sábado, 5 de fevereiro de 2011
Paulo Molin ainda garoto
Paulo Molin, por Carlos Gomes
Navegando, costumeiramente na internet, deparei-me com a publicação de um trabalho que elaborei, ainda no ano de 2004, publicado na Tribuna do Norte, edição do dia 24 de outubro, a partir de uma notícia publicada na coluna de Woden Madruga, no mesmo jornal, edição do dia 09/10/2004.
O texto está publicado, com data de 7 de setembro de 2009, no Portal GxP – Guaxupé/MG e é referência na Wikipédia, no registro biográfico do homenageado.
Resolvi reproduzi-lo, como um preito de saudade àquele valoroso artista nordestino.
PAULO MOLIN(*)
Após mais uma noite insone, como vem ocorrendo nestes últimos meses, aguardo amanhecer com extrema ansiedade e, logo nos últimos instantes da madrugada, religiosamente, chegam os jornais do dia.
No último sábado, ao abrir a Tribuna do Norte, deparo-me com o artigo do meu amigo Woden Madruga: “Paulo Molin”, despertando-me imediata curiosidade em razão da afinidade com a pessoa nominada. Não era a notícia que aguardava há tantos anos, mas a informação de que falecera aos 66 anos em um hospital do interior de São Paulo.
Recostei-me, fechei os olhos e busquei das prateleiras da memória o passado, o nordeste do final dos anos 40 para começo dos 50. Natal com os seus 400 mil habitantes, serena, romântica, solidária.
A Rádio Educadora de Natal – REN, a Sociedade Artística Estudantil – SAE, a juventude ativa nas atividades artísticas. O prédio da ladeira da Rádio Poti em remodelação para assumir o seu futuro e os seus programas iam sendo deslocados para os Cinemas São Luiz, Rex e Rio Grande. Vesperal dos Brotinhos aos sábados, com Luiz Cordeiro; Domingo Alegre, sob a batuta do “Cacique Genar Wanderley” e à noite o Turbilhão de Novidades de Jaime Queiroz. Orquestras de Júlio Granados e Jonathas Albuquerque, regional com Gil Barbosa, Duca Nunes, Renato Tito e outros que já não mais me lembro. À margem dos grandes artistas, os meninos talentosos Odúlio Botelho, Edmilson Avelino, José Filho, Paulo Eduardo Firmo de Moura, Denise Vieira, Dulce Maria e Laudicéia Paiva e, no meio destes, Agnaldo Rayol, Elino Julião e eu, então conhecido como Carlos Gomes.
Concursos de calouros patrocinados por Vic-Maltema e a Voz de Ouro ABC, programas de auditório sempre lotados. Atrações semanais de nomes famosos nacionais e internacionais. Esses eram os anos dourados de Natal.
De Fortaleza tínhamos Keila Vidigal, Solteiro e Fátima. Do Recife, considerada a “Meca” do nordeste, despontava PAULO MOLIN, o melhor de todos: “A época em que isto aconteceu era propícia aos pequenos cantores. Em Recife, principalmente, era de se invejar o entusiasmo das platéias pela voz de Paulo Molin” (trecho de reportagem do jornalista Sebastião Carvalho em 1954, em o Diário de Natal, que tinha por título ‘Carlos Gomes e a ação do tempo”.
Os discos de 78 rotações de PAULO MOLIN eram disputados. Ali estavam consagradas as criações de Capiba Olinda, Cidade Eterna (Continental, 1950), Recife, Cidade Lendária (Continental, 1950), Igarassu, Cidade do Passado (Continental, 1951) as quais foram remasterizadas em CD, no Projeto Reviver, com o nome “Pernambucanos simplesmente”.
Todos queriam imitá-lo. Eu tive maior sorte, logrei ser o Campeão Vic-Maltema 1950, e em uma das etapas do concurso recebi a medalha daquele ícone da mauricéia. Fiz viagem ao Ceará (PRE-9, Rádio Clube), onde cantei com a orquestra de Mozart Brandão e fui acompanhado pelo violonista Evaldo Gouveia, do Trio Nagô e hoje
estrela de primeira grandeza. Contratado para temporada na Rádio Tamandaré do Recife, resolvi abandonar o rádio e o meu contrato foi cumprido por Agnaldo Rayol.
