terça-feira, 23 de março de 2021
MÚSICA POTIGUAR BRASILEIRA
Valério Mesquita
Não é pretensão, arrogância ou entusiasmo pueril. Não é uma constatação baseada em suposto direito. Antes de tudo é uma conquista. Existe, sim, hoje, uma música potiguar brasileira formada por expressões que nada ficam a dever aos compositores e intérpretes do Ceará e Pernambuco. Nesses estados o poder público, a iniciativa privada e a mídia atuam financeiramente e divulgam os seus artistas. No Rio Grande do Norte o apoio é tímido e, até parece, que não acreditam no potencial do talento do musicista, na sua criatividade e na beleza de sua poesia.
A característica hereditária da cultura musical potiguar vem de um Otoniel Menezes, Eduardo Medeiros, Tonheca Dantas, Felinto Lúcio, das modinhas de Auta de Souza, da inspiração de K-Ximbinho e Hianto de Almeida, um dos precursores da bossa nova. O tempo e o vento, o sol e as águas do Potengi esculpiram uma nova constelação musical no Rio Grande do Norte que me entusiasma e me induz a aplaudir a todos quantos prestigiam os compositores e intérpretes – alguns deles - somente comecei a ouvi-los através dos programas da Rádio FM Universitária. Ao ouvir “O Poema Nordestino”, “Forró pra valer” de Galvão Filho e Chico Morais cheguei ao CD e ao autor, que é filho do saudoso Severino Galvão. Trata-se de uma “família musical”, a começar de D. Elvira Galvão, no seu reinado da Avenida 10, ensinou aos filhos a “arte milenar do rabequeiro e do sanfoneiro”: Erinalda, Erineide, Eri, João Galvão e o grande Babal. O CD contém treze composições da mais fina poética nordestina, sem o lugar-comum dos apeladores do erotismo e da imoralidade que corrompem o sentimento da alma sertaneja. “Não, na minha rede”, “A energia dos Cristais”, “Tem dez no forró”, “Saudade D’ocê”, são versos que relembram Gonzagão, Humberto Teixeira e tantos outros reis do baião e da arte popular.
O Rio Grande do Norte tem a sua música popular genuína nascida das raízes, da gente e do folclore. Esse plantel notável inclui Elino Julião, Enoch Domingos, Chico Morais, Cezar e Zé Fontes, Almir Padilha, Dozinho, Tarcísio Flor, Lane Cardoso, Marina Elali, Carlinhos Zens, Glorinha Oliveira, Rejane Luna, Zé Dias (animador cultural), Lucinha Lira, Regional Sonoroso, Paulo Tito, Liz Nôga, em nome de quem saúdo os grandes cantores da música seresteira do Rio Grande do Norte. Não cabem aqui nestas linhas mencionar todos. Mas, uma coisa se torna importante: a conscientização de que temos uma música potiguar brasileira e que precisa ser valorizada o quanto antes.
(*) Escritor
domingo, 21 de março de 2021
Minhas Cartas de Cotovelo – verão de 2021-20
Por: Carlos Roberto de Miranda Gomes
SOLIDARIEDADE EM TODOS OS SENTIDOS
Nestes tempos sombrios e tristes da pandemia do covid19, uma luz clareou os destinos da humanidade, como dádiva do Criador que podemos chamar de SOLIDARIEDADE.
Homens e Mulheres se irmanam, cérebro (médicos e todos os integrantes do batalhão de salvação hospitalar) e coração (religiosos de todos os Credos), unidos trabalhando pela salvação dos filhos de Deus atingidos pela “peste”, sem medir esforços, com o risco das suas próprias vidas, ajudados por uma gama de pessoas de boa vontade – servidores públicos, civis e militares, imprensa – e cidadãos/cidadãs, que tomam atitudes humanitárias elogiáveis, como aconteceu com a doação de cilindros de oxigênio no desespero do Estado do Amazonas.
De lamentar, alguns insensíveis que põem o seu prazer acima o seu próximo e continuam a desafiar o inimigo comum até que eles próprios são atingidos pelo terrível mal e, grande parte perdendo a batalha, fazendo com que, paulatinamente, esses infringentes da lei natural adiram ao clamor geral.
Mas nesse palco de luta não podemos esquecer o papel importante dos que labutam no campo da espiritualidade, independentemente de qual religião estejam filiados, dando conforto e coragem para a luta permanente - fisicamente com ajudas materiais e espiritualmente com suas preces e orações, através de visitas e pela via cibernética hoje elevada a uma condição de maior assimilação para os acomodados.
A realização de palestras, lives, conselhos, celebrações confortam os cristãos e também os que adotam outro Ente transcendental.
Particularmente, agradeço àqueles com os quais tenho assistido diariamente, como a Tv. Divino Pai Eterno, Padre Nunes, e os meus amigos Monsenhor Lucas, Padre Francisco Motta e do Padre João Medeiros Filho, com seus artigos reconfortantes e enérgicos.
Roguemos para que a Páscoa de 2021 seja não apenas a ressurreição de Cristo, mas, igualmente, das vítimas da tragédia e da esperança por um novo tempo.