sábado, 9 de fevereiro de 2013



MEUS VELHOS CARNAVAIS. 2
Carlos Roberto de Miranda Gomes, escritor

O carnaval tem a duração de três dias, antecedendo a Quarta-feira de Cinzas. Esta, no entanto, já agora ainda persiste na folia para aqueles que trabalharam nos dias anteriores e não conseguiram brincar, num evidente contraste com o que preconiza o início da Quaresma, tempo de penitência e privação. Não bastam o ócio que começa efetivamente no sábado e vai até o terceiro dia, conhecidos como "gordos", em especial a terça-feira (Terça-feira gorda).

Nos anos que se seguiram, notadamente 1956, 1957 e 1958 passei a pertencer ao Bloco “Deliciosos na Folia”, que fazia as vezes de uma Escola de Samba, uma vez que se apresentava com fantasias (primeiro ano de Arqueiro Verde
   
Entre outros, Picado, Daniel, Airton Leopoldo, Natal, Lelé do trombone, Petit (médico), João Medeiros, Valmir Ferreira, Múcio Magro, Pingo, Zilson e Carlos


Betinho (estandarte). Nosso coordenador geral era Odeman, do bar Atheneu.

No segundo ano como”Scaramouche”, copiado de um filme de Stuart Granger

 
Eider, Carlos e Zilson Freire 

Por último, como Lorde Espanhol




Tínhamos como rivais os “Azes do Ritmo”, criado de uma divergência e ainda os Imperadores do Samba, Aí Vai a Marinha.
Já no começo dos anos 60 a coisa mudou substancialmente, os blocos regulares, em que os participantes eram obrigados a tocar algum instrumento, passaram a brincar num carro puxado por um trator ou mesmo num caminhão – Bacurinhas, Karfajestes, Jardim de Infância e outros, com uma orquestra ou conjunto contratados, ficando os participantes apenas enchendo a cara. Estava descaracterizado o carnaval e daí em diante começou o declínio, ficando os desfiles de escolas somente para os moradores da periferia e com patrocínio público.
Criamos no Barro Vermelho um bloco "Feras", com a turma que se preparava para prestar vestibular:
Cuca Aranha, Cuca Benfica, Carlos, Tavico, Lito, Serginho, Dodoca e Chico

Os bailes foram sendo desativados – os tradicionais do América, Aéro, depois ABC, Brasil Clube, Alecrim Clube e Assen, restando o que se vê até os nossos dias, acrescido com o desfile das “Virgens de Pirangi”, das “Quengas”, em Natal e “Os cão”, da Redinha, além de bandas oficiais postadas em pontos estratégicos de Natal.

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