sábado, 7 de novembro de 2015


Notícias


05 novembro, 2015

Eleição OAB/RN: Paulo Coutinho e Magna Letícia participam de debates


A eleição para a nova composição da OAB/RN, relativa ao triênio 2016/2018, acontecerá no dia 16 de novembro de 2015, das 9h às 17h, em Natal (Arena das Dunas) e nas sedes das Subseccionais em Assu, Caicó, Pau dos Ferros, Goianinha, Mossoró e Currais Novos. Já em Macau será na Sala da OAB na 1ª Vara do Trabalho, no bairro Porto de São Pedro.
Para discutir as propostas dos candidatos em Natal, a Advocacia Jovem Unida do Rio Grande do Norte - AJURN realiza sabatina com os candidatos à presidência da OAB/RN, Paulo Coutinho e Magna Letícia, nesta sexta (06), às 14h, no auditório do Parque da Cidade Dom Nivaldo Monte (Avenida Omar O'Grandy, prolongamento da Avenida Prudente de Morais, S/N, Candelária).
Já na segunda-feira (9), às 20h, na TV Câmara Natal, será realizado o Tela de Justiça Debate, mediado pelo jornalista João Ferreira, com transmissão simultânea pelo portal do Novo Jornal. O debate terá uma hora de duração, dividido em quatro blocos, e poderá ser assistido pelo canal 10 da Cabo, canal 51.4 digital ou através do www.novojornal.jor.br, além de cobertura das mídias sociais do Novo Jornal e do Jurinews.
O voto é obrigatório para todos os advogados inscritos na OAB sob pena de multa equivalente a 20% do valor da anuidade, salvo ausência justificada por escrito, a ser apreciada pela Diretoria do Conselho Seccional.  A comissão eleitoral estabeleceu o prazo de 30 dias após a eleição para a justificativa, que deve ser feita através do Peticionamento Eletrônico no site da OAB/RN.
É importante ressaltar que poderão votar os advogados adimplentes com a OAB até 30 (trinta) dias antes da data do pleito e que não haverá regularização da situação financeira no dia da eleição.
O voto de cada um dos advogados é essencial para a contínua construção de uma Entidade voltada à histórica defesa da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e das prerrogativas profissionais.


Por: Anne Danielle Medeiros

ELEIÇÕES EM 16 DE NOVEMBRO


jurinews
Eleição OAB-RN: O que esperar dessa campanha? Da coluna do Jurinews no Novo Jornal Por João Ferreira, editor do Jurinews Após muita expectativa, a campanha para sucessão na OAB-RN, oficialmente, começou. Duas chapas registradas e menos de 30 dias para os candidatos a presidente, Paulo Coutinho e Magna Letícia, angariar os votos dos advogados inscritos na Seccional. Como observador da cena jurídica potiguar, espero que a advocacia seja a grande vencedora do pleito que acontecerá em 16 de novembro. O momento agora é de debater ideais e apresentar propostas para o fortalecimento da categoria no Rio Grande do Norte, em uma campanha sem radicalismo, sem factoides, a altura do que os defensores do estado democrático de Direito anseiam e merecem. A eleição deve ser a maior festa da advocacia, que ocorre a cada três anos, independente de quem vencer, porque após a proclamação do resultado, os desafios permanecerão os mesmos e quem ganhar terá a imensa responsabilidade de trabalhar arduamente para fortalecer a advocacia potiguar no triênio 2016-2018. 

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

H O J E


H O J E

 
 
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Convite

“A Academia de Letras Jurídicas do RN (ALEJURN) dará posse aos seus novos membros em concorrida solenidade marcada para o dia 6 de novembro, às 19h30, na sede da Academia Norte-riograndense de Letras, em Natal. Serão empossados o desembargador do TJ-RN João Batista Rebouças, o juiz federal Walter Nunes e o desembargador federal aposentado Francisco Barros Dias. Os juristas vão assumir as cadeiras anteriormente ocupadas, respectivamente, por Miguel Josino, Anna Maria Cascudo e Silvio Caldas”.


