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo". Jesus respondeu-lhe:
"Bem-aventurado
és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi carne ou sangue que te
revelaram isso, e sim Meu Pai que está nos céus. Também Eu te digo que
tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei Minha Igreja[16] e as portas do Hades[17] nunca prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus e o que ligares na terra será ligado nos céus. E o que desligares na terra será desligado[18] nos céus".
João 21:15-17 e
Lucas 22:31 também falam a respeito do primado de Pedro dever ser exercido particularmente na ordem da Fé, e que Cristo o torna chefe:
Jesus disse a Simão (Pedro):
"Simão, filho de João, tu Me amas mais do que estes?" Ele lhe respondeu:
"Sim, Senhor, tu sabes que te amo". Jesus lhe disse:
"Apascenta Meus cordeiros". Segunda vez disse-lhe:
"Simão filho de João, tu Me amas?" -
"Sim, Senhor", disse ele,
"tu sabes que te amo". Disse-lhe Jesus:
"Apascenta Minhas ovelhas". Pela terceira vez lhe disse:
"Simão filho de João, tu Me amas?" Entristeceu-se Pedro porque pela terceira vez lhe perguntara 'Tu Me amas?' e lhe disse:
"Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que te amo". Jesus lhe disse:
"Apascenta Minhas ovelhas." (
João 21:15-17).
«Simão, Simão, eis que Satanás pediu insistentemente para vos
peneirar como trigo; Eu, porém, orei por ti, a fim de que tua fé não
desfaleça. Quando, porém, te converteres, confirma teus irmãos.» (
Lucas 22:31-32)
O apóstolo Pedro, o primeiro Bispo de Roma
A comunidade de
Roma foi fundada pelos apóstolos Pedro e
Paulo e é considerada a única comunidade
cristã do mundo fundada por mais de um
apóstolo e a única do Ocidente instituída por um deles. Por esta razão desde a
antiguidade a comunidade de Roma (chamada atualmente de
Santa Sé pelos católicos) teve o
primado sobre todas as outras comunidades locais (dioceses); nessa visão o ministério de Pedro continua sendo exercido até hoje pelo
Bispo de Roma
(segundo o catolicismo romano), assim como o ministério dos outros
apóstolos é cumprido pelos outros Bispos unidos a ele, que é a cabeça do
colégio apostólico, do colégio episcopal. A sucessão papal (de Pedro)
começou com
São Lino (
67 d.C.) e, atualmente é exercida pelo
Papa Francisco,
eleito em 13 de março de 2013. Segundo essa visão, o próprio apóstolo
Pedro atestou que exerceu o seu ministério em Roma ao concluir a sua
primeira epístola: "
A [Igreja] que está em Babilônia, eleita como vós, vos saúda, como também Marcos, meu filho."
[19] . Trata-se da
Igreja de Roma[20] . Assim também o interpretaram todos os autores desde a
Antiguidade, como abaixo, como sendo a Roma Imperial (decadente). O termo não pode referir-se a
Babilônia sobre o
Eufrates, que jazia em ruínas ou à Nova Babilônia (
Selêucia) sobre o
rio Tigre, ou à Babilônia Egípcia cerca de
Mênfis, tampouco a
Jerusalém; deve, portanto referir-se a Roma, a única cidade que é chamada Babilônia pela antiga literatura cristã
[21] .
Testemunhos históricos de Pedro em Roma
Os
historiadores atualmente acreditam que a tradição católica esteja
correta; igualmente, muitas tradições antigas corroboram a versão de que
Pedro esteve em Roma e que ali teria sido martirizado.
- Clemente, terceiro bispo de Roma e discípulo de Pedro, por volta de (96 d.C.), em sua Epístola aos Coríntios, faz clara alusão ao martírio deste e de Paulo em Roma:
- Todavia, deixando os exemplos antigos, examinemos os atletas que
viveram mais próximos de nós. Tomemos os nobres exemplos de nossa
geração. Foi por causa do ciúme e da inveja que as colunas mais altas e
justas foram perseguidas e lutaram até a morte. Consideremos os bons
apóstolos. Pedro, pela inveja injusta, suportou não uma ou duas, mas
muitas tribulações e, depois de ter prestado testemunho, foi para o
lugar glorioso que lhe era devido. Por causa da inveja e da discórdia,
Paulo mostrou o preço reservado à perseverança. Sete vezes carregando
cadeias, exilado, apedrejado, tornando-se arauto no Oriente e no
Ocidente, ele deu testemunho diante das autoridades, deixou o mundo e se
foi para o lugar santo, tornando-se o maior modelo de perseverança. .[22]
- Inácio de Antioquia, bispo, mártir e também discípulo de Pedro, em cerca de (107 d.C.),
em sua Epístola aos Romanos, a qual fora dirigida à comunidade cristã
lá situada, refere-se nos seguintes termos ao martírio de Pedro e Paulo em Roma:
- "Não vos dou ordens como Pedro e Paulo; eles eram apóstolos, eu
sou um condenado. Eles eram livres, e eu até agora sou um escravo".[23]
- Papias, bispo de Hierápolis, atesta a atribuição do segundo
evangelho a Marcos, “intérprete” de Pedro em Roma. O livro teria sido
composto em Roma, depois da morte de Pedro (prólogo antimarcionita de século II, Ireneu) ou ainda durante sua vida (segundo Clemente de Alexandria).
