sábado, 21 de setembro de 2013


O PAPA FRANCISCO E O CELAM

PADRE JOÃO MEDEIROS FILHO (pe.medeiros@hotmail.com)

Em discurso proferido ao Comitê de Gestão da Conferência Episcopal Latino-Americana – CELAM, no Centro de Treinamento do Sumaré, no Rio de Janeiro, durante a sua permanência para a JMJ de 2013, o Papa Francisco afirmou, sem meias palavras, que os bispos estão "atrasados" e a Igreja mantém "estruturas caducas". Para o Pontífice, chegou o momento de assumir que ela precisa se modernizar e deixar de viver de tradições ou apenas oferecer esperanças para o futuro. Segundo teólogos e vaticanólogos, esse pronunciamento foi um verdadeiro programa de governo, em que proclama uma reconstrução eclesial. “Francisco, restaura a minha casa”, dissera Cristo ao Poverello de Assis. O Papa acrescentara ainda que toda a projeção utópica (para o futuro) ou restauracionista (para o passado) não é do espírito bom. Deus é real e manifesta-se no cotidiano. Explicou que o hoje é o que mais se parece com a eternidade. Mais ainda, é uma centelha de eternidade. Nele, projeta-se a vida eterna.
Nessa alocução, considerada, até o momento, a mais densa teologicamente, de seu pontificado, Francisco apelou para uma Igreja atual e apresentou Raios X dos problemas que, segundo ele, estão impedindo seu crescimento e fazendo proliferar sua imaturidade.
E arrematou: “A missionariedade da Igreja deve ser a expressão de sua ternura. Por isso, devemos pregar e realizar a revolução da ternura”! Entendemos porque, em sua primeira mensagem como Papa e, ao se despedir dos brasileiros, pediu que rezassem por ele. Está bem consciente de que sua tarefa de reconstruir a Igreja de Cristo será árdua!

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