quinta-feira, 5 de novembro de 2015

O PARTO

Há várias décadas, quando em Nova-Cruz (RN) ainda não havia unidade hospitalar, José Lucas, um agricultor, viajou de trem para Guarabira (PB), levando Maria, a esposa, para parir o décimo filho do casal, no hospital daquela cidade. A gravidez da mulher não tinha sido muito sadia, e, por esse motivo, ele foi aconselhado, no Posto de Saúde de Nova-Cruz, a levá-la para dar à luz em uma cidade onde houvesse hospital. Como Nova-Cruz fica localizada na fronteira do Rio Grande do Norte com a Paraíba, tornava-se mais fácil para José Lucas levar a esposa para o hospital de Guarabira (PB). Todos os dias, passava por Nova-Cruz o trem que saía de Natal (RN), na direção da Paraíba e Pernambuco. Também passava no sentido contrário, vindo do Recife com destino a Natal, atravessando a Paraíba.
Pela primeira vez, Maria iria ter um filho fora de casa, onde costumava ser submetida aos cuidados de uma conhecida parteira, sem nunca haver passado por uma complicação.
José Lucas deixou a esposa internada e voltou para Nova-Cruz, sendo orientado pela assistente social do hospital a ir buscá-la, juntamente com o bebê, três dias depois.
Nesse tempo, não havia facilidade de comunicação, e José Lucas permaneceu sem notícias da esposa durante três dias, até que retornou a Guarabira. Em lá chegando, dirigiu-se imediatamente ao hospital. Estava ansioso para ver a mulher, e curioso para saber o sexo do bebê, o que, naquela época, somente era conhecido na ocasião do parto.
Na recepção do hospital, José Lucas sofreu um grande impacto, ao ser informado de que Maria, sua esposa, havia ido a óbito durante o parto, e que o bebê, uma menina, também havia morrido.
O pobre homem passou mal diante da triste notícia. Enfrentou um grande momento de dor, agravado pela falta de dinheiro. Não sabia o que fazer, nem por onde começar. Não parava de chorar, enquanto aguardava os atestados de óbito da mulher e da menina. Depois disso, teria que providenciar a compra dos caixões e pagar o translado dos corpos para Nova-Cruz, onde deveria se realizar o sepultamento. Antes disso, teria que ir ao necrotério do hospital, acompanhado de um enfermeiro, para fazer o reconhecimento dos corpos.
Ao se dirigir ao necrotério, José Lucas avistou uma paciente, de camisola, caminhando lentamente pelo corredor do hospital. Os seus olhos vislumbraram naquela mulher a sua Maria, que, segundo informação do hospital, havia morrido, juntamente com a filhinha recém-nascida. José Lucas ficou paralisado, sem conseguir desgrudar os olhos daquela “aparição”. O homem sofreu um desfalecimento. Convicto de que estava vendo a alma da esposa morta, José Lucas entrou em pânico. E o pior foi que a suposta “alma” andou em sua direção, falando alto:
– Lucas, chegasse agora??? “Vamo vê o teu fio!!!
A tremedeira se apoderou do homem, que não sabia se estava tendo uma alucinação ou não. Maria gritou por socorro ao ver o marido desmaiar. O alvoroço no hospital foi grande, ao ser constatado o equívoco: Maria estava “vivinha da Silva”, e também o filho, e não filha, que havia parido, num parto normal. O garoto havia pesado quase quatro quilos.
Depois de receber atendimento médico no próprio hospital, José Lucas se recuperou do choque sofrido. Conseguiu entender, então, que tudo aquilo não havia passado de um equívoco, fruto da desorganização da equipe médica do hospital de Guarabira (PB).
Nesse momento, o agricultor José Lucas deu graças a Deus, por sua Maria, e Moisés, o novo rebento do casal, estarem vivos.
Bendito equívoco!!!

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

INTOLERÂNCIA, INCOMPETÊNCIA OU INDIFERENÇA?

