QUASE 90 ANOS VIVIDOS
Por: Carlos Roberto de Miranda Gomes
Mesmo sem a obrigação de escrever
diariamente uma crônica para alimentar o meu blog, ultimamente tenho me metido
a besta e me arvoro como escritor para registrar passagens que considero
marcantes do cotidiano, boas ou não, mas necessárias para atiçar a cabeça dos
meus leitores – será que não é mais um atrevimento pensar que os tenho! Estou sendo
pretensioso ou preterdoloso?
Pois bem,
após um dia um tanto emocional, com o falecimento da amiga guerreira Wilma de
Faria, a quem fui reverenciar com o último adeus na Catedral Metropolitana de
Natal, acompanhado de Bob Furtado, passei a tarde escrevendo a continuação da
segunda versão do meu livro Traços e Perfis da OAB/RN, com interrupção já a
noitinha para ir à missa de 7º dia de Conceição Rocha da Costa, viúva de tio
Pedro, retornando para continuar a missão.
Já no roncar
da noite caí exausto no ventre da minha rede e liguei a televisão na hora do Conversa com Bial,
jovem jornalista ressuscitado pela Globo
com um programa de boa qualidade, apagando aquela imagem fútil e medíocre
quando comandava o BBB.
Nesta noite
do dia 16 o prato do dia foi nada mais, nada menos, que ARIANO SUASSUNA, que chegou
a quase 90 anos bem vividos, acho eu, pois conseguiu ressurgir das cinzas após
o assassinato do seu pai, tornando-se a figura mais representativa do que de
melhor existe no Nordeste brasileiro para oferecer.
Sem dúvida,
é um escritor multifacetário, expoente maior da verdadeira cultura do povo
destas bandas, usando uma linguagem prosaica singular, nacionalista, ou melhor,
regionalista,, que impõe ao Brasil a sua maior expressão de intelectualidade
moderna e autêntica.
Um
verdadeiro gênio em todas as dimensões – um poeta, dramaturgo, folclorista,
antropólogo, etnógrafo, artista, enfim, de dimensão infinita, obnubilado pela
fama de outros expoentes das letras nordestinos, alguns até chatos, que apearam,
por algum tempo, o desarnar de um futuro escritor.
Diz-se, e é
verdade, que para se consagrar alguém é preciso que ele morra. Tai coisa besta –
ARIANO é imortal, se não ta vivinho bulindo fisicamente, sua obra continua a
encantar.
Receba,
pois, o seu espírito todo o meu respeito e a minha saudade, ou melhor, para não
ser paradoxal, tiro a saudade porque imortal não morre e, por isso, não deixa
saudade. Talvez a força da expressão tenha me traído porque a sua obra parou
por aqui com o que já fez e é muita coisa!
Quem sabe se
um novo Chico Xavier não aparece para receber novos contos!
Terminei por
hoje, ou, por amanhã! Já são 2 horas da matina de outro dia.
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