Mas …existe o tempo implacável … (como dizia Sebastião Carvalho em sua reportagem). O destino daqueles “meninos prodígios” foi bastante diversificado – uns venceram na profissão liberal, José Filho e as meninas nunca mais tive notícias, Paulo Eduardo faleceu prematuramente, Edmilson andou pelas veredas do cárcere, enfrentou grandes dificuldades até a viagem definitiva para outra dimensão, Paulo Eduardo faleceu prematuramente. Permaneceram na carreira, apenas, Agnaldo e Elino.
PAULO MOLIN teve uma carreira meteórica. Na idade adulta chegou a gravar outro disco. Uma das músicas era “Bem Sabes”, sem qualquer sucesso. Sua voz estava irreconhecível e tudo ficou por aí.
Eu nunca esqueci dele, apesar de não mais viver no meio artístico, mas não consegui notícias precisas do seu paradeiro, nem mesmo em Recife onde vivi algum tempo.
Muitos anos depois li uma reportagem em revista nacional que dava conta de PAULO MOLIN como empresário no interior de São Paulo. A fotografia já não lembrava aquele menino bonito, cabelos encaracolados, olhos claros de outrora. Então os cabelos rareavam. Daí para cá somente a notícia de Woden.
Vieram-me lágrimas atrevidas e na noite seguinte, também insone, meus ouvidos remoíam “Eu ando pelo Recife, noites sem fim. Percorro bairros distantes sempre a escutar: Loanda, Loanda onde estás. Era a alma do preto a penar …”
Saudades de um tempo de paz, felicidade e amor. Cidade de vida artística em ebulição. Muitos jovens talentosos no rádio e no Teatro: José Maria Guilherme, Geraldo José de Melo, Eunice Campos, José de Anchieta, Rosália Pinto, Francisco Cândido, Janda Mesquita, Hilton Paiva, Jorge Ivan Cascudo Rodrigues, Ary Negreiros e até o garoto Marcus Vinícius. Evoco Jaime e Sandoval Wanderley e Clarice Palma, criadora do Clube dos 7. O empresário Francisco Sales, que lançou o Trio Irakitan. Meu Deus, são tantas lembranças, que o coração dói.
Woden, foi importante a sua lembrança. Que PAULO MOLIN tenha o descanso merecido – ele marcou a minha geração!
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(*) Carlos Roberto de Miranda Gomes,
ex-integrante da Rádio Poti.
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
MARGARETE PEREIRA - um exemplo de perseverança
Nesta oportunidade venho utilizar este meu blog para praticar um ato de inteira justiça, embora o assunto tenha um caráter extremamente particular, mas cuja divulgação servirá de um exemplo perene para as pessoas perseverantes.
Trata-se da diplomação, como professora, da nossa auxiliar Margarete Pereira, que há mais de vinte anos nos presta serviços e já faz parte da paisagem sentimental da nossa casa.
Nestas fotografias temos dois momentos da solenidade realizada na Igreja da Candelária.
Parabéns Margarete e que Deus a coloque no lugar que você merece, ainda que no seu vôo possa se distanciar de nós.
Todos reconhecem o seu esforço; o sacrifício de estudar à noite, após o enfado de um dia de trabalho. VOCÊ VENCEU!
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
“Aí vai meu coração”
Clotilde Tavares
Quero comentar aqui um livro que andei lendo ultimamente. Sempre me esqueço de comentar minhas leituras nesse blog e o meu caro leitor fica encarregado de me cobrar iusso de vez em quando, me a judando a suprir as falhas de memória da chamada terceira idade, que de melhor não tem nada, sejamos francos.
No livro “Aí vai meu coração: as cartas de amor de Tarsila do Amaral e Anna Maria Martins para Luís Martins”, (São Paulo, Global, 2010) a escritora, editora e tradutora Ana Luisa Martins narra o romance entre Luís Martins, seu pai, e a pintora Tarsila do Amaral. Luís Martins e Tarsila tiveram uma longa e “proibida” relação amorosa, sendo ele vinte anos mais novo do que ela; depois ele apaixonou-se pela prima de Tarsila, Anna Maria, com quem viria a se casar e que viria a ser a mãe da autora.
Tarsila do Amaral
O livro todo é de uma delicadeza imensa, que transpira das cartas escritas por Tarsila e por Anna Maria para Luís Martins, que a filha encontrou numa gaveta após a morte do pai. A história desses amores é narrada através da leitura das cartas e complementada pela autora, que explica o desenrolar dos acontecimentos; mas as palavras são as dos próprios protagonistas e revelam, além de uma comovente história de amor, uma sociedade preconceituosa e limitadora da liberdade, principalmente da liberdade da mulher. As fotos e o projeto gráfico aumentam a beleza e o prazer da leitura. A Global Editora está de parabéns pelo lançamento.
