Cartas de Cotovelo – Verão de 2024 – 02
Por: Carlos Roberto de Miranda Gomes
DIA DOS SANTOS REIS
Da tradição religiosa natalense, a data de 6 de janeiro é consagrada aos Santos Reis Magos – as testemunhas do nascimento do Redentor, em homenagem aos quais foi erguido o Forte dos Reis Magos, conservado até os dias presentes.
Foi nessa data, do ano de 1962, que vim da praia da Redinha, onde veraneava, para pedir em casamento a mão da minha amada THEREZINHA, com a promessa de núpcias para igual data do ano de 1963, não se concretizando pelo fato de ter sido o dia escolhido para o Plebiscito e eu, então, trabalhava no Tribunal Regional Eleitoral, ficando remarcado para 16 de março daquele ano, na cidade de Belém, capital do Estado do Pará, para onde foi transferida a família Rosso/Jones Nelson à qual ela pertencia. Após o casamento, pouco tempo depois, retorna para Natal, retomando a estrada profissional e familiar.
Assim sendo, 6 de janeiro sempre ficou marcado em minha vida, quando solidifiquei a minha história amorosa com a amada, iniciada em 1948, ao chegar em Natal, vindo de Macaíba, para morar na casa da rua Meira e Sá, 120, vizinho ao número 118 onde ela já residia.
Esse fato compõe um caminhar duradouro – 1948 – 2019, ou seja, quando cheguei e de pronto olhei em seus olhos, dando início a uma amizade, depois namoro, noivado, casamento até o chamamento do Criador, no dia 31 de março de 2019. Portanto, 71 anos de convivência afetiva, fiel e de cumplicidade.
No correr desse tempo aponto os episódios marcantes: em 1948: começava uma carreira artística precoce, que durou até 1954, sempre acompanhada por ela, com desvelo e coleção de recortes de jornais e preocupação de algum possível desvio de rota. Depois disso a prestação da vida militar no 16º Regimento de Infantaria, concluído nos pruridos de 1960, quando viajei para Recife a fim de estudar e me preparar para o vestibular.
No mesmo ano retornei e continuei a minha vida em busca do futuro, sempre com o seu apoio sem compromisso até 1962, como acima relatei. Nesse ano ingressei nos quadros do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte, onde permaneci até 1971, após aprovação nos concursos de Auditor do Tribunal de Contas, que assumi em maio deste último referido e no de Promotor Público auxiliar, que declinei de aceitar.
O casamento em 1963 nos trouxe no início de 1964 várias vitórias – aprovação no vestibular de Direito e o nascimento de Rosa Ligia, os quais ampliaram a minha responsabilidade, obrigando-me a estudar exemplarmente, tanto que logrei, ao concluir, o recebimento da Medalha de Mérito Universitário (UFRN), iniciando uma travessia pela vida profissional, bem sucedida, até a aposentadoria gradual de cada atividade, dedicando-me daí em diante ao labor cultural e acadêmicos, onde ainda me encontro, guardando momentos inesquecíveis da companhia da minha eterna namorada.
Aqui mais um registro da minha passagem por esta dimensão da existência e das alegrias vividas com a companheira inseparável, até que Deus a chamou para outra missão em sua Casa.