Ao longo da história da humanidade, aprendemos que a criação do Estado foi uma obra de ficção, levada pela necessidade das populações no sentido de que, pondo à margem o individualismo, pudesse existir uma Entidade com a capacidade de gerir o destino de todos, mediante a entrega de uma parcela da riqueza pessoal para manutenção da gerência do todo.

Desta forma o Estado é uma criatura, gerada por criadores representados pelo povo. Por isso, jamais a criatura pode voltar-se contra os criadores, sob pena de praticar inversão da lógica e dos valores autênticos da harmonia humana.

Contudo, nos últimos tempos, temos vivenciado a hipertrofia do poder estatal e o vilipêndio aos direitos das pessoas, gerando o caos.

Alguns Estados se tornaram totalitários, suprimindo a liberdade, tolhendo direitos, exigindo absurdos, tratando de forma desigual as exigências do bem comum.

Para não ficar no campo da filosofia, chamamos a atenção para a situação específica do Brasil, onde o povo foi dividido em castas, umas com muito (geralmente dos que já têm) e outras com pouco (dos que possuem menos).

Dentre esse absurdo tratamento, agora mais um vem afligir a população brasileira - a criação de novos direitos para os empregados domésticos (o que é muito justo), mediante a criação de um sistema que, ironicamente, chamam de “simples”, mas que vem atropelando a paz e a tranquilidade dos patrões, enquanto põe em risco o próprio empregado, pois o sistema implantado não funciona, o prazo do pagamento foi antecipado e os “gerentes” da receita agem de forma intolerante, incompetente e indiferente.

Temos perdido tempo e não tem sido possível cumprir a lei, mas os representantes públicos ameaçam não haver prorrogação e, em consequência, a aplicação de sanções.

Cabe aqui uma intervenção do Governo com alguma medida substitutiva ou com prorrogação de prazos, uma vez que a culpa não é da população.

Será que nem para isso serve o nosso Parlamento? 

terça-feira, 3 de novembro de 2015

UMA RESPEITÁVEL OPINIÃO


O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: SUA FORÇA E SUA FRAQUEZA
Uma  proposta de reflexão coletiva para o OBSERVATÓRIO DA SAÚDE DO DF (Parte  I)

