OBSOLESCÊNCIA PLANEJADA
Tomislav R. Femenick – Mestre em Economia e
Contador
Quando
a produção de uma mercadoria é planejada para que ela atinja o estado de
obsolescência em tempo determinado, nessa programação há um componente
importante: a assimetria de informação – o produtor sabe o tempo projetado para
duração do produto, enquanto o consumidor não. Por isso, a Obsolescência
Planejada tem mais probabilidade de êxito quando a produção da mercadoria sob a
qual está sendo aplicada é exercida por empresas monopolista ou oligopolista.
Na maioria das vezes esse monopólio ou oligopólio é em decorrência de
tecnologias cujas patentes são de propriedade do fabricante ou cujo direito de
uso foi por ele adquirido.
O
exemplo mais citado como fato concreto é o mercado automobilístico
norte-americano nos anos 1960 e 1970. Até essa época, as montadoras do país
praticamente só faziam veículos grandes e com alto índice de caducidade. Quando
chegaram os carros japoneses, mais compactos e projetados para terem “maior
tempo de vida”, as fábricas americanas tiveram que redefinir o tamanho e tempo
de uso dos seus carros.
Vários mecanismos de planejamento são usados para fazer surgir a obsolescência de uma mercadoria ou serviço, uma delas é o desuso por causas técnicas. Essa é a principal causa da obsolescência das mercadorias em geral. Aqui se tem dois tipos de desuso por causas tecnológicas: a) porque foram descobertos novos processos após o lançamento do produto ou b) porque o primeiro lançamento da mercadoria com tecnologia inferior tinha como objetivo financiar as pesquisas para desenvolver as inovações do segundo lançamento, e assim repetidamente. No primeiro caso uma descoberta científica não programada que provoca a caducidade. O segundo caso é o que se identifica com o conceito técnico de o bsolescência planejada – os produtos antecessores e sucessores são elaborados pela mesma corporação.
Há
ocorrências que fazem aflorar o “estado obsoleto” de um bem, como resultado de
programação industrial. Uma delas é quando há necessidade de se fazer
manutenção preventiva ou corretiva que envolva reparos ou substituição de
peças. Nessas situações, o custo dos reparos se aproxima, é igual ou é superior
ao de substituição do bem antigo por um novo, contendo as inovações mais
modernas. Outra forma é simplesmente o fornecedor suspender a assistência
técnica e a reposição de peças. Uma terceira forma de evidência de
obsolescência é quando um produto novo (com novas tecnologias) não oferece
condições de interagir com produtos antigos (com tecnologias anteriores). Os
exemplos mais comuns são os periféricos de computadores e alguns tipos de
máquias industriais que não funcionam com softwares
ou equipamentos recém-lançados.
Outro
caso é o desuso por ovideocassete,
por isso seu nome: “Disco Fitas”. Hoje a loja ainda existe, porém não vende nem
discos de vinil, nem fitas
cassetes, nem videocassete; produtos que não mais
existem e que foram substituídos por outros.
Tribuna do Norte. Natal, 03 ago. 2022
OBSOLESCÊNCIA PLANEJADA
Tomislav R. Femenick – Mestre em Economia e
Contador
Quando
a produção de uma mercadoria é planejada para que ela atinja o estado de
obsolescência em tempo determinado, nessa programação há um componente
importante: a assimetria de informação – o produtor sabe o tempo projetado para
duração do produto, enquanto o consumidor não. Por isso, a Obsolescência
Planejada tem mais probabilidade de êxito quando a produção da mercadoria sob a
qual está sendo aplicada é exercida por empresas monopolista ou oligopolista.
Na maioria das vezes esse monopólio ou oligopólio é em decorrência de
tecnologias cujas patentes são de propriedade do fabricante ou cujo direito de
uso foi por ele adquirido.
O
exemplo mais citado como fato concreto é o mercado automobilístico
norte-americano nos anos 1960 e 1970. Até essa época, as montadoras do país
praticamente só faziam veículos grandes e com alto índice de caducidade. Quando
chegaram os carros japoneses, mais compactos e projetados para terem “maior
tempo de vida”, as fábricas americanas tiveram que redefinir o tamanho e tempo
de uso dos seus carros.
Vários mecanismos de planejamento são usados para fazer surgir a obsolescência de uma mercadoria ou serviço, uma delas é o desuso por causas técnicas. Essa é a principal causa da obsolescência das mercadorias em geral. Aqui se tem dois tipos de desuso por causas tecnológicas: a) porque foram descobertos novos processos após o lançamento do produto ou b) porque o primeiro lançamento da mercadoria com tecnologia inferior tinha como objetivo financiar as pesquisas para desenvolver as inovações do segundo lançamento, e assim repetidamente. No primeiro caso uma descoberta científica não programada que provoca a caducidade. O segundo caso é o que se identifica com o conceito técnico de o bsolescência planejada – os produtos antecessores e sucessores são elaborados pela mesma corporação.
Há
ocorrências que fazem aflorar o “estado obsoleto” de um bem, como resultado de
programação industrial. Uma delas é quando há necessidade de se fazer
manutenção preventiva ou corretiva que envolva reparos ou substituição de
peças. Nessas situações, o custo dos reparos se aproxima, é igual ou é superior
ao de substituição do bem antigo por um novo, contendo as inovações mais
modernas. Outra forma é simplesmente o fornecedor suspender a assistência
técnica e a reposição de peças. Uma terceira forma de evidência de
obsolescência é quando um produto novo (com novas tecnologias) não oferece
condições de interagir com produtos antigos (com tecnologias anteriores). Os
exemplos mais comuns são os periféricos de computadores e alguns tipos de
máquias industriais que não funcionam com softwares
ou equipamentos recém-lançados.
Outro
caso é o desuso por o bsolescência funcional, quando os fabricantes
introduzem novas tecnologias que substituem totalmente as tecnologias antigas.
Uma loja de Mossoró pode servir de exemplo. Quanto inaugurada, vendia os
antigos discos de vinil, fitas cassetes
e fitas de videocassete,
por isso seu nome: “Disco Fitas”. Hoje a loja ainda existe, porém não vende nem
discos de vinil, nem fitas
cassetes, nem videocassete; produtos que não mais
existem e que foram substituídos por outros.
Tribuna do Norte. Natal, 03 ago. 2022