Ah, sim: a frase “Aí vai meu coração” era a forma como Tarsila encerrava as cartas para Luís Martins.
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Com singular alegria recebi a visita de CLOTILDE TAVARES e tomei conhecimento do seu blog, do qual serei agora seguidor. Aproveito para transcrever artigo por ela publicado no dia 20 de janeiro de 2011.
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
Luciano Flehr
Mais solidário, menos agressivo
É comemorado nessa segunda-feira (31) o Dia da Solidariedade. No entanto, você já parou para pensar na quantidade de estresse que passamos diariamente, ao invés de ajudarmos o próximo? Imagine esta situação: um carro lhe dá uma fechada em um sinal, seu sangue sobe e você tem vontade de brigar, agredir, bater na pessoa. A explicação para tanta agressividade pode estar na tensão constante vivida pelo ser humano, provocada por fatores como violência e insegurança.
Recebemos também, diariamente, uma carga de energia eletromagnética que interfere em nossos corpos, provenientes de computadores, micro-ondas, televisão, celular, etc. Tudo isso pode gerar atrofia e desequilíbrio no nosso cérebro reptiliano e na amigdala cerebral, responsáveis por nossa capacidade de reação e ação. O cérebro reptiliano é o primeiro a ser formado, no primeiro trimestre de gestação. Nele estão retidas funções animais como caçar, usada quando vamos ao supermercado comprar mantimentos e demarcar território, ao usar uma cadeira preferida ou ocupar um lugar específico à mesa. Já na amigdala cerebral está armazenada nossa capacidade de luta e fuga. Você pode optar por enfrentar uma situação, fugir dela ou ficar estagnado e estressado.
Atualmente o ser humano está em um limiar: de um lado temos a possibilidade de crescer em consciência e de outro podemos regredir e voltar à fase quase pré-histórica de perder a razão. E nos dias de hoje é impressionante como as pessoas perderam a capacidade de avaliar, julgar, ponderar ideias universais ou racionalizar.
Onde foi parar a nossa razão?
Atualmente jovens agridem e matam pessoas por puro preconceito, filhos matam seus pais por herança e juízes adotam crianças para torturá-las. São tantos exemplos de histórias sem razão que nos chocam, que parece que há uma acomodação geral. Nos acostumamos com absurdos e, assim, nos poluímos!
E por que estamos tão agressivos? Uma das explicações para esta pergunta é que o cérebro reptiliano e a amigdala cerebral estão ficando calibrados de maneira distorcida, já que ficamos sem paciência, irritados e com medo. Este último estimula um estado de extrema reatividade. "Com medo de ser atingido, ele atirou primeiro!", costumam dizer algumas pessoas. E a causa de toda a agressividade é o ambiente que vivemos, como nossa casa, trabalho, pessoas que interagem conosco, notícias de jornal e televisão, além da energia dos aparelhos eletroeletrônicos.
O biólogo celular e autor do livro "A Biologia da Crença", Bruce Lipton, diz que o nosso código genético é vulnerável ao ambiente que estamos. E ele chega a seguinte conclusão: "A membrana celular funciona como uma espécie de chip e é programável. O comportamento biológico e a atividade genética estão dinamicamente ligados às informações do ambiente, que podem ser descarregadas (como um download) no interior da célula, que funciona como um computador", explica o especialista. Então, vamos refletir: se o seu filho vê muitos filmes de violência, o que está sendo programado nas células dele?
Percebo, pela minha experiência de terapeuta, que o amor, a gratidão, o companheirismo e a educação estão dando espaço para a agressividade e a política do "eu primeiro", características claras do cérebro reptiliano. Por isso, precisamos sempre escolher em qual tipo de ambiente queremos produzir e nos inserir. Existem diversas técnicas terapêuticas que ajudam a nos equilibrar, como caminhada, yoga, meditação, reiki e bodytalk. Esta última tem um impacto importante na capacidade de recompor a dinâmica de equilíbrio do cérebro reptiliano e da amigdala cerebral.
Que tal começar o ano mudando o padrão da nossa mente para ficarmos menos agressivos e mais felizes e solidários?
Baixado em 31/01/2011, do endereço:
http://entretenimento.br.msn.com/astrologia/artigo.aspx?cp-documentid=27449139
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SOBRE O AUTOR
Massoterapeuta com formação em Medicina Chinesa, Reiki, Auriculoterapia e Reset. Terapeuta Certificado de BodyTalk System pela International BodyTalk Association –
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enviado por Adilson Gurgel
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