Geniberto Paiva Campos -  maio/2014

1)   Um breve histórico da trajetória do SUS

Decorrido um quarto de século da existência e do funcionamento do SUS/Sistema Único de Saúde brasileiro,  urge fazer permanentes  avaliações do Sistema e o impacto  da sua implantação na Saúde Pública do país.
Esta frase deveria soar como um chamamento, talvez um alerta, para todos os cidadãos preocupados com a formulação e a execução de políticas sociais, potencialmente capazes de corrigir as graves distorções e desigualdades prevalentes no modelo de desenvolvimento  adotado no Brasil nas últimas décadas.
A criação do SUS, no momento em que o Brasil reencontrava o caminho da Democracia, após décadas de turbulências político-institucionais, representa a vitória de um grupo de sanitaristas engajados na luta pelas garantias do acesso à Saúde como direito de cidadania e dever do Estado, finalmente, expresso como norma constitucional.
Entretanto, o Sistema Público de Saúde vem, ao longo do tempo, enfrentando  dificuldades para exercer em plenitude o que está expresso na letra e no espírito da Constituição Cidadã, promulgada em 1988.  Problemas que,  pela sua complexidade,  merecem análises atentas a partir do entendimento de que o Estado brasileiro sofreu mudanças e inflexões significativas, quando da  inserção do Brasil como mercado emergente  da economia global.
Transcrevendo  Octávio Ianni (1997):  “este é o contexto em que se desenvolve a reestruturação do Estado compreendendo a desestatização, a desregulação, a privatização e a  abertura dos mercados. Redefine-se, de alto a baixo,  a estrutura do aparelho estatal de modo  a fornecer e dinamizar a transnacionalização da indústria, da agricultura, do comércio e do sistema bancário.”
Em seu nascedouro o SUS, originário de concepções corretas e socialmente justas, atribuiu à iniciativa estatal praticamente toda a carga de responsabilidade na organização e na oferta  dos serviços de Saúde. Cabendo ao setor privado o papel de sistema suplementar, previsto na nova Constituição. Simultaneamente, a prática médica passava por profundas modificações, incorporando, com surpreendente rapidez, e consequentes aumentos de custos, novos conhecimentos científicos e tecnologias diagnósticas e terapêuticas, antes impensáveis. A conjunção desses fatores impactou fortemente o SUS ao longo da sua existência. E é possível perceber o crescimento lento e inexorável do Sistema Suplementar, colocado como alternativa ao Sistema Público.
Se considerarmos o governo José Sarney – 1985/89 – como um período de transição para a normalidade democrática e reconstitucionalização do país, a eleição de Fernando Collor – 1990/92 – substituído pelo seu vice, Itamar Franco – 1992/93 – marca um período de forte questionamento do Estado¸ com objetivos de modernização da sociedade brasileira e o sempre esperado “salto para o Desenvolvimento”. Os governos subsequentes, dispondo, a partir de 1998, do estatuto da reeleição, continuaram, apenas com diferentes nuances, esse questionamento da missão do Estado como indutor e executor de políticas públicas. Os governos Itamar Franco/Fernando Henrique Cardoso propiciaram o controle racional do processo inflacionário, dotaram o país de uma moeda forte, o Real, mas seguiram a trilha do neoliberalismo. Os governos subsequentes, Luis Inácio Lula da Silva e Dilma Roussef promoveram consistente inclusão social. Com esforços evidentes para fazer do Estado o elemento indutor do desenvolvimento. Mas, em essência, respeitaram os cânones do neoliberalismo ortodoxo. E nenhum deles, no espaço de 20 anos dos seus mandatos,  lograram fazer do SUS um programa efetivo de Saúde Pública. O SUS persistiu enfrentando todas as dificuldades impostas pelo aparato legal que nega ao Estado tornar-se efetivo na implantação e no desenvolvimento de  políticas públicas.
 O impacto dessas novas concepções no âmbito do Congresso Nacional foi  muito intenso. A elite brasileira, ou se preferirmos, a classe dominante, sobretudo aquela  representante do capitalismo financeiro, rentista  e não produtivo, percebeu que o controle da “fábrica de leis” – senado e câmara federais – tornara-se a arena decisiva para o caminhar seguro do processo de modernização, de acordo com o seu ponto de vista e interesses de classe. Alguns experientes analistas políticos afirmam que o maior partido do Congresso é o “partido do empresariado”.   A tudo isso o SUS  vem conseguindo resistir, a duras penas. O episódio da CPMF, em 2007, é emblemático. Recursos substanciais, cerca de 40 (quarenta) bilhões anuais, foram retirados do SUS, por decisão do Congresso Nacional, decisão  amplamente comemorada, sem nenhum pudor, por parlamentares eufóricos. Que defendiam, e ainda defendem, com boa dose de cinismo, “mais recursos para a Saúde Pública”. O retrato mais evidente da ambiguidade que permeia os “apoiadores” do nosso Sistema de Saúde. O êxito de um programa de saúde pública, sob liderança estatal e com forte enraizamento popular, é algo a ser evitado como anátema. Os impasses do SUS, seus avanços e recuos, decorrem em boa parte dessa concepção. Declara-se apoio puramente retórico ao Sistema, ao mesmo tempo em que criam-se as amarras  legais que, na prática, impedem o seu funcionamento.