Quanto a Marcos, foi identificado como João Marcos, originário de
Jerusalém (At 12,12), companheiro de Paulo e Barnabé (At 12,25; 13,5.13;
15,37-39; Cl 4,10) e, a seguir, de Pedro em “Babilônia” (isto é,
provavelmente, em Roma) segundo 1Pd 5,13.[24]
- Tendo vindo ambos a Corinto,
os dois apóstolos Pedro e Paulo nos formaram na doutrina do Evangelho. A
seguir, indo para a Itália, eles vos transmitiram os mesmos
ensinamentos e, por fim, sofreram o martírio simultaneamente.[25]
- Gaio, presbítero romano, em 199 d.C.:
- Nós aqui em Roma temos algo melhor do que o túmulo de Filipe. Possuímos os troféus dos apóstolos fundadores desta Igreja local. Ide à Via Ostiense e lá encontrareis o troféu de Paulo; ide ao Vaticano e lá vereis o troféu de Pedro.
Gaio dirigiu-se nos seguintes termos a um grupo de hereges:
Posso
mostrar-vos os troféus (túmulos) dos Apóstolos. Caso queirais ir ao
Vaticano ou à Via Ostiense, lá encontrareis os troféus daqueles que
fundaram esta Igreja.[26]
- Pedro, ao ser martirizado em Roma, pediu e obteve que fosse crucificado de cabeça para baixo[27]
- Pedro, finalmente tendo ido para Roma, lá foi crucificado de cabeça para baixo.[28]
- Para a maior e mais antiga a mais famosa Igreja, fundada pelos dois mais gloriosos Apóstolos, Pedro e Paulo." e ainda "Os bem-aventurados Apóstolos portanto, fundando e instituindo a Igreja, entregaram a Lino o cargo de administrá-la como bispo; a este sucedeu Anacleto; depois dele, em terceiro lugar a partir dos Apóstolos, Clemente recebeu o episcopado.
- Mateus, achando-se entre os hebreus, escreveu o Evangelho na língua deles, enquanto Pedro e Paulo evangelizavam em Roma e aí fundavam a Igreja.[29]
- Formado como jurista Tertuliano (155-222 d.C.) falou da morte de Pedro em Roma:
- A Igreja também dos romanos pública - isto é, demonstra por
instrumentos públicos e provas - que Clemente foi ordenado por Pedro.
- Feliz Igreja, na qual os Apóstolos verteram seu sangue por sua
doutrina integral!" - e falando da Igreja Romana, "onde a paixão de
Pedro se fez como a paixão do Senhor.
- Nero foi o primeiro a banhar no sangue o berço da fé. Pedro
então, segundo a promessa de Cristo, foi por outrem cingido quando o
suspenderam na Cruz.[30]
- Eusébio (263-340 d.C.) Bispo de Cesareia, escreveu muitas obras de teologia, exegese, apologética, mas a sua obra mais importante foi a História Eclesiástica, onde ele narra a história da Igreja das origens até 303. Refere-se ao ministério exercido por Pedro:
- Pedro, de nacionalidade galileia, o primeiro pontífice dos cristãos,
tendo inicialmente fundado a Igreja de Antioquia, se dirige a Roma,
onde, pregando o Evangelho, continua vinte e cinco anos Bispo da mesma
cidade.
- A sucessão de Bispos em Roma é nesta ordem: Pedro e Paulo, Lino, Cleto, Clemente etc...[31]
- Lino foi Bispo de Roma após o seu primeiro guia, Pedro.[32]
- Você não pode negar que sabe que na cidade de Roma a cadeira
episcopal foi primeiro investida por Pedro, e que Pedro, cabeça dos
Apóstolos, a ocupou.[33]
- A cátedra de Roma é a cátedra de Pedro, a Igreja principal, de onde se origina a unidade sacerdotal.[34]
- A Pedro sucedeu Lino.[35]
Os textos escritos pelo apóstolo
Indícios arqueológicos
A partir da década de 1950, intensificaram-se as escavações no subsolo da
Basílica de São Pedro, lugar tradicionalmente reconhecido como provável túmulo do
apóstolo e próximo de seu martírio no muro central do
Circo de Nero.
Após extenuantes e cuidadosos trabalhos, inclusive com remoção de
toneladas de terra que datava do corte da Colina Vaticana para a
terraplanagem da construção da primeira basílica na época de
Constantino, a equipe chefiada pela arqueóloga italiana
Margherita Guarducci encontrou o que seria uma necrópole atribuída a Pedro, inclusive uma parede repleta de
grafitos com a expressão
Petrós Ení, que, em grego, significa "Pedro está aqui".
Também foram encontrados, em um nicho, fragmentos de ossos de um
homem robusto e idoso, entre 60-70 anos, envoltos em restos de tecido
púrpura com fios de ouro que se acredita, com muita probabilidade, serem
de Pedro. A data real do martírio, de acordo com um cruzamento de datas
feito pela arqueóloga, seria 13 de outubro de
64 d.C. e não 29 de junho, data em que se comemorava o traslado dos restos mortais de Pedro e
São Paulo para a estada dos mesmos nas
Catacumbas de São Sebastião durante a perseguição do
imperador romano Valeriano em
257 d.C.
Iconografia
A mais antiga imagem conhecida do apóstolo Pedro foi descoberta em 2010 em catacumbas sob a cidade de
Roma, e data do século IV. No mesmo lugar, foram também descobertas imagens dos apóstolos
Paulo,
André e
João. As obras fazem parte de um grupo de pinturas em torno de uma imagem de
Jesus Cristo como o
Bom Pastor no teto do que os estudiosos acreditam ter sido o túmulo de um nobre romano.
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