MEUS
VELHOS CARNAVAIS - 1
Carlos
Roberto de Miranda Gomes,escritor
O período como de festa carnavalesca teve a sua nascente no século XI, em decorrência da Semana Santa, conforme adotado pela Igreja Católica, antecedida por quarenta dias de
jejum, a chamada Quaresma, que se inicia com a Quarta-feira de Cinzas.
Etimologicamente "carnaval" está relacionada com a ideia de deleite dos prazeres da carne marcado pela expressão
"carnis valles", que, acabou por formar a palavra
"carnaval", sendo que "carnis" em latim significa carne e
"valles" significa prazeres.
O Carnaval foi na minha
infância uma referência sem maior importância. A lembrança retroage ao
final dos anos 40, quando ainda peregrinava nas cidades do interior – Angicos,
Penha e Macaíba. Nesta última só recordo de fólios pelas ruas centrais em torno
de um caminhão com propaganda da aguardente “Dois Tombos”, com entalhes de uma
garrafa de aguardente – nada mais.
Ao chegar em Natal, por
volta de 1949, comparecia ao centro da cidade, ora na Av. Rio Branco, ora na
Rua João Pessoa e, por último, na Avenida Deodoro, onde assistia o desfile de
blocos, tribos de índios e o corso de veículos com pessoas fantasiadas.
Lembro-me bem de um bloco
de “papangus” que causava certo medo à meninada. No começo dos anos 50 passei
a frequentar os bailes carnavalescos do Aéro Clube e América Futebol Clube,
levado, algumas vezes, pelo meu tio afim Jessé Pinto Freire, homem de muito prestígio empresarial e político, que me dava de
presente unidades de lança-perfumes “Rodouro” e um par de óculos de proteção
dos jatos da lança, que ardiam enormemente nos olhos.
Já adolescente, pelos idos
de 1954 passei a buscar alguma folia com os colegas, dentre os quais Marcelo
Moura e Benivaldo Azevedo, participando, nas manhãs de carnaval dos blocos de
sujos (bagunça) e à tarde e noite aos desfiles e batalhas carnavalescas.Naquele tempo era bastante sair com um quepe de capitão de navio e uma camisa listada e saí por aí!!!!!
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