2)   O SUS  visto por dentro

Dos princípios que norteiam o SUS, dois deles resumem os seus nobres objetivos, enquanto programa social: 1. UNIVERSALIDADE  da cobertura: TODOS  os cidadãos brasileiros passaram a ter direito de acesso à assistência à saúde;  2. INTEGRALIDADE  das ações de Saúde: significando atuação em TODAS as etapas do processo Saúde/Doença, a saber, prevenção/diagnóstico/tratamento/reabilitação/cuidados paliativos. Ações assumidas, constitucionalmente, como DEVER DO ESTADO.
Outro importante aspecto, este de ordem estratégica, estabeleceu o MUNICÍPIO  como núcleo responsável pelas ações de Saúde, criando-se, em consequência, um processo irreversível de descentralização, pulverizando as ações do Sistema Único em milhares de estruturas estanques. Sem tempo para a criação de uma definição doutrinária precisa, cada município, boa parte deles sem nenhuma tradição ou experiência prévia com as complexas questões sanitárias, com o campo da saúde em permanente mudança, via-se compelido a criar as condições para a organização e operacionalização de um sistema de atenção à saúde, atuando, por imposição legal, em todos os níveis de complexidade primário, secundário e terciário, conforme estipulavam as normas administrativas vigentes. Nesse aspecto, a Federalização foi levada às últimas consequências.  As instâncias de articulação ,criadas em decorrência do esvaziamento político e administrativo das Secretarias de Saúde -  comissões bi e tripartites – não se mostraram eficazes em promover a harmonia funcional do Sistema. Instâncias efetivas de permanente avaliação das ações  foi o elemento que esteve de todo ausente, ou não conseguiu mostrar sua indispensável atuação na regulação e controle do Sistema. Gerando, muitas vezes, ineficácia, desperdício de recursos e incapacidade operacional.
Como exemplo desse descompasso do Sistema, após mais de duas décadas de funcionamento, aproximadamente 800 (oitocentos) municípios brasileiros não dispunham de  médicos ou condições mínimas de infraestrutura assistencial. O que gerava justas reclamações da população desassistida e graves preocupações das prefeituras, legalmente responsáveis por essa omissão. Importante lembrar que foi este fato que levou a Associação Nacional de Prefeitos a criar o movimento “Cadê o Doutor?”, o qual teve como pronta resposta do Ministério da Saúde a criação do programa “Mais Médicos” em 2013, gerador de sérias polêmicas e conflitos com as entidades de representação da classe médica.
O acervo de realizações do SUS é um fato incontestável. O elevado número de procedimentos médicos e cirúrgicos é contado em milhões. Sem o SUS, um imenso contingente de renais crônicos ficaria sem assistência e com a sua sobrevida em risco. E um número elevadíssimo de cardiopatas evoluiriam para situações terminais da sua doença cardiovascular. São evidentes as modificações no perfil  epidemiológico do país, ocorridas nas últimas décadas e que tiveram a participação direta ou indireta do SUS. Cabe então a pergunta: por que o SUS não é percebido positivamente pela população carente como um Sistema  de efetiva prestação de assistência integral à saúde? Por que 72% da população considera a Saúde como um dos maiores problemas das políticas públicas do Brasil, como se não levasse em conta a existência do SUS?
Quais as medidas a serem adotadas no sentido de corrigir os rumos do Sistema? Talvez seja correto apontar correções no âmbito externo, isto é, no aparato estatal e na organização interna do próprio SUS, enquanto sistema prestador de serviços, na complexa e desafiadora área da saúde. E focar todas essas medidas de correção desde o ponto de vista do usuário, a razão da existência do Sistema Único de Saúde.
(Caberia uma indagação pertinente nesta análise: por que as instituições públicas de  saúde, de êxito inegável  nas esferas assistencial, de ensino e pesquisa “fogem” do modelo estatal ortodoxo de organização? Provavelmente porque  seriam submetidas, neste modelo, a dificuldades intransponíveis, em função do controle draconiano de organismos criados com o alegado intuito de defender a correta aplicação de recursos públicos, mas que na prática inviabilizam o seu funcionamento. Várias instituições de excelência podem ser citadas. Todas adotando modelos de fundação, associação, parcerias público/privadas, entre outras modalidades).   – FIM DA 1ª PARTE –


3)   QUEM SÃO OS “INIMIGOS” DO SISTEMA PÚBLICO DE SAÚDE?       (Parte II do texto)

