PATRIOTISMO
E MODERAÇÃO
Por: Carlos Roberto de
Miranda Gomes
O
Brasil vem assistindo, através dos seus veículos de comunicação, um vasto
noticiário pertinente ao fato histórico dos 50 anos do golpe de Estado de 31 de
março de 1964.
Grupos
preconizam a renovação de marchas em louvor ao governo que impôs restrições de
direitos por cerca de 21 anos; outros apregoam movimentos de repulsa aos tempos
de repressão e, outros ainda, se aproveitam para apontar caminhos de retomada
de ideais sufocados ou com um elo partidário de simplesmente continuísmo na
vida brasileira.
Pronunciamos
exacerbados são feitos através de artigos ou discursos inflamados, com conteúdo
golpista de esquerda e direita, sem reflexão ou comedimento.
Exatamente
nesses momentos é que deve prevalecer o patriotismo, a ser exercido através de
uma extrema moderação para evitar confrontos desnecessários. Claro que deve
existir a liberdade para a difusão de ideias e projetos, mas sem extremar
conflitos que não levam a nada.
Possuímos
uma Constituição Cidadã, que nos oferta todos os mecanismos de manutenção da
ordem democrática e os caminhos de um futuro melhor.
Afinal
o País está mais politizado; sua infraestrutura econômica modernizou-se; as
universidades cresceram na socialização de conhecimentos e tivemos tempo
suficiente para meditar a respeito do passado, só nos restando a efetiva
consciência cívica para a escolha dos novos governantes, dentre os que provaram
ao longo do tempo a sua boa atuação na vida pública.
Os
acordos e conchavos políticos nem sempre caminham ao encontro dos anseios do
povo. Não podemos mais aceitar negociatas que venham refletir no desempenho da
vida administrativa. Temos que valorizar agora o nosso voto, exercendo o
direito de sufrágio com independência e qualidade, discutindo propostas e
sugerindo prioridades nas instâncias a que tivermos acesso.
Esperamos
que a data que se avizinha seja motivo de uma grande reflexão nacional de forma
a restituir aos cidadãos brasileiros a sua confiança em dias melhores, sem
violência, com o respeito à lei, abolindo a impunidade e os privilégios;
dotando a máquina estatal de todos os meios necessários para o atendimento da
coletividade.
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