Pelas considerações emitidas na primeira parte do presente artigo, os “inimigos” do SUS poderiam  ser classificados em 2 categorias: externos e internos. Se essa análise corresponder à realidade, caberia, então, fazer as necessárias e imprescindíveis mudanças: 1. no ambiente interno, aparentemente mais fácil de ser realizada; e 2. no ambiente externo,  por motivos óbvios  de bem mais difícil alcance. Esses adversários do Sistema poderiam ainda ser classificados em reais (mas disfarçados) e aparentes.
 A remoção dessas dificuldades ao desenvolvimento do Sistema passa por um  complexo jogo político. Que, logicamente, começaria pelas mudanças no âmbito interno. Corrigindo falhas estruturais e operacionais do Sistema. É fácil perceber que o Sistema Único de Saúde representa, nos dias de hoje, uma  pesada máquina administrativa, tendo incorporado, ao longo do tempo, vícios e virtudes. Pelas diferenças regionais, com características culturais próprias de cada macro região, o Sistema Único, naturalmente, adquiriu certas nuances na esfera administrativa e na forma de prestação de serviços assistências. São fatores a serem levados em conta, frente a eventuais mudanças no Sistema.
Para alguns analistas e militantes da Saúde Pública o SUS precisa ser consolidado. Para outros, mais exigentes, “reinventado”. Este um termo que  causa algum tipo de  justificada repulsa às lideranças tradicionais do Sistema, que imaginam o SUS um produto perfeito e (bem) acabado, necessitando, no máximo, de pequenas correções de rumo. É possível que tenha chegado a hora de se criar um FÓRUM PERMANENTE DE AVALIAÇÃO DO SUS, ou uma instância equivalente. Escrutinando o seu ambiente interno e também o ambiente externo, nos quais, sabemos, residem uma série de obstáculos ao pleno funcionamento do Sistema. Evitando avançar em possíveis sugestões na composição deste fórum permanente, ficaria por enquanto, ressaltada  a necessidade de constante ausculta  da população usuária do SUS. Neste caso, o melhor juiz da qualidade dos serviços.
A serem avaliados, no ambiente externo,  os gargalos de ordem legal, plantados de forma aparentemente inocente no caminho dos gestores públicos,   sempre com os mais altruístas propósitos de moralização. Na pauta prioritária para desimpedir os caminhos da Saúde Pública, a necessária revisão da aplicação da Lei de Licitações; do Concurso Público para Contratação de Pessoal e, por fim mas não menos importante, a Lei de Responsabilidade Fiscal , a temida LRF. Ou a Saúde obtém, finalmente, um status especial no Serviço Público ou pagará a condenação perene à inoperância e à ineficiência. Ou continuará buscando formas escapatórias (“gambiarras”), cada vez mais criativas. Há que se buscar métodos  inovadoras e inteligentes de se prevenir, evitar e punir atos de desonestidade com a chamada “coisa pública”, com outros  e mais eficientes padrões de controle e monitoramento. Reservando-se os atos punitivos para os que forem flagrados em comprovados atos de prevaricação ou abuso  das normas administrativas vigentes. Evitando-se, dessa maneira, punir os usuários que dependem, exclusivamente  dos serviços públicos. Esta, presume-se, uma proposta de difícil  trânsito nas esferas legislativa e judiciária. Mas perfeitamente possível de se tornar realidade. Desde que a inteligência criativa vença o preconceito. É preciso deixar claro: a destinação dos 10% do Orçamento da União para a Saúde resultará em parcos resultados, se esta medida não vier acompanhada da possibilidade  efetiva de gastos coerentes desses recursos. aplicados na melhoria efetiva da prestação dos serviços de saúde. E não mais ficaremos andando em círculos, com o velho e inútil dilema: “financiamento x gestão”.
Finalmente, o olhar crítico, severamente crítico, para o ambiente interno. É preciso fazer mudanças na organização interna do sistema de prestação de serviços. A Atenção Primária de Saúde/APS não ocupa o seu  devido - e estratégico - lugar no Sistema público de Saúde..
 É essencial rever o discurso político e as palavras de ordem da militância do SUS, em todos os níveis. Definidos os “inimigos” do SUS, os reais mas, às vezes,  com o disfarce de  aliados, que ao longo do tempo criam todo tipo de dificuldades ao pleno desenvolvimento do Sistema. E aqueles decorrentes de erros na concepção estratégica original do SUS. Que vem gerando graves distorções na prestação de serviços, resultando em ineficiência e desperdícios funcionais. De sérias consequências, considerando o cenário mutável e desafiador da assistência à Saúde. Com mudanças bruscas de conceitos e práticas diagnósticas e terapêuticas. Situação crítica, a reclamar respostas criativas para problemas complexos. Soluções primárias ou simplórias para desafios de tal envergadura resultam em sérios problemas operacionais para o Sistema.
Nesse sentido, torna-se urgente rever os conceitos e as bases operacionais da APS. Sem exagero, a APS, tal como concebida e aplicada atualmente, pode ser assumida como inexistente. Este fato torna o padrão assistencial falho e inoperante. Sobrecarregando a estrutura hospitalar. Onerando profundamente toda a rede assistencial. Sugere-se, como prioritário, o enfoque na APS. Tornando-o o núcleo estratégico de toda a rede assistencial. Capaz de organizar a demanda, e através desta, organizar e harmonizar a oferta de serviços. Focar as ações na estrutura da Família, com o atendimento de crianças, adolescentes, adultos e idosos. Valorizar, não somente no discurso, o papel do agente comunitário de saúde/ACS , peça fundamental de toda a engrenagem assistencial. Rever, criticamente, as funções das Unidades de Pronto Atendimento/UPAs, como unidades integradoras entre a assistência primária e o nível hospitalar. Reduzindo custos e tornando o atendimento aos usuários ágil e eficiente.
O desafio, portanto, é operacionalizar essas ideias. Atuar, simultaneamente, nas esferas política (ambiente externo) e administrativa/operacional (ambiente interno). Buscando, firmemente, a  consolidação do Sistema em bases sólidas. Passando da retórica à prática. Harmonizando os irretocáveis fundamentos conceituais que deram origem ao SUS, um dos maiores programas sociais do mundo, com o mais elevado nível assistencial. Priorizando, sempre, o Usuário. Este o desafio. Perfeitamente  possível de ser vencido. Desde que haja criatividade, competência técnica e decisão política.  UM OUTRO SUS É POSSÍVEL.





H O J E


   
Luiza Nóbrega

 
COMEÇA HOJE, 3 DE NOVEMBRO, ÀS 9:00, NO AUDITÓRIO DO CENTRO DE EDUCAÇÃO DA UFRN, E SE ENCERRA NA`TARDE DA QUINTA, 5, COM MOSTRA DE LIVROS, PROJEÇÃO DE VÍDEOS E ENCENAÇÃO POÉTICPO-TEATRAL, EM DIÁLOGOS COM VERSOS DO GRANDE POETA LÊDO IVO. UMA FESTA DE POESIA.
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Praz

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

F I N A D O S



DIFERENTEMENTE DO COSTUME, entendo que o DIA DE FINADOS deve ser visto como data do respeito aos mortos, da invocação da saudade dos que se foram, da oração fervorosa pelos desencarnados, longe de festas, embora possa ser, também, um dia de lembranças queridas.
Esse tema não é da minha preferência, mas transcrevo alguma coisa tirada da Wikipédia para relembrar tradições. Cada um age com sua consciência determinar. Eu fico com o respeito e a eterna saudade dos meus queridos pais, parentes e amigos, como também pelos desconhecidos.

Dia dos Fiéis Defuntos

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Dia dos Fiéis Defuntos
William-Adolphe Bouguereau (1825-1905) - The Day of the Dead (1859).jpg
O Dia da Morte, pintura de William-Adolphe Bouguereau












O Dia dos Fiéis Defuntos ou Dia de Finados, (conhecido ainda como Dia dos Mortos no México), é celebrado pela Igreja Católica no dia 2 de novembro.
Desde o século II, alguns cristãos rezavam pelos falecidos, visitando os túmulos dos mártires para rezar pelos que morreram. Noséculo V, a Igreja dedicava um dia do ano para rezar por todos os mortos, pelos quais ninguém rezava e dos quais ninguém lembrava. Também o abade de Cluny, Santo Odilon, em 998 pedia aos monges que orassem pelos mortos. Desde o século XI os Papas Silvestre II (1009), João XVII (1009) e Leão IX (1015) obrigam a comunidade a dedicar um dia aos mortos. No século XIII esse dia anual passa a ser comemorado em 2 de novembro, porque 1 de novembro é a Festa de Todos os Santos. A doutrina católica evoca algumas passagens bíblicas para fundamentar sua posição (cf. Tobias 12,12;  1,18-20; Mt 12,32 e II Macabeus 12,43-46), e se apóia em uma prática de quase dois mil anos[1] .

Segundo León Denis[2] , o estabelecimento de uma data específica para a comemoração dos mortos é uma iniciativa dos druidas, pessoas encarregadas das tarefas de aconselhamento, ensino, jurídicas e filosóficas dentro da sociedade celta, que acreditavam nacontinuação da existência depois da morte. Reuniam-se nos lares, e não nos cemitérios, no primeiro dia de novembro, para homenagear e evocar os mortos.

O Dia de Finados para a Fé Protestante[editar | editar código-fonte]

Após a Reforma Protestante, a celebração do Dia de Finados foi fundida ao da Festa de Todos os Santos na Igreja Anglicana, ainda que tenha sido posteriormente desmembrada em certas igrejas coesas ao Movimento de Oxford no século XIX. A observância da comemoração foi restaurada, todavia, em 1980, por meio da publicação do livro litúrgico The Alternative Service Book, o qual define a data como "festividade menor" intitulada "Comemoração dos Fiéis Defuntos".[3]
Entre os protestantes históricos da Europa, a tradição foi mais tenazmente mantida. Mesmo a forte influência de Martinho Lutero não foi suficiente para abolir sua celebração na Saxônia durante sua vida e, apesar da sanção oficializada pela Igreja Luterana, sua memória sobrevive fortemente no costume popular.
Em 1816, a Prússia introduziu uma nova data para a lembrança dos mortos, com feriado, entre os cidadãos luteranos: era o Totensonntag, ou seja, Domingo dos Mortos, celebrado no último domingo antes do Advento. Este costume foi mais tarde adotado também pelos protestantes alemães, ainda que não se tenha espalhado muito além das regiões de maioria luterana na Alemanha.
Para a Igreja Metodista, são santos todos os fiéis batizados, de modo que, no Dia de Todos os Santos, a congregação local honra e recorda seus membros falecidos. [4] [5]

O Dia de Finados para o Espiritismo Cristão[editar | editar código-fonte]

Para os espíritas, visitar o túmulo é a exteriorização da lembrança que se tem do espírito querido, é uma forma de manifestar a saudade, o respeito e o carinho, pois segundo consta em O Livro Dos Espíritos, questão 320, a lembrança dedicada aos desencarnados os sensibiliza, conforme sua situação. Entretanto, nada há de solene comparando-se aos demais dias. Desde que realizada com boa intenção, sem ser apenas um compromisso social ou protocolar, desde que não se prenda a manifestações de desespero, de cobranças, de acusações, como ocorre em muitas situações, a visitação ao túmulo não é condenável, como nada o é no Espiritismo, apenas é conduzida à compreensão de forma lógica e racional. O espírito, ou alma, agora desencarnada, não se encontra no cemitério, e pode ser lembrada e homenageada através da prece em qualquer lugar. A prece proferida pelo coração, pelo sentimento, santifica a lembrança, e é sempre recebida com prazer e alegria pelo espírito desencarnado.
Em um contexto histórico, o codificador, Allan Kardec, indaga na questão 329:
O instintivo respeito que, em todos os tempos e entre todos os povos, o homem consagrou e consagra aos mortos é efeito da intuição que tem da vida futura?
E os espíritos respondem:
“É a consequência natural dessa intuição. Se assim não fosse, nenhuma razão de ser teria